sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O capital sempre temeu a unidade da classe operária!

Da Agência Brasil
 
 
Com reversão de demissões, metalúrgicos da Volkswagen voltam ao trabalho

Os trabalhadores da Volkswagen, que estavam em greve desde o dia 6, decidiram hoje (16) retornar ao trabalho após a montadora concordar em readmitir os 800 funcionários que haviam sido dispensados no final do ano passado. Em assembleia nesta manhã, eles concordaram em retomar as atividades na próxima segunda-feira (19). Segundo os trabalhadores, as demissões rompiam um acordo de estabilidade previsto até abril de 2017.
 
Além da readmissão, a empresa fez alterações no Acordo Coletivo da categoria, que havia sido rejeitado em dezembro. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, antes, o documento previa reajuste na forma de abono. Agora, será concedida a inflação do período, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor.
 
Na segunda-feira (12), os metalúrgicos fizeram um ato em defesa do emprego, bloqueando trechos das Rodovias Anchieta e Imigrantes. No dia seguinte, representantes do sindicato foram recebidos pelo secretário-geral da Presidência da República, Miguel Rossetto. Durante o encontro os trabalhadores entregaram uma pauta de reivindicações, incluindo temas como proteção do emprego, ampliação do crédito e recomposição da frota. A empresa, por sua vez, retomou as negociações.
 
A greve na Volks foi iniciada no dia em quem os trabalhadores voltariam de férias coletivas. Eles souberam da decisão da montadora por meio de telegramas recebidos no final do ano passado.
 
A Volkswagen avaliou, por meio de nota, que a aprovação do novo Acordo Coletivo resultou em uma proposta balanceada que possibilita a adequação dos custos e do efetivo na unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo, região do ABC Paulista. De acordo com a empresa, o resultado vai permitir a continuidade dos programas de demissão voluntária, com incentivo financeiro. Além disso, “assegura a vinda de uma nova plataforma mundial de produto e modelos, solidificando as bases de um futuro sustentável para a unidade”.
 
Fonte: Sul21

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Je suis Marambaia. PH não faz parte do "Canto do meu canto".

 
A Escola de Samba Marambaia nos seus 60 anos de maioridade e de resistência na defesa de seu bairro, Fátima, e do povo maranhense das mazelas e desmandos de governos corruptos  que sempre usaram a cultura para seus projetos pessoais e eleitorais, tropeça, arranha, comete erros e retarda na sua caminhada triufante de ser uma escola genuinamente popular.
 
Fundada em 1954,  a Marambaia sempre demostrou nos seus representantes, enredos e na alegria na passarela, a sua independencia organizativa, preferindo usar seu exército de artistas do próprio  bairro de Fátima.
 
Lembro que desde os anos 80 a escola sempre movimentou o bairro na procura de condições financeiras para confeccionar seus carros alegóricos, adereços e fantasias. Gente nunca foi problema na escola, cada carnaval aumenta seus componentes. No carnaval de passarela a sua passagem sempre foi esperada pela maioria dos foliões.
 
 
No carnaval de 2011, nessa trajetória de desavios, a Marambaia conquistou o título inédito de 2º lugar com o tema “Igaraú, um santuário entre nós”. Anos antes conseguiu contruir sua quadra e se transformou em ponto de cultura [Programa do governo federal], apenas com ajuda pública e grande esforço de seus representantes.
 
Sempre em evidencia, a escola no ano de 2013, levou para a avenida o desfile com o tema "São Luís, solo encantado que a história preservou!" e falou dos franceses, da invasão dos holandeses, da colonização portuguesa, do negro, lendas, manifestações folclóricas, reggae, artistas e a São Luís futurista. Porém nessa apresentação, numa maneira estranha, rebaixaram a escola, por ter atrasado o seu desfile.
 
A presidente guerreira Dona Célia sempre defendeu a Escola contra “vaguear com pires na mão nos gabinetes da vereança, nos prédios do rangedor e de nunca bater nas portas dos poderosos em busca de grana e outras quinquilharias, como são useiros e vezeiros os puxa-sacos”. Relembro na postagem do meu amigo, o jornalista Itevaldo:  “Dona Célia: Um símbolo do carnaval maranhense”.
 
Enfim, toda agremiação cultural, principalmente Escolas de Samba, tem o direito, inclusive democrático de homenagear quem quer que seja, o papa, presidente da república, jogador e time de futebol, Bin Laden, Hitler, Sarney, PH, etc. Porém, a Escola Marambaia foge de sua linha cultural desconsiderando a sua comunidade como tema principal e ter que homenagear um representante da elite oligarca maranhense.
 
Portanto, diante dessa barbeiragem cultural, espero que este ano, a nossa escola na qual eu pessoalmente, oficial deste blog, que estou nela há 28 anos, juntamente com a sua nova geração, aprenda e use esse momento como uma experiência importante e entenda o verdadeiro papel da cultura na luta pela liberdade popular e recoloque em 2016, a Marambaia no seu verdadeiro lugar.
 
Sempre "Olhando de frente como antigamente".
 
Je suis Marambaia

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Escola Internacional de Cinema e TV de Cuba abre inscrições para seleção de estudantes brasileiros

A Coordenação dos Exames de seleção para a Escola Internacional de Cinema de TV de Cuba no Brasil (EICTV) comunica que estão abertas, até o dia 7 de março, as inscrições para o Processo Seletivo 2015 / 2018. As provas serão aplicadas nos dias 13 e 14 de março, em cinco cidades: Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Florianópolis (SC), Belém (PA) e Brasília (DF).
 
Serão oferecidas oito especializações – Direção, Produção, Roteiro, Fotografia, Som, Documentário, Edição e TV e Novas Mídias.  Cada candidato deverá optar por apenas uma destas especializações. A Coordenação dos Exames de seleção para a EICTV no Brasil comunica que estão abertas até o dia 7 de março, as inscrições para o Processo Seletivo 2015 / 2018. As provas serão aplicadas nos dias 13 e 14 de março, em cinco cidades: Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Florianópolis (SC), Belém (PA) e Brasília (DF).
 
 
Do Brasil, serão selecionados de quatro a seis candidatos que irão fazer parte de um grupo de 40 estudantes de todo o mundo, principalmente da América Latina. O curso tem duração de três anos. O início está previsto para setembro de 2015 e término em julho de 2018.
Condições e documentos exigidos no dia 13/03, antes dos exames escritos:
  • Ter Idade entre 22 e 29 anos (nascidos entre 1985 e 1993).
  • Preencher e enviar por e-mail a ficha de inscrição indicando o local onde fará os exames. O candidato deve levar uma cópia impressa, no dia da prova.
  • Pagar a taxa de inscrição de 50 reais (deve ser pago em dinheiro, no dia da prova).
  • Apresentar currículo impresso.
  • Apresentar carta de motivação, com no máximo 5 laudas, que justifique seu interesse em estudar cinema. No caso de esta carta estar em português, o candidato deve apresentar uma cópia em espanhol.
  • Apresentar um autorretrato do candidato, em qualquer suporte, técnica ou formato.
  • Arquivo pessoal (portfólio), com materiais em cine, vídeo, foto fixa, música, artes gráficas, literatura, teatro, imprensa, e outros, em cuja elaboração haja participado ou desempenhado um papel significativo e criativo.
​Os documentos e materiais abaixo deverão ser entregues apenas pelos classificados para a entrevista no dia 15/03:
  • Certificados de estudos que demonstrem que concluiu dois anos de estudos sistemáticos, técnicos ou universitários em qualquer carreira.
  • Certificado médico de aptidão física e mental.
  • Seis fotos, tamanho 10x10cm. Uma das fotos deverá ser afixada na ficha de inscrição.

Processo de seleção

Cada candidato responderá duas provas escritas: uma prova de conhecimentos gerais e uma prova correspondente à especialização que escolheu. Os candidatos aprovados nas provas escritas passarão por entrevista oral no dia seguinte (14 de março). A comissão julgadora, então, realiza uma pré-seleção indicando os melhores candidatos em cada especialização. Caso haja necessidade, algumas entrevistas serão realizadas no domingo, dia 15 de março. Os candidatos que tenham vindo de outras cidades terão prioridade, na ordem das entrevistas. Todo o processo é realizado em português. O material e a documentação dos selecionados são enviados, em seguida, para Cuba, para a EICTV. O Conselho Docente da EICTV faz a seleção final. Os nomes dos candidatos selecionados devem ser anunciados na segunda quinzena de junho.
 
A Prova Específica acontece entre 8h e 11h30 e a Prova de Conhecimentos Gerais, entre 13h30 e 16h, no dia 13 de março.

Matrícula

O curso tem duração de três anos, e cada ano tem uma matrícula no valor de cinco mil euros, pagos à vista (em setembro) ou em duas parcelas (setembro e janeiro). O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual subsidia parte do valor da matrícula dos alunos brasileiros sendo o restante pago pelo aluno. Este subsídio cobre integralmente a matrícula do segundo e terceiro anos e parte do primeiro ano do curso.
 
Os estudantes que ingressam no curso regular têm direito a hospedagem em quartos individuais, alimentação, transporte entre Havana e San Antonio de los Baños, assistência médica primária e de emergência, material escolar e produção integral dos trabalhos em cinema e vídeo.

Sobre a Escuela Internacional de Cine y TV

A EICTV, localizada em San Antonio de los Baños (Cuba), é considerado um dos melhores centros de formação audiovisual em todo o mundo. Foi fundada em 15 de dezembro de 1986, pela Fundação Novo Cinema Latino-Americano (FNCL). Seus fundadores foram o jornalista e escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez, o poeta e realizador argentino Fernando Birri e o teórico e realizador cubano Julio García Espinosa, entre outros. Na época, a intenção foi criar uma escola que atendesse povos de língua latina, África a Ásia. Desde então, já formou milhares de estudantes e profissionais de mais de 50 países, que fizeram desta escola um espaço para a diversidade cultural de grande envergadura, hoje referência mundial.

Inscrições

As fichas de inscrição serão disponibilizadas pela internet através nos blogs www.eictvbrasil.blogspot.com.br e www.eictvpara.blogspot.com.br , na Fanpage do Laboratório de Imagem e Registro de Interações Sociais – IRIS, do Departamento de Antropologia da UnB, nos sites da Associação Curta Minas / ABD-MG, do Canne / Fundação Joaquim Nabuco, do SINTRACINE / SC, da Cinemateca Catarinense e do Ministério da Cultura.
 
Após o preenchimento, a ficha de inscrição deve ser enviada por e-mail para eictvbrasil@gmail.com.
 

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

As ameaças a uma blogueira feminista

 
 
Por Helena Martins, na Agência Brasil:
 
 
Mulher, professora, feminista. Há sete anos, Lola Aronovich começou a escrever em um blog opiniões sobre arte, política e, sobretudo, feminismo. Os textos ganharam repercussão por meio do Twitter, mas não geraram apenas debates.

Desde 2011, a blogueira tem sido vítima de seguidas ameaças de estupro, tortura e até mesmo morte. As tentativas de intimidação se intensificaram nos últimos meses, levando-a a procurar a polícia pela segunda vez para registrar um boletim de ocorrência.
 
Hoje (9), internautas usaram a rede social para manifestar apoio à Lola e às mulheres vítimas de opressão também no ambiente virtual. Utilizando a frase “Porque não me calo”, elas promoveram um tuitaço para repudiar as ações dos que Lola aponta serem masculinistas – que defendem os direitos dos homens, muitas vezes contra as mulheres – e afirmar que não aceitaram ser coagidas.

"Porque o machismo mata todos os dias #PorqueNãoMeCalo", "Basta de violência online contra as mulheres" e "porque quase semanalmente mulheres são expostas em vídeos e fotos íntimas por parceiros e são humilhadas e xingadas" foram algumas das frases usadas na rede, quando a campanha se tornou um dos assuntos mais comentados do dia.

As publicações dos masculinistas variam de fotos editadas, muitas vezes humilhantes, coação contra comentaristas, e até defesa do estupro “corretivo” ou de assassinato de mulheres, mas também de negros e homossexuais. No caso de Lola, junto às ameaças eles costumam publicar informações pessoais, como endereço residencial, foto da casa, CPF, placa do carro, entre outras.

“No começo, eram os trolls [pessoas que interferem em publicações de forma deliberada] normais, que sempre incomodam e são chatos, mas você descarta e não leva muito a sério, tanto que nos primeiros quatro anos do meu blog eu não tinha moderação de comentários. Mas chegou a um nível insustentável”, diz a professora, e acrescenta que “não se deixa abater, porque eu sei que é o modus operandi deles. É o que eles fazem. Não só aqui no Brasil”.

Em 2012, quando pela primeira vez procurou a polícia, ela denunciou dois homens que acabaram sendo processados e presos. Apesar das ameaças, ela não pretende parar de escrever. “Não é uma opção, porque se não seria dizer que eles ganharam”, afirma Lola, reiterando a reivindicação que circulou hoje no Twitter: “não nos assediem”.

Na avaliação dela, o anonimato acaba facilitando a ação dessas pessoas. “É muito fácil você intimidar e perseguir essas pessoas usando o anonimato”, avalia, e acrescenta que faltam mecanismos de combate, investigação e resposta rápida em relação às ameaças sofridas no ambiente virtual.

Hoje, quem se sentir ameaçado pode procurar a polícia ou registrar a queixa pelo telefone para o Disque 100, enviar carta para a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos ou usar a própria rede, acessando a SaferNet Brasil. Apenas em 2013, a SaferNet registrou 8.328 denúncias de crimes de ódio praticados na Internet.

O crescimento desse tipo de situação levou a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República a
criar grupo de trabalho com o objetivo de mapear crimes de ódio na Internet, em novembro do ano passado.

Procurada pela Agência Brasil para saber se o grupo acompanha o caso de Lola, a assessoria da SDH explicou que “não pode divulgar os casos analisados de forma específica, uma vez que aqueles identificados como de fato envolvendo violações à Legislação são encaminhados às autoridades competentes para investigação”. O órgão informou, contudo, que o grupo deve ser reunir ainda este mês para debater as ações em curso, que serão fortalecidas neste ano.na
 
Fonte: Blog do Miro

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Estado Islâmico: A mão por trás do terror

Por Roberto Castellanos Fernandez

"Damasco, (Prensa Latina): Depois do terror desencadeado na Síria e Iraque pelo Estado Islâmico (EI), esconde-se uma maquinária estruturada durante anos com um objetivo: implantar sua visão radical do Islã a sangue e fogo.

Depois da fulgurante ofensiva da organização terrorista em amplas zonas de ambos países, numerosos meios de imprensa e serviços de espionagem de todo mundo tentaram revelar as engrenagens do EI.

No entanto, a impossibilidade de entrar nas áreas que controla e seu secretismo provocaram todo tipo de hipóteses sobre o tema muitas vezes discordantes entre si.

O anúncio no ano passado sobre as supostas feridas do autoproclamado califa Abu Bakr al Bagdadi em um bombardeio no Iraque, disparou as teses sobre sua sucessão.

O DAESH (iniciais desse agrupamento em árabe) aprendeu com os erros de outras formações jihadistas, em especial da Al Qaeda, e criou um governo nas sombras que inclui numerosos departamentos ou ministérios e dezenas de executivos provinciais para administrar as áreas sob seu controle.

Uma vez conquistado um território, o EI cria as estruturas que em nada diferem de governos ocidentais, se identificamos sua visão radical e seus crimes, destaca uma investigação do "Consórcio de Busca e Análise do Terrorismo".

O resultado é um aparelho militar estruturado para impulsionar sua particular jihad (guerra santa) e um sistema de administração descentralizado mediante o qual tenta oferecer os serviços básicos à população.

Para financiar sua política, o EI utiliza numerosos meios, desde a venda de petróleo ou cobrança de resgates e impostos até doações do exterior e venda de órgãos [humanos], como denunciou recentemente um diário iraquiano.

No topo da pirâmide, está o autoproclamado califa e Comendador dos Crentes, Abu Bakr al Bagdadi.

Nascido na cidade iraquiana de Samarra, Ibrahim Awwad Ibrahim al Badri, seu verdadeiro nome, se graduou em estudos islâmicos na Universidade de Bagdá e esteve preso em Camp Bucca, um cárcere estadunidense aberto depois da invasão ao Iraque em 2003.

Ali conheceu numerosos detentos que, na atualidade, são seus principais colaboradores, muitos deles militares e funcionários do derrocado presidente Saddan Hussein.

Segundo o "Grupo Soufan", uma empresa especializada em informação de inteligência, sob o comando direto da Al Bagdadi estão Abu Muslim al Afari al Turkmani e Abu Ali al Anbari, que lideram as operações no Iraque e na Síria, respectivamente.

Este triunvirato é o encarregado de dirigir o DAESH, e do qual depende os demais da organização, entre elas o Conselho da Shura, uma espécie de gabinete com a missão de assessorar em temas políticos o Bagdadi e de transmitir suas ordens.

Outro elemento chave é o chamado Conselho da Sharia, cujo objetivo é garantir que as leis e o acionar dos membros do EI sejam conforme sua visão particular e radical do Islã.

Esse setor outorga a justificativa legal e religiosa ao Estado Islâmico para assassinar, saquear ou escravizar a quem se oponha, em especial as minorias.

Mais abaixo estão os governadores de dezenas de wilayas (províncias), repartidas entre ambos países.

Al Baghdadi é o pastor, e seus adjuntos são os cães que pastoreiam as ovelhas do EI, comentou Hisham al Hashimi, um analista de segurança que teve acesso a documentos dessa organização apreendidos pelo exército iraquiano.

Al Anbari e al Turkmani são os pilares da fortaleza de al Baghdadi. Eles são quem o mantêm no poder, estimou.

Como parte da estrutura, cada pessoa tem sua função específica, que vai desde o gerenciamento dos detentos e o transporte de terroristas suicidas até o cuidado das famílias dos mortos em batalha ou as operações com artefatos explosivos.

Também há departamentos de comunicação, fornecimentos de armas, de inteligência, entre outros muitos.

Segundo o diário britânico "The Telegraph", a organização terrorista conta com cerca de mil comandantes de campo de nível médio e superior, todos com experiência militar ou em matéria de segurança.

Pelo exercício dos seus cargos, os salários oscilam entre 200 até 3 mil dólares mensais."


Fonte: Site Pátria Latina

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Blog denuncia: Aécio usa robôs nas redes para atacar Dilma

 
É muita covardia e falta de debate cara a cara, dente por dente, olho por olho do candidato [e sua turma] derrotado e aloprado Aécio Neves. Hoje ele gasta muita grana e tempo para caluniar, difamar e injuriar  seus maiores adversários e ganhadores políticos, Dilma e Lula.
 
Usando de maneira clandestina e falsa as redes sociais, através de um exercito de robôs fakes, Aécio dissemina ódio, mentiras e ludibria [que papelão]muitos internautas para o enfrentamento político diário coma militância de esquerda e apoiadores do governo de Dilma. 
 
O Blogue Muda Mais realizou pesquisa identificando 406 perfis dessa natureza e o nosso blog divulga postagem dessa denuncia abaixo. Fique de olho!
 
Aécio Neves não está sozinho nas redes. Não é novidade pra ninguém que o candidato do PSDB à presidência da República conta com a ajuda de robôs (link is external) nas redes para reproduzir conteúdos positivos e postagens que atacam  Dilma. 
 
Nós do Muda Mais denunciamos robôs que beneficiam a campanha de Aécio desde abril (link is external). Foram diversas ocorrências: teve robô gêmeo (link is external), robô Harry Potter (link is external) e até robô no dia das eleições (link is external)
 
E agora, mais uma vez, localizamos ação de robôs nas redes a favor do Aécio. Os 63 que agiram no dia das eleições receberam reforços, e agora são 406 perfis no twitter que, na verdade, são robôs (link is external). O exército fake divulgou mensagens originalmente tuitadas por perfis reais, como essas abaixo:
Assim como no domingo, o nome de registro deles (robôs) é feito por letras aleatórias. Como o Muda Mais não gosta de fazer acusações e levantar suspeitas em vão, sem compromisso com a verdade, nós apresentamos a lista completa de 406 perfis - robôs. Confira quais são as @s envolvidas:
 
 
Assim como no domingo, o nome de registro deles (robôs) é feito por letras aleatórias. Como o Muda Mais não gosta de fazer acusações e levantar suspeitas em vão, sem compromisso com a verdade, nós apresentamos a lista completa de 406 perfis - robôs. Confira quais são as @s envolvidas:
 
Enquanto parece faltar militância para o Aécio Neves (link is external), vemos que os apoiadores da presidenta Dilma nas redes sociais são pessoas de verdade. Tanto para o mundo real quanto para o virtual, o conceito é o mesmo. Cada um de nós tem pelo menos um motivo para apoiar esse projeto de governo que inclui cada vez mais e finalmente combate a desigualdade social. 
 
Vamos para o debate real entre ideias e propostas, entre pessoas de carne e osso. Divulgue a verdade (link is external)
 
twitter.com/bejefydykyt
twitter.com/bella_el_amor
twitter.com/bemyjowudus
twitter.com/bepesybubef
twitter.com/berilasoxik
twitter.com/besapiqobak
twitter.com/besedunexefo
...
 
Veja lista completa aqui
 
 

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Em 2015: "Bolsonaro e Sheherazade: ninguém merece"

 
“Se não tivesse dado bobeira, não tinha acontecido”. Cada vez que alguém repete esta frase e seus derivados, um grande sinal verde se acende para todo tipo de atrocidade, do assedio verbal à violência física. Durante anos, séculos, machões pais e machões filhos aprenderam que mulher direita deve se precaver. Deve zelar pelos próprios desejos, para não ser chamada de “rodada”, e pelos desejos alheios, para não provocar demônios (masculinos) irrefreáveis. Uma saia, um beijo, uma conversa íntima, uma saída com as amigas para uma cerveja ao fim do dia: basta colocar os pés fora de casa, e profanar o esfregão e o avental destinados a ela, para assumir, por sua conta e risco, um destino manifesto. “Se não tivesse dado bobeira, não tinha acontecido”. Pois, se acontecer, a culpa é dela. Se aconteceu é porque mereceu.
 
Duvido que o leitor, homem ou mulher, tenha passado o último ano, talvez o último mês, sem ter ouvido discursos desse tipo. Pelo raciocínio, homens são seres incapazes de refrear os próprios desejos. Estes não podem ser despertados porque, presume-se, não se controla a força de uma corrente natural. Sendo assim, basta à mulher se comportar e saber onde pisa e o respeito brotará como um dom natural, certo? Errado. Muito errado. Tão errado que dá até vergonha de repetir.
 
Mas a gente repete. E vai repetir todos os dias até que figuras públicas, como Rachel Sheherazade, deixem de deseducar seu público com discursos tão primários quanto enganosos. O último deles aconteceu após o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), homofóbico declarado, dizer à colega Maria do Rosário (PT-RS) que só não a estuprava porque ela não merecia.
 
Bolsonaro acabava de afofar o colchão que durante séculos permite aos machões de todos os matizes, de direita ou de esquerda, ricos ou pobres, cristãos ou ateus, estraçalhar quem estivesse à sua frente pelo critério do merecimento. É quando o estupro deixa de ser considerado o que é – um crime hediondo – e se torna um recurso apenas não recomendável. Esta premissa, repetida à exaustão nas melhores casas de família, e agora vomitada na tribuna do Congresso, é um dos muitos sinais verdes para a perpetuação de uma atrocidade. Este grande letreiro culpa a vítima pelo merecimento, ou não, da violência sofrida e exime o homem do próprio crime – este é compreendido como um instinto natural, portanto incontrolável, e não uma ação legitimada por um discurso recorrente.
 
Nada mais natural, portanto, que este discurso seja prontamente refutado por quem luta diariamente por um direito básico: o direito de viver em segurança com o próprio corpo. Por isso é uma pena, sob todos os aspectos, quando as protagonistas desta batalha são criminosamente reduzidas a “feminazis”, numa confusão odienta entre feminismo e nazismo. Pois foi esse o recurso usado por Sheherazade para sair em defesa de Bolsonaro.

 
A defesa, feita na Rádio Jovem Pan, é torta do início ao fim. Primeiro porque insiste em atribuir cores a um mundo acinzentado. A lógica sheherazadiana é mais ou menos assim: Bolsonaro disse que NÃO estupraria Maria do Rosário, pois esta não possui atributos estéticos merecedores da oferenda. Sorte dela, azar de quem as tem. Logo, o deputado não pode ser punido por não querer estuprar alguém. Como se o que estivesse em debate fosse o desejo, e não a incitação ao crime, Sheherazade opta por reduzir a conversa a um exercício de liga-pontos: Deus é amor, o amor é cego, Stevie Wonder é cego, Stevie Wonder é Deus.
 
Em sua defesa do indefensável, Sheherazade joga a arte de argumentar no lixo e faz uso de uma rasa falácia circunstancial. Como recurso retórico de quem cabulou as aulas de Filosofia, cita o deputado como um grande defensor do direito das mulheres, pois é dele um projeto de lei na Câmara que prevê a castração química para estupradores. Segundo ela, os grupos de direitos humanos, contrários à proposta, seriam, por sua vez, responsáveis pelo mal que tentam incumbir a um deputado de bem. De novo: Deus é amor, o amor é cego, Stevie Wonder é cego, Stevie Wonder é Deus.
 
Para quem, em entrevista recente, admitiu só conhecer São Paulo pelo trajeto casa-trabalho-shopping, o conhecimento da realidade não chega a surpreender: neste mundo ideal, os problemas complexos são facilmente solucionados pelo rigor e a boa vontade e todos voltam a dormir felizes. Quem dera. Dias atrás, uma amiga contava, assustada, o caso de duas amigas que saíram de casa para tomar cerveja, conheceram dois sujeitos interessantes e toparam conhecer o apartamento de um deles. Ambas foram dopadas, ambas foram violentadas – sempre sob o argumento de que, se toparam subir até o apartamento, não tinham o direito de refugar. Pela lógica do discurso do machão, elas “mereceram” o que passaram – e esta lógica do merecimento foi o freio principal para não denunciar os algozes, que uma hora dessas estão tranquilos tocando a vida. Eles não eram maníacos no sentido clássico: eram jovens, estudados, e cientes do que faziam. Apenas tinham sinal verde para agir. Esse sinal verde é aceso toda vez que alguém, sobretudo uma autoridade, repete a ideia de que existem mulheres e mulheres; umas merecem ser estupradas; outras, não.
 
O discurso, além de incitar a violência, é burro, pois atribui à saia, à cerveja, à bobeira, ao atributo estético da vítima a autorização do assédio. Não leva em conta os inúmeros casos de mulheres violentadas no ambiente familiar, seja com saia, avental ou burca.
 
Se tivessem ao menos humildade para se esforçar em compreender o mundo para além das janelas do carro-trabalho-shopping, tanto Sheherazade quanto Bolsonaro – e quem quer que repita o discurso – saberiam que o sujeito sobre quem defendem a castração quase nunca é o meliante atrás do poste num beco escuro à espera de um vacilo. O estuprador, em vez disso, está dentro de casa. É o filho, o pai, o tio, o vizinho, o amigo, e todos os que se sentam no colchão de segurança que lhe garante a primazia sobre um corpo que não é seu.
 
A dificuldade cognitiva de quem vê o mundo em preto e branco, sem assimilar suas nuances e subtextos cinzentos, leva à sensação de que um crime hediondo se combata de forma simples. Que, se tudo é uma questão de desejo e perigo, que se corte o mal pela origem. O problema, afinal, nasce e morre no próprio corpo; é instintivo, portanto, e não cultural. De novo: que pena. Enquanto o sinal verde seguir berrando nos alto falantes do atraso, as soluções mágicas para punir o que já aconteceu serão tão eficazes quanto enxugar gelo.