quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

PESQUISA: Flávio Dino já aparece com 13% dos votos sem o Lula.

A aprovação do Governo de Jair Bolsonaro se mantém estável, sua reprovação caiu e, se as eleições fossem hoje, o presidente largaria na frente em todos os cenários. É o que mostra levantamento realizado pela consultoria política Atlas Político entre os dias 7 e 9 de fevereiro. A pesquisa aponta que, até o momento, os principais rivais de Bolsonaro são o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-juiz Sergio Moro. Sem o petista e o ministro da Justiça na disputa, o atual presidente aparece com 41% das intenções de voto, com larga distância entre o segundo colocado, o apresentador Luciano Huck (sem partido), com 14% dos votos. Atrás deles estão o governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), com 13%, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 2,5%.

Com Lula

A quantidade de eleitores indecisos ou que declararam voto branco ou nulo é expressiva, chegando a 27%. O percentual é muito próximo da realidade das presidenciais de 2018, quando essa faixa do eleitorado bateu 30%. Por outro lado, as abstenções diminuem significativamente quando Lula e Moro entram na disputa. Neste cenário, o total de votos brancos, nulos e indecisos fica em 9%. Bolsonaro e Lula brigam pelo primeiro lugar, com 32% e 28% das intenções de voto, respectivamente. Moro, que tem refutado oficialmente qualquer intenção de disputar a presidência como rival do atual presidente, segue logo atrás, com 20%, seguido de Huck (6%), Dino (3%) e Doria (0,6%). A pesquisa foi realizada na Internet via convites randomizados com 2.000 pessoas, entre os dias 7 e 9 de fevereiro, em todas as regiões do país. A margem de erro é de 2% para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

Fonte: El País

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

No mundo do Balão Mágico.

Paulo Briguet, Nadalim, Vélez Rodríguez, Silvio Grimaldo e Bernardo Küster,
em foto publicada logo após a nomeação do trapalhão e breve
  primeiro ministro da Educação do bolsonarismo.
 
Foto: Reprodução/Facebook de Carlos Nadalim
Um discípulo de Olavo de Carvalho que afirma ter desenvolvido seu próprio método para alfabetizar crianças será o responsável por definir qual o conteúdo dos novos livros didáticos do primeiro e segundo anos do ensino fundamental a partir de 2021.
Trata-se de Carlos Nadalim, um bacharel em direito e mestre em educação que jamais assinou publicações científicas sobre alfabetização, mas tornou-se ícone conservador por manter um blog em que dá orientações a quem prefere educar os filhos em casa e longe da escola – uma obsessão de radicais cristãos.
“Em [20]21, todos os livros serão nossos. Feitos por nós. Os pais vão vibrar. Vai estar lá a bandeira do Brasil na capa, vai ter lá o hino nacional. Os livros hoje em dia, como regra, é um amontoado… Muita coisa escrita tem que suavizar aquilo”, bradou Jair Bolsonaro no início de janeiro.
“Eu sou aluno do professor [Olavo de Carvalho] há anos. E graças a tudo que o professor me ensinou, eu fui estudar, fui pesquisar assuntos relacionados à educação”, já escreveu Nadalim em seu blog. “O meu projeto é apenas uma pequena nota de rodapé do seu imenso trabalho”.
Uma fonte que pediu para não ser identificada disse que Nadalim convocou, sem alarde nem consulta pública, um grupo de especialistas para que desenvolvam estudos que sirvam de base para a revisão de conteúdo dos livros do primeiro e segundo anos. Perguntamos ao MEC, o Ministério da Educação, quem são eles, quais seus currículos e como foram selecionados, mas não obtivemos resposta.
O secretário espera que essa fase do trabalho esteja concluída até o fim do mês, de acordo com a fonte, e que até maio seja publicado um edital de licitação para a compra dos livros – a partir de critérios sobre os quais Nadalim dará a última palavra.
Entre os especialistas convidados pelo secretário, segundo a fonte, está a colunista da rádio CBN Ilona Becskeházy. Doutora em educação, ela é e autora de um blog em que defende o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e o presidente Jair Bolsonaro e de um perfil no Twitter em que faz críticas à imprensa. Outro nome citado pela fonte é o do neuropsicólogo Vitor Geraldi Haase, que pesquisa cognição matemática e processamento lexical.
Também está na lista, de acordo com a fonte, a portuguesa Luísa Araújo, esposa do ex-ministro da Educação de Portugal Nuno Crato. Ele fez parte, entre 2011 e 2015, do governo de Pedro Passos Coelho, do Partido Social Democrata – que, apesar do nome, é uma sigla de orientação conservadora.
Professora universitária, Araújo afirma em seu currículo integrar, desde 2014, o conselho do Crell, um centro de pesquisa em alfabetização vinculado à União Europeia. Ela e Becskeházy serão responsáveis por reavaliar os livros de português, e Hasse, os de matemática.
Crato conseguiu elevar o desempenho dos alunos portugueses no principal indicador internacional do setor, o Pisa, graças à obsessão por submeter os alunos a avaliações contínuas para obter diagnósticos do sistema de ensino. Com isso, se tornou uma inspiração para entidades liberais brasileiras, o MEC e, particularmente, Nadalim.
Em Portugal, apuramos que Crato – que esteve no Brasil em 2018 durante o período eleitoral – disse a interlocutores ter se identificado com as ideias do candidato petista à presidência, Fernando Haddad, para a educação. Apesar disso, o ex-ministro português é visto como um político de centro-direita.
O secretário de Alfabetização cogita, inclusive, usar material didático português como modelo para o do ensino fundamental brasileiro, segundo a fonte. Também decidiu implantar já em 2020 provas de avaliação já a partir do segundo ano do ensino fundamental – quando os alunos têm entre sete e oito anos. A ideia original, ainda mais radical, de avaliações para estudantes do primeiro ano, foi abortada após Nadalim ser alertado de que ela contraria a Base Nacional Comum Curricular.
Tudo o que o MEC informou, ao ser questionado a respeito desses planos, foi que adquire o material didático “com base no Decreto 9.099/17, que prevê a compra dos materiais a partir de um edital prévio e de acordo com a escolha de cada escola”.
Enquanto isso, no penúltimo dia de 2019, Bolsonaro assinou um longo decreto em que, além de alterar profundamente a estrutura de cargos e funções de nomeação política no MEC, também abriu brecha para que o próprio governo possa editar os livros didáticos distribuídos gratuitamente a alunos de escolas públicas – atualmente, eles são comprados de grandes editoras do setor.
Um dos artigos do decreto determina que a diretoria de alfabetização poderá “elaborar materiais e recursos didático-pedagógicos de alfabetização, de literacia e de numeracia”. Segundo a jornalista Vera Magalhães, isso pode abrir as portas desse mercado para editoras nanicas ligadas a Olavo, o ideólogo que vê uma doutrinação marxista embutida nos currículos escolares e acha que o governo deve abrir mão do papel de fornecer educação aos cidadãos.
Quer dizer: disfarçada em seus trajes de cruzados medievais em uma guerra santa contra o comunismo e em defesa de valores ultraconservadores, a turma de Olavo está de olho num negócio de R$ 2,3 bilhões. E tem relações estreitas com Nadalim, secretário de Alfabetização do MEC
Até ser guindado ao governo Bolsonaro pelo trapalhão ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez, Carlos Francisco de Paula Nadalim vivia em Londrina, onde estudou e fez carreira profissional. Com quase 570 mil habitantes, a cidade, a maior do interior do Paraná e a quarta da região sul, é berço político de figuras como o doleiro Alberto Youssef, o ex-ministro petista Paulo Bernardo e o senador lava-jatista Alvaro Dias, do Podemos, e que ultimamente se tornou uma espécie de meca do olavismo.
Nadalim é aluno assíduo do ideólogo, a ponto de ir aos Estados Unidos estrelar eventos dele – como um encontro de escritores que apresentou o estado como “promotor da ignorância”. Em Londrina, fez parte da alta cúpula local dos seguidores de Olavo, como deixa claro uma foto publicada em seu perfil no Facebook em 23 de novembro de 2018, dia seguinte ao da nomeação de Vélez – também morador de Londrina – para sua curta e destrambelhada passagem pelo MEC.
Nela, Nadalim aparece descontraído no que parece ser um churrasco, fazendo arminha com a mão, ao lado dos jornalistas Silvio Grimaldo e Paulo Briguet, respectivamente diretor-executivo e editor-chefe do recém-lançado Brasil Sem Medo, criado sob a benção do filósofo e autodenominado “o maior jornal conservador do Brasil”, do ministro recém-nomeado e do youtuber ultra reacionário Bernardo Küster, notório propagador de mentiras e campanhas de perseguição e difamação no Twitter.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Maranhão avança na política de pagar melhor salário aos professores

Flávio Dino - Reprodução/Vermelho

O governador do Maranhão Flávio Dino, do PCdoB, anunciou pelo Twitter na manhã desta segunda-feira (3) que o novo piso salarial para professores que trabalham 40 horas semanais nas escolas do Estado é de R$ 6.358,96. A proposta do governo será enviada à Assembleia Legislativa maranhense.
“Tomei a decisão de repassar 100% dos valores do FUNDEB para a folha de salários, e complementar com recursos próprios do Estado. A essência da aprendizagem reside nos professores. Dessa decisão resulta reajuste de até 17,5% nas menores remunerações (piso)”, tuitou.
Na publicação, Dino, que é um dos pré-candidatos do campo progressista para as eleições presidenciais de 2022, lembrou que o piso nacional para a categoria, imposto por Jair Bolsonaro, é de R$ 2.886,24.
Escolas integrais

Nesta segunda-feira, cerca de 325 mil estudantes matriculados nas mais de 1 mil unidades escolares da rede estadual de ensino na capital e nos outros 216 municípios maranhenses iniciam o ano letivo.

Este ano houve mais um importante avanço na expansão da Rede Estadual de Ensino Integral. Em 2014, o Maranhão não tinha nenhuma escola nessa modalidade. Em 2020, a rede chega à marca de 74 escolas de Ensino em Tempo Integral, são 25 unidades a mais que no ano passado e uma Escola Bilíngue, com Educação Infantil, a primeira do estado nesta modalidade.