segunda-feira, 4 de julho de 2011

Hugo Chávez e os abutres da mídia

Hugo Chaves tem respaldo popular


Por Altamiro Borges

Na quinta-feira passada, após uma fase de informações desencontradas, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, confirmou num pronunciamento na TV que sofre de câncer. Em Cuba, com reconhecido padrão de tratamento médico, ele sofreu uma cirurgia de mais de seis horas para retirar um tumor maligno.

Em entrevista neste domingo (3), o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Nicolas Maduro, garantiu que a cirurgia foi um sucesso e que o tumor, localizado na mesma área onde um abscesso pélvico havia sido drenado anteriormente, foi “retirado a tempo” e que não havia ocorrido metástase.

Torcida macabra dos golpistas

A notícia conteve as especulações sobre a saúde de Hugo Chávez e foi festejada no país. Mas os abutres de plantão não dão trégua, numa torcida macabra por sua morte. A oposição golpista da Venezuela, a mesma que tramou o assassinato do presidente no frustrado golpe de 2002, agora exige a sua renúncia.

Num primeiro momento, ela tratou a internação em Cuba como “uma manobra para distrair o eleitorado”, segundo declarou o principal líder da direita, Henrique Capriles Radonski. Na sequência, a oposição golpista passou a exigir que a Justiça declarasse a “ausência temporária” de Chávez, dando posse ao seu vice.

“Estamos muito otimistas”, diz Chávez

Numa entrevista à Rádio W, da Colômbia, Elías Jaua, vice-presidente da Venezuela, rechaçou os planos dos golpistas. “Estamos absolutamente seguros, para desagrado da oposição, que o presidente estará aqui antes dos 180 dias” previstos para o seu tratamento em Cuba.

De Havana, Chávez também mandou um recado para os golpistas. “Estamos muito otimistas”, afirmou o presidente de 56 anos. Ele também agradeceu as mensagens de apoio e contou que havia conversado com os presidentes Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia) e Cristina Kirchner (Argentina).

A torcida do Estadão e da Folha

No episódio do câncer do presidente venezuelano novamente chama a atenção a postura colonizada, servil e macabra da velha mídia brasileira. Nas telinhas da TV, âncoras e comentaristas não disfarçam a torcida pela piora da saúde do “ditador populista” Hugo Chávez. O tratamento do câncer é politizado, ideologizado.

Nos jornalões, o ódio de classe também é descarado. Em editorial, o Estadão trata com desdém a “saúde do caudilho Chávez”. Sua preocupação é com a eleição presidencial de 2012. Para o jornal, o enfermo terá “pela frente uma oposição finalmente unida e provavelmente apta a capitalizar os desastres do chavismo”.

Já a Folha acionou um consultor empresarial, Christopher Garman, para falar sobre o futuro da Venezuela. Para ele, “a saúde do presidente se transformou em fator determinante para as eleições presidenciais do ano que vem".

"Caso o presidente venha a se recuperar, ele facilmente transformará o episódio em mais uma evidência de seu espírito lutador, que atravessa adversidades com êxito. O script pode ser muito parecido ao que ocorreu no Brasil com o estado de saúde da presidente Dilma Rousseff no ano antes da eleição de 2010. Entretanto, caso o estado de saúde dele seja mais grave e ele não tenha plena capacidade de governar e conduzir uma campanha eleitoral, a eleição fica em aberto. Caso o eleitorado tenha dúvidas sobre sua capacidade de governar, a oposição terá chances concretas de vencer”. É muito nojento!

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