sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Afegã presa por ter sido violentada terá de se casar com estuprador

Gulnaz (foto), 21, ainda se lembra do mau cheiro do homem que a estuprou dois anos atrás. “Ele estava com a roupa suja do seu trabalho”, disse à CNN. “Quando minha mãe saiu para ir a um hospital, ele entrou em minha casa e trancou as portas e janelas. Comecei a gritar, mas ele colocou as mãos sobre minha boca.” 

Desde então a vida de Gulnaz mudou radicalmente. Ela ficou grávida do estuprador e foi condenada por um Tribunal do Afeganistão a 12 anos de prisão por adultério. O homem que a violentou era na época marido de uma prima sua.

Com a sua filha, a jovem está cumprindo a pena em uma prisão de Cabul. Só tem um jeito de ela sair dali antes de todo o período da condenação: casar com o seu estuprador, que também está preso. É o que ela decidiu fazer, de modo a continuar cuidando de sua filha. Se não fosse assim, teria de doar a criança.

Casos como a de Gulnaz são frequentes.

Cinegrafistas contratados pela União Europeia filmaram Gulnaz e outras mulheres em situação parecida com a dela para um documentário sobre o desrespeito aos direitos humanos no Afeganistão.

A União Européia desistiu do projeto após as gravações iniciais porque teme que as mulheres que deram depoimento com o rosto a descoberto sofram retaliações das autoridades. 

A República Islâmica do Afeganistão, nome oficial do país, tem cerca de 34 milhões de habitantes. Lá, por conta principalmente da religião, as mulheres são tratadas como seres de segunda categoria.


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