quinta-feira, 24 de novembro de 2011

As misérias Socioeconômicas e políticas no Maranhão

Por *Roberto Cunha

O Estado possui o segundo litoral do país, com 640 km de extensão, encontra-se em uma macarronada de ecossistemas, entre eles imensas manchas de manguezais, floresta Amazônica, cerrado, restingas, além do maior delta em mar aberto das Américas e um “deserto” recheado de lagos e lagoas de águas límpidas. Encantos e belezas, e abissal potencial turístico-ambiental. Rico territorialmente e demograficamente. Entretanto, de forma fantasmagórica, duas bancarrotas, que são irremediavelmente inseparáveis, funcionam como uma simbiose perfeita: a miséria socioeconômica e a miséria política. E isso se tornou severamente manifestado recentemente com a divulgação de alguns estudos, pesquisas e precipuamente com resultados parciais do censo 2010 do IBGE.

A miséria socioeconômica se desnuda sempre com a incomparável frieza dos números. São desvelados inexoravelmente muitos contrastes. Resultados recentes do Censo 2010 do IBGE demonstram que houve uma sedentariedade dos índices maranhenses em relação às demais unidades da federação e em algumas categorias o cânion social e econômico se erodiu mais ainda. Segundo o Censo em tela, o número de pessoas residentes no hodierno Maranhão que não sabem ler, nem escrever, chega à monstruosa taxa de 20,9% da população, isso sem contar os ditos analfabetos funcionais e/ou os semi-alfabetizados. Tal percentagem está mais de duas vezes acima da média nacional de 9,6%.

Quando observamos a qualidade do ambiente doméstico, ou seja, se existem as condições mínimas de salubridade para uma vivencia satisfatória, implacavelmente 80,7% dos domicílios maranhenses não são considerados adequados para a vida digna de um ser humano. Em relação à renda per capita nominal, o vergonhoso índice nos dita que 20,6% da população vivem na pobreza estremada, sobrevivem com até R$ 70,00 por mês. A renda familiar chega à irrisória quantia de R$ 319 em média em todo o estado. Essas duas taxas jazem na ultima colocação no ranking nacional.

*Roberto César Cunha Geógrafo pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Um comentário:

  1. Enquanto isso, na Sala de Injustiça no Palácio dos Leões...!

    http://www.trapiche.com.br
    dicas de informática

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