sexta-feira, 27 de julho de 2012

Juiz que mandou prender Pinochet irá defender Assange e Wikileaks

Baltazar Garzón
O ex-juiz espanhol Baltasar Garzón irá liderar a equipe jurídica que defenderá Julian Assange e o site Wikileaks nos diferentes processos abertos contra ambos, como a extradição do fundador da organização para a Suécia.

Segundo um comunicado do Wikileaks, Garzón participou de uma reunião privada com Assange na Embaixada equatoriana em Londres para “discutir uma nova e contundente estratégia jurídica que buscará defender tanto o Wikileaks quanto o seu fundador dos abusos de processo e de arbitrariedades do sistema financeiro internacional”.

O site destaca que Garzón “revolucionou, há duas décadas, a justiça internacional ao tornar efetiva uma ordem de captura contra o ex-chefe de Estado chileno Augusto Pinochet, o que permitiu importantíssimos avanços na luta contra a impunidade na América Latina e em todo o mundo”.

Após ter sua extradição para a Suécia determinada em última instância pela Justiça britânica, Assange escapou de sua prisão domiciliar e se alojou na Embaixada do Equador no Reino Unido pedindo asilo político. Desde o dia 19 de junho, ele espera a decisão do governo de Rafael Correa.

O fundador do Wikileaks, que revelou milhares de documentos confidenciais da cúpula política, diplomática e militar dos EUA, foi detido em Londres mediante uma  ordem de extradição movida pelas autoridades da Suécia. Durante todo o decorrer de seu julgamento, viveu sob fortes medidas de segurança na mansão de um amigo no sudeste da Inglaterra. Ele recorreu da decisão ao Supremo depois de o Tribunal Superior aprovar seu envio à Estocolmo em novembro do ano passado. 

Afastamento 

Garzón foi afastado de sua profissão por 11 anos em fevereiro de 2012 pelo Supremo Tribunal da Espanha. Ele foi condenado por abuso de autoridade sob acusações de ter ordenado escutas telefônicas ilegais entre advogados e réus em um caso de corrupção.

Em outro caso controverso que reabriu feridas da ditadura franquista (1936-1975), Garzón é processado por suposto abuso de poder ao investigar dezenas de milhares de assassinatos atribuídos a forças leais ao general Francisco Franco. O juiz é acusado pela organização de extrema direita Manos Limpias (Mãos Limpas) de ter desconsiderado a Lei de Anistia local, de 1977.

Reproduzido do Blog Opera Mundi

Nenhum comentário:

Postar um comentário