quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Comunidade e polícia divergem sobre operação que deixou adolescente morto no S. Francisco

A comunidade da Ilhinha, no São Francisco, contesta a declaração dada pela polícia, sobre a operação que deixou o adolescente Samuel Ferreira Pereira, 16 anos, morto com um tiro. Os moradores afirmaram ao Jornal Pequeno que Samuel que estava numa casa de palafita, não estava armado. A polícia diz o contrário.

“Havia cinco pessoas na minha casa. Eles estavam consumindo maconha e a polícia chegou atirando”, contou a dona da casa em que Samuel foi morto. Ela não quis se identificar.

“Ele levantou para tentar correr e foi baleado na cabeça”, completou.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os agentes do Departamento de Narcóticos (Denarc) estiveram no local para investigar um ponto de comercialização de entorpecentes e dar cumprimento a um mandado de prisão contra um homem cujo apelido é “Ceará”.

O delegado Augusto Barros, titular da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), declarou que os policiais fizeram uma “abordagem padronizada”. Encontraram pessoas armadas e um disparo foi efetuado na chegada dos policias. A polícia reagiu efetuando um único disparo, que atingiu o adolescente.

“Os policiais socorreram o jovem, por perceberam que a ocorrência era grave, um tiro na cabeça. Eles levaram a vítima para o Socorrão 1, na Picape do Denarc”, disse o delegado.

Barraco no São Francisco onde aconteceu a ação da polícia
muel Ferreira morreu horas depois de receber atendimento médico.

Três adolescentes (17, 17 e 16 anos) foram presos na operação policial. Paulo Sergio Barbosa, de 20 anos, conhecido como “Jamaica”; e Ilton Santos Duarte, o “Zezé”, 18, foram detidos.

Um revólver calibre 32 e uma pistola ponto 40, com numeração raspada.

O subdelegado geral Marcos Afonso Júnior afirmou que o adolescente morto estava armado com um revólver calibre 32, e um outro, que fugiu, portava uma espingarda calibre 12.

“A ação foi feita na legalidade. A família sempre aparece quando o indivíduo morre, mas quando ele faz alguma ação criminosa, ninguém da família se apresenta”, disse o delegado.


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