A comunidade da Ilhinha, no São
Francisco, contesta a declaração dada pela polícia, sobre a operação que
deixou o adolescente Samuel Ferreira Pereira, 16 anos, morto com um
tiro. Os moradores afirmaram ao Jornal Pequeno que Samuel que estava numa casa de palafita, não estava armado. A polícia diz o contrário.
“Havia cinco pessoas na minha casa. Eles estavam consumindo maconha e a
polícia chegou atirando”, contou a dona da casa em que Samuel foi
morto. Ela não quis se identificar.
“Ele levantou para tentar correr e foi baleado na cabeça”, completou.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os agentes do
Departamento de Narcóticos (Denarc) estiveram no local para investigar
um ponto de comercialização de entorpecentes e dar cumprimento a um
mandado de prisão contra um homem cujo apelido é “Ceará”.
O delegado Augusto Barros, titular da Superintendência Estadual de
Investigações Criminais (Seic), declarou que os policiais fizeram uma
“abordagem padronizada”. Encontraram pessoas armadas e um disparo foi
efetuado na chegada dos policias. A polícia reagiu efetuando um único
disparo, que atingiu o adolescente.
“Os policiais socorreram o jovem, por
perceberam que a ocorrência era grave, um tiro na cabeça. Eles levaram a
vítima para o Socorrão 1, na Picape do Denarc”, disse o delegado.
Barraco no São Francisco onde aconteceu a ação da polícia |
muel Ferreira morreu horas depois de receber atendimento médico.
Três adolescentes (17, 17 e 16 anos) foram presos na operação policial.
Paulo Sergio Barbosa, de 20 anos, conhecido como “Jamaica”; e Ilton
Santos Duarte, o “Zezé”, 18, foram detidos.
Um revólver calibre 32 e uma pistola ponto 40, com numeração raspada.
O subdelegado geral Marcos Afonso Júnior afirmou que o adolescente
morto estava armado com um revólver calibre 32, e um outro, que fugiu,
portava uma espingarda calibre 12.
“A ação foi feita na legalidade. A família sempre aparece quando o
indivíduo morre, mas quando ele faz alguma ação criminosa, ninguém da
família se apresenta”, disse o delegado.
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