domingo, 2 de dezembro de 2012

Vida de Mulher: Mães com cuidados excessivos com os filhos.


Thais de Souza Gianelli, de 30 anos, não vai mais à manicure, ao cabeleireiro e nem sequer consegue sair a sós com o marido. Há três meses, a produtora audiovisual deu à luz o primeiro filho e, desde então, tenta fazer tudo o que precisa na 1h30 existente entre uma mamada e outra – isso quando as cólicas deixam seu pequeno em paz.

"Eu simplesmente não tive vida social desde que Tomás nasceu. Em muitos momentos, essa falta de tempo para mim foi bem desesperadora", confessa.

A situação pela qual Thais está passando é esperada para qualquer mãe de recém-nascido. O problema é quando essa dedicação inicial se transforma em um cuidado excessivo e permanente.

"O ideal é que, a partir do momento em que a criança largue a fralda, a mãe inicie o processo de desligamento para que cada um – ela e o filho – construa o seu lugar no mundo", ensina a terapeuta Patricia Fernandes.

Prepare a criança para viver no mundo real, e não em um mundo perfeitoNão se esqueça de você


Por trás de toda mãe continua existindo uma mulher. Portanto, é importante ter sempre em mente duas questões fundamentais: o que você gosta e o que você quer.

Não há problema algum em deixar a carreira de lado para dedicar-se mais aos pequenos, desde que isso seja um desejo verdadeiro e que você continue a cultivar momentos íntimos: seja passando um creme na pele ou batendo um papo por telefone com a melhor amiga.

Mesmo em casos que exigem atenção extrema, como filhos com necessidades especiais, é possível que a mulher mantenha sua identidade, por exemplo, indo ao cinema enquanto a criança faz alguma atividade.

"Uma mãe não pode perder o fio da vida dela, porque depois fica muito difícil retomá-lo quando o filho for embora", afirma Patricia. Esse sentimento de vazio é conhecido como “Síndrome do Ninho Vazio”.

Cuidados em excesso podem prejudicar seu filho


Enquanto acredita que está realizando um gesto de amor, a mãe superdedicada acaba por criar um laço de dependência que é muito ruim para o desenvolvimento da criança.

Segundo a terapeuta, "Mães superprotetoras geram pessoas inseguras e com dificuldade de autonomia". Ou seja, ao pegar o prato do filho que já está grandinho para cortar o bife, implicitamente demonstra que ele não é capaz de fazer isso.

 

Dicas para tornar a criança menos dependente da mãe


– Permita que seu filho faça escolhas. Em vez de pegá-lo pela mão e atravessar a rua, ensine-o a olhar para os lados e depois pergunte: “Podemos ir?”.

– Acostume-o a dormir em seu próprio quarto. Isso é importante para que ele crie uma identidade e também para que respeite a intimidade dos pais.

–Tenha uma equipe de apoio. Deixe que o pai, os avós e até professores ajudem com os cuidados. Assim, você pode ter mais tempo para fazer suas coisas.

– Prepare a criança para viver no mundo real, e não em um mundo perfeito.

– Solte-o aos poucos. Se seu filho quer começar a sair sozinho, deixe que ele pegue pão na padaria da esquina enquanto você espia.

– Não deixe de dizer “não” quando necessário, pois o jovem precisa desenvolver a tolerância à frustração.

Fonte: Reproduzido do Portal Vital

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