Presidente Nacional Renato Rabelo do PCdoB |
No programa Palavra do Presidente desta segunda-feira (25), o dirigente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, tratou dos temas em curso após a morte trágica do ex-candidato do PSB, Eduardo Campos, e o realinhamento das forças políticas na disputa presidencial. Renato reafirma que há apenas dois projetos em confronto no Brasil e que a chamada ‘terceira via’ não existe.
Renato apontou que com a incorporação de Marina Silva ao PSB, a coligação liderada por esse partido vivia um dilema que refletia em posições contraditórias na tentativa de esboçar um plano de governo. “Seu programa ainda não tinha chegado a ter uma fisionomia definida, apesar de dar indicações de um modelo de desenvolvimento nacional comprometido com as exigências impostas pelos grandes círculos financeiros globalizados”.
Para o presidente do PCdoB, o PSB homologou a candidatura de Marina Silva após grande pressão da mídia reacionária e de representantes do capital financeiro, “resultando um arranjo de mútuo interesse pragmático, entre Marina e o PSB”. Considerando os últimos acontecimentos, Renato Rabelo disse que “agora a tendência que vai prevalecendo é que Marina se comprometa mais com o modelo neoliberal de resgate da oligarquia financeira, dentro e fora do País”, salientou. Mesmo em decorrência dessa realidade contraditória que passou a viver o PSB, disse Renato, “muitas lideranças desse partido defendem posições contrárias, que se aproximam do campo democrático progressista”, explicou.
Renato explica que após a morte de Eduardo, o realinhamento das forças diante dessa nova situação “não foge à polarização fundamental que existe entre dois projetos que são: a tendência democrática, nacional e popular e a tendência financeira liberal, da base neoliberal”, aponta.
“Terceira via” de aparência
Para o presidente do PCdoB, a anunciada ‘terceira via’ é um expediente político que serve objetivamente à direita, aos extratos dominantes conservadores. “A prova é que são eles a bradar a existência dessa ‘terceira via’ de aparência, numa tentativa de contar com dois planos de ação, A e B, cuja estratégia comum é interromper o ciclo político aberto por Lula no Brasil, derrotando agora a Dilma na tentativa de reeleição à Presidência de República”.
A candidatura de maior confiança desses círculos financeiros liberais e conservadores é de Aécio Neves, portanto, o plano A. Mas eles procuram considerar um plano B, que também possa servir aos seus interesses, por meio da candidatura de Marina, que pode até se tornar a alternativa principal do campo oposicionista, conforme evolui a situação nestas eleições, explicou.
Renato lembrou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já havia feito a afirmação de que torcia pela vitória de qualquer candidato, desde que este derrotasse a presidenta Dilma e as forças progressistas. “Com a candidatura Marina acenando para a direita, os aliados se assanham em vender essa candidatura como protagonista de uma ‘nova política’.”
Marina Silva vem para a disputa indicando seguir as políticas neoliberais dos anos 1990. “Marina vem dando acenos de aproximação com as forças reacionárias e revanchistas contrárias ao período Lula/Dilma, concentrando seu alvo de ataque na presidenta”.
Área econômica
Renato esclarece que “figuras proeminentes e instituições da alta finança, vêm abertamente destacando em Marina sua afinidade com as definições, diretrizes e determinações da oligarquia financeira”, como a defesa do tripé macroeconômico, como uma espécie de senha, dando garantia da sua governabilidade.
Para o presidente do PCdoB, Marina tem demonstrado ser moldável e ajustada aos paradigmas neoliberais, seguindo os interesses geopolíticos dos Estados Unidos e da Europa. Ou seja, contrária à nova situação que consiste no esforço de integração sul e latino americana, e na parceria formada pelos Brics. Longe dessas posições, afirma Renato, Marina assume um perfil obscurantista e fundamentalista, pois incorpora uma imagem de predestinada pela “providência divina” a salvar o Brasil da “velha política”.
O presidente comunista ressalta ainda que Marina não tem compromissos nítidos com a soberania nacional, com o avanço democrático, com a política de valorização da renda do trabalho, do salário mínimo e a garantia da elevação do nível de emprego. Numa situação como esta, diz Renato, “é dever dos comunistas dizer forte e em bom tom para o povo brasileiro, que nestas eleições estamos diante de uma encruzilhada”. Por um lado, as mudanças democráticas e progressistas, o ascenso social das camadas empobrecidas da população, a extensão do mercado interno, e a elevação do papel do Brasil na cena internacional, que só poderão seguir avançando com a reeleição da presidenta Dilma. O outro caminho é o retrocesso das conquistas econômicas com distribuição de renda, o progresso social e a afirmação da soberania do Brasil. Essa é a grande batalha diante do povo brasileiro nas eleições de 2014, assim pensa o PCdoB e assim nós temos dito, conclui o presidente comunista.
Ouça o áudio na íntegra na Rádio Vermelho:
Fonte: Reproduzido do Blog do Renato
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