quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Peça sobre as mulheres na Guerrilha do Araguaia chega em São Paulo


Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos conta a história das mulheres na Guerrilha do Araguaia. A peça que já passou pelo Rio de Janeiro chega agora na capital paulista. A estreia é nesta sexta-feira (16), no Sesc Belemzinho. A temporada dura três semanas, sempre às sextas-feiras e sábados às 21h30 e domingos às 18h30. 

Guerrilheiras foi concebido pela atriz Gabriela Carneiro da Cunha a partir da história de 12 mulheres que lutaram e morreram em um dos mais importantes e violentos conflitos armados da ditadura militar brasileira, a Guerrilha do Araguaia.

Ocorrida entre os estados do Pará e Tocantins, na floresta amazônica, no período entre abril de 1972 e janeiro de 1975, a Guerrilha do Araguaia reuniu cerca de 70 pessoas, sendo dezessete mulheres, que saíram de diversas cidades do país para participar do movimento de resistência à ditadura.

Por meio de um diálogo entre a ficção e o documentário, Guerrilheiras ou para a terra não há desaparecidos é um poema cênico criado a partir da história dessas mulheres, de sua luta e das memórias do que elas viveram e deixaram naquela região. A peça também busca iluminar esse importante episódio da história do país ainda tão nebuloso. “Certas coisas devem ser feitas: manter a chama acesa, relembrar e iluminar a história das lutas e dos lutadores, com todas as contradições que cada luta carrega”, destaca a diretora Georgette Fadel.

Após uma profunda e detalhada pesquisa sobre o tema, equipe e elenco da peça realizaram uma viagem até o sul do Pará com a diretora, a autora e as atrizes Carolina Virguez, Daniela Carmona, Fernanda Haucke e Mafalda Pequenino. Sara Antunes, que também integra o elenco, não participou da viagem, pois na ocasião estava grávida de nove meses. Assim como as guerrilheiras eram de diferentes cidades, a equipe é formada por artistas do Rio, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e da Colômbia.

Foram 36 horas de viagem de ônibus saindo do Rio de Janeiro até chegarem às margens do Araguaia, onde ouviram os relatos de quem presenciou esta história, num lugar marcado pela tradição do massacre. Em uma terra de esquecidos e desaparecidos, onde existe uma guerra velada, há um povo que dá voz àqueles que foram mortos. O cineasta Eryk Rocha documentou todo o percurso da equipe durante os quinze dias de viagem. Os registros audiovisuais, entre rostos e paisagens, serão projetados no palco do teatro, criando um diálogo com as atrizes. Os sons captados do rio acompanham algumas cenas. 

Do Portal Vermelho, com informações da Fundação Maurício Grabois

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