quinta-feira, 6 de março de 2025

Postos de combustíveis inventaram nova trapaça

Foto: Thiago Neme/Gazeta de S.Paulo


Por Karoline Calumbi*

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a Polícia Civil identificaram novos esquemas fraudulentos que prejudicam motoristas em diferentes regiões do país.

A ANP intensificou suas fiscalizações e autuou diversos estabelecimentos por irregularidades. Em Vila Velha, Espírito Santo, um posto foi flagrado vendendo gasolina comum como se fosse aditivada, prática que engana os consumidores e pode comprometer o desempenho dos veículos.

Já em Queimados, na Baixada Fluminense, a Polícia Civil encontrou um esquema sofisticado de adulteração de bombas, no qual motoristas pagavam por mais combustível do que realmente recebiam.

Além disso, a perícia revelou que os valores exibidos nas bombas não correspondiam ao volume real de combustível entregue. A investigação apura se a fraude envolvia um sistema de controle remoto, tornando o golpe ainda mais difícil de detectar.

Fiscalização Rigorosa em postos de combustíveis

Diante da crescente sofisticação dessas fraudes, os órgãos fiscalizadores reforçaram suas ações. A ANP verifica a qualidade dos combustíveis, a adequação dos equipamentos e a correta entrega do volume pago pelos consumidores. As multas aplicadas aos postos infratores variam de R$ 5 mil a R$ 5 milhões, dependendo da gravidade da infração.

É importante mencionar que a lei assegura aos motoristas alguns direitos, como a possibilidade de solicitar testes de qualidade nos postos e exigir o fornecimento correto do combustível. Vale mencionar que denúncias podem ser feitas à Ouvidoria da ANP de forma anônima.

Outro detalhe importante é que os consumidores devem adotar precauções para evitar prejuízos. Entre as medidas recomendadas estão:Dar preferência a postos conhecidos e fiscalizados regularmente;
Verificar possíveis inconsistências nas bombas de abastecimento;
Guardar comprovantes de pagamento para futuras reclamações.

Dessa forma, a intensificação das fiscalizações e a conscientização dos consumidores são fundamentais para combater essas fraudes e garantir um mercado de combustíveis mais transparente e seguro para todos.

*Karoline Calumbi

Jornalista pela UFRRJ, universidade da baixada do Rio de Janeiro. Apaixonada pela profissão e dedicada em diariamente informar e entreter os leitores.


terça-feira, 4 de março de 2025

Marambaia 2025: A Gloriosa Ala do Haroldão Celebra 42 Anos de História!





Desde 1983, quando um grupo de apoio à Escola de Samba Marambaia nasceu, o ilustre e saudoso Haroldão tomou a dianteira, reunindo camaradas de seu partido de esquerda, o PCdoB, para formar uma ala que transcenderia o desfile de carnaval. Com a proposta de conectar os militantes do partido à cultura popular e ao vibrante povo lutador do Bairro de Fátima de São Luís do Maranhão, a "Ala do Haroldão" surgiu como um símbolo de resistência e união.

Haroldão vislumbrou que, além de ser um grupo de resistência, sua ala pudesse ser um local de confraternização e alegria, onde amigos, familiares e militantes do partido pudessem celebrar juntos após um ano de trabalho árduo.

Em 2017, Haroldão nos deixou, mas seu legado perdura. Ele sempre demonstrou um amor inabalável pela Marambaia, chegando a ocupar o cargo de vice-presidente da escola. Embora não tenha vivido para ver sua querida escola sagrar-se campeã em 2018, quando foi homenageado, seu espírito permanece presente em cada desfile da ala que leva seu nome.

A Ala do Haroldão segue desfilando com cerca de 70 componentes, composta na sua maioria por militantes do PCdoB, amigos da família e do bairro. São 42 anos de tradição, contribuindo para que a Marambaia brilhe intensamente e honrando a memória de seu fundador.

Neste ano de 2025 na passarela, celebraremos a força da resistência e a paixão pela cultura popular, perpetuando o legado de Haroldão na Marambaia e nas lutas do povo, representando os romeiros de Aparecida, com o enredo Aparecida, Padroeira do Brasil. Senhora da Fé e da Alegria. 
  
Escute nesse link abaixo, o samba e a ficha técnica: 

domingo, 2 de março de 2025

Carnaval de Passarela de São Luís 2025: Desafios e Dilemas

Marambaia do Samba, campeã do Carnaval de São Luís 2024.
(Foto: Divulgação)

O carnaval de passarela de São Luís, tradicionalmente um dos eventos mais aguardados da cidade, será realizado nos dias 07, 08 e 09 de março de 2025, após as datas oficiais do carnaval. No entanto, este ano, as escolas de samba enfrentam grandes desafios devido ao atraso nos recursos financeiros previstos no orçamento da prefeitura. Esse problema afeta não apenas as escolas de samba, mas também outras modalidades carnavalescas, que ainda não receberam os fundos necessários para suas apresentações.

A maioria das escolas de samba está pleiteando o adiamento do evento para os dias 14, 15 e 16 de março, argumentando que assim teriam mais tempo para se organizarem e se prepararem melhor para os desfiles na passarela do Anel Viário. No entanto, essa solicitação encontra resistência devido a fatores externos.

A prefeitura, sob a liderança do prefeito Eduardo Braide, priorizou o carnaval de banda de palco, investindo pesadamente em bandas de fora do Maranhão. Essas bandas, muitas vezes, exigem pagamentos antecipados para se apresentarem, e esses altos investimentos resultaram na alocação de recursos para além das manifestações culturais locais. Como resultado, blocos Alternativos, blocos organizados, blocos tradicionais, blocos afros, blocos de tribos de índios e as escolas de samba ficam à mercê das decisões políticas e orçamentárias do município.

Esse cenário destaca a necessidade de um equilíbrio maior na distribuição de recursos, para que todas as formas de manifestações culturais do carnaval de São Luís possam ser devidamente valorizadas e apoiadas. O carnaval é uma expressão vibrante da cultura e identidade da cidade, e todos os participantes merecem reconhecimento e apoio para manter essa tradição viva e próspera.

Denúncia

Nosso blog recebeu uma denúncia divulgada no site da câmara dos vereadores, onde o parlamentar do Coletivo Nós, Jhonatan Soares, na tribuna, apresentou números referentes aos valores pagos pela Prefeitura de São Luís para os artistas que se apresentarão na ilha neste Carnaval.

“O cachê da artista Michele Andrade foi de R$ 195 mil em diferentes municípios brasileiros. A prefeitura de São Luís contratou essa artista por R$ 480 mil. A Turma do Pagode recebeu por sua apresentação em diversas cidades brasileiras na ordem de R$ 200 mil. São Luís pagou 550 mil. Klessinha recebeu de cachê R$ 90 mil em outras cidades. São Luís pagou 180 mil. Iguinho e Lulinha receberam em outras localidades entre R$ 250 mil e R$ 300 mil. Em São Luís, eles receberam R$ 480 mil. O DJ Pedro Sampaio recebeu, em São Luís, R$ 150 mil a mais que em outras cidades,” contabilizou o parlamentar.

Jhonatan Soares afirmou ainda que a Prefeitura de São Luís realizou pagamento, no dia 27 de janeiro, das atrações Raça Negra, Ara Ketu, Netinho, Tony Sales, Xande de Pilares, Zé Neto e Cristiano, configurando pagamento antecipado fora da previsão da lei, indício de preço acima do valor de mercado e utilização do orçamento do ano passado para pagar despesas que seriam realizadas no exercício seguinte.

“O prefeito de São Luís pedalou, infringiu a lei, cometeu crime de responsabilidade fiscal. Ele não divulgou o valor dessas atrações, pagou esses artistas antecipadamente quando o orçamento ainda não estava aprovado,” disse Jhonatan Soares.

sábado, 1 de março de 2025

Veto do Ibama à Petrobrás será antinacional e sem sustentação técnica, afirma Capelli

Ricardo Capelli, presidente da ABDI. Foto: João Miguel/ABDI
“As empresas norte-americanas Chevron e Exxon podem explorar petróleo na Margem Equatorial na Guiana. A empresa francesa Total pode explorar no Suriname. E o Brasil não pode? Absurdo. Posição ideológica, antinacional e desprovida de sustentação técnica”, denuncia presidente da ABDI

O cabo de guerra entre Petrobrás e Ibama para permitir a exploração de petróleo na região da Margem Equatorial perdura desde 2023, quando a agência ambiental negou um pedido de licença para a perfuração de um poço na região que compreende o litoral dos estados do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte.

Hoje o debate é figurinha carimbada nos noticiários e escancara contradições típicas do nosso tempo, localizadas na interação entre preservação ambiental e política econômica que moldam a construção da soberania nacional.

Na última terça-feira (27), o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Capelli, disparou nas redes sociais contra o Ibama: “Só o Brasil não pode? As empresas norte-americanas Chevron e Exxon podem explorar petróleo na Margem Equatorial na Guiana. A empresa francesa Total pode explorar no Suriname. E o Brasil não pode? Absurdo. Posição ideológica, antinacional e desprovida de sustentação técnica.”

Capelli não é uma voz isolada pró-Petrobrás, o próprio presidente Lula já manifestou publicamente sua opinião e gerou muitos burburinhos por isso. Lula apoia a exploração da região e está incomodado com o “lenga-lenga” que virou este cabo de guerra entre as agências governamentais.

A centralidade da pauta ambiental e a necessidade de pavimentar os trilhos da transição energética são condições incontornáveis do nosso tempo, assim como o é a construção de uma nação economicamente soberana. Dentre as contradições dessa situação, devemos nos perguntar, ao menos, por que cabe exclusivamente aos países periféricos o fardo da crise climática, enquanto as potências centrais, responsáveis pela devastação ambiental, continuam explorando nossas riquezas naturais?

Evidentemente, o mundo caminha para a superação do uso dos combustíveis fósseis. No entanto, a ciência ainda não encontrou um substituto seguro e economicamente viável para substituir o petróleo. Sendo assim, o Brasil não pode agir de forma irresponsável na questão da segurança energética. Deixar de explorar petróleo, além de não ser uma solução viável, acabará obrigando o Brasil a importar o produto. Aliás já há avisos sistemáticos de que isso ocorrerá em breve caso o Ibama não mude de posição.

Países que fizeram isso, ou seja, que se precipitaram na restrição açodada do uso de petróleo, como a Alemanha, por exemplo, estão em grave crise e regredindo economicamente. Ironicamente, esse país está sendo obrigado a aumentar o uso de gás importado (caro) dos EUA e até de carvão e lenha. Esta posição de abandonar precipitadamente o uso de combustíveis fósseis é, no fundo, a posição do Ibama ao teimar em impedir a Petrobrás, uma das empresas mais seguras do mundo, de explorar o petróleo da Margem Equatorial.