sábado, 1 de março de 2025

Veto do Ibama à Petrobrás será antinacional e sem sustentação técnica, afirma Capelli

Ricardo Capelli, presidente da ABDI. Foto: João Miguel/ABDI
“As empresas norte-americanas Chevron e Exxon podem explorar petróleo na Margem Equatorial na Guiana. A empresa francesa Total pode explorar no Suriname. E o Brasil não pode? Absurdo. Posição ideológica, antinacional e desprovida de sustentação técnica”, denuncia presidente da ABDI

O cabo de guerra entre Petrobrás e Ibama para permitir a exploração de petróleo na região da Margem Equatorial perdura desde 2023, quando a agência ambiental negou um pedido de licença para a perfuração de um poço na região que compreende o litoral dos estados do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte.

Hoje o debate é figurinha carimbada nos noticiários e escancara contradições típicas do nosso tempo, localizadas na interação entre preservação ambiental e política econômica que moldam a construção da soberania nacional.

Na última terça-feira (27), o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Capelli, disparou nas redes sociais contra o Ibama: “Só o Brasil não pode? As empresas norte-americanas Chevron e Exxon podem explorar petróleo na Margem Equatorial na Guiana. A empresa francesa Total pode explorar no Suriname. E o Brasil não pode? Absurdo. Posição ideológica, antinacional e desprovida de sustentação técnica.”

Capelli não é uma voz isolada pró-Petrobrás, o próprio presidente Lula já manifestou publicamente sua opinião e gerou muitos burburinhos por isso. Lula apoia a exploração da região e está incomodado com o “lenga-lenga” que virou este cabo de guerra entre as agências governamentais.

A centralidade da pauta ambiental e a necessidade de pavimentar os trilhos da transição energética são condições incontornáveis do nosso tempo, assim como o é a construção de uma nação economicamente soberana. Dentre as contradições dessa situação, devemos nos perguntar, ao menos, por que cabe exclusivamente aos países periféricos o fardo da crise climática, enquanto as potências centrais, responsáveis pela devastação ambiental, continuam explorando nossas riquezas naturais?

Evidentemente, o mundo caminha para a superação do uso dos combustíveis fósseis. No entanto, a ciência ainda não encontrou um substituto seguro e economicamente viável para substituir o petróleo. Sendo assim, o Brasil não pode agir de forma irresponsável na questão da segurança energética. Deixar de explorar petróleo, além de não ser uma solução viável, acabará obrigando o Brasil a importar o produto. Aliás já há avisos sistemáticos de que isso ocorrerá em breve caso o Ibama não mude de posição.

Países que fizeram isso, ou seja, que se precipitaram na restrição açodada do uso de petróleo, como a Alemanha, por exemplo, estão em grave crise e regredindo economicamente. Ironicamente, esse país está sendo obrigado a aumentar o uso de gás importado (caro) dos EUA e até de carvão e lenha. Esta posição de abandonar precipitadamente o uso de combustíveis fósseis é, no fundo, a posição do Ibama ao teimar em impedir a Petrobrás, uma das empresas mais seguras do mundo, de explorar o petróleo da Margem Equatorial.

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