Empresários e trabalhadores no impasse |
Passado pouco tempo, os empresários
de transporte coletivos da capital, através do seu sindicato, o SET, voltaram a
colocar suas manguinhas do lado de fora. Numa tentativa conhecida de anunciar
que os donos das empresas de ônibus estão falidos querem agora por força
garantir um aumento de 27 % nas passagens.
Na matéria divulgada pelo jornal
miranteano, “SET quer aumento de 27% no valor das tarifas de ônibus de SL”,
eles alegam que existem hoje 23 empresas no ramo que estão com um prejuízo que
somam R$ 5 milhões por mês.
Alegam também se não houver um aumento nas tarifas e que estão a cerca de 09 (nove) anos no prejuízo, não podem cumprir as reivindicações dos
motoristas e cobradores de ônibus que pedem 15% de aumento salarial e mais 23%
no vale alimentação.
O SET ainda coloca uma proposta para
a prefeitura resolver o impasse, além do
reajuste tarifário, ele propõe que benefícios conquistados pela população , como
a gratuidade sejam revistos, e pasmem, que a prefeitura conceda subsídios ao
setor.
Ônibus guaribados |
Pois bem, entendemos que nesse setor
de concessão pública, o poder municipal, obviamente, tem que está controlando e
beneficiando todos os componentes dessa cadeia, tanto o empresário, os
trabalhadores e a população. Porém achamos com convicção que nessa cadeia, quem
sempre leva vantagem lucrativa são os empresários. Podemos relacionar alguns
fatores que levam a classe empresarial ter bastante lucro:
1 - Hoje são centenas de milhares de usuários
por dia que usam transporte de ônibus coletivos na nossa cidade e pagam em
média R$ 1,98 a tarifa;
2 – Não existem grandes investimentos
em renovar a frota com veículos novos. Hoje a maioria dos ônibus tem mais de 15
anos e só vivem no prego. Quando aparece algum diferente é logo identificado
que foi adquirido já usado por outro estado e “guaribado” para parecer novo;
Lata velha |
3 – Não existe investimento em
capacitação adequada ao atendimento ao público. Muitas vezes cobradores,
motoristas e usuários, só faltam se matarem dentro do ônibus, levando pânico e
desconforto a todos;
4 – Trabalhadores trabalham além
das 08 horas, sem hora extra e ainda tem que pagar todo prejuízo de avarias durante sua tarefa diária.
Lei 12.715/2012
Essas são algumas situações que levam
os donos de ônibus a economizarem e lucrarem o suficiente. Mas, a maior
novidade é que o Governo de Dilma sancionou em 2012 a Lei Federal de nº 12.715
que beneficia as empresas de transporte coletivo com a redução da alíquota das
contribuições previdenciárias sobre a folha de pagamento dos funcionários.
Com essa Lei a Prefeitura e o
Sindicato dos Trabalhadores, podem sim questionar os empresário não poderem reajustar
os salários por falta de aumento de tarifas.
Porto Alegre, população contra aumento |
Porto Alegre/RS contra o aumento,
o TCE e o TJ, entraram na briga em favor da população após alegação do MP,
determinaram que a EPTC (veja matéria aqui) revisse o método utilizado para calcular o reajuste
tarifário, que a empresa não pode considerar a frota total de ônibus ao
aumentar as tarifas, já que os usuários utilizam apenas a frota operante e
ainda desconte na passagem a economia que as concessionárias privadas obtêm com
a lei Federal 12.715/2012. E o tribunal de Justiça negou recurso ao Sindicato
das Empresas que queriam derrubar liminar que determinou tarifa reduzida em
Porto Alegre.
Portanto amig@s, a classe empresarial
tem que colocar a “barba de molho” e explicar para todo mundo se ela não foi
beneficiada por essa lei.
Para não receber o benefício da Lei
12.715/2012, a empresa de ônibus tem que ser legalizada.
Agora eu pergunto:
Será que a maioria do empresariado é clandestino?
Por que os empresários que estão a
nove anos no prejuízo, não mudam de ramo?
Por que não largam a concessão e
passam para outros que estão na fila?
E o grande aumento que a gestão
passada concedeu em 2009?
Vamos ao debate!
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