terça-feira, 27 de maio de 2014

“Aqui no Castelão quem manda é o bicão”

Após muitos anos de alto índice de desorganização, irresponsabilidade dos cartolas e falta de apoio empresarial, o futebol do nosso Maranhão evoluiu.
 
Essa evolução tem como principal responsável à ascensão do clube do Sampaio Correa que juntamente com a sua gigantesca torcida se organizou, dando grandes resultados, com boas importantes participações no futebol brasileiro e participação efetiva dos torcedores com sua grande presença no estádio Castelão e Nhozinho Santos, durantes as partidas em casa.
Aproveitando essa boa fase que o futebol maranhense passa [inclusive elogiado pela crônica esportiva do país], o arquirrival do Sampaio, o Moto Club, também segue o ritmo e já se organiza para participar na série D, degrau importante pra chegar à elite do futebol. A ascensão do Sampaio Correa dispensa comentários.
 
Acontece amig@s que mesmo com um certo avanço organizativo no nosso futebol há um grande problema político-administrativo para ser reparado, problema esse que leva os clubes, que gastam muito recursos com jogadores, materiais, manutenção e pessoal, a perderem um razoável quantia na renda em todos os jogos para o famoso “Bicão”.
 
Essa figura que pode ser chamado de outros nomes, como: fileiro, garapeiro, 0800, ou seja, lembra aquela polêmica sobre tirar vantagens nas costas do outros, a famosa “Lei do Gerson”, onde o ex-craque da seleção brasileira, Gerson numa propaganda de cigarro, narrou essa pérola: "Gosto de levar vantagem em tudo, certo?", sintetizando de uma vez só o jeitinho brasileiro de fazer o errado parecer certo.
Na cadeira é o lugar preferido dos bicôes
 
Deixando um pouco de lado esse episódio da “Lei do Gerson, identificando informações nos borderôs dos jogos do Sampaio da série B e Copa do Brasil, até agora em 2014, conseguimos fazer a relação de quanto essa figura tem uma grande influência nas rendas das partidas realizadas no estádio Castelão. Ele consegue “filar mais de 20% dos recursos que deveriam ser aplicados no clube mandante, no caso o Sampaio.
Vejam agora como está a presença dessa figura nos jogos da “Bolívia”, somente em 2014:
Sampaio x Interporto, renda de 4.048 pagaram ingresso e 1.530 filaram;
Sampaio x Paraná, 14.470 pagaram enquanto 3.330 filaram;
Sampaio x Oeste, 10.185 pagaram e 2.554 entraram de graça;
Sampaio x Palmeiras, 18.555 pagaram e os biqueiros somaram 4.204.
Sampaio x Luverdense, 9.373 pagaram ingressos e 2.527 deixaram de pagar ingresso.
Sabemos que em todo tipo evento deve haver cortesias, porém esse tipo de modalidade de ingresso deve sofrer limitações, já calculada muito antes da partida iniciar. Não o que vemos na prática, muita gente dando “carteirada” nos portões de entrada do estádio, uma verdadeira evasão de renda.
O "Bicão" bate no peito e diz muitas frases antes, durante e após o jogo: “Só vou se derem a entrada”, “entrei de graça” e “quando eu vou, eu não pago”. E ainda é o primeiro a baixar o sarrafo quando o time não joga bem.
Portanto, A FMF e os clubes, deveriam evitar essa “festa” e valorizar ainda mais quem paga a entrada. O ato de pagar ele tem um símbolo para lá de importante, não só como dever de pagar o seu entretenimento através do esporte como ajudar financeiramente o seu clube a honrar suas dívidas, bem como investir na melhoria do seu plantel e sua estrutura.
"Bicão" não manda no Castelão e sim o tubarão!

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