Confirmada a denúncia pela Procuradora Geral da República, Raquel Dodge contra o ex-presidente José Sarney e vários membros da cúpula de seu partido o MDB.
São cerca de 100 milhões de propina vindo da Transpetro, empresa subsidiária da Petrobras. Só Sarney recebeu cerca de 18,5 milhões de reais, segundo a delação do ex-presidente dessa empresa, Sergio Machado. Além de José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá, Valdir Raupp, Garibaldi Alves e outros, dividiram os mais de 80 milhões da propina.
Pelo cálculo, o ex-presidente ficou com a maior parte.
O nosso blog apurou no O Globo as informações, leia parte da matéria abaixo:
Essa denúncia foi apresentada em agosto de 2017 pelo então procuradora-geral, Rodrigo Janot. Eles são acusados de participar de um esquema de desvio de recursos da Transpetro. O relator é o ministro Edson Fachin, e a acusação será analisada pela Segunda Turma. Ainda não há data para isso acontecer.
Também foram alvo da denúncia o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, os empresários Luiz Fernando Maramaldo e Nelson Maramaldo e o ex-executivo da Odebrecht Fernando Reis.
Raquel Dodge rebateu as defesas que foram apresentadas ao STF pelos acusados. Um dos argumentos é que a denúncia é baseada apenas em depoimentos de colaboradores. A procuradora-geral, no entanto, disse que esses depoimentos foram "corroborados, ou, pelo menos, acompanhados, por elementos de prova independentes". De acordo com ela, as delações premiadas foram apenas um "ponto de partida" para as investigações.
Ela ainda alegou que, em alguns momentos, a denúncia não detalha atitudes específicas porque trata-se de um "complexo esquema de corrupção e de lavagem de dinheiro envolvendo diversas pessoas, divididas em núcleos especializados em determinadas tarefas".
Para a procuradora-geral, a denúncia evidenciou uma "corrupção sistêmica, de caráter marcadamente político":
"A denúncia deixa claro que os parlamentares denunciados integravam o núcleo político do grupo criminoso, responsável pela indicação e manutenção de José Sérgio de Oliveira Machado, no cargo de presidente da Transpetro, exatamente para obter recursos ilícitos em favor da agremiação partidária dos acusados, o Partido do Movimento Democrático Nacional, e de seus membros", escreveu.
FONTE: O Globo
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