sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Congresso da Impunidade: blindagem aos golpistas e bloqueio às pautas sociais

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Congresso Nacional tem demonstrado uma capacidade notável de articulação quando o assunto é proteger figuras ligadas ao golpismo e à extrema direita. A redução de penas e a suavização de responsabilidades de Jair Bolsonaro e seus aliados mostram como a máquina política se move com rapidez e eficiência quando o objetivo é blindar quem atentou contra a democracia.

A subordinação estrutural da política e da economia

Segundo análises críticas, o Brasil vive uma “subordinação estrutural” marcada pela financeirização e pela dependência externa. Essa lógica não apenas enfraquece a soberania nacional, mas também molda a atuação do Congresso, que se mostra mais preocupado em preservar privilégios e interesses de elites econômicas do que em aprovar medidas que beneficiem a maioria.

A resistência às pautas sociais

Enquanto a impunidade avança com vigor, projetos que poderiam melhorar a vida da população enfrentam enormes barreiras. A proposta de redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais, aprovada na CCJ do Senado, é um exemplo: apesar de representar um avanço para milhões de trabalhadores, encontra forte resistência de setores empresariais e parlamentares, que travam sua tramitação.

Para que pautas sociais avancem, é quase sempre necessário recorrer à barganha com emendas parlamentares. Essa prática transforma direitos fundamentais em moeda de troca, subordinando o interesse coletivo às negociações de bastidores. O resultado é um sistema político que privilegia acordos de conveniência e posterga reformas estruturais.

Mesmo quando pautas estruturais como a reforma tributária ou sociais como o fim da jornada 6x1 avançam na CCJ, o caminho até a aprovação definitiva é marcado por resistência, lobby e negociações intermináveis, em contraste com a agilidade demonstrada pelo Congresso na blindagem de golpistas.

Democracia enfraquecida

O contraste é evidente: quando se trata de proteger golpistas, a mobilização é imediata e eficaz; quando o tema é saúde, educação, trabalho e bem-estar social, o caminho é tortuoso e dependente de barganhas. O Congresso brasileiro reafirma, assim, sua função de guardião da impunidade e dos privilégios, deixando em segundo plano o compromisso com a democracia e com o povo.

Fontes:



domingo, 7 de dezembro de 2025

“Banco Master: a festa de fraudes que desmascara o discurso anticorrupção de Bolsonaro”

Foto:WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO
Durante seu governo, Jair Bolsonaro repetia que “não havia corrupção” em sua gestão. Mas o escândalo do Banco Master, liquidado pelo Banco Central após fraudes bilionárias, mostra o contrário: uma teia de empresários e políticos ligados ao bolsonarismo aparece no centro das investigações.

O epicentro

Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, foi preso pela Polícia Federal, acusado de comandar esquema de emissão de títulos sem lastro e operações internas fraudulentas, transformou o banco em uma verdadeira “festa de esquemas”. Hoje tá solto usando tornozeleira.

Os empresários cúmplices André Felipe de Oliveira Seixas Maia e Henrique Souza Silva Peretto foram presos temporariamente, ligados a empresas que participaram das fraudes, ambos já soltos, mas seguem sob investigação.

Políticos bolsonaristas Ciro Nogueira (PP), ex-ministro da Casa Civil, citado em articulações de lobby para favorecer o banco e Antônio Rueda (União Brasil): aliado político, também mencionado em movimentações de influência. Ambos representam a ponte entre o banco e o poder político em Brasília.

O caso Rioprevidência Pedro Pinheiro Guerra Leal, ex-diretor de investimentos do Rioprevidência, exonerado após liberar R$ 960 milhões em letras financeiras sem garantia para o Banco Master. Sua saída foi recomendada pelo Ministério Público para proteger o patrimônio previdenciário.

Ex-ministros de Bolsonaro Ronaldo Vieira Bento, ex-ministro da Cidadania. Após deixar o governo, assumiu cargos em empresas ligadas ao grupo Master. A CGU identificou irregularidades de R$ 8 milhões em descontos indevidos no Auxílio Brasil, programa que Bento comandava. Já é alvo de pedido de convocação na CPMI do INSS.

A contradição

O escândalo expõe uma incoerência brutal do discurso do ex-presidente sempre afirmando que não havia corruptos em seu governo, mas na realidade, ex-ministros, aliados e empresários ligados ao bolsonarismo aparecem no centro de um esquema bilionário.

O Banco Master não era apenas uma instituição financeira, era um palco de operações fraudulentas, sustentado por uma rede política e empresarial que orbitava o bolsonarismo.

Impacto

Esse caso mostra como a narrativa anticorrupção não resiste à realidade. A presença de ex-ministros e aliados diretos de Bolsonaro em um esquema bilionário reforça a necessidade de investigação profunda e responsabilização.

Mais do que um escândalo financeiro, o Banco Master revela como política e sistema bancário se entrelaçam em fraudes que drenam recursos públicos e fragilizam a confiança da população.


sábado, 6 de dezembro de 2025

“Corolário Trump: América Latina entre a exclusão e a intervenção”


Anunciado pelo governo americano, o chamado “Corolário Trump” reacende velhos fantasmas de intervenção na região.

O anúncio oficial

Em dezembro de 2025, o governo dos Estados Unidos apresentou uma nova Estratégia de Segurança Nacional, evocando a antiga Doutrina Monroe. A medida, apelidada de “Corolário Trump”, foi interpretada como uma tentativa de reafirmar a hegemonia norte-americana no hemisfério ocidental, ampliando presença militar e econômica na América Latina (O Globo).

Políticas contra imigrantes latinos

  • Ao mesmo tempo em que busca controlar a região, o governo Trump mantém políticas duras contra imigrantes latinos:
  • Fim do DACA, retirando direitos de jovens que cresceram nos EUA.
  • Construção do muro na fronteira com o México, símbolo de exclusão.
  • Promessa de deportações em massa, ignorando histórias de vida e contribuições sociais.
Essas medidas reforçam uma narrativa xenófoba, tratando latinos como ameaça, não como cidadãos.

Linha do tempo: Doutrina Monroe até o Corolário Trump:


Mostra os marcos históricos de 1823, 1904, 2018 e 2025, com ícones representando cada fase da Doutrina Monroe à nova estratégia de segurança anunciada por Trump.

Intervenção militar na América Latina

O “Corolário Trump” prevê:

  • Reforço da Marinha e Guarda Costeira para controlar rotas marítimas.
  • Uso de força letal contra cartéis e grupos armados.
  • Ampliação de bases militares em pontos estratégicos.
  • Expulsão de empresas estrangeiras para favorecer corporações americanas.
  • Parcerias seletivas com governos locais, muitas vezes em troca de submissão política.
Essa postura revive práticas imperialistas, tratando a América Latina como “zona de influência” e não como parceira soberana.

A contradição

O paradoxo é evidente: os EUA não aceitam os latinos como cidadãos em seu território, mas querem comandar os territórios onde vivemos. Essa incoerência revela uma visão colonialista, que reduz nossa região a peça de tabuleiro geopolítico, ignorando nossa autonomia e diversidade.

Defesa da América Latina

Como latino, é fundamental afirmar: não somos quintal de ninguém. A América Latina tem direito a decidir seu próprio destino, sem tutela externa. Nossa riqueza cultural, nossos recursos naturais e nossa força social não podem ser subordinados a interesses de Washington.

O “Corolário Trump” deve ser denunciado como ataque à soberania e à dignidade latino-americana. Cabe a nós reafirmar que somos povos com história, identidade e futuro próprios e que não aceitaremos ser tratados como subordinados em nossa própria casa.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

“Literatura, cidade e futebol: Humberto de Campos e o Sampaio Corrêa”

Foto: Blog Roteirando Slz

Por Jorge Antonio Carvalho*

O Sampaio Corrêa parte em viagem para Humberto de Campos, e não é apenas o ônibus que corta estradas e poeiras: é a própria história que se desloca, carregando consigo o peso de derrotas recentes, a sombra de gestões sem credibilidade, e a esperança tênue de que, ao chegar à cidade que leva o nome de um dos maiores escritores maranhenses, possa encontrar no espírito modernista de Humberto de Campos um espelho, uma advertência, talvez até um sopro de renovação.

Mas Humberto de Campos não é apenas o nome de um poeta. É também uma cidade costeira, de mar aberto e dunas que se movem com o vento, localizada a pouco mais de 150 quilômetros de São Luís. Com cerca de 26 mil habitantes, o município guarda uma paisagem de mangues, praias e rios que se confundem com a memória de seus moradores. Ali, o cotidiano é marcado pela pesca, pela simplicidade das feiras e pelo ritmo lento das marés, um contraste com a urgência do futebol, que exige resultados imediatos e vitórias rápidas.

Humberto de Campos

Em A Mulher Dormida, Humberto desenhou a imagem da estagnação, do corpo imóvel diante da vida que passa. O clube, atolado em gestões que não despertam confiança, lembra essa mulher adormecida, incapaz de abrir os olhos para o novo dia. Mas Humberto também escreveu O Amor Volta, lembrando que a paixão, mesmo ferida, pode renascer; que o vínculo, mesmo esgarçado, pode ser reconstruído. É nesse ponto que repousa a esperança da Bolívia Querida: acordar do torpor, reinventar-se, devolver à torcida o orgulho que se perdeu nas madrugadas de derrotas e nas tardes de apatia.

O futebol, como a literatura, é mais do que espetáculo: é expressão da cultura popular, é voz coletiva, é memória viva. Humberto de Campos, a cidade, com suas praias e mangues, lembra que o Maranhão é feito de resistência e beleza. Humberto de Campos, o escritor, lembra que é preciso romper barreiras para dar voz ao povo. O Sampaio precisa fazer o mesmo: abandonar a apatia, abrir-se ao povo, recuperar sua identidade. Só assim deixará de ser figurante e voltará a protagonizar sua própria narrativa.

Foto: Redes Sociais

Viajar para Humberto de Campos é, portanto, mais do que  uma pré-temporada: é um chamado à memória, um convite à reinvenção. Que o clube, ao pisar naquela terra, se lembre do escritor que ousou desafiar o tempo e que, como ele, encontre coragem para virar a página. Porque, no fundo, o futebol é também literatura: cada jogo é um capítulo, cada gol é uma metáfora, cada derrota é uma vírgula que prepara o renascimento da frase seguinte.

*Crônica literária jornalística de Jorge Antonio Carvalho, oficial do blogue.

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

O Ouro do Cerrado: lançamento de obra inédita sobre a soja no Maranhão


Nesta sexta-feira, 28 de novembro de 2025, às 18h, na Livraria AMEI do São Luís Shopping, será lançado o livro “O Ouro do Cerrado – Origem e o Desenvolvimento da soja no Maranhão”, de autoria do Professor Doutor Roberto César Costa Cunha.

A obra é resultado de anos de pesquisa e mergulha na trajetória da soja no estado, desde os primeiros passos de ocupação até a consolidação da cadeia produtiva. O autor reúne dados inéditos, relatos de agricultores, caminhoneiros, técnicos e empresários que vivenciaram a transformação do Cerrado maranhense em um dos polos estratégicos do agronegócio nacional.

A relevância da obra

História inédita: pela primeira vez, a trajetória da soja no Maranhão é narrada de forma completa, do surgimento às frentes de expansão.

Impacto socioambiental: o livro discute as dinâmicas do Cerrado, ressaltando sua importância para comunidades locais e para a sustentabilidade futura.

Agronegócio em foco: a soja é hoje uma das principais forças econômicas do estado, com forte impacto na balança comercial e na geração de empregos.

Segundo o pesquisador, compreender essa história é essencial para pensar o futuro do desenvolvimento regional. O Maranhão, que já figura no mapa nacional da produção de soja, precisa equilibrar crescimento econômico com preservação ambiental, tema que será debatido durante o lançamento, em conversa aberta com o público.

Convite ao público

O lançamento de “O Ouro do Cerrado – Origem e o Desenvolvimento da soja no Maranhão” é aberto ao público e representa uma oportunidade única de conhecer de perto o trabalho do Professor Doutor Roberto César Costa Cunha. Mais do que prestigiar uma obra inédita, os presentes poderão dialogar com um dos principais pesquisadores sobre o agronegócio maranhense, refletindo sobre os desafios e perspectivas do setor.

📍 Livraria AMEI – São Luís Shopping
📅 28 de novembro de 2025, às 18h

Não perca a chance de participar desse encontro que une ciência, história e futuro do Maranhão.

 

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Transporte Público: São Luís precisa romper com esse modelo falido

Foto: Redes Sociais

Greves, subsídios milionários e silêncio sobre licitação mostram que o sistema atual não funciona. A hora é de discutir seriamente a municipalização.

O problema não é novo

Há mais de uma década denunciamos aqui no Conversa de Feira que o transporte público de São Luís estava em colapso. Empresários pressionavam por aumentos de tarifa, recebiam subsídios e isenções, mas entregavam ônibus sucateados e serviços precários.

Hoje, em 2025, a situação não apenas continua, ela se agravou. Greves sucessivas, atrasos salariais e paralisações prolongadas escancaram um sistema que não consegue se sustentar sem dinheiro público.

Subsídios sem transparência

A Prefeitura transfere mensalmente milhões em subsídios para manter o sistema funcionando. Os empresários alegam que só conseguem pagar salários e manter a frota rodando com esse repasse.

Mas a pergunta que não quer calar: se o sistema só existe graças ao dinheiro público, por que continuar entregando sua gestão a empresas privadas?

O silêncio da gestão

Enquanto a população sofre nos pontos de ônibus, a Prefeitura se cala sobre a licitação das linhas. A Câmara convoca audiências públicas, mas não apresenta soluções concretas.

O resultado é um círculo vicioso: crise → greve → subsídio → silêncio → nova crise.

Municipalização: solução ou utopia?

O arquiteto e urbanista Ronei Costa Martins Silva defende que a saída é clara: municipalizar o transporte público.

Se o sistema já depende de recursos públicos, por que não assumir de vez sua gestão como empresa municipal? Assim, o dinheiro do erário seria aplicado diretamente na melhoria do serviço, em vez de sustentar lucros privados.

É claro que há riscos: corrupção, aparelhamento político, má gestão. Mas esses problemas também existem na iniciativa privada. A diferença é que, com uma empresa pública, a sociedade teria mais instrumentos de controle e transparência.

O que está em jogo

Não estamos falando apenas de ônibus. Estamos falando de direito à cidade.

Sem transporte público eficiente, trabalhadores não chegam ao emprego, estudantes não chegam à escola, pacientes não chegam ao hospital.

A crise do transporte é uma crise de cidadania.

São Luís precisa decidir: Continuar alimentando um modelo privado falido, dependente de subsídios milionários.

Ou dar um passo ousado e discutir seriamente a municipalização do transporte público

Perguntas para estimular o debate

Se o transporte público de São Luís já depende de subsídios milionários, faz sentido continuar nas mãos de empresários privados?

A municipalização seria uma solução real ou apenas mais uma promessa difícil de cumprir?

Você acredita que uma empresa pública conseguiria administrar melhor o sistema ou cairíamos nos mesmos problemas de corrupção e má gestão?

Quem deve ter prioridade: o lucro dos empresários ou o direito da população a um transporte digno?

O que seria mais transparente: repassar milhões mensalmente a empresas privadas ou investir diretamente em uma frota pública administrada pela Prefeitura?

Como garantir que, em caso de municipalização, o sistema não vire cabide de empregos políticos?

O transporte alternativo (vans, moto táxis) deve ser integrado ao sistema oficial ou continuar funcionando de forma paralela?

O debate está aberto. E talvez seja hora de a população exigir que o dinheiro público deixe de ser repasse automático para empresários e passe a ser investimento direto em um sistema que funcione para quem mais precisa dele: o povo.

Fontes:


quinta-feira, 20 de novembro de 2025

20 de novembro: Consciência Negra é Resistência, Memória e Voz


No Dia da Consciência Negra, o Brasil se reconecta com suas raízes africanas, honra seus ancestrais e reafirma o compromisso com a luta contra o racismo estrutural. A data, que marca o assassinato de Zumbi dos Palmares em 1695, é mais que uma homenagem: é um chamado à ação.

Territórios de Vida e Dignidade

Quilombos não são apenas heranças do passado são espaços vivos de resistência e cidadania. No Quilombo do Camorim, por exemplo, Adilson Almeida luta para preservar a memória e garantir direitos básicos como saúde e moradia. Segundo ele, “ser quilombola é manter o legado. É entender de onde você veio e saber para onde quer ir”.

Apesar dos avanços, apenas 15% dos territórios quilombolas são oficialmente reconhecidos, e muitos enfrentam ameaças de grileiros e negligência estatal.

A Batalha Contra o Silenciamento

A obrigatoriedade do ensino da história afro-brasileira nas escolas, garantida pelas Leis 10.639/03 e 11.645/08, ainda encontra resistência. Casos como o de alunos evangélicos que se recusaram a estudar cultura africana em Manaus, ou a demissão do professor Ivan Poli por abordar valores civilizatórios africanos, revelam o racismo institucional e o fundamentalismo religioso que ainda permeiam a educação brasileira.

Poli, autor de Pedagogia dos Orixás, afirma: “Negar os valores civilizatórios africanos é negar a própria humanidade que nos constitui como nação”.

Inclusão e Reparação

A política de cotas raciais tem sido um divisor de águas na democratização do acesso ao ensino superior. Até 2011, mais de 110 mil estudantes negros ingressaram em universidades públicas graças às cotas. No entanto, o racismo persiste, inclusive contra os cotistas mais qualificados.

Como destaca o educador Luís Fernando Olegar, “as cotas são um caminho inverso ao mal feito aos negros ao longo da história do Brasil”.

Vozes que Reivindicam Espaço

O escritor Luiz Silva (Cuti) confrontou a postura do poeta Ferreira Gullar, que negava a existência de uma literatura negro-brasileira. Cuti rebate: “No mundo da cultura só existe o que uma vontade coletiva diz que sim e consegue vencer aqueles que dizem não”.

A literatura negra é resistência simbólica, é memória viva, é afirmação identitária.

A Voz que Antecipou a Abolição

Muito antes da assinatura da Lei Áurea, uma mulher negra maranhense já denunciava os horrores da escravidão. Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista brasileira, publicou Úrsula em 1859 e, posteriormente, A Escrava, obra que escancarava a crueldade do sistema escravocrata.

Em A Escrava, Firmina escreve:

Sua obra é um marco da literatura abolicionista e feminista, e sua memória precisa ser celebrada com a mesma força que Zumbi e Dandara.

Memória Viva

Celebrar a Consciência Negra é também lembrar de figuras como:

Maria do Carmo Gerônimo, se tornou símbolo da longevidade e da memória viva da escravidão no Brasil.

Nilo Peçanha, primeiro presidente negro do Brasil;

André Rebouças, engenheiro e abolicionista;

Eduardo de Oliveira, autor do Hino à Negritude.

O 20 de Novembro é um marco de luta, memória e reivindicação. Como disse Adilson Almeida: “Se eu não tivesse consciência, eu não estaria lutando por esse espaço, para manter toda essa memória viva”.

A Consciência Negra é um compromisso com a justiça social, com a valorização da ancestralidade e com a construção de um Brasil verdadeiramente plural e antirracista.

Fontes:

1. ÓperaMundi - Diálogos do Sul – Saúde e cidadania no quilombo

2. Conversa de Feira – Alunos evangélicos recusam trabalho de cultura africana

3. Conversa de Feira – Ivan Poli: O fundamentalismo religioso

4. Conversa de Feira – Dez anos da lei de cotas raciais

5. Conversa de Feira – Cuti: A empáfia do poeta Gullar

6. Iso Sendacz – A Escrava, de Maria Firmina dos Reis

7. Iso Sendacz – Personalidades da negritude brasileira

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Sampaio Corrêa em xeque: a SAF que nunca existiu e a luta por democracia no clube

Foto: Rede Sociais

Por Jorge Antonio Carvalho*

A SAF do Sampaio Corrêa ainda não existe e a gestão atual tenta reescrever os fatos para manter o controle do clube, enquanto o Movimento Sampaio é do Povo avança com ações judiciais por transparência e democracia.

O Sampaio Corrêa vive uma crise institucional que vai muito além dos gramados. A promessa de transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), supostamente liderada por empresários ligados a Rodolfo Landim, ex-presidente do Flamengo, revelou-se uma narrativa frágil e contraditória. A verdade veio à tona: o grupo LG2, de Landim, está negociando com o Confiança de Sergipe, não com o Sampaio.

A contradição exposta

Em vídeo publicado pelo portal Imirante, o próprio Landim confirma que foi apenas procurado por representantes do Sampaio, mas não há qualquer contrato ou compromisso firmado. Isso desmonta a versão sustentada pela gestão de Sérgio Frota, que vinha usando a suposta parceria como justificativa para manter-se no poder e acalmar a torcida.

Narrativas e ataques à oposição

Diante da revelação, a diretoria passou a construir novas narrativas, tentando convencer torcedores desavisados de que nunca houve mentira, apenas “equívocos e recortes”. Ao mesmo tempo, intensificou ataques ao Movimento Sampaio é do Povo, que cobra transparência, mudança estatutária e eleições livres. O movimento já ingressou com ações judiciais pedindo intervenção no clube.

Futebol sem rumo, gestão sem projeto

Enquanto isso, o clube enfrenta dificuldades para montar elenco para o Campeonato Maranhense e a Série D de 2026. A gestão atual segue sem projeto de base, sem planejamento técnico e com contratações que não empolgam. A entrevista recente de Frota à Mirante News FM, longe de esclarecer, revelou ataques à torcida organizada e autopromoção baseada em glórias passadas.

O povo quer o Sampaio de volta

A torcida, especialmente os jovens, mulheres e organizadas, está cada vez mais distante do clube. Mas há uma reação em curso. O Movimento Sampaio é do Povo defende uma virada popular, com gestão participativa, inclusão social e reconexão com a identidade boliviana.

A SAF do Sampaio Corrêa é uma promessa sem lastro. A gestão atual tenta se manter no poder com versões contraditórias e ataques à oposição. Mas a torcida organizada e os movimentos populares estão atentos e exigem um clube transparente, democrático e verdadeiramente do povo.

*Jorge Antonio Carvalho - Oficial do Blog

sábado, 1 de novembro de 2025

Sampaio Corrêa e a Urgência de uma Virada Popular

Torcida do Sampaio em momento de amor com o time (Foto: Lucas Almeida)

Por Jorge Antonio Carvalho*

O futebol brasileiro sempre foi mais do que um jogo. É expressão cultural, identidade coletiva e espaço de resistência. Nasceu elitista, sim, negando acesso a negros, pobres e mulheres, mas foi transformado pelo povo. Com o tempo, os campos de várzea, as arquibancadas improvisadas e os gritos das periferias quebraram as barreiras do racismo e do machismo. Hoje, o futebol é, por natureza, um território de inclusão.

No Maranhão, essa essência pulsa forte. O Sampaio Corrêa, a Bolívia Querida, é símbolo dessa paixão. Mas vive um momento crítico. A distância entre o clube e sua torcida cresceu. A gestão atual, marcada por práticas autoritárias e falta de transparência, tem afastado os torcedores, especialmente os mais jovens, as mulheres e as torcidas organizadas.

Enquanto isso, parte da população se resigna. Torce em silêncio, espera por milagres em campo, ou transfere sua paixão para clubes do eixo sul-sudeste. Mas o Sampaio é do Maranhão. É do povo. E precisa voltar a ser tratado como tal.

O Que Está em Jogo

Não se trata apenas de resultados esportivos. O que está em jogo é o papel social do clube. O Sampaio pode e deve ser um espaço de lazer, cultura, pertencimento e orgulho maranhense. Mas para isso, é preciso romper com a lógica de exclusão e autoritarismo.

A democratização do clube é urgente. Isso significa: 

Gestão transparente e participativa.
Inclusão ativa de mulheres, jovens e torcidas organizadas.
Projetos sociais que conectem o clube às comunidades.
Ações culturais que resgatem a identidade boliviana.

Futebol é Cultura Popular E o Sampaio Precisa Representar Isso

O futebol não é racista. Não é machista. Não é elitista. Ele foi apropriado por essas estruturas, mas sempre resistiu. E hoje, mais do que nunca, precisa ser defendido como espaço de inclusão.

O Sampaio Corrêa tem história, tem torcida, tem alma. Mas precisa de uma virada de chave. Precisa se reconectar com o povo que o fez grande. E essa mudança não virá de cima, virá da base, da sociedade maranhense que não aceita mais ser espectadora passiva.

A Hora é Agora

O Sampaio é do povo. E o povo precisa assumir esse protagonismo. Não como oposição, mas como construção. Não como crítica vazia, mas como proposta concreta. O futebol é nosso e o Sampaio também.

*Jorge Antonio Carvalho - Oficial do Blog Conversa de Feira

sábado, 25 de outubro de 2025

Frota em Resenha: ataque à torcida e elogio a si mesmo

Foto: Redes Sociais

Por Jorge Antonio Carvalho*

Nesta semana, o presidente do Sampaio Corrêa, Sérgio Frota, concedeu uma longa entrevista ao programa Resenha, da Mirante News FM, com duração de quase uma hora. A intenção era esclarecer pontos sobre a transição para SAF e acalmar os ânimos da torcida. O resultado, no entanto, foi o oposto: a entrevista reacendeu críticas e expôs contradições que colocam mais em xeque a atual gestão.

Memórias seletivas e ataques pessoais

Logo nos primeiros 30 minutos, Frota se apoia em glórias passadas para justificar sua permanência no comando do clube. Entre os minutos 28:30 e 30:00, o presidente faz comentários sobre a vida pessoal de ex-jogadores, inclusive ídolos das conquistas do Sampaio com uma falta de respeito que já se tornou marca registrada. A tentativa de desqualificar figuras históricas do clube soa como estratégia para blindar sua própria imagem, ignorando o papel coletivo nas vitórias da Bolívia Querida.

Vídeo como cortina de fumaça

Durante a entrevista, a gestão atual solicitou a exibição de um vídeo antigo que mostra melhorias na estrutura do CT do clube. A intenção era clara: convencer a torcida e a imprensa de que há competência e compromisso com o futuro. Mas o conteúdo do vídeo revela apenas o mínimo de obrigação, longe de representar um projeto sólido de evolução. A tentativa de autopromoção escancarou ainda mais o distanciamento entre discurso e realidade.

Torcida organizada como alvo

O ponto mais controverso surge entre os minutos 45:30 e 47:00, quando Frota afirma que “as torcidas organizadas são o mal do futebol” por não gerarem receita. A declaração foi motivada, segundo ele, por episódios recentes envolvendo torcedores, incluindo relatos de comportamentos inadequados durante jogos, como cenas de teor sexual nas arquibancadas. Em seguida, tenta se retratar dizendo que “não são todas”, mas já havia feito uma acusação pública e virulenta contra uma das torcidas do Sampaio.

Essa visão é não apenas equivocada, mas perigosa. Torcida organizada é parte essencial da cultura de arquibancada, e sua presença é um dos motores de engajamento, identidade e até monetização do clube. Elas atraem jovens, criam atmosfera nos jogos e, em clubes democráticos, têm direito legítimo à voz, voto e até participação na gestão.

O papel da torcida na reconstrução

O Sampaio nasceu do povo e deve continuar sendo do povo. A torcida organizada não é inimiga da transparência, pelo contrário, é aliada na fiscalização, na cobrança e na construção de um clube mais justo. Em tempos de uma suposta transição para SAF, é fundamental que o torcedor não seja tratado como obstáculo, mas como protagonista.

A entrevista, longe de pacificar, escancarou o isolamento da gestão e reforçou a urgência de mudanças profundas no modelo de governança do clube. Como bem pontua o blog Conversa de Feira, “o que está em jogo não é apenas um mandato, mas o futuro de um clube centenário”.

*Jorge Antonio Carvalho - Oficial do Blog Conversa de Feira

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Retrato da política brasileira: quem tem a imagem mais forte para 2026

Foto: Ricardo Stuckert/PR

A mais recente pesquisa Atlas/Bloomberg, divulgada em 24 de outubro de 2025, mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com ampla vantagem todos os cenários testados para as eleições presidenciais de 2026. 

Cenário de 1º turno com Lula 

Lula (PT): 51,3%
Tarcísio de Freitas (Republicanos): 30,4%
Ronaldo Caiado (União Brasil): 6%
Ratinho Jr. (PSD): 3%
Romeu Zema (Novo): 2,5%
Branco/nulo: 5%
Indecisos: 1,9%

Comparação com setembro/2025 Lula subiu de 48,2% para 51,3%.
Tarcísio manteve os mesmos 30,4%.

Recorte por gênero
 
Lula tem 56,2% entre mulheres e 45,6% entre homens.
Tarcísio aparece com 34,6% entre homens e 26,7% entre mulheres.

Cenário de 1º turno com Fernando Haddad 

Fernando Haddad (PT): 43,1%
Tarcísio de Freitas: 30,1%
Ronaldo Caiado: 7%
Ratinho Jr.: 4%
Romeu Zema: 3%
Branco/nulo: 8%
Indecisos: 4,8%

Simulação com Jair Bolsonaro (inelegível) 

Lula: 48,8%
Bolsonaro: 41,3%
Branco/nulo: 6%
Indecisos: 3,9%

Avaliação do governo Lula

48% consideram o governo ótimo ou bom
47,2% avaliam como ruim ou péssimo
51,2% aprovam Lula pessoalmente, contra 48,1% de desaprovação

Imagem negativa: 

Nikolas Ferreira (PL) tem 60% de imagem negativa
Magno Malta (PL) aparece com 59% de rejeição
Damares Alves (Republicanos): 58%
Eduardo Bolsonaro (PL): 57%
Tarcísio de Freitas (Republicanos): 56% 

A pesquisa mostra que esses nomes enfrentam forte resistência, especialmente entre mulheres, jovens e eleitores do Sudeste.

Implicações eleitorais

Com as eleições de 2026 se aproximando, esses dados ajudam a entender o capital político de cada figura pública. A imagem positiva de Lula pode impulsionar o PT em diversas frentes, enquanto a rejeição de nomes da direita pode dificultar alianças e estratégias eleitorais.

A pesquisa AtlasIntel foi realizada pela internet do dia 15 a 19 de outubro, com 14.063 entrevistas. A margem de erro do levantamento é de um ponto percentual, para mais ou para menos.

Fonte: 





terça-feira, 21 de outubro de 2025

Margem Equatorial: esperança de prosperidade para o Norte e Nordeste


A liberação da Petrobras pelo IBAMA para iniciar a exploração de petróleo na Margem Equatorial não é apenas um marco energético é uma promessa de transformação socioeconômica para estados historicamente negligenciados. A região, que abrange Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, reúne cinco bacias sedimentares estratégicas: Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.

Segundo matéria do blog Conversa de Feira, cidades como Oiapoque, Macapá, Belém, São Luís, Parnaíba, Fortaleza, Mossoró e Natal estão posicionadas para se tornarem centros logísticos e industriais, com potencial para atrair investimentos bilionários e gerar milhares de empregos diretos e indiretos. A Petrobras já anunciou mais de R$ 24 bilhões em investimentos até 2028, voltados para perfuração de poços, campanhas sísmicas e infraestrutura.

Royalties e infraestrutura social

Com a produção futura, os municípios envolvidos terão acesso a royalties do petróleo, que poderão ser aplicados em áreas essenciais como educação, saúde, saneamento básico, capacitação técnica e mobilidade urbana. A expectativa é que o modelo de desenvolvimento replicado em Macaé (RJ) durante o pré-sal seja adaptado para o Norte e Nordeste, promovendo uma descentralização econômica inédita.

Comunidades tradicionais e inclusão

O processo de licenciamento ambiental envolveu dezenas de reuniões com comunidades tradicionais, pescadores e lideranças locais. A Petrobras e o IBAMA garantem que haverá monitoramento contínuo e compensações ambientais, como os R$ 39,6 milhões já destinados a projetos socioambientais. A Rede Amazônia Azul também está envolvida em estudos para garantir que a biodiversidade marinha seja preservada.

Potencial energético e soberania nacional

Geologicamente, a Margem Equatorial apresenta características semelhantes às áreas marítimas da Guiana e do Suriname, onde foram feitas descobertas expressivas de petróleo. Isso reforça a visão estratégica da Petrobras de que essa nova fronteira pode garantir a soberania energética do Brasil por décadas, evitando a dependência de importações e fortalecendo a transição energética com recursos próprios.

A equipe do blog Conversa de Feira acredita que, com responsabilidade ambiental e gestão transparente, a Margem Equatorial pode ser o motor de uma nova era de prosperidade para o Norte e Nordeste. É hora de transformar potencial em progresso com inclusão, sustentabilidade e desenvolvimento regional.

Fontes:



sábado, 18 de outubro de 2025

Emendas Pix: STF investiga, senadores da direita reagem, o embate que expõe o uso do dinheiro público.

Foto: Gustavo Moreno/STF
 

Por Jorge Antonio Carvalho*

O que está por trás das investigações do STF e a reação de parlamentares diante da tentativa de moralizar o uso das emendas parlamentares

O Brasil vive um momento delicado de tensão institucional. O uso das chamadas emendas Pix, transferências diretas de recursos públicos feitas por parlamentares a municípios, sem necessidade de convênio ou plano de trabalho, virou alvo de investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob comando do ministro Flávio Dino. A resposta do Congresso? Um pedido de impeachment contra o ministro, protocolado por senadores da oposição ligados à direita e extrema direita.

O que são as emendas Pix?

As emendas parlamentares sempre foram um instrumento legítimo para que deputados e senadores direcionem recursos a suas bases. Mas as emendas Pix, criadas em 2019, permitem que esse dinheiro seja transferido diretamente para prefeituras, sem exigência de projeto ou prestação de contas detalhada. Isso abriu espaço para abusos, favorecimentos políticos e até desvios.

Entre 2020 e 2024, mais de R$ 40 bilhões foram distribuídos por meio dessas emendas, representando 27% das despesas discricionárias da União. No Maranhão, foram mais de R$ 900 milhões, com cidades como Miranda do Norte, Belágua e São Bernardo recebendo valores milionários, muitas vezes sem estrutura técnica para executar os projetos.

A reação do STF

O ministro Flávio Dino determinou a suspensão de repasses a nove municípios e exigiu explicações do Congresso, CGU, TCU e bancos públicos. Ele também convocou uma audiência pública para 23 de outubro, cobrando mais transparência e controle sobre os recursos.

Segundo Dino, “um simples despacho virou crise institucional”, e o que se vive é uma “crise deliberativa”, em que o Congresso resiste a debater medidas de moralização do orçamento.

O pedido de impeachment

O pedido de impeachment foi protocolado em 15 de outubro de 2025 por dez senadores da oposição, todos ligados a partidos de direita e extrema direita. O documento de 37 páginas acusa Dino de atuação político-partidária, censura e conflito de interesses.

Os parlamentares que assinaram o pedido são:

• Eduardo Girão (Novo-CE) – líder da iniciativa

• Magno Malta (PL-ES)

• Hamilton Mourão (Republicanos-RS)

• Carlos Portinho (PL-RJ)

• Damares Alves (Republicanos-DF)

• Luis Carlos Heinze (PP-RS)

• Marcos Pontes (PL-SP)

• Jorge Seif (PL-SC)

• Outros dois senadores do PL ainda não identificados nas fontes públicas

A iniciativa é vista por analistas como uma tentativa de retaliação, já que muitos parlamentares têm redutos eleitorais diretamente beneficiados pelas emendas Pix. O pedido ainda precisa ser aceito pelo presidente do Senado, o que é improvável, dado o histórico de rejeição de mais de 70 pedidos semelhantes.

E São Luís?

A capital maranhense também recebeu emendas Pix, e você pode acompanhar esses repasses por meio do Painel do TCE-MA e do Transferegov.br. O deputado Cléber Verde foi o que mais destinou recursos ao estado, com aumento de 63 vezes entre 2020 e 2024.

Fontes para acompanhar







*Jorge Antonio Carvalho – Oficial do Blogue Conversa de Feira

sábado, 11 de outubro de 2025

Sampaio Corrêa em 2026: Maranhense e Série D, futuro indefinido


Por Jorge Antonio Carvalho*

O Sampaio Corrêa não ficou fora do Campeonato Brasileiro, segundo o sistema da CBF, a Série D é o limite de rebaixamento. O que aconteceu foi que o clube ia ficar sem calendário nacional em 2025 por não ter se classificado em campo. Com a reformulação anunciada pela CBF (veja aqui), o Sampaio voltará a disputar a Série D em 2026, além de permanecer na Série A do Campeonato Maranhense. 

A Bolívia Querida, que é símbolo de resistência e paixão, hoje enfrenta um cenário de apagão técnico e institucional, resultado direto de uma gestão que perdeu o rumo e se afastou da torcida.

SAF e empresários: promessa sem clareza

A atual gestão do Sampaio, liderada por Sérgio Frota, promete montar um elenco competitivo com apoio de empresários ligados ao ex-presidente do Flamengo, Rodolfo Landim (veja aqui). Fala-se em transformar o clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), mas não há definição concreta sobre modelo, prazos ou garantias de investimento. A torcida escuta, mas não vê.

Enquanto isso, o clube segue sem projeto de base, sem planejamento técnico e com contratações que não empolgam. Jogadores sem histórico, sem qualidade e sem identidade com o clube são anunciados como reforços. O resultado é previsível: campanhas pífias e um futebol que não representa a camisa que carrega.

E a CBF, ajuda além das cotas?

Sim. A CBF ampliou o investimento em competições para R$ 1,3 bilhão e criou 82 novas vagas em torneios nacionais. Além das cotas por participação e classificação, oferece:

Programas de infraestrutura e capacitação, como o Licenciamento de Clubes e cursos da CBF Academy.

Apoio técnico e institucional, para clubes que cumprem requisitos de governança.

Projetos de base e desenvolvimento regional, que podem beneficiar clubes como o Sampaio desde que haja articulação com a Federação Maranhense e organização interna.

Mas para acessar esses recursos, é preciso competência, articulação e vontade política. Não basta esperar ajuda, é preciso se preparar para recebê-la.

A cultura do “tem que ter dinheiro”

A frase “tem que ter dinheiro” virou bordão entre torcedores e dirigentes. Mas ela serve mais para afastar do que para construir. Gestão de futebol exige formação, visão estratégica e compromisso com o torcedor, não necessariamente riqueza pessoal. Muitos clubes são dirigidos por pessoas comuns, com paixão e qualificação.

O Sampaio é do povo

O Sampaio Corrêa é patrimônio cultural de São Luís. Não pode ser refém de um ciclo viciado. A torcida precisa acordar, cobrar, participar. O clube precisa de renovação, de ideias novas, de gente que ame o Sampaio mais do que ama o cargo. O momento é de ruptura e de reconstrução verdadeira.

Esta é uma opinião editorial do Blog Conversa de Feira.

*Jorge Antonio Carvalho – Oficial do Blog

Tarcísio contra tributo das bets, mas a favor de taxar gorjeta de garçom?

Tarcísio, que agiu para impedir tributação de bets,
tributa gorjetas de garçons em SP

Enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, articula nos bastidores de Brasília para barrar a tributação de apostas online e grandes instituições financeiras, os trabalhadores da ponta, como os garçons continuam sendo taxados em seu estado.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, está no centro de uma polêmica que escancarou as prioridades fiscais do seu governo. Segundo reportagem da Revista Fórum, Tarcísio mobilizou sua base no Congresso Nacional para derrubar a Medida Provisória 1303/2025, que previa a tributação de apostas online, as famosas bets, além de bancos e aplicações financeiras que hoje são isentas.

A MP, que tinha como objetivo ampliar a arrecadação federal com foco em setores altamente lucrativos, foi rejeitada após intensa articulação liderada por parlamentares aliados ao governador. O movimento gerou críticas por favorecer grandes conglomerados financeiros e empresas de apostas, que movimentam bilhões, enquanto trabalhadores de baixa renda seguem arcando com tributos.

O contraste fica ainda mais evidente quando se observa que, em São Paulo, o governo de Tarcísio mantém a tributação sobre gorjetas recebidas por garçons. Isso mesmo: o valor que o cliente deixa como reconhecimento pelo bom atendimento é considerado parte do salário e, portanto, sofre incidência de impostos como o INSS e o FGTS.

A incoerência entre proteger os lucros das bets e taxar a gratificação de quem serve mesas em bares e restaurantes gerou revolta entre sindicatos e movimentos sociais. Para muitos, a postura do governador revela uma política fiscal que privilegia o topo da pirâmide econômica em detrimento da base trabalhadora.

“É como se o governo dissesse que quem aposta milhões merece isenção, mas quem rala no balcão tem que pagar imposto até na gorjeta. Isso não é justiça fiscal, é injustiça social”, comentou um feirante ouvido pela equipe do blog..

E aí, leitor do Conversa de Feira, o que você acha?

Essa política faz sentido pra você? Quem deve pagar mais imposto: o banco ou o garçom? Manda teu comentário que a gente quer saber da sua opinião!