sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Ao lado do presidente Lula, Márcio Jerry participa do “Viver Sem Limites”


Em solenidade realizada na tarde desta quinta-feira, 23, no Palácio do Planalto, o presidente Lula apresentou o plano Viver Sem Limites, que contempla um conjunto de ações em todo o país para assegurar acessibilidade, inclusão e direitos das pessoas com deficiência.

O deputado federal Márcio Jerry, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados, representou a Câmara no evento e destacou em seu discurso o apoio do parlamento para a execução do plano.

– “O presidente Lula e o ministro Sílvio Almeida podem contar com o apoio da Câmara dos Deputados para implementar o Viver Sem Limites”, assegurou.
Jerry também defendeu a adoção do que ele chama de “federalismo das políticas públicas para as pessoas com deficiência”. Segundo ele, “é necessário coordenar as ações dos entes federados União, estados e municípios para dar complementariedade e maior eficácia às ações de promoção e garantia dos direitos das pessoas com deficiência”.

Seminário – No próximo dia 07 de dezembro a Câmara dos Deputados realizará o seminário nacional “Federalismo das Políticas Públicas para as Pessoas com Deficiência”, com presença de representações de praticamente todos os estados brasileiros. O evento está sendo organizado pela Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência.

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

O ódio dos conservadores ao “pensamento crítico”

Por Ricardo de João Braga*

O núcleo dos pensamentos conservador e reacionário é o seguinte: Deus fez o mundo como ele é e deve ser. Deus pode ser substituído por uma indeterminada “força cósmica superior” ou mesmo a “natureza”. E a ideia de como o mundo é e deve ser remete a um modelo idealizado em boa medida pelo agente que acolhe o princípio. Esclareça-se que a forma como o mundo é e deve ser não se refere às estações do ano, ao brilho do Sol ou ao canto dos pássaros, mas sim à hierarquia social, à disposição dos direitos e forças econômicas e também políticas. Em síntese, a uma determinada forma de desigualdade.

Platão, que contribuiu com elementos centrais ao pensamento conservador – entre as infinitas contribuições que deu ao pensamento humano – em sua obra A República afirmava que cada classe deveria se colocar em seu devido lugar, definido este pela capacidade de cada um para realizar seus papeis sociais, seja governar, proteger a sociedade militarmente ou produzir a subsistência. A ideia se expressa na metáfora que retorna infinitamente: a sociedade é um corpo em que todos os órgãos são importantes e cada um realiza sua função própria. Acrescente-se: um órgão não pode se rebelar e tentar fazer as funções de outro, e um órgão nobre recebe muito mais sangue que a sola dos pés.

O pensamento conservador é aquele que quer conservar o que é importante. Usando uma variação de Lampedusa, até aceita mudar para que tudo fique igual. Já o reacionário é alguém que se quer conservador de um determinado passado, para isso luta por fazer a sociedade retroagir a um estado de coisas por ele escolhido – e via de regra idealizado. Lembram do “eu quero fazer o Brasil voltar 50 anos no passado”?

A ordem social advogada pelos conservadores, como lógica de funcionamento, é apoiada, propagada e divulgada por aqueles positivamente privilegiados. Ao defenderem a propriedade privada, seus grandes apoiadores são os maiores proprietários. Ao defenderem a superioridade dos valores religiosos, são aqueles que buscam se posicionar positivamente nas religiões estabelecidas. Ao apoiar os papeis de gênero clássicos do patriarcado e da submissão das mulheres, são os homens no comando. Assim, a ordem “divina” ou “natural” é uma que, não coincidentemente, o favorece.

Acontece, contudo, que a ordem social não deriva de uma escolha divina ou da natureza das coisas. Classes e papeis sociais, identidades, privilégios não se encontram embaixo de pedras como musgos e vermes, não são frutos da natureza. Se Moisés nos trouxe as tábuas dos dez mandamentos, Jesus, ao contrário, amou e caminhou com a escória de seu mundo – prostitutas, cobradores de impostos, adúlteras, leprosos, miseráveis. Afirmou também que para eles viria em primeiro lugar o reino dos céus. Jesus não fez política, não disse que “Seu reino é deste mundo”, mas conferiu dignidade IGUAL a cada ser humano, independente da ordem social do momento.

O pensamento crítico é então a básica e necessária atitude de compreender que: o mundo dos seres humanos é ordenado pelos seres humanos, é objeto de nossas ações e escolhas, controlemos muito, pouco ou nada as consequências delas – não importa. E se o mundo deriva do que fazem os seres humanos, ele é nossa responsabilidade e, mais que isso, nossa POSSIBILIDADE.

Para quem crê que o mundo é imutável, ou que ao menos algumas estruturas o são ou deveriam ser, o pensamento crítico ameaça. Em termos apenas ideológicos, pensar alternativas e mudanças ameaça a quem tanto valoriza a estabilidade. Contudo, o problema é muito maior, porque a estabilidade em geral favorece os que a querem imutável e é contestada pelos desprivilegiados. Nada de surpreender, convenhamos.

Escola sem partido, ensino domiciliar (homeschooling), críticas aos professores “de esquerda”, os ataques desvairados ao Enem – também obra de “marxistas” e “esquerdistas” infiltrados – expressam no mínimo o desconforto e no extremo o ódio e a vontade de destruir o pensamento crítico.

Em uma sociedade que inerentemente se transforma, revolvida por mudanças econômicas e tecnológicas, que difunde o conhecimento, a escolaridade, que apoia o liberalismo político do todos são iguais perante a lei, o mundo social é questionado. Se essa realidade social se move, para os conservadores a crise está instaurada, o medo bate à porta, o pânico é propagado e a indignação usada como arma política (eis a extrema direita!).

Em um mundo em que tantas transformações ocorrem, podemos abrir mão de questionarmos nossa ordem social e assim procurarmos soluções melhores para todos? Não, não podemos. O pensamento crítico é necessário, essencial, nossa maior esperança de evolução! Repudiá-lo é obra de incompreensão do mundo, ou sustentação de desigualdades injustificáveis e proteção a privilégios.

*RICARDO DE JOÃO BRAGA Economista e cientista político. Graduado na Unesp, tem mestrado pela Universidade de Siegen (Alemanha) mestrado e doutorado em Ciência Política (UnB e UERJ). Coordenador do Congresso em Foco Análise e professor do curso de Mestrado em Poder Legislativo da Câmara dos Deputados. ricardo@congressoemfoco.com.br

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Por quê tanta cumplicidade desse "mundo ocidental" onde somos periferia?


Por Eduardo Marinho*

Na Palestina, o massacre continua. Verdadeiro genocídio, mais de três mil crianças entre os vinte mil mortos. A mídia empresarial obedece os poderes econômicos e engana cotidianamente, há muitas e muitas décadas, as populações, distorcendo, mentindo, escondendo, difamando os que tentam trazer a verdade à tona, os que tentam qualquer conscientização das pessoas em geral. 

A regra é a mesma: manter os povos ignorantizados, desinformados, entorpecidos com entretenimentos que superficializam as mentalidades e com desejos de consumos impossíveis, além de compulsão por consumos possibilitados com sacrifícios a médio e longo prazo, comprometendo os já insuficientes ganhos e salários. 

Não há teoria ou crença que me faça acreditar que Deus tem alguma coisa a ver com aquilo que acontece nos espremidos “territórios palestinos”, na verdade resistentes a toda a gigantesca pressão pra irem embora. 

A intenção, clara pra mim, é esvaziar a antiga Palestina – que era inteira quando começou a receber o povo judeu, diga-se de passagem, de braços abertos. Lembro da época do domínio britânico, no princípio do século, quando o império percebeu que poderia perder o controle da área ou ter problemas na sua administração com a quantidade crescente de judeus arribando ao território, e estabeleceu um controle rígido dessa imigração. 

Uma das leis é reveladora: ameaçava com punições os palestinos que escondessem judeus em suas casas, porões e galpões, que haviam entrado no território clandestinamente. Em 1947 e 48 foi criado, com influência e pela comoção causada na descoberta do genocídio nazista, o Estado de Israel. Bem em cima e com as mesmas fronteiras da Palestina – que hoje alguns deles alegam nunca ter existido. 

A primeira vez que soube dessa história foi em 82, numa calçada no interior de Minas, expondo artesanato. Meu “vizinho” de exposição era um palestino, no Brasil havia dois anos e casado com uma brasileira. Ele me contou a história da vida dele. Era o mais novo de oito irmãos e morava com a família em algum lugar da Palestina. Os pais haviam plantado oliveiras no terreno – um símbolo de enraizamento, além de produzir azeitonas – e criavam seus filhos, todos homens, com o trabalho na terra árida da região semi-desértica. 

Lembro que ele se emocionou e interrompeu a fala algumas vezes – sem chorar, ou era um chorar dentro, sem lágrimas. Típico de quem teve que superar muito sofrimento na vida. Primeiro eles cortaram as oliveiras, algumas foram queimadas. Os pais entraram em tristeza, o irmão mais velho entrou pra guerrilha, então com o nome de Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Sumiu no território, pra não envolver a família. Mas o exército descobriu a casa a derrubou, com tratores blindados e a proteção dos fuzis, alegando ser “casa de terrorista”. Em seguida o irmão guerrilheiro foi morto. Dois outros foram pra guerrilha, ficaram cinco “pra cuidar dos pais”. Expulsos de sua casa e de sua terra, eles foram para um campo de refugiados na Jordânia. Com a perda do seu lugar e a morte do filho mais velho, a mãe não resistiu à tristeza, entrou em depressão e morreu em meio às dificuldades dos campos de refugiados. Não demorou muito e o pai também morreu, de tristeza na minha opinião. Aí entraram todos pra OLP, não havia outro sentido na vida pra eles. 

Uma luta desigual, foram morrendo todos, até que ficaram só três, o meu amigo era o mais novo deles. Não tinham tanques nem aviões, muito menos navios de guerra. Não possuíam tecnologias de radares ou comunicações mais sofisticadas. Um dia ele estava numa barraca com os dois irmãos mais velhos e amanheceu o dia. Os dois dormiam e ele, na tradição do “respeito aos mais velhos”, saiu em silêncio pra não incomodar e foi num riachinho que corria no fundo do vale, lavar a cara e fazer seus procedimentos da manhã. Já se preparava pra subir a encosta quando ouviu um monte de tiros de vários calibres. Escondido numa gruta, esperou – não podia fazer mais nada. Foram mais de meia hora de tiros cerrados, muito tiro, ele me contou com um sorriso triste. Esperou quase a manhã inteira, horas depois dos tiros pararem, pra subir até onde estava a barraca. Os dois irmão estavam mortos, irreconhecíveis, varados como a própria tenda. Não tiveram tempo nem de se levantar. As armas haviam sumido. “Sou o último da linhagem da família”, ele pensou. 

Talvez – não me lembro, tem muito tempo – ele tenha se sentido na obrigação de se preservar, na preservação da existência de sua própria família. E de onde estava, desceu pro litoral, se escondendo pelo território árido, de pedra em pedra, de moita em moita. Então conseguiu convencer um comandante de navio a levá-lo pra fora dali, explicou a situação e encontrou a solidariedade de um capitão, se não me engano, grego, comandante de um navio que estava no porto. Embarcou “escondido” pelo próprio comandante e veio fazendo pequenos serviços, de porto em porto, até que, no litoral brasileiro, viu semelhanças na vegetação, palmeiras de vários tipos. 

Movido pela intuição, desembarcou. Era o tempo dos hippies e, logo, ele estava fazendo artesanato pra viver. Assim ficamos amigos por quase um mês, eu admirando o caráter e o senso de justiça dele, no trato cotidiano, a amorosidade com a mulher e o filho, o escrúpulo nas transações feitas, sempre levando em conta o que seria justo. Claro que ele trazia dentro de si o guerrilheiro, que podia se tornar perigoso diante das injustiças tão frequentes, tão comuns e, às vezes, tão descarada e violentamente impostas no cotidiano da parte de baixo da sociedade. Era a vivência, os valores desenvolvidos na guerra de massacre onde tinha perdido a família inteira. 

Convivi coisa de um mês com esse cara, aprendi um monte com ele, que me deu material pra reflexão por muitos anos. Aliás, anos depois, já morando na aldeia de Arembepe, eu abrigava um mestre de capoeira amigo na minha casa – ele precisou de alguns meses fora de circulação em Salvador – e ele se fazia “guia” pra gringos – com o papel de segurança incluído – e voltou do Mercado Modelo com um casal de israelenses. Eles tinham passado cinco anos no exército e dado baixa recente, recebendo na saída seis meses de férias. Estavam viajando pelo mundo. Com eles eu soube que ao terminar o ensino médio, todo israelense tinha que fazer o serviço militar – a não ser que tivesse um bom motivo pra não fazer isso. E percebi a impossibilidade de conversar sobre os palestinos. 

Os israelenses não admitiam nem a palavra palestino, “eles são árabes e querem a destruição de Israel”. Quando tentei contar a história do meu amigo, eles se exaltaram. “Eles mentem! Eles mentem”, gritava a mina, com olhos arregalados e as veias do pescoço saltadas. O cara ficava tão indignado que saía da minha palhoça, rosnando, e ficava lá fora – talvez pra não quebrar a minha cara. E ela desfiava o rosário de sofrimentos do povo judeu, me chamando de ignorante e incapaz, “você não pode entender”, “o que acontece lá é muito mais complicado do que você pode imaginar” e outras dispersões. Eu freava minha curiosidade, sentido que a insistência ia trazer insultos cada vez mais pesados. Não é comum? Quando as pessoas se apegam a “verdades convenientes” e não têm como sustentar essas verdades, partem pra ofensa, você é um isso, um aquilo, um aquilo outro. 

O próprio sistema de comunicações empresarial, a serviço, evidentemente, dos “grandes interesses econômicos” (leia-se um punhado de podres de ricos), prepara e fornece os insultos, desde “comunista” até “diabólico”. Profissionais de consciência vendida (na melhor das hipóteses, porque a perversidade é outra possibilidade), mas extremamente competentes na sedução, no convencimento, na difamação, na produção de ódios, de valores, desejos... um esquema desumano, pervertido e perverso, construído pra gerar alienação, desinformação, pra conduzir a opinião pública, além de mantê-la na superfície, sem aprofundamento nenhum na observação da realidade e da nossa estrutura social. 

Os argumentos de apoio ao genocídio do povo palestino, através de massacres que já vêm há mais de setenta anos, são sempre os mesmos. Pra quem procura se informar de verdade – e não das “verdades” que lhe convêm – com algum senso crítico e de observação dos fatos, são argumentos vazios. Nada pode justificar o massacre cotidiano nesses anos todos, muito menos esses períodos de terror, onde edifícios residenciais, escolas, hospitais e qualquer lugar, com o pretexto absurdo de que “eram centro de treinamento de terroristas”. É óbvio que um dos objetivos mais importantes desses procedimentos difíceis até de classificar de tão insanos, perversos, indiferentes a tanto sofrimento causado indistintamente ao povo palestino inteiro, é ter a terra toda, transformada a Palestina em Israel e “sem árabes”. Ou seja, retirando totalmente os palestinos do território que, até 1942, era designado nos mapas como “Palestina”. Seja com expulsões ou com assassinatos. 

O extermínio do povo não é indesejável pra Israel – basta ver a quantidade de crianças e mulheres, símbolos da continuação de existência de qualquer população, que são alvos de ataques brutais que, depois, são justificados com a afirmação de que era um lugar de treinamento, encontro ou qualquer coisa dos que chamam de “terroristas”, mas que são a resistência a um terror de Estado, cotidiano. A água é controlada e só corre uma vez por semana nas torneiras. A energia elétrica funciona por cinco horas a cada dia – difícil conservar alimentos e alguns medicamentos. A cerca de oito metros de altura e as passagens controladas, ferrenhamente, por militares que odeiam, planejada e induzidamente – desde a infância – os palestinos, tornam a vida um inferno. Os que trabalham, por necessidade, pra israelenses, têm que passar todo dia pelas humilhações dos “pontos de passagem”.

Ontem ouvi um jornalista – evidentemente não da mídia empresarial – contabilizando mais de mil moções de repúdio, condenação e determinações da ONU contra Israel, que nunca respeitou nenhuma delas, mesmo sobre os declarados “crimes de guerra” pela maioria dos países. O que faz pensar... Por quê as maiores potências mundiais apóiam Israel, sem condições nem condenações, com todo o aparato de comunicações atuando pra justificar tudo o que vem à tona e manter escondido o que não vem? Alguns dizem que Israel serve de “cabeça de ponte” pro império anglo-estadunidense – tradicionais ladrões de petróleo pelo mundo todo – mas eu acho pouco. 

Durante minhas observações e vivências da sociedade, fui me aproximando da percepção de que os verdadeiros maiorais de cada sociedade são os seus banqueiros. Só olhando como os prefeitos fecham com os mais ricos dos seus locais e os servem, o mesmo se aplicando em relação aos governadores, ao presidente, aos deputados e senadores, o poder econômico é prioridade em todo canto e em todos os níveis da estrutura social. O ser humano comum está obviamente em segundo plano. E, entre os ricos mais ricos, não são os banqueiros os maiorais, que guardam, aplicam e põem pra render o dinheiro de todo mundo, inclusive o mundo das multinacionais – do tráfico, das indústrias de armamentos, farmacêuticas, alimentícias, mineradoras e todas as outras? Aí eu volto à pergunta – por quê o apoio incondicional a Israel, independente de todos os crimes gravíssimos cometidos contra o povo palestino? 

Eu não sei de muita coisa, não. Mas olho com atenção, senso crítico e de justiça, busco as fontes “escondidas” (mas não difíceis de achar, pra quem tá interessado mesmo em saber da realidade, além do que nos é mostrado, que é uma verdadeira farsa. A mídia empresarial foi feita pra manipular a realidade, enganar a gente, atacar os bons e exaltar os maus, invertendo valores e posições). E acabo escapando dos enquadramentos e formando minha própria visão, senão verdadeira, pelo menos mais próxima da realidade do que o jornalismo de consciência comprada – com fortuna, fama e privilégios – permite enxergar. Toda solidariedade ao povo palestino. 

O massacre está escapando do controle midiático, com a existência da internet, que nem cortando a energia em toda Gaza deixa de denunciar toda a barbárie, a perversidade e o extermínio pretendido desse povo. Estamos em tempos de revelações planetárias, no processo de transição. O ódio, a alienação e o fanatismo são usados à farta pra conter o processo. Pelo que vejo, não adianta e não vai adiantar. O perigo é o que vai ser feito nessa tentativa de contenção pelos dominantes – porque eles detêm poder demais e não vão se conformar “assim, no más”, em perder esse domínio e controle sobre o planeta inteiro. Já vêm perdendo há tempos, mas a arrogância cega e eles não enxergam. Fazem de tudo pra evitar o inevitável e é aí que está o perigo. 

Estamos num período intenso de um processo de mutação permanente que já vem de incontáveis milênios e que segue através dos tempos, dias, meses, anos e séculos, a caminho dos novos milênios a serem caminhados. Tudo é mudança, todo o tempo. Não há nada que não mude – embora não possamos resolver o ritmo. A única permanência que eu reconheço é a da mudança. Não há como resolver o processo, mas sim escolher como participar dele da forma mais produtiva possível. 

Viver de acordo com a própria consciência já é uma grande “vitória” nesta nossa sociedade – que nos oferece privilégios em troca das violações, da conivência e da colaboração com toda essa perversidade social que ainda nos assola. Observação - a foto é de algum jornal engajado nos movimentos sociais e foi tirada por volta de 2010, atravessando a avenida Presidente Vargas, em manifestação pró Palestina, como tá na cara.


*Eduardo Marinho:
Oficial do Blog Observar e absolver.
“Eu não carrego verdades, carrego muitas dúvidas, mas tenho cá minhas convicções, e não quero impô-las a ninguém...”