O
nosso blog está preocupado e trabalhando que a sociedade entenda o caos que a nossa
cidade passa na área de educação, como a falta de aulas, obras inacabadas nas
escolas, alimentação escolar de baixa qualidade, professores desmotivados, alunos
sem esporte, sem arte cultural, ou seja, uma situação caótica do sistema, porém
os repasses do FUNDEB e FNDE foram repassados normalmente pelo Governo Federal.
Portanto,
convidamos para uma entrevista, uma pessoa que tem experiência de movimentos
sociais e que vem demonstrando na sua campanha a vereador nestas eleições, proposta
para melhoria da nossa educação.
Julio
César Rego Guterres é conhecido na política ludovicense como uma pessoa de luta
no movimento sindical e comunitário, lutador na defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
É presidente Estadual da CTB, já presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos do Ma,
hoje é diretor do Sindicato dos Educadores do Ma e desde 1972, milita no PCdoB.
CF: Primeiramente, gostaríamos que
você se apresentasse aos internautas de São Luís como candidato dizendo seu
nome e número de candidatura:
Júlio Guterres: Meu nome na campanha é Júlio
Guterres com o nº 65 123.
CF. São Luis é uma cidade de grandes potencialidades
econômicas e naturais. Por que ainda apresentamos índices socioeconômicos
sofríveis?
Júlio Guterres: São Luís é a capital política,
econômica e a maior cidade do Maranhão. Uma região metropolitana com mais de um
milhão de habitantes e 400 anos de história. Dizíamos em 2008 que a cidade estava diante de
uma encruzilhada entre dois caminhos: o da permanência de um crescimento
distorcido e excludente ou o da busca de um modelo sustentável de
desenvolvimento com democracia, valorização do trabalho e cidadania. Quatro
anos depois só aprofundamos esse dilema e todos os principais problemas se
agravaram!
Não temos uma política para o setor de
serviços, responsável por cerca de 40% do nosso PIB municipal. Aí está incluído
o turismo e sua interface com a cultura e o saneamento, por exemplo. Ora, falar
de turismo como um dos eixos estruturantes da economia local com uma Fundação
Municipal de Cultura que não tem orçamento e planejamento - além de gozar de
baixa reputação entre os artistas locais por não honrar seus compromissos -, de
praias poluídas e um centro histórico deteriorado é uma brincadeira de mau
gosto! Não teremos uma política de turismo sólida e economicamente viável sem
ter água e esgotos tratados e saneamento básico! Essa é uma política econômica
que interfere diretamente nos índices sociais. Mas atualmente não temos nada!
Não
há uma política de produção e beneficiamento de alimentos locais. Não há uma
política de comercialização da produção, que envolve feiras e mercados. Não há
uma política para a pequena e média empresa. Enfim, a prefeitura não trabalha
como indutora e organizadora do processo de desenvolvimento da cidade.
Falta,
portanto, a decisão política para seguir o caminho do crescimento sustentável,
com democracia e valorização do trabalho. É por isso que as grandes potencialidades
econômicas e naturais de São Luís não se revertem em índices sociais positivos.
Na
câmara municipal vou dar especial atenção à produção e ao trabalho. Realizarei
audiência pública com os diversos setores na intenção de propor um conjunto de
leis e pactos pelo trabalho e saneamento dos bairros e praias.
CF: Nos últimos 20 anos, existiu
em São Luís algum crescimento de forma planejada a ponto de considerarmos que
poderia está melhor? Cite dois exemplos.
Júlio Guterres: A única ação de envergadura,
embora pontual, de crescimento planejado em São Luís foi o PAC do Rio Anil. A
retirada das palafitas, o saneamento da região e a construção da avenida foram
a maior ação de planejamento urbano que São Luís teve nos últimos vinte anos!
Mas é uma obra do PAC, do governo federal! Atualmente, a prefeitura e a câmara
estão ausentes deste debate!
Numa
região metropolitana com mais de um milhão de habitantes temos que planejar seu
crescimento e agir sobre as deficiências já existentes. Moradias, saneamento e
transporte precisam de um planejamento de médio longo prazo. Deve ser política
da prefeitura e não de prefeitos!
Meu
mandato será uma trincheira na defesa da reforma urbana e da luta pela regularização
fundiária. Proporei a criação do Fundo Municipal de Habitação e Desenvolvimento
Urbano que, com parcerias com a Caixa Econômica Federal e outros bancos
públicos, ofertará moradias populares e intervenções urbanas em áreas de risco
ou degradadas. Essa será uma grande tarefa do meu mandato popular.
CF: Quais os maiores equívocos cometidos pelos
governos recentes quanto às políticas públicas em prol do desenvolvimento de
São Luis ?
Júlio Guterres: O principal problema que aflige
as políticas públicas de desenvolvimento de São Luís é o mesmo que afeta o
Maranhão: o problema político!A opção pelo desenvolvimento para poucos,
excludente e desigual não é natural, é uma opção política!
Precisamos
ter uma câmara fiscalizadora, independente e propositiva para atender os
clamores da sociedade. Acredito que o legislativo tenha responsabilidades para
com o desenvolvimento global da cidade. Optamos por uma visão da totalidade do
desenvolvimento que inclua a valorização de amplas parcelas trabalhadoras e
produtivas ao sistema econômico. O desenvolvimento com valorização do trabalho
e democracia é a nossa bandeira política na câmara dos vereadores.
CF: O senhor consegue identificar
alguma inovação na gestão, no planejamento ou nas políticas públicas de
desenvolvimento nas sucessivas administrações em São Luis?
Júlio Guterres: Sim, consigo identificar algumas
experiências que infelizmente não tiveram continuidade, pois eram ações
pontuais de governos e não políticas de estado. São elas: os pólos de produção
da zona rural e a revitalização das feiras e mercados públicos da cidade.
Essas
experiências embrionárias devem ser retomadas em novos patamares. Só com essas
ações estamos falando em mais de dez mil empregos!!! Qual indústria de São Luís
gera dez mil empregos? Na Câmara
defenderei a revitalização da produção agrícola, pesqueira e de beneficiamento,
além de uma política de comercialização eficaz!
CR: O senhor que é ligado à educação. Qual o papel
da Educação no processo de desenvolvimento da cidade de São Luis?
Júlio Guterres: A educação é à base do
desenvolvimento. A rede pública municipal deve criar condições de permanência,
aprendizagem e progressão dos alunos em um sistema integrado de educação,
esporte, informática, cultura e alimentação! Só assim daremos condições a
amplas parcelas da população de se qualificarem para ingresso no mundo do
trabalho. Sem educação não há desenvolvimento que se sustente.
CF: O grande Paulo Freire nos ensina que sem
educação ninguém vai para frente. Você concorda? Nosso atual modelo é arcaico?
Qual o modelo ideal para educação?
Júlio Guterres: Como disse acima, precisamos de
um sistema integrado de educação. Precisamos universalizar a educação infantil,
construir e reformar escolas, aumentar a oferta de vagas, contratar mais professores,
técnicos e funcionários, respeitar e capacitar os trabalhadores da educação!
Precisamos
criar nessas escolas condições de aprendizagem, centros de informática,
esportes e ensino profissionalizante. Todas as escolas devem ser em tempo
integral. O sistema municipal de educação tem ao seu dispor o maior número de
aparelhos públicos. Se esse sistema for gerido de maneira adequada, com
profissionalismo e democracia, temos um importante sistema agindo em benefício
da população.
CF: Qual sua opinião sobre a atual gestão da SEMED
e quais pontos positivos e negativos?
Júlio Guterres: A Secretaria Municipal de
Educação está acéfala, sucateada e atendendo a interesses estranhos à sua
missão. Em menos de três anos tivemos quatro secretários de educação! Como pode
um sistema público que requer um grande e importante planejamento ter quatro
secretários em menos de três anos? Falta
compromisso e sobra incompetência do gestor municipal!!
Na câmara vou cobrar a presença
dos secretários para prestar contas e esclarecimentos das suas gestões! Um
absurdo como esse não pode ficar assim.
CF: Existem razões técnicas para os alunos ficarem
6 meses sem aulas?
Júlio Guterres: Não, não existem essas razões! A razão dos alunos
ficarem seis meses sem aulas é a inoperância do prefeito e sua incapacidade de
gerir o sistema municipal de educação. Se fosse para atribuir uma nota para o
prefeito João Castelo na área da educação, sem dúvida ele estaria reprovado com
um retumbante zero! E a maioria da câmara municipal se mantém omissa diante
desse quadro, com raras exceções.
CF: Obrigado Júlio Guterres por essa oportunidade de entrevistá-lo e fique a vontade para pedir o voto.
Júlio Guterres: Certo. Bem internautas, eu tenho certeza que vocês estão querendo renovação e que a nossa câmara passe para o patamar de cobrança do executivo nas ações que venham beneficiar a maioria da população. Por isso peço seu voto para contemplar com muita luta e dedicação esse seus anseios. Muito obrigado!
OBSERVAÇÃO: Se algum candidato se interessar em discutir sobre esse tema, pode entrar em contato pelo e-mail: jorgeantonio65@yahoo.com.br. que podemos organizar entrevista.
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