quarta-feira, 18 de março de 2020

Governo vai pedir calamidade pública ao Congresso; contas podem fechar com rombo de R$ 200 bi


O Palácio do Planalto pedirá ao Congresso Nacional o reconhecimento do estado de calamidade pública para ampliar os gastos com o objetivo de enfrentar a pandemia do novo coronavírus. O governo Jair Bolsonaro, em nota, justificou que a medida garantirá recursos para a "proteção da saúde e empregos dos brasileiros" diante da perspectiva de queda de arrecadação. Se aprovada, a medida terá efeito até 31 de dezembro de 2020.

De acordo com um integrante da equipe econômica, o governo deve divulgar na próxima sexta-feira, 17, que fechará as contas com rombo de R$ 155 bilhões, acima da meta atual, que permite déficit de até R$ 124,1 bilhões. No entanto, essa previsão toma como base crescimento da economia de 2,1% em 2020 e preço do petróleo de US$ 52, mas eses números devem piorar. Como as projeções já estão defasadas, a equipe econômica vai ter liberdade para atualizar a previsão de déficit para o ano além da que vai estear no documento.

Estado apurou que será preciso que as contas fechem com rombo de até R$ 200 bilhões para dar conta da necessidade de ampliação de gastos para enfrentar a crise pelos cálculos atuais. Na prática, porém, com o estado de calamidade pública para todo o ano, o governo pode registrar qualquer valor de rombo, pois não precisa cumprir nenhuma meta.

Horas antes do anúncio do Palácio do Planalto, o Estado informou que o senador José Serra (PSDB-SP) se anteciparia e apresentaria decreto legislativo propondo que seja reconhecido o estado de calamidade pública no País por causa dos efeitos da pandemia. Com a divulgação de que fará isso, Bolsonaro evita dar o protagonismo da solução de mais recursos para enfrentar a crise ao Congresso.

O artigo 65 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), marco legal das contas públicas para União, Estados e municípios, permite a suspensão de metas fiscais na ocorrência de calamidade pública, incluindo a necessidade de bloqueios no Orçamento. Se não for aprovado, o governo teria que fazer um contingenciamento em torno de R$ 30 bilhões para cumprir a meta de R$ 124,1 bilhões. No caso da União, a calamidade precisa ser reconhecida pelo Congresso. As assembleias legislativas e câmaras de vereadores devem fazer o mesmo para Estados e municípios, respectivamente.

Novas medidas


Duas frentes novas de medidas estão sendo desenhadas: um benefício temporário de renda para os trabalhadores informais e a suspensão temporária dos contratos de trabalho para empresas em dificuldade. O trabalhador que tiver o contrato suspenso receberá seguro desemprego do governo. O foco é o setor de serviços, o mais afetado pela crise. Essa medida já foi adotada na crise financeira internacional de 2008 e deve custar cerca de R$ 15 bilhões.

O presidente Jair Bolsonaro informou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, está preparando um programa de auxílios aos trabalhadores informais. "Algo parecido com um voucher. Está faltando definir o montante e como é que você vai organizar esse pagamento", afirmou. O Estado apurou que, a depender do tempo em que o benefício ficar em vigor, o custo do programa pode ficar em torno de R$ 20 bilhões.

O governo ainda terá que administrar a perda de receita com a queda do petróleo e com o PIB mais fraco. Para cada 0,1 ponto porcentual de PIB menor, a receita diminui entre R$ 1,5 bilhões e R$ 2 bilhões. Relatório da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado apontou uma queda de R$ 17 bilhões de receitas da União relacionadas a royalties do petróleo.

Outros R$ 16 bilhões de receita com a privatização da Eletrobrás terão que ser retirados da previsão de arrecadação devido à dificuldade de aprovação de projeto de lei de privatização da estatal.

O governo também terá que administrar a redução dos dividendos dos bancos públicos e da Petrobrás, que terão lucro menor. Esse dinheiro iria reforçar o caixa da União.

Investimentos


Também está em discussão pela equipe do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, para tocar R$ 10 bilhões de obras paradas com injeção de recursos orçamentários. A expectativa é acelerar essas obras no período pós-pico de contaminação. Marinho já conversou sobre a medida com lideranças do Congresso.

Um integrante da equipe econômica disse ao Estado que o reconhecimento de calamidade pública dá mais liberdade para o governo administrar a necessidade de caixa, sem precisar mexer no teto de gasto (regra que limita o crescimento das despesas acima da inflação).

O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou, em nota, que o envio do pedido de clamidade pública por causa da covid-19 é "uma medida importante para a flexibilização de mais recursos para o atendimento à nossa população". Segundo ele, o pedido terá "prioridade máxima de tramitação". "Reafirmamos a responsabilidade do Parlamento brasileiro na luta contra a covid-19", disse.

Para o diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, o governo precisa explicitar qual será o tamanho do rombo. "Não pode simplesmente deixar em aberto", afirmou. Para ele, o uso do reconhecimento de calamidade pública é "uma boa saída". "Mas qual será o peso das medidas? Quanto será o gasto?". Nas suas contas, as medidas anunciadas na segunda-feira, 16, pelo Ministério da Economia devem elevar os gastos em R$ 20 bilhões. "Vai ser muito mais que isso", disse Salto, lembrando que outras ações estão em análise. / COLABORARAM AMANDA PUPO E EMILLY BEHNKE

FONTE: Terra

terça-feira, 17 de março de 2020

#VoceNaoEPresidenteMais é uma hashtag que magoa por dentro Jair Bolsonaro


A hashtag #VoceNaoEPresidenteMais (Você Não é Mais Presidente) é a que mais magoou por dentro Jair Bolsonaro (sem partido) desde a posse, há um ano e três meses.
Coube a um homem haitiano dar um choque de realidade ao presidente da República, no domingo (15), após a participação de Bolsonaro na manifestação contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.
“Você está entendendo, eu estou falando brasileiro. Bolsonaro, acabou. Você está recebendo mensagem no seu celular. Todo mundo, todo brasileiro está recebendo mensagem no celular. Você não é presidente mais”, disse o haitiano em frente ao Palácio do Alvorada, diante de um incrédulo presidente que finge não entender o haitiano.
Veja o vídeo abaixo:

O discurso espontâneo do haitiano assustou os bolsominions que também estavam no local. “O que é isso?!”, grita uma mulher, apoiadora de Bolsonaro.
O haitiano erra somente o timing sobre o fim de Jair Bolsonaro. O presidente e seu governo acabaram no exato momento que ele abriu mão do poder (caneta) delegando-o ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que gere o orçamento juntamente com a velha mídia.

terça-feira, 10 de março de 2020

A receita dos times do Pará para se reconectar ao povo e encher os estádios

Wilson Rocha, torcedor do Paysandu, voltou ao estádio graças a projeto popular.JORGE LUIZ (PAYSANDU SC)
Por Breiler Pires

Juntos na Série C do Campeonato Brasileiro, Remo e Paysandu voltam a disputar a mesma divisão após 13 anos. Apesar da rivalidade, ambos demonstram sintonia fora dos gramados. Tradicionais, mas distantes dos investimentos milionários de elencos bancados pelos clubes da elite, os maiores times do Pará tentam mobilizar a massa de seus torcedores para reviver os bons tempos de evidência no futebol nacional. Lançando mão de planos populares e até ingressos gratuitos, a dupla quer restabelecer a conexão com a parcela mais pobre da torcida e fazer dos estádios cheios um diferencial competitivo em busca de conquistas.

No fim do ano passado, o Paysandu anunciou a criação do projeto Alegria do Povo, que, em parceria com o curso de serviço social da Universidade da Amazônia (Unama), selecionou torcedores para um programa de concessão de entradas gratuitas em jogos do clube. Após uma análise socioeconômica, assistentes priorizaram pessoas consideradas hipossuficientes, que não têm condições financeiras para se sustentar. Inicialmente, o projeto conta com 250 bicolores beneficiados pela cota de ingressos nas partidas como mandante.

Primeiro a se cadastrar no programa, Wilson dos Santos Rocha, 63, assistiu à estreia do Papão no Campeonato Paraense. Com salário de 200 reais por mês, ele não frequentava o estádio da Curuzu havia cinco anos. “Fiquei muito emocionado de ver meu time de perto outra vez. Não sobra dinheiro pra comprar ingresso e ajudar o clube, infelizmente, mas sempre que tiver a oportunidade de voltar, vou estar na arquibancada apoiando os jogadores”, diz Rocha, que ainda ganhou uma camisa oficial doada por um grupo de torcedores.

“Nosso clube acabou ficando elitizado nos últimos anos. Precisamos nos reconectar com a cultura popular”, afirma Ricardo Gluck Paul, presidente do Paysandu, ao detalhar a motivação para oferecer ingressos aos desfavorecidos. “Esse é o torcedor que queremos resgatar, porque sabemos de sua paixão incondicional pelo time, ganhando ou perdendo. Futebol é alegria do povo. E, por ser um clube de massa, o Paysandu tem obrigação de abraçar todas as classes sociais.”

Do outro lado, o Remo não ficou atrás. Em dezembro de 2018, a agremiação azulina reformulou seu plano de sócio-torcedor e incluiu a categoria Ouro Social, destinada a beneficiários de programas sociais como o Bolsa Família. Em apenas um mês, as 600 vagas da modalidade foram esgotadas. Nela, os torcedores pagam mensalidade de 30 reais e têm acesso garantido em todos os jogos. “Fizemos questão de não colocar nenhuma distinção na carteirinha de sócio”, conta o presidente Fábio Bentes. “Para cumprir nosso papel social é fundamental mostrar que todo torcedor tem importância.”

Mariana Moraes é sócia do Remo desde 2016
Além do plano de popularização, o clube remista também tem investido em ações para tornar o estádio mais atrativo às mulheres e fidelizar torcedoras. Paralelamente a campanhas de conscientização sobre assédio, foram disponibilizados itens de higiene específicos nos banheiros femininos e catracas exclusivas. “Aos poucos, as mulheres estão perdendo o medo de frequentar as arquibancadas”, diz Mariana Moraes, 23, ainda rouca de tanto torcer depois do jogo em que o Remo garantiu o título paraense. Moradora da periferia de Belém, a estudante que integra a torcida feminina Azulindas paga 60 reais por mês para poder ir a todas as partidas de seu time na cidade e se orgulha da atitude do clube em abrir portas aos torcedores mais pobres. “Todos devem ter oportunidade de ir ao estádio. Se eu morasse em São Paulo, por exemplo, não teria condições de ver jogos do Corinthians.”

Na contramão dos clubes do eixo Sul-Sudeste, o preço do ingresso praticado pela dupla “Repa”, como é conhecido o clássico paraense, ainda se encaixa no orçamento de boa parcela de seus torcedores. Enquanto o Corinthians, terceira bilheteria mais caro do país, cobra em média 50 reais na Arena, Remo e Paysandu se mantém estáveis na casa dos 20 reais. O valor acessível reflete em calor nas arquibancadas. Com aproximadamente 10.000 torcedores por partida, os grandes do Pará superam médias de público até mesmo de times da Série A, como Avaí, Botafogo, Chapecoense, CSA e Goiás. O foco na revitalização dos planos de sócio visa aumentar as cifras. Enquanto o Paysandu tem 5.500 pagantes ativos e planeja triplicar o número mobilizando sua base de 25.000 cadastrados, o Leão Azul saltou de 800 para 5.000 sócios em menos de seis meses.
“Para cumprir nosso papel social é fundamental mostrar que todo torcedor tem importância”, afirma Fábio Bentes, presidente do Remo

Para a final do Parazão, contra o Independente, o Remo levou mais de 27.000 pessoas ao Mangueirão. Empurrados pela torcida, azulinos e bicolores projetam boas campanhas na Série C e um clássico, previsto para a 9ª rodada, com lotação máxima no estádio, que tem capacidade para 40.000 torcedores. Diante do sucesso de adesão, os dois times também já trabalham na abertura de novos lotes de ingressos populares, convictos de que a incorporação de baixa renda na arquibancada resulta em alto desempenho no campo. “Para competir com times de outros Estados, nosso trunfo é o apoio maciço do torcedor”, afirma Bentes. “Vamos provar que, aproximá-lo do clube, não importa de onde venha vale a pena"

FONTE: El País

quarta-feira, 4 de março de 2020

terça-feira, 3 de março de 2020

Sarneyzistas e Bolsonaristas seguem apoiando Braide

Momento da aliança com o PSC (FotoblogJorgeAragão)
O nosso blog quando anunciou que o candidato Braide será e sempre foi apoiado pelos Sarneyzistas e agora reforçado pelos Bolsonaristas, vários internautas usaram a redes sociais, negando esses apoios e de forma truculenta usaram até de ameaças pessoais ao oficial do blog. Pois vejam a verdade chegando a tona, não iria custar e não terá como esconder na formalização de alianças.
Junto e misturado com o clã(revistacaras)
Hoje na dianteira das pesquisas para prefeito em São Luís, o deputado federal Braide (Podemos), além das alianças com o PSD e PMN, anunciou nesta segunda-feira (02), aliança com o PSC.
Misturado com os Bozos(blogdoronadsegundo)
O PSC hoje no Maranhão é comandado pelo deputado federal Aluísio Mendes uns dos maiores defensores e apoiadores do presidente da república (veja aqui). Oriundo da família Sarney, o deputado tem como missão política, fortalecer Bolsonaro e lutar pela retomada dos oligarcas ao poder do Maranhão através da candidatura do deputado Braide  (Podemos) em São Luís.
Veja as palavras de alegria do Braide:
Mimo para o Bozo(blogdolobão)
“Recebi hoje, com muita alegria, o apoio do PSC à nossa pré-candidatura a prefeito de São Luís. Agradeço a confiança do presidente estadual, deputado Aluísio Mendes, do presidente municipal, vereador Dr. Gutemberg, e dos pré-candidatos do partido. O nosso time se fortalece a cada dia. Bem-vindo, PSC! Vamos em frente”, destacou Braide.
Veja agora as palavras de determinação do deputado Aluísio:
Jovens reciclados do clã(maranhãodagente)
“Nós do PSC temos a convicção de que o Eduardo Braide é o melhor para São Luís. O nosso partido vai caminhar com ele, por acreditar em suas ideias e confiar em seus projetos. A nossa cidade precisa de alguém com essa força de trabalho”, destacou Mendes.
Ainda teremos muita movimentação dos partidos e grandes figuras da política, procurando a melhor candidatura para nossa São Luís.
E vamos tomar cuidado com os fascistas!