terça-feira, 31 de março de 2015

Maranhão: Escolas com nomes de ditadores estão sendo substituídos por educadores e pessoas da comunidade

Governador do Maranhão Flávio Dino
No dia em que o golpe militar brasileiro completa 51 anos, o governo do Maranhão modifica a nomenclatura de todas as escolas que homenageavam personalidades que constam no Relatório Final da Comissão da Verdade como responsáveis por crimes de tortura durante o regime ditatorial. As escolas que tiveram nome modificado passaram por processo democrático de escolha dos novos nomes.

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) identificou 10 escolas em nove municípios maranhenses que possuíam nome dos ex-presidentes do Brasil que governaram sob o regime militar. Através de um processo democrático de escolha, a comunidade escolar votou nos nomes que substituiriam as nomenclaturas originais. A modificação será publicada no Diário Oficial desta terça-feira (31). Participaram da escolha dos nomes profissionais da educação, estudantes, funcionários das escolas e a comunidade do entorno das unidades escolares.

O governador Flávio Dino explica que, a partir da identificação de torturadores pelo Relatório da Comissão Nacional da Verdade, não é razoável que prédios públicos continuem a homenageá-los. “O relatório aponta graves infrações aos direitos humanos cometidos durante esse período e nomeia os responsáveis por esses crimes. O Estado do Maranhão não mais homenageará os responsáveis por crimes contra a humanidade”, disse o governador, que defendeu os princípios do Estado Democrático de Direito alcançados pelo Brasil após o período ditatorial.

Todo o processo de mudança ocorreu com base no Decreto Nº 30.618 de 02 de janeiro de 2015, que veda a secretários de Estado, a dirigentes de entidades da Administração indireta e a quaisquer agentes que exerçam cargos de direção, chefia, e assessoramento no âmbito do Poder Executivo, atribuir ou propor a atribuição de nome de pessoa viva a bem público, de qualquer natureza, pertencente ou sob gestão do Estado do Maranhão ou das pessoas jurídicas da Administração Estadual indireta.

No decreto, a vedação é estendida também a nomes de pessoas, ainda que falecidas, que tenham constado no Relatório Final da Comissão da Verdade de que trata a Lei Nº 12.528 de 18 de novembro de 2011, como responsáveis por crimes cometidos durante a ditadura militar.

Conheça os novos nomes

Na capital São Luís, a escola estadual que se chamava Marechal Castelo Branco passará a ser chamada de Unidade Jackson Lago. Em Imperatriz, o antigo Centro de Ensino Castelo Branco terá como novo nome CE Vinícius de Moraes. Com o mesmo nome havia também unidades de ensino nos municípios de Caxias, Fortaleza dos Nogueiras e Governador Newton Bello que passarão a se chamar Professora Suely Reis, CE Vera Lúcia dos Santos Carvalho e CE Antônio Macêdo de Almeida, respectivamente.

Já em Timbiras, a antiga escola que levava o nome do ex-presidente Emílio Garrastazu Médici passará a ser chamada CE Paulo Freire – mesmo nome escolhido pela população de Loreto que substituirá o nome da escola CE Presidente Médice por CE Paulo Freire.

Escolha

O processo para essa substituição foi conduzido por uma ‘Comissão de Mudança dos Nomes’ composta por representantes do Conselho Estadual de Educação(CEE), da Supervisão de Inspeção Escolar (SIE), da Supervisão de Gestão Escolar (SUAGE), Superintendência de Educação Básica (SUEB) e da Superintendência de Assunto Jurídicos (SUPEJUR).

O decreto dispõe que os nomes substitutivos devem representar personalidades que tenham contribuído com a construção da identidade educacional municipal, estadual ou federal e ter reputação ilibada conforme a Lei da Ficha Limpa. A Comissão de Mudança apresentou, para cada escola, três nomes substitutivos entre os quais a comunidade escolar escolheu aquele publicado no Diário Oficial do Poder Executivo do Maranhão.

No município de Loreto, estudantes das 2ª e 3ª séries do Ensino Médio organizaram inclusive um júri simulado para acompanhar a modificação. “Além dos 60 alunos dessas séries e demais estudantes da escola, a comunidade também deu sua contribuição através do júri. Os alunos realizaram com muita empolgação estudos, pesquisas e entrevistas a ex-diretores e pessoas da comunidade para embasar o debate”, explicou Crizálida Coelho Martins.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Estado

segunda-feira, 30 de março de 2015

Universal cria exército de “Gladiadores do Altar”. Para onde o Brasil caminha?


O vídeo de um grupo de jovens em organização militarizada dentro de uma igreja evangélica é preocupante. Coloca em dúvida a laicidade do Estado e a influência que esse tipo de fundamentalismo religioso pode ter na sociedade.

A Igreja Universal do Reino de Deus afirma que o projeto “Gladiadores do Altar” busca resgatar jovens em situação de risco e prepará-los para servir exclusivamente ao ‘Senhor’.

Veja e essa matéria da comunidade do grupo no face:

"É pecadores... parece que o cerco está se fechando e os ímpios estão começando a sentir o peso das mãos de Deus!
O Bem Vencerá!
fonte:http://goo.gl/oRcZPG"

Do Minha Informação

Projeto de recrutamento de jovens faz parte da Igreja Universal do Reino de Deus

Circulam na internet vídeos polêmicos que mostram jovens marchando fardados e em posição de ordem em um templo religioso de uma igreja evangélica. No vídeo, eles recebem comandos de um suposto bispo da igreja, e respondem “o altar” a perguntas como “o que é que vocês querem?”. Até a representação de um ‘escudo militar’ com a sigla G.A (Gladiadores do Altar) é utilizada pelo grupo.

Em um dos vídeos publicados pela própria igreja no Facebook, está um que recebeu mais de 220 mil visualizações até o momento da publicação deste artigo. Nos comentários, é possível notar a preocupação de várias pessoas com o que seria a formação de uma ‘ditadura evangélica’ no Brasil. A semelhança com rituais praticados pelo exército de Hitler na época do Nazismo, ou mais atualmente pelo Estado Islâmico, cujas práticas principais são dominar o mundo com um só pensamento – que consideram o único verdadeiro – e aniquilar quem pensa diferente, também é lembrada. Foi manifestada preocupação com a força que uma alienação religiosa pode levar alguns a fazer em nome de ‘Deus’, como a formação de membros intolerantes como os de grupos que fazem o EI e Al-Qaeda.

Apesar de estarem num país laico, os cristãos estão constantemente envolvidos em problemas com o restante da sociedade no que se refere a restrição da liberdade com coisas que deveriam ser escolha de cada ser humano. Dentre as questões polêmicas está o reconhecimento de família somente como aquela formada entre homem e mulher. Os cristãos, principalmente, procuram evitar que casais homossexuais se casem ou adotem crianças, por exemplo. Mesmo aqueles que decidem não fazer parte de uma religião cristã são afetados pelos dogmas das igrejas, já que a bancada evangélica no congresso nacional pode sugerir a criação de leis para toda uma população com base no que acredita.

A Igreja Universal do Reino de Deus afirma que o projeto “Gladiadores do Altar” é um projeto que busca resgatar jovens de todas as idades em situação de risco e prepara-los para servir exclusivamente ao ‘Senhor’. A participação no projeto é opcional para aqueles que querem levar o evangelho deixado por Cristo há milhares de anos, em cumprimento ao registrado em Marcos 16:15: “Ide e pregai o evangelho a toda criatura.” A instituição religiosa diz ainda que ao invés de praticar a intolerância “o projeto realiza reuniões semanais com os rapazes que estão dispostos a abrir mão de suas vidas para que outras pessoas sejam ajudadas”.

Informamos que o vídeo foi removido do You Tube

Fonte: Blog QTMD

sexta-feira, 27 de março de 2015

Prefeitura inicia nova edição do programa Peixe na Mesa

A Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura Pesca e Abastecimento (Semapa), inicia a partir desta sexta-feira (27), mais uma edição do programa 'Peixe na Mesa'. A comercialização do pescado será feita em feiras itinerantes pelo 'Caminhão do Peixe', em dois turnos, disponibilizando 3 kg do produto por consumidor. A ação será realizada durante o período que antecede a Semana Santa.
 
O programa disponibilizará uma variedade de peixes bem aceitos pela população, como a pescada amarela, peixe serra, tainha, uritinga, palombeta, tambaqui e curimatá. A média de preços do "Peixe na Mesa" varia entre R$ 6,66 e R$ 17,00.
 
Segundo o titular da Semapa, Aldo Rogério, além de regular os preços do produto durante a Semana Santa, o programa garante ainda o pescado a preço mais acessível na mesa do consumidor ludovicense, estipulando valores em torno de 25% a 30% inferiores ao preços praticados no mercado local.
 
PROGRAMAÇÃO
 
Na manhã de sexta-feira (27), o Caminhão do Peixe iniciará suas atividades no bairro Coroadinho, ao lado da Fundação Bradesco, na Avenida Presidente Médici. No período da tarde, o Caminhão do Peixe estará na Praça da Bíblia, para atender aos bairros circunvizinhos entre a Avenida Kennedy e a Avenida Alexandre de Moura.
 
A Prefeitura prioriza a execução do projeto em bairros onde há menor poder aquisitivo da população, como no Anjo da Guarda, Coroadinho, Vila Fialho, Vila Izabel, Vila Embratel, Liberdade, Vila Magril, Itapera, Cidade Operária, Sacavém, Alemanha, bairros do entorno da Praça da Bíblia, além de São Francisco e Cohab.

sexta-feira, 20 de março de 2015

RELEMBRANDO: Vídeo revelador: O doleiro Youssef afirma que Aécio Neves e irmã, meteram a mão na cumbuca

Esse vídeo mostra o doleiro Youssef no depoimento a Justiça Federal, revelando que o tucano Aécio Neves e sua irmã sempre receberam propina.
O blog quer saber agora como é que fica o argumento de alguns tucaninhos metido a besta daqui do Maranhão que usam seus blogs para acusar todo mundo e esquece do seu fundo aparecendo, aliás do seu líder maior.
Veja o vídeo e a matéria completa abaixo, reproduzida do Blog Conversa Afiada:
"Muitos dos marchadores e paneleiros que ocuparam a Paulista no último domingo usavam camiseta igual à de Ronaldo: “a culpa não é minha, eu votei no Aécio”.

A hipocrisia nacional ficou mais uma vez exposta.

Dois dias depois, acaba de ser divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o vídeo em que o doleiro Alberto Youssef afirma ter ouvido do ex-deputado federal José Janene e do presidente da empresa Bauruense, Airton Daré, que o tucano Aécio Neves dividiria uma diretoria de Furnas com o PP e que uma irmã dele faria a suposta arrecadação de recursos.

No depoimento acima, Youssef afirmou ter auxiliado Janene e transportado para ele, algumas vezes, propinas pagas pela empresa Bauruense por contratos em Furnas. A propina teria sido paga, segundo o doleiro, entre 1996 e 200 – durante o governo Fernando Henrique Cardoso – do PSDB.
Janene arrecadava entre US$ 100 mil e US$ 120 mil mensais, com pagamentos em espécie, em dólares ou reais. O doleiro disse ter ouvido o então deputado Janene, do PP, afirmar que a diretoria de Furnas seria dividida com o PSDB, mais especificamente com Aécio Neves.

“Ele conversando com outro colega de partido, então naturalmente saía essa questão que na verdade o PP não tinha a diretoria só, e sim dividia com o PSDB, no caso a cargo do então deputado Aécio Neves“, declarou Youssef.O doleiro afirmou ter ouvido algumas vezes que caberia a uma irmã de Aécio fazer a arrecadação de recursos na Bauruense. Em relação ao empresário, o argumento era usado para justificar o motivo de não poder repassar mais recursos a Janene. “Ele (Daré) estava discutindo valores com o seu José (Janene) e dizia: não posso pagar mais porque tem a parte do PSDB. Aí você acaba escutando”, afirmou o doleiro.

Aécio nega as acusações. o procurador Janot, estranhamente, decidiu não levar adiante as investigações sobre o tucano – que agora apoia marchas contra a corrupção no Brasil, e pela derrubada de Dilma.

Deputados de Minas levaram mais documentos a Brasília, para pedir a reabertura da investigação.

Enquanto isso, Ronaldo e Aécio seguem empurrando com a barriga…"
Fonte: Blog do Conversa Afiada

Por que o dólar sobe e qual o impacto disso na sua vida?


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A moeda norte-americana bateu recorde de cotação em março, chegando a mais de 3 reais. Descubra por que o dólar sobe e o que isso muda na nossa vida!

Por: Bruno Calzavara

 
O dólar ultrapassou a barreira dos R$ 3 agora em março, o que não acontecia desde 2004. No meio de incertezas econômicas, a moeda norte-americana vai subindo como há muito tempo não se via.
 
Fechou o dia 16 deste mês cotado a R$ 3,24, por exemplo, 67 centavos a mais do que em 27 de janeiro, menos de dois meses antes, quando valia R$ 2,57.
Diante desta ~disparada~, uma pergunta simples vem à nossa mente: por que o dólar sobe?
 
Quem responde é o escritor Ivan Sant’Anna, que trabalhou durante décadas no mercado financeiro e é autor de livros como “1929”, sobre a Grande Depressão nos Estados Unidos.
 
Homem desempregado vende maçãs na rua pra sobreviver após a crise de 1929 (Getty Images).
Homem desempregado vende maçãs na rua pra
sobreviver após a crise de 1929 (Getty Images).
“O dólar é uma mercadoria como outra qualquer. Sobe quando há mais pessoas interessadas em comprar e desce quando há mais pessoas interessadas em vender”, explica. “Os motivos desta alta são óbvios: falta de confiança dos investidores externos no governo Dilma”.
 
A matemática, porém, não é tão simples assim. Uma alta expressiva na moeda norte-americana como estamos vendo agora traz impactos negativos para o Brasil, mas também tem gente que se beneficia.
 
Segundo o Presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros, Reinaldo Domingos, o dólar alto é um ótimo negócio pra quem tem uma grana investida ou pras empresas brasileiras que exportam.
 
“Aos que possuem certos tipos de investimento, a notícia é boa, pois aumentará seus rendimentos; para empresas e indústrias nacionais também, uma vez que a alta da moeda causa maior competitividade das vendas externas brasileiras, tornando-as mais baratas”, diz.
 
Com o dólar nas alturas, o real também fica mais acessível aos turistas estrangeiros, facilitando a vinda em massa de gringos em férias pro país:
 
“Cresce o fluxo de turismo para cá favorecendo a indústria hoteleira e os outros setores que dependem do turismo”, aponta Ivan.

Sdds Copa! (Getty Images)
Sdds Copa! (Getty Images)
A situação, no entanto, não é tão boa caso você não seja turista nem um grande investidor, nem comande uma firma exportadora. O dólar (bem) acima de R$ 3 empurra a inflação pra cima, encarecendo itens importados e até produtos do dia a dia, como o pão, já que grande parte da farinha usada por aqui vem dos EUA e da Argentina.
 
“A população brasileira no geral também é atingida, pois somos consumidores. Somada à inflação de mais de 7%, a alta da moeda americana reflete diretamente no preço de produtos e serviços de nosso cotidiano, encarecendo-os substancialmente”, acrescenta Reinaldo.
 
Neste momento você deve estar se perguntando “mas até onde a alta do dólar pode chegar?”. Quando se trata de mercado financeiro, uma coisa é certa: nada é certo. “Quanto às expectativas sobre a cotação do dólar nos próximos dias, se eu soubesse isso estaria bilionário”, brinca Ivan.

É importante notar, porém, que o real não é a única moeda atingida pela alta do dólar. Um euro, por exemplo, comprava US$ 1,39 em maio do ano passado.
 
Agora, no entanto, equivale a apenas US$ 1,05.
 
Ou seja, mais do que uma desvalorização do real, estamos vivendo uma valorização geral do dólar. A libra britânica, moeda mais forte do mundo, chegou a valer US$ 1,71 em julho passado, e agora equivale a US$ 1,45.
 
Com o dólar alto, passagens aéreas, hospedagem e alimentação, por exemplo, também encarecem. Portanto, aquela viagem de 15 anos ou de intercâmbio vai ter que esperar um pouquinho… Ou a economia vai ter que ser maior pra que a viagem role.
 
Fonte: 4 teen

quarta-feira, 18 de março de 2015

Altamiro Borges: Publicidade do governo Dilma alimenta cobras

Por Altamiro Borges
 
Na abertura da primeira reunião ministerial do seu segundo mandato, nesta terça-feira (27), a presidenta Dilma Rousseff criticou as manipulações da mídia e conclamou sua nova equipe a travar o debate de ideias na sociedade.
 
“Nós devemos enfrentar o desconhecimento, a desinformação, sempre e permanentemente. Vou repetir: sempre e permanentemente… Reajam aos boatos. Travem a batalha da comunicação”, afirmou.
 
O discurso até é bonito, aguerrido, mas seus efeitos podem ser frustrantes. Afinal, o governo até hoje não adotou as medidas necessárias para travar a “batalha da comunicação” e para se contrapor à mídia monopolizada e manipuladora.
 
Durante meia hora, a presidenta reeleita abordou vários temas. Ela tentou explicar as medidas econômicas adotadas neste início do seu segundo mandato. Afirmou que elas decorrem da crise internacional, que afetou os preços das commodities e reduziu os investimentos, e também dos problemas internos.
 
Em outro trecho, ela garantiu que o “equilíbrio fiscal” não afetará os avanços sociais dos últimos 12 anos. “Quando for dito que vamos acabar com as conquistas históricas dos trabalhadores, respondam em alto e bom som: ‘Não é verdade!’. Os direitos trabalhistas são intocáveis, e não será o nosso governo, um governo dos trabalhadores, que irá revogá-los”.
 
O discurso indica uma maior compreensão sobre a urgência da “batalha da comunicação”. O problema é que os instrumentos para esta batalha são limitados.
 
Até recentemente, a própria Dilma Rousseff evitava as polêmicas e o confronto com as falsidades e as meias verdades veiculadas na mídia tradicional. Ela acabou vestindo o figurino de “gerentona” e “tecnocrata”.
 
A presidenta só mudou de atitude, assumindo uma postura de estadista e líder política, na campanha eleitoral do ano passado. Não vacilou, inclusive, em utilizar três minutos do seu último programa eleitoral “gratuito” para criticar a “criminosa” revista Veja.
 
Na sequência, porém, a presidenta “sumiu” e voltou a adotar a tática defensiva.
 
A área de comunicação do governo, que inclui todos os ministérios e os postos chaves de aliados no parlamento, ficou sem dar respostas aos novos ataques da oposição demotucana e da sua mídia. A presidenta foi acusada de “estelionato eleitoral”, de trair seu programa de campanha, de chefe de uma “organização criminosa”, de jogar o país na recessão e de todos os males que afligem a nação – inclusive pela falta de água em São Paulo.
 
A resposta a esta onda devastadora foi tímida – para não dizer inexistente. Agora é conferir se a base de apoio do governo terá mais energia para travar a “batalha da comunicação”.
 
Além disso – e o que é pior –, durante o seu primeiro mandato, Dilma Rousseff manteve intacto o poder destrutivo dos monopólios midiáticos.
 
Ela abortou qualquer projeto de regulação democrática dos meios de comunicação. Preferiu a repetir a platitude do “uso do controle remoto”. Não fez nada para regulamentar os preceitos inscritos na Constituição Federal, que proíbe – entre outras pragas – os monopólios neste setor.
 
Ela arquivou as resoluções aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e as propostas elaboradas pela equipe do ex-presidente Lula.
 
Agora, Dilma prega a urgência da “batalha da comunicação”, mas está totalmente desarmada para travar esta batalha estratégica.
 
Nem mesmo as medidas que independem de votação no Congresso Nacional – hoje um campo ainda mais desfavorável, com ampla maioria conservadora – foram implementadas no primeiro mandato.
 
As verbas publicitárias continuaram alimentando cobras, reforçando os monopólios. A experiência da construção de uma tevê pública, a TV Brasil, também foi menosprezada, quase abandonada.
 
Um balanço geral indica que a tal “batalha da comunicação” pode se transformar numa batalha perdida, num mero jogo retórico. Para enfrenta-la de fato, o segundo mandato da presidenta Dilma precisará fortalecer e revitalizar a sua própria área de comunicação.
 
Nenhuma “desinformação” deve ficar sem resposta – inclusive com a utilização legal da rede nacional de rádio e tevê.
 
Mais do que isto, Dilma precisará mostrar que está disposta, de verdade, a enfrentar o poder da ditadura midiática – seja rediscutindo a distribuição das verbas publicitárias, reforçando o sistema público de comunicação e propondo um amplo debate à sociedade sobre a regulação democrática da mídia. A conferir!
 
Fonte: Blog do Miro

segunda-feira, 16 de março de 2015

Em tempo: O panelaço da barriga cheia e do ódio

 
Nós, brasileiros, somos capazes de sonegar meio trilhão de reais de Imposto de Renda só no ano passado.
 
Como somos capazes de vender e comprar DVDs piratas, cuspir no chão, desrespeitar o sinal vermelho, andar pelo acostamento e, ainda por cima, votar no Collor, no Maluf, no Newtão Cardoso, na Roseana, no Marconi Perillo ou no Palocci.
 
O panelaço nas varandas gourmet de ontem não foi contra a corrupção.
 
Foi contra o incômodo que a elite branca sente ao disputar espaço com esta gente diferenciada que anda frequentando  aeroportos, congestionando o trânsito e disputando vaga na universidade.
 
Elite branca que não se assume como tal, embora seja elite e branca.
 
Como eu sou.
 
Elite branca, termo criado pelo conservador Cláudio Lembo, que dela faz parte, não nega, mas enxerga.
 
Como Luís Carlos Bresser Pereira, fundador do PSDB e ex-ministro de FHC, que disse.
 
“Um fenômeno novo na realidade brasileira é o ódio político, o espírito golpista dos ricos contra os pobres. 
O pacto nacional popular articulado pelo PT desmoronou no governo Dilma e a burguesia voltou a se unificar. 
Surgiu um fenômeno nunca visto antes no Brasil, um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, a um partido e a um presidente. 
Não é preocupação ou medo. É ódio. 
Decorre do fato de se ter, pela primeira vez, um governo de centro-esquerda que se conservou de esquerda, que fez compromissos, mas não se entregou. 
Continuou defendendo os pobres contra os ricos. 
O governo revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos pobres. 
Nos dois últimos anos da Dilma, a luta de classes voltou com força. 
Não por parte dos trabalhadores, mas por parte da burguesia insatisfeita. 
Quando os liberais e os ricos perderam a eleição não aceitaram isso e, antidemocraticamente, continuaram de armas em punho. 
E de repente, voltávamos ao udenismo e ao golpismo.”
Nada diferente do que pensa o empresário também tucano Ricardo Semler, que ri quando lhe dizem que os escândalos do mensalão e da Petrobras demonstram que jamais se roubou tanto no país. 
“Santa hipocrisia”, disse ele. “Já se roubou muito mais, apenas não era publicado, não ia parar nas redes sociais”.
Sejamos francos: tão legítimo como protestar contra o governo é a falta de senso do ridículo de quem bate panelas de barriga cheia, mesmo sob o risco de riscar as de teflon, como bem observou o jornalista Leonardo Sakamoto.
Ou a falta de educação, ao chamar uma mulher de “vaca” em quaisquer dias do ano ou no Dia Internacional da Mulher, repetindo a cafajestagem do jogo de abertura da Copa do Mundo.
Aliás, como bem lembrou o artista plástico Fábio Tremonte: “Nem todo mundo que mora em bairro rico participou do panelaço. Muitos não sabiam onde ficava a cozinha”.
Já na zona leste, em São Paulo, não houve panelaço, nem se ouviu o pronunciamento da presidenta, porque faltava luz na região, como tem faltado água, graças aos bom serviços da Eletropaulo e da Sabesp.
Dilma Rousseff, gostemos ou não, foi democraticamente eleita em outubro passado.
Que as vozes de Bresser Pereira e Semler prevaleçam sobre as dos Bolsonaros é o mínimo que se pode esperar de quem queira, verdadeiramente, um país mais justo e fraterno.
E sem corrupção, é claro

sexta-feira, 13 de março de 2015

Quem tem medo do Lula??

Lula é odiado porque deveria ter dado errado e deixado as elites para seguirem governando o Brasil. Odeiam nele o pobre, o nordestino, o trabalhador. 

A direita – midiática, empresarial, partidária, religiosa – entra em pânico quando imagina que o Lula possa ser o candidato mais forte para voltar a ser presidente em 2018. Depois de ter deixado escapar a possibilidade de vencer em 2014, com uma campanha que trata de colocar o máximo de obstáculos para o governo de Dilma – em que o apelo a golpe e impeachment faz parte do desgaste –, as baterias se voltam sobre o Lula.
 
De que adiantaria ajudar a condenar a Dilma a um governo sofrível, se a imagem do Lula só aumenta com isso? Como, para além das denuncias falsas difundidas até agora, tratar de desgastar a imagem de Lula? Como, se a imagem dele está identificada com todas as melhorias na vida da massa da população? Como se a projeção positiva da imagem do Brasil no mundo está associada à imagem de Lula? Como se a elevação da auto estima dos brasileiros tem a ver diretamente com a imagem de Lula?

Mas, quem tem tanto medo do Lula? Por que o ódio ao Lula? Por que esse medo? Por que esse ódio? Quem tem medo do Lula e quem tem esperanças nele? Só analisando o que ele representou e representa hoje no Brasil para entendermos porque tantos adoram o Lula e alguns lhe têm tanto ódio.

Lula deu por terminados os governos das elites que, pelo poder das armas, da mídia, do dinheiro, governavam o pais só em função dos seus interesses, para uma minoria. Derrotou o candidato da continuidade do FHC e começou uma serie de governos que melhoraram, pela primeira vez, de forma substancial, a situação da massa do povo brasileiro.

Quem se sentiu afetado e passou a odiar o Lula? As elites politicas que se revezavam no governo do Brasil há séculos. Os que sentiram duramente a comparação entre a formas deles de governar e a de Lula. Sentiram que o Brasil e o mundo se deram conta de que a forma de Lula de governar é a forma de terminar com a fome, com a miséria, com a desigualdade, com a pobreza, com exclusão social. Eles sofrem ao se dar conta que governar para todos, privilegiando os que sempre haviam sido postergados, é a forma democrática de governar. Que Lula ganhou apoio e legitimidade, no Brasil, na América Latina e no mundo justamente por essa forma de governar.

Lula demonstrou, como ele disse, que é possível governar sem almoçar e jantar todas as semanas com os donos da mídia. Ele terminou seu segundo mandato com mais de 80% de referências negativas na mídia e com mais de 90% de apoio. Isso dói muito nos que acham que controlam a opinião publica e o pais por serem proprietários dos meios de comunicação.

Lula demonstrou que é possível – e até indispensável – fazer crescer o pais e distribuir renda ao mesmo tempo. Que uma coisa tem a ver intrinsecamente com a outra. Que, como ele costuma dizer, “O povo não é problema, é solução”. Dinheiro nas mãos dos pobres não vai pra especulação financeira, vai pro consumo, para elevar seu nível de vida, gerando empregos, salários, tributação.

Lula mostrou, na pratica, que o Brasil pode melhorar, pode diminuir suas desigualdades, pode dar certo, pode se projetar positivamente no mundo, se avançar na superação das desigualdades – a herança mais dura que as elites deixaram para seu governo. Para isso precisa valorizar seu potencial, seu povo, elevar sua auto estima, deixar de falar mal do país e de elogiar tudo o que está lá fora, especialmente no centro do capitalismo.

Lula fez o Brasil ter uma política internacional de soberania e de solidariedade, que defende nossos interesses e privilegia a relação solidaria com os outros países da America Latina, da África e da Ásia.

Lula foi quem resgatou a dignidade do povo brasileiro, de suas camadas mais pobres, em particular do nordeste brasileiro. Reconheceu seus direitos, desenvolveu politicas que favoreceram suas condições de vida e uma recuperação espetacular da economia, das condições sociais e do sistema educacional do nordeste.

Lula é odiado porque deveria dar errado e deixar em paz as elites para seguirem governando o Brasil por muito tempo. Um ódio de classe porque ele é nordestino, de origem pobre, operário metalúrgico, de esquerda, líder máximo do PT, que deu mais certo do que qualquer outro como presidente do Brasil. Odeiam nele o pobre, o nordestino, o trabalhador, o esquerdista. Odeiam nele a empatia que ele tem com o povo, sua facilidade de comunicação com o povo, a popularidade insuperável que o Lula tem no Brasil. O prestígio que nenhum outro político brasileiro teve no mundo.

A melhor resposta ao ódio ao Lula é sua consagração e consolidação como o maior líder popular da  historia do Brasil. A força moral das suas palavras – que sempre tentam censurar. Sua trajetória de vida, que por si só é um exemplo concreto de como se pode superar as mais difíceis condições e se tornar um líder nacional e mundial, se se adere a valores sociais, políticos e morais democráticos.

Quem odeia o Lula, odeia o povo brasileiro, odeia o Brasil, odeia a democracia.

O Lula é a maior garantia da democracia no Brasil, porque sua vida é um exemplo de prática democrática. O amor do povo ao Lula é a melhor resposta ao ódio que as elites têm por ele.    

quarta-feira, 11 de março de 2015

"A pessoa tem o direito de ser homofóbica, racista, machista?

A D. escreveu sobre o que aconteceu neste último carnaval de Salvador:

Lola, querida, acompanho seu blog há alguns anos, e sou extremamente grata a você pelo seu trabalho e por todo tempo que você dedica a causas tão importantes. Resolvi te escrever porque estou atormentada por algo que aconteceu comigo, mas a violência não foi contra mim especificamente.
Explico: saí com alguns amigos do meu marido (programa que geralmente acho chato), e lá pelas tantas, na mesa do restaurante, um dos amigos dele resolveu iniciar aquele discurso de "eu não quero ter filho gay, eu não suporto ver gay se beijando, se eles querem fazer as coisas deles que façam pra lá, mas não consigo aguentar ver essas coisas, tenho que levantar e ir embora pra casa. Inclusive não vou mais em carnaval em Salvador porque só tem viado se beijando e isso é demais pra mim".
Eu realmente não consigo ficar calada nessas horas e o enfrentei. Disse que ele devia se envergonhar de falar coisas tão idiotas assim em voz alta, no meio do restaurante, para qualquer um ouvir. Que ele deveria fazer o exercício de trocar o alvo do preconceito de "eu não suporto gay" para "eu não suporto negro", se ele estaria repetindo tais absurdos. Falei que se tratava do mesmo preconceito, e ele negou veementemente, que a situação era bem diferente. E aí comecei a dar exemplos diversos, do tipo "se meu marido -- o amigo dele -- assumisse ser gay, se ele deixaria de ser amigo", e ele disse que provavelmente sim, porque não teriam mais assuntos em comum. Olha, foram diversos absurdos ouvidos naquela noite.
Mas o que eu percebi e que me deixou estarrecida, é que dos seis casais que estavam na mesa, ninguém demonstrou empatia com minhas ideias, e disseram que eu teria que respeitar a opinião do homofóbico. Inclusive meu marido (e eu escrevo isso com lágrimas nos olhos porque não esperava essa atitude dele) acha que todos têm direito à opinião e incômodo. Disse que eu estava histérica porque eu falei com o autor das afirmações que ele sim era o tipo de pessoa que eu não gostaria de ter por perto e que me incomodava estar junto.Lola, o que eu queria saber: é exagerado contra-argumentar e achar que o outro não tem direito a ser homofóbico/ racista/ machista, etc? Ou desde que essas pessoas não "façam mal" à vítima do preconceito íntimo deles, eu devo respeitar tais pessoas? Tenho que respeitar a opinião preconceituosa como se tem que respeitar a opinião religiosa e política? 
Porque essa foi a conclusão das pessoas da mesa, de que se ele não faz mal a ninguém, devo respeitá-lo, assim como se respeita religião e política.
Gostaria mesmo de que você me esclarecesse e fomentasse essa discussão, se você achá-la relevante. Vai me ajudar muito.

Minha resposta: Que droga, hein? Você enfrentar um homofóbico num grupo de amigos, seu marido no meio, e ainda ser chamada de histérica (um adjetivo historicamente machista, já que é sempre associado a mulheres, até porque vem da palavra grega para útero). 
Não, não se tem que respeitar a opinião preconceituosa de alguém. Até porque não é opinião, é preconceito. E preconceitos devem ser combatidos. 
Você pergunta, inclusive, "opiniões preconceituosas devem ser respeitadas, como se tem que respeitar a opinião religiosa e política de alguém?" Devemos respeitar religiões, concordo, desde que elas não se intrometam num estado que deveria ser laico. Religiões devem sim ser criticadas quando fomentam violência e preconceito. 
Por exemplo, esta semana fiquei sabendo de um abaixo-assinado de alguns católicos que não aceitam que a PUC-Rio realize uma semana de celebração ao Dia Internacional da Mulher. A justificativa seria que o movimento "feminista possui bandeiras que são contrárias à fé católica". Querer proibir discussões no Dia Internacional da Mulher deve ser respeitado? 
E vemos a ação nefasta de Eduardo Cunha no congresso, colocando seus dogmas religiosos acima dos interesses de milhões de brasileiras. Se "respeitar" a opinião desses retrógrados é se calar, então não, não devemos respeitá-los.
E "opinião política" também tem limites. Defender o impeachment porque não votei na pessoa é um pouco demais. Nos EUA, existem grupos militaristas que treinam tiro ao alvo com bonecos do Obama e sonham em derrubar um governo democraticamente eleito. É a "opinião política" deles, ué? Deve ser respeitada?
Ou outro caso recente: o ex-ministro da Fazendo Guido Mantega foi ao Albert Einstein com a esposa visitar um amigo que sofrera um infarto. Lá, algumas pessoas gritaram pra ele, "Vai pro Sus" e "Vai pra Cuba". Decerto são opiniões políticas, mas devem ser respeitadas? 
Ou o médico gaúcho que recusou palestra em Pernambuco porque, após a grande votação de Dilma, ele não "pisaria nunca mais na vida nessa terra de m*rda". É uma opinião política. O médico tem todo o direto de recusar uma palestra, mas vai uma distância a escrever em sua rede social um julgamento preconceituoso.
O amigo homofóbico do seu marido não tem um carimbo na testa escrito "Homofóbico". Não existe patrulha de pensamento. Ele se revela homofóbico na hora em que expressa, através de palavras e ações, o seu pensamento. E, no momento em que se expressa, está sujeito a críticas. Racismo é crime no Brasil; homofobia, (ainda) não. 
Há também uma diferença entre preconceito e discriminação. Se o tal amigo se negar a dar uma vaga de trabalho para um gay apenas por ele ser gay, isso é discriminação -- e é proibido por lei, não é uma questão de opinião. Se ele tiver um estabelecimento comercial, um bar, por exemplo, e um casal gay for jantar lá e, no meio do jantar, eles se dão um beijinho (como fazem os casais hétero), e o dono do bar se recusar a atendê-los ou expulsá-los, isso é discriminação, também proibido. Não tem essa de "o bar é meu, faço o que eu quiser". O bar está assentado num lugar chamado mundo.Homofóbico não é apenas aquele que bate com uma lâmpada na cabeça de alguém que está passando na Av. Paulista. Há várias formas de violência. Quem dá razão a esse tipo de ação também é homofóbico. E não, sua opinião não deve ser respeitada. 
Ninguém está obrigando seu amigo a passar o carnaval em Salvador, a ir numa parada gay, a ver na TV dois homens ou duas mulheres se beijando (vai ter que procurar muito). Uma coisa é "não gostar"; outra, bem diferente, é manifestar esse "desgosto", tão parecido com ódio. Respeito é obrigatório. 
Se ele estivesse numa ilha deserta sem internet e quisesse passar o dia berrando "Morte aos gays! Eu odeio vocês! Nunca mais pisarei em Salvador pra ver viado! Sou homofóbico, com orgulho!", talvez houvesse uma migração em massa dos pássaros para a ilha mais próxima, mas, de resto, ninguém daria a mínima. Como (infelizmente) ele não está numa ilha deserta, tem que se adequar à convivência de uma sociedade que deveria rejeitar o ódio (que não é maléfico apenas aos gays, mas à toda sociedade) e aceitar a diversidade.
 
Fonte: Reproduzido do Blog Escreva Lola Escreva