quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Assine a petição online contra o PL 5069/2013 que VEDA o atendimento no SUS às vítimas de violência sexual!



Por Leci Brandão*

A CCJ aprovou esta semana o PL 5069/2013 que VEDA o atendimento no SUS às vítimas de violência sexual. É uma série de retrocessos absurdos que querem implementar no Brasil, mesmo depois de conquistas dos movimentos feministas e de saúde.

O texto do PL sofreu algumas alterações para parecer menos absurdo. Alguns trechos grotescos foram retirados, mas muitas armadilhas foram inseridas! 1. O art. 128 do código penal determina que não é punido o aborto se a gravidez é resultante de estupro. Caso o PL seja aprovado, será incluído o trecho “constatado em exame de corpo de delito e comunicado à autoridade policial”. Isso pode excluir VÁRIOS casos em que o estupro é praticado sem violência física, seja por coação, ameaça ou com a vítima inconsciente. 2. O PL 5069 continua propondo que seja retirado do art. 1º da lei 12.845 que a vítima de estupro deve receber atendimento integral . 3. O PL 5069 continua propondo que seja retirado da lei 12.845 que a violência sexual é caracterizada por sexo sem consentimento. 4. O PL 5069 continua propondo que seja retirada da lei 12.845 a questão da facilitação do registro de ocorrência. 5. O PL 5069 não mais propõe que seja revogado o inciso sobre o fornecimento da profilaxia da gravidez (pílula do dia seguinte), mas agora pretende substituí-lo por um texto que dá margem a interpretação de que, se o responsável pelo serviço de saúde considerá-la abortiva, ela não será fornecida. Isso é reforçado pela inclusão de um quarto parágrafo que diz: “Nenhum profissional de saúde ou instituição, em nenhum caso, poderá ser obrigado a aconselhar, receitar ou administrar procedimento ou medicamento que considere abortivo”. Ou seja, fica a critério da subjetividade do profissional. O aborto em condições não permitidas pelo Código Penal já tem suas punições previstas. A coautoria, facilitação e indução a crimes também já são tipificadas pelo Código Penal. O anúncio de procedimento ou substância abortiva também já é tipificado como contravenção. Qual o interesse em criminalizar mais ainda o que já é criminalizado, coisa que não acontece nem com crimes como homicídio, tortura, sequestro, CORRUPÇÃO E LAVAGEM DE DINHEIRO? Por que não aproveitaram que estão mexendo nas leis referentes ao aborto para propor de uma vez por todas a inclusão dos casos de fetos anencéfalos, visto que só o que existe é o acórdão favorável do STF? Não interessa, né? A quem interessa restringir o atendimento às vítimas de estupro? Por que este PL é tão urgente? Enquanto isso, várias pautas urgentes de fato continuam engavetadas na Câmara. 

Vamos mesmo deixar que isto aconteça depois de tantos anos de batalha para melhores direitos para a mulher brasileira? Vamos mesmo deixar um homem retroceder o que custou centenas de mulheres se revoltando pra conseguir?

Vamos relembrar a estes políticos que não estamos dispostas a abdicar dos nossos direitos, nem hoje, nem nunca, e que se eles tentarem, não vamos ficar caladas nem quietas.


*Leci Brandão: Deputada Esdadual pelo estado do Rio de Janeiro


segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Pesquisa científica não se decide se mulher é garrafa ou pneu!

Talvez você já conheça a fórmula da mulher rodada, que calcula o número de penetrações em quilômetros. 
É meio estranho, porque esse cálculo científico não leva em conta o número de parceiros. Se a mulher, virgem até casar, faz sexo apenas com o marido, ela será tão "rodada" quanto uma moça que teve mil parceiros. 
E acho que o pessoal considera "rodada" apenas esse último tipo. Mas enfim, contra fatos não há argumentos (é o que dizem os mascus, e de fatos, como podemos ver, eles entendem muito). Afinal, todos esses dados vêm de estudos sérios do Instituto de Pesquisa Mascu As Vozes Me Disseram. Então: 

"Os cientistas determinaram que uma trepada dura aproximadamente 07 minutos.
O cálculo médio de uma transa é de 60 penetrações por minuto, o que indica que o ato consiste em 420 penetrações. Supondo que o amigo de baixo tem, em média, 15 centímetros, significa que a mulher recebe, em média, 6.300 centímetros de introdução, ou seja, 63 metros de rola a cada relação.
Geralmente, as mulheres transam 3 vezes por semana e, como o ano tem 52 semanas, então são aproximadamente 156 vezes por ano sem contar com os dias de TPM.
Isto quer dizer que a mulher recebe 9.828 METROS DE PAU por ano, ou o equivalente a quase 10 km de pau por ano.
A 10 km por ano, uma garota de 25 anos, que teve a sua vida sexual iniciada, em média, aos 17 anos, já rodou (25 - 17 = 8 × 10) = 80 km!!!
Agora que você sabe a fórmula de Km de uma mulher rodada.
Depois vem a flacidez murche benta e pelancosa, as infecções advindas das contaminações pelas tantas dst's, o alargamento eesguelepamento, a insensibilidade por conta das recorrentes e sucessivas abrasões mecânicas dos tantos pênis que já quicaram e rebolaram, com tantos quilômetros entrando e saindo e ELAS JURAM que e só um hímen a diferença entre a virgem e a não virgem. 
Isso sem falar do descaso, desapego, omissão e indiferença que tratam o seguinte da fila ser maior a medida que mais rodam e rodam pelos cafas…"


Mascus, grandes conhecedores da anatomia feminina que são, vem falando dessa quilometragem há anos. E todas sabemos que eles justificam a diferença entre uma mulher transar com vários homens (não pode) com um homem transar com várias mulheres (pode e deve) usando aquela analogia da chave e da fechadura. 
Aquela que diz que uma chave que pode abrir várias fechaduras é boa, mas uma fechadura que pode ser aberta por várias chaves é ruim (ao que algumas mulheres respondem, comrigor científico, que um lápis que é apontado várias vezes é ruim, porque gasta, enquanto um apontador que aponta vários lápis é ótimo). 
Mas talvez você não conheça a... analogia com a Coca-Cola. Sim, ela existe:

"Imagine uma mesa em que sentam vários homens. Para esta mesa, pede-se uma Coca-Cola, dois litros, geladinha e com todo o gás. Essa Coca é deslacrada e o primeiro homem toma um gole no gargalo. Logo em seguida, segue-se os homens tomando dessa mesma Coca, também no gargalo, até que sobra o último homem. Para ele restará várias coisas: ele terá um resto de Coca, sem gás e ainda pagará a conta toda, por ser o último. 
Depois de um tempo ele consumirá o resto da Coca no gargalo e só restará um vazio, uma garrafa oca, sem essência. Ele ficará com essa garrafa pra ele e colocará água para fingir ser Coca e continuar consumindo. Só não vai se livrar dela porque ele 'ama' aquela garrafa, é muito especial para ele. E claro, pra variar ele pode até levar uma tampinha pra casa e cuidar junto.
Eis a mulher rodada."


Pronto. Universidade pra quê, se mascus são cientistas natos?
E nada de se sentir a última Coca-Cola no deserto, mulherada!




Fonte: Reproduzido do Blog Escreva Lola Escreva

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Fogo Sagrado dá início aos Jogos Mundiais Indígenas em Palmas

Índios de várias partes do mundo participaram de cerimônia de
 Acendimento do Fogo Sagrado, em Palmas

Poucas pessoas compreenderam o que se passou na noite desta quinta-feira (22) na Praça dos Girassóis, no centro de Palmas (TO), mas de uma coisa todas tiveram certeza: aquele era um momento único, singular na história dos indígenas de vários países. Em que outra oportunidade as etnias Guna (Panamá), Txche (Nicarágua) e Manoki (Brasil) dividiriam o mesmo ritual? E quando pensaríamos ver os Maori, da Nova Zelândia e os Xavante, brasileiros, frente a frente?

A Cerimônia de Acendimento do Fogo Sagrado, que antecedeu a abertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI), misturou indígenas brasileiros, argentinos, bolivianos, neozelandeses, panamenhos e muitos outros em uma miscelânea de cores, cantos e danças. Hoje, o povo de Palmas e de várias partes do mundo pode ver a dimensão desse evento.

Várias etnias chegaram à praça para a cerimônia do Fogo Sagrado por volta das 17h20 e, antes do ritual começar, vários indígenas abriam rodas, cantavam e dançavam em apresentações completamente espontâneas e simultâneas. Filmando e fotografando, centenas de pessoas tentavam entender o que se passava e acompanhar tudo que acontecia.

“Eu acho perfeito trazer esse evento para cá. É um marco histórico para a cidade”, disse o servidor público Alex Tosta, 36. O piso da praça, inclusive, traz vários desenhos de tribos do estado. Segundo a organização dos jogos, a praça foi escolhida pelos deuses indígenas para o acendimento do Fogo Sagrado e, por isso, o local só foi divulgado horas antes de sua realização.



Pouco antes das 18h, o articulador dos JMPI, Marcos Terena, reuniu as várias tribos para o início do ritual sagrado, enquanto a população local se aglomerava para entender o que se passava. O fogo estava sendo preparado. Então, os Maori iniciaram um ritual tradicional. Fazendo caretas e empunhando lanças e outros objetos, os Maori abriam caminho entre a multidão e dominaram as atenções. Homens brancos e índios assistiam fascinados à performance neozelandesa.

“Tentamos mostrar nossa força interior arregalando os olhos e pondo a língua para fora. É para apresentar quem somos, quão forte amamos as pessoas e o quanto queremos doar aos outros. Somos muito espirituais. Então, antes que tudo aconteça, o caminho espiritual precisa ser limpo. Depois disso, nós sorrimos e falamos com as pessoas”, explicou o sorridente maori Thomas Strickland.

Então, os índios Xavantes, em frente aos Maori, começaram seu canto e uma cena improvável acontecia. Maoris encarando e Xavantes cantando, frente a frente, olho no olho. Após esse momento, uma roda se abriu para o acendimento do Fogo Sagrado. Ao modo tradicional, provocando faíscas no atrito entre um graveto e uma pedra, o fogo foi aceso, já no início da noite.

Com isso, uma verdadeira festa teve início, com várias tribos dançando ao redor do fogo, celebrando o momento. “O fogo, para todos os povos do mundo, é extremamente importante. É um conhecimento milenar em todos os povos. E ele é vida, é energia, tem uma energia espiritual e em torno dele se unem todos os povos”, disse a indígena Joana Munduruku, integrante do Comitê Intertribal.

O Fogo Sagrado foi retirado da praça e será levado à Arena Verde dos JMPI nesta sexta-feira (23), durante a abertura oficial do evento, marcada para as 17h30. Aos poucos, indígenas, moradores da cidade e turistas deixaram a praça, cientes de terem presenciado um acontecimento inédito e marcante em suas vidas. 

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A barbárie no ar: as TVs brasileiras e o estímulo à violência


"Então, a praga acabou de ser grampeada... Passa logo fogo num cara desse aí... É uma pena que ele não reagiu, porque a rapaziada passaria fogo nele de uma vez e tava tudo certo"



Exatamente 1.936 violações de direitos são cometidas em um mês no rádio e na TV, por apenas 30 programas. Os autores dessa façanha não são os personagens, geralmente negros e pobres, apresentados com estardalhaço diariamente pelos programas policialescos. São os próprios apresentadores, em conluio com repórteres e produtores – a autoridades –, sob o comando dos dirigentes das emissoras que abrem espaços para essas aberrações. A constatação está numa pesquisa realizada pela Andi – Comunicação e Direitos, uma organização social que há 21 anos trabalha para dar visibilidade na mídia a questões relacionadas aos direitos das crianças e dos adolescentes. Entre outras ações, criou o projeto Jornalista Amigo das Crianças, que já reconheceu com essa qualidade 392 profissionais em atuação no país.

Os chamados programas policialescos entraram na mira da Andi diante das seguidas violações cometidas contra a infância e adolescência. A pesquisa constatou que as violações, em nove categorias de direitos, vão muito além dessas faixas e atingem toda a sociedade.

Exemplos não faltam. A presunção de inocência, uma das categorias selecionadas pela pesquisa, é constantemente violada. No programa Balanço Geral, da TV Record, uma chamada diz "Pai abandona filho em estrada do RS" e o apresentador acrescenta: "Um pai abandonou uma criança nas margens de uma rodovia? Fez!" Apesar do desmentido do pai, a acusação constitui um claro desrespeito à presunção de inocência, garantida no artigo 5º da Constituição brasileira.

O estímulo à violência como forma de resolver conflitos é outra marca desses programas. Como nesse exemplo pinçado pela pesquisa na Rádio Barra do Piraí AM, programa Repórter Policial. Uma pessoa acaba de ser presa pela polícia e o apresentador anuncia: "Então, a praga acabou de ser grampeada. Não seria o caso, né? Passa logo fogo num cara desse aí! (...) É uma pena que ele não reagiu, porque a rapaziada passaria fogo nele de uma vez e tava tudo certo".

Só nesse caso são violadas cinco leis brasileiras, cinco acordos internacionais firmados pelo Brasil e um código de ética profissional. Entre eles a Constituição Federal, o Regulamento dos Serviços de Radiodifusão (é considerada infração ao regulamento "incitar a desobediência às leis ou às decisões judiciárias" e "criar situação que possa resultar em perigo de vida") e o Código de Ética dos Jornalistas Profissionais (jornalista não pode usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime).

Outra categoria: discurso de ódio e preconceito. No programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, o apresentador José Luiz Datena faz enquete para saber quem acredita em Deus e diz: "...ateu eu não quero assistindo o meu programa. ‘Ah, mas você não é democrático.’ Nessa questão não sou não, porque um sujeito que é ateu, na minha modesta opinião, não tem limites, é por isso que a gente tem esses crimes por aí..."

Só com essas frases o apresentador violou seis leis brasileiras, três pactos multilaterais firmados pelo Brasil e mais uma vez o Código de Ética dos Jornalistas, além de desrespeitar princípios e declarações internacionais de defesa da liberdade de expressão. E ainda ignorar os muitos crimes de Estado, guerras e outras violências que foram cometidos ao longo da história, e ainda o são, em nome de supostas causas religiosas

O fato de se apresentarem como "jornalísticos" faz com que esses programas escapem da classificação indicativa de horários para determinadas faixas etárias do público telespectador. Passam a qualquer hora oferecendo às crianças e jovens esse festival de ódio e violência. Mas de jornalismo têm pouco. São programas de variedades, espetacularizando fatos dramáticos da vida real com tentativas até de fazer um tipo grotesco de humor.

Numa edição gaúcha do programa Balanço Geral, por exemplo, o apresentador Alexandre Mota, ao narrar a morte de um suspeito pela polícia, fingia chorar copiosamente clamando de forma irônica pela vinda dos defensores dos direitos humanos. Em seguida, estimulado por uma repórter, passa a sambar alegremente diante das câmeras.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Novos voos entram em operação no Maranhão

A próxima segunda-feira (19) será marcada pelo início da operação de dois novos voos no Maranhão. Os trechos ligarão São Luís e Imperatriz, pela companhias Azul Linhas Aéreas, e São Luís a Recife, pela Gol Linhas Aéreas. “O começo dessas operações é resultado do esforço do governo Flávio Dino em garantir a expansão da malha aérea no estado”, ressaltou a secretária de Turismo do Maranhão, Delma Andrade.

Os voos entre São Luís e Imperatriz, da Azul Linhas Aéreas, terá seis frequências semanais. De acordo com a companhia aérea, os voos partirão de São Luís às 9h40 com chegada em Imperatriz, às 11h. Já o trecho entre Imperatriz e São Luís sai às 19h20 e chega às 20h45.

Os trechos entre São Luís e Recife, operados pela Gol, terão quatro frequências semanais: segunda, quinta, sexta e domingo. As saídas de São Luís serão às 13h20, com chegada em Recife às 15h09. Já o trecho Recife/São Luís, partirá às 10h53 com previsão de pouso às 12h30.

Novos voos em novembro

Mais duas novas ligações entrarão em operação no dia 5 de novembro. A Gol Linhas Aéreas terá frequências as terças e sextas entre São Luís e Teresina e a Azul estreará seis voos semanais entre São Luís e Recife.

Segundo Delma Andrade, os novos trechos são estratégicos, pois farão a ligação direta do Maranhão com importantes portões de entrada de turistas estrangeiros no Nordeste. “Além disso, aproximará o estado de outros estados da região, pois, atualmente, não há conectividade direta como Bahia e Alagoas”, ressaltou.

Fonte: Site da Secom

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O tamanho das pernas

Por Luciano Siqueira*


Pouco mais de um mês antes da posse, que ocorreria no primeiro dia de 2003, o presidente Lula foi recebido em almoço na Prefeitura do Recife pelo então prefeito João Paulo, eu e alguns integrantes de nossa equipe de governo.



Ao final, num canto da mesa, conversamos um instante – o presidente, o senador Cristovam Buarque, o ex-ministro Amando Monteiro Filho e eu – acerca das condições em que Fernando Henrique Cardoso lhe entregava o governo, com o país submetido a enormes dificuldades econômicas e financeiras.

Principalmente o segundo período de FHC vinha marcado por um crescimento pífio da economia, bem abaixo da inflação, pela anemia de investimentos e pelo desemprego.

Como assinala Mauro Santayana, em artigo recente, citando dados do Banco Mundial, o PIB do Brasil, que era de 534 bilhões de dólares, em 1994, caiu para 504 bilhões de dólares, quando Fernando Henrique Cardoso deixou o governo, oito anos depois.

As reservas monetárias internacionais, no fundo do poço: de 31,746 bilhões de dólares, no final do governo Itamar Franco, cresceram em apenas algumas centenas de milhões de dólares por ano, para 37.832 bilhões de dólares (hoje, com todas as intempéries da crise global, somam 374 bilhões de dólares).

Lula só ouvia. Até que tomou a palavra:

- Vocês têm razão. Vou assumir o governo com o país falido. Mas, com todo respeito ao Paraguai e ao Haiti, o Brasil não é o Paraguai nem o Haiti, é uma das maiores economias do mundo. Por isso, preferirei ser chamado de medroso e vacilante, mas manterei a cautela e não darei um passo maior do que as pernas. Não quero passar à história como um De La Rua (ex-presidente Argentino), que tentou resolver tudo ao mesmo tempo e teve que renunciar.

Hoje, pouco mais de doze anos passados, muitas conquistas alcançadas, o País enfrenta gravíssima crise econômica e mais grave ainda crise política.

Uma vez mais se põe o desafio de dar um passo do tamanho das pernas, não mais do que isso. E o tamanho das pernas é mensurado pela correlação de forças, ou seja, pelas condições políticas concretas.

É possível vencer o ajuste fiscal e retomar o crescimento. Mas falta governabilidade.

A solução da crise, portanto, está na política.

E, dramaticamente, precisa se apoiar numa nova correlação de forças no Congresso Nacional, tendo a aliança com o PMDB como fator preponderante; e também na voz das ruas, momentaneamente dissonante e aquém da gravidade da situação.

Daí a distância entre o desejo e as possibilidades, dilema que se apresenta à presidenta Dilma diariamente.


Luciano Siqueira* -  Médico, vice-prefeito do Recife, membro do Comitê Central do PCdoB



terça-feira, 13 de outubro de 2015

Mais direitos para a pessoa com deficiência

Governador Flávio Dino
Por Flávio Dino*
Um dos maiores avanços consagrados pela Constituição Federal de 1988, sabiamente batizada pelo grande estadista Ulysses Guimarães  como a “Constituição Cidadã”, foi estabelecer que o poder não apenas emana do povo, mas também é o povo quem o exerce diretamente ou por meio de representantes eleitos. A participação popular nas instâncias decisórias do poder estatal é o meio para cumprir esta diretriz da nossa Carta Magna, que no último dia 5 de outubro completou 27 anos. Em respeito a essa diretriz constitucional, todos os dias o nosso governo se reúne com entidades da sociedade civil, dos vários segmentos, que nos ajudam com suas reivindicações e ideias. Em continuidade a esse processo, no último dia 5 de outubro recebi, no dia do aniversário da Constituição, o Fórum da Pessoa com Deficiência e Patologias, que reúne entidades de diferentes regiões do Maranhão que debatem e atuam na defesa dessa causa.
No Maranhão, são mais de um milhão de pessoas com algum tipo de deficiência, que precisam de políticas que supram a histórica ausência do poder público na promoção de seus direitos. Para diminuir esses obstáculos, é preciso que os poderes estatais e sociais levem a inclusão para o centro da formulação das suas ações. E é por isso que, na mesa de diálogo com o Fórum, deliberamos juntos a criação da Secretaria Adjunta dos Direitos da Pessoa com Deficiência, vinculada à Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular.
Tratamos não apenas da ampliação de espaços governamentais, mas de garantir a concretização progressiva de direitos previstos na Convenção Internacional da Pessoa com Deficiência, ratificada pelo Congresso Nacional quando lá estive, representando o povo do Maranhão. Em coerência com a nossa visão política, ao longo dos nossos primeiros meses de administração, elaboramos e começamos a colocar em prática importantes programas estaduais voltados para a superação das barreiras do meio e promoção de mais igualdade.
Um deles é o programa Casa Cidadã, que vai reformar ou adaptar 1.000 residências para disponibilizar melhores condições de vida para pessoas com deficiência de baixa renda. Os primeiros beneficiados começaram esta semana a receber a visita de nossas equipes que, a partir da busca ativa com auxílio do Cadastro Único do Governo Federal e do Cadastro do Fórum Maranhense de Pessoas com Deficiência e Patologias, estão identificando as melhorias e mudanças necessárias caso a caso.
Para facilitar a mobilidade urbana, também estamos em processo de licitação de um programa inovador no Maranhão, chamado “Travessia”. Serão veículos de transporte adaptados que estarão disponíveis, com serviço agendado por telefone, para deslocamento adequado de pessoas com deficiência. Também este ano, aprovamos no Maranhão a isenção do pagamento do IPVA para pessoas com deficiência, estendendo o benefício para autistas e seus representantes legais. E merece destaque o êxito alcançado com o Dia D promovido pela Secretaria do Trabalho, com várias contratações realizadas por empresas locais, constituindo-se importante conquista do segmento.
Em nosso diálogo com o Fórum, muitos outros caminhos foram apontados para que o Maranhão seja um Estado cada vez mais inclusivo, abrangendo temas relativos à saúde, educação e trabalho, entre outros. A partir de suas demandas, o Governo do Maranhão buscará exemplos como o de Goiás para a ampliação da distribuição de cadeiras de rodas, que tem um custo elevado para a imensa maioria das pessoas.
Para mim essa é uma luta que não se inicia agora, como demonstrei com a apresentação, em 2010, da emenda à lei que criou o Programa “Minha Casa, Minha Vida”. Com a sua aprovação, foi garantida prioridade na concessão de novas moradias às famílias de que façam parte pessoas com deficiência.
As decisões advindas da reunião com o Fórum das Pessoas com Deficiência reforçam o quanto é importante uma gestão calcada na participação popular. Assim tem sido desde o início da nossa administração, com o diálogo sobre pautas para avançar na promoção de direitos para todos, com a minha presença e/ou de secretários de Estado. A estrada da inclusão é aquela pela qual o Maranhão optou, no mesmo  simbólico dia 5 de outubro, em 2014, quando obtivemos a histórica vitória eleitoral das forças populares e democráticas. Por ela continuaremos sempre.
*Flávio Dino - Governador do Estado do Maranhão

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Governo do Estado através do CEMESP, promove 2ª ação social para diabéticos e hipertensos


O CEMESP- Centro de Medicina Especializada em Hipertensão e Diabetes realizará ação social nessa sexta feira, dia 09 das 8 às 14h chamada 'Projeto Portas Abertas' com uma programação educativa voltada para pessoas hipertensas e diabéticas.

O diretor geral do CEMESP, o cardiologista Dr. Fernando Lima, informou ao blog um quadro geral sobre o desenvolvimento dessas duas doenças e como e onde acontecerá essa importante ação. Leia abaixo a explanação do médico: 

"A Hipertensão Arterial é um problema crônico bastante comum. Sua prevalência é alta e aumenta em faixas etárias maiores. É responsável por complicações cardiovasculares, encefálicas, coronarianas, renais e vasculares periféricas. Estima-se que 40% dos acidentes vasculares encefálicos e em torno de 25% dos infartos ocorridos em pacientes hipertensos poderiam ser prevenidos com terapia anti-hipertensiva adequada. 

O Diabetes Melitus configura-se hoje como uma epidemia mundial, traduzindo-se em grande desafio para os sistemas de saúde de todo o mundo. O envelhecimento da população, a urbanização crescente, o sedentarismo, dietas pouco saudáveis e a obesidade são os grandes responsáveis pelo aumento da prevalência do Diabetes.

As consequências humanas, sociais e econômicas do diabetes são devastadoras para o mundo: 4 milhões de mortes por ano são determinadas por essa doença e suas complicações, representando 9% do total de morte.

Dr. Fernando Lima, médico cardiologista,
diretor geral do CEMESP
O grande impacto econômico da doença ocorre notadamente nos serviços de saúde, como consequência dos crescentes custos do tratamento e, sobretudo das complicações, como a doença cardiovascular, diálise por insuficiência renal crônica e as cirurgias para amputações de membros inferiores. No Brasil, o Diabetes e a Hipertensão constituem a primeira causa de hospitalizações no sistema público de saúde. A pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio- PNAD de 2010 mostrou que 14,0% e 3,6% da população geral referiram Hipertensão e Diabetes respectivamente.

A Secretaria de Vigilância do Ministério da Saúde desde 2006 vem desenvolvendo o VIGITEL-Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico com o objetivo de fazer o monitoramento contínuo da frequência e distribuição de fatores de risco e proteção para doenças crônicas em todas as capitais dos 26 estados brasileiros, inclusive São Luis, e no Distrito Federal.

Através destes dados é possível ter estimativas da frequência de indivíduos que referem diagnóstico médico prévio de Hipertensão Arterial e de Diabetes Melitus. Esses indicadores obviamente tendem a subestimar a frequência desses agravos na população, na medida em que não incluem casos não diagnosticados, no entanto, são muito úteis para objetivos relacionados à gestão do cuidado na rede de saúde.

Estão bem estabelecidas às ações de saúde que devem ser implementadas para um efetivo controle desses agravos e de seus fatores de risco, visando, sobretudo sua prevenção, diagnóstico e tratamento oportuno e de qualidade; o grande desafio é traduzir esses conhecimentos técnico-científicos em ações concretas na rede de saúde e no âmbito populacional, para que possam beneficiar o maior número possível de pessoas. 

Na tentativa de minimizar e informar as complicações serias que a hipertensão e a diabetes trazem para seus portadores, conclui-se, portanto, que outras ações como esta serão necessárias e devem ser realizada objetivando a melhoria, condução e bem estar da população em questão.

Diante disto, desenvolveremos um trabalho educativo junto à população dos bairros Monte Castelo/ Bom Milagre/Retiro Natal /Apeadouro."Concluiu o médico.

Agenda das atividades que serão realizadas:

Público Alvo:

Pessoas Hipertensas e Diabéticas
Moradores dos bairros: Monte Castelo/ Bom Milagre/ Retiro Natal /Apeadouro.

Data:
Dia 09 de Outubro de 2015 das 8 às 14h nas instalações do CEMESP

Horários das atividades e localidade:

8h às 9h- Palestra Educação Continuada (Fernanda Tomé e Gardênia)- Auditório
1-      DM (Dra Fernanda Tomé) 15 min.
2-      HAS (Dr. Fernando) 15 min.
3-      SAÚDE BUCAL (Odontologia- Dra Rubia) 15 min.
9h as 14- Atendimento médico

Durante estas palestras acontecerão várias atividades, veja:

Aferição de Pressão Arterial- Equipe de enfermagem – (Dra Camila)
Verificação de Glicemia-Equipe de enfermagem- (Dra Camila)
Orientação Nutricional- (Drª Ana Carolina- Manha + Gabriel- Tarde)
Orientação do Serviço Social- (Drª Patricia)
Orientação Odontologia-(Rubia e Suzana)  
Orientação em Psicologia- (Dr Kenny)
Orientação e distribuição de insulina NPH - farmácia (Dra Irineide)
Orientação de endocrinologia-
            1- (9  ás 11h) -
            2-(11 às 13h) -
            3-(13 às 14h)-
Orientação de cardiologia-
            1 (9  ás 11h)
            2- (11 às 13h)
            3- (13 às 14h)
Clinica médica
            1- (9  ás 11h)
            2-(11 às 13h)
            3-(13 às 14h)


Fonte: Gerencia de Saúde do CEMESP

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

3º Encontro de Mulheres na Tecnologia – Relato e entrevista com *Andressa Martins

3º Encontro de Mulheres na Tecnologia. Goiânia/GO, 2015.
Foto de 
Alessandra Gomes no Facebook.
Texto de Jussara Oliveira para as Blogueiras Feministas.
Estava ansiosa para participar do 3º Encontro de Mulheres na Tecnologia. Pois, atualmente é o único que conheço que abarca de forma abrangente a participação de mulheres na tecnologia. A maior parte de eventos do tipo são promovidos por uma empresa em específico ou apenas focam em ferramentas ou linguagens.
Este tipo de espaço é importante para nos fortalecermos, termos contato com outras mulheres e trocarmos experiências. Pois além de sermos poucas profissionais na área, enfrentamos diversas dificuldades na participação de eventos, tanto com relação a invisibilidade de nosso trabalho, como pelo sexismo que envolve os ambientes de trabalho e destes eventos.
Poucas mulheres são chamadas para palestrar em eventos de tecnologia e o ambiente preconceituoso também nos afasta, o que faz parecer que nossa participação na área ainda é menor e muito menos significativa do que realmente é. E, a realização de um evento apenas com mulheres palestrantes, tratando de diversos assuntos e diversas mulheres participantes, demonstra onde o problema realmente está.
É grande a importância de ver mulheres palestrando e falando sobre suas dificuldades e sucessos para incentivar que outras mulheres e meninas se engajem na área, essa representatividade fez falta quando busquei minha formação e iniciei a minha carreira, por exemplo. Esses eventos nos fazem lembrar que não estamos sozinhas, e que além dos nossos problemas serem compartilhados por outras mulheres, é possível alcançar nossos objetivos.
Alguns pontos ainda merecem atenção, como algumas falas estereotipadas ou que tinham um certo determinismo biológico de algumas palestrantes. Entre os participantes homens surgiram também algumas brincadeiras e piadinhas que incomodaram bastante a mim e outras participantes. Fora uma situação pós-evento que expôs uma das palestrantes por conta de uma apresentação sobre estratégias de segurança.
Segue agora uma entrevista com Andressa Martins*, fundadora e conselheira do grupo Mulheres na Tecnologia que trabalhou na divulgação do evento deste ano.
1. Como e quando surgiu o grupo? Quem pode fazer parte?
O grupo surgiu de um bate-papo entre 3 mulheres na comunidade de usuários Debian em Goiás. Pensava-se em fazer um evento semelhante aos que são feitos pelo grupo The Debian Women Project. Neste momento começou-se a questionar a pouca existência de mulheres nos eventos de TI e nas áreas de Tecnologia da Informação. No sentido de ampliar as discussões foi criado o grupo e uma lista de discussão no Google Groups, inicialmente restrita ao estado de Goiás e posteriormente com uma dimensão nacional, contando hoje com representantes ativas de outros estados.
Todas as mulheres que trabalham ou querem trabalhar ou são formadas na área são bem-vindas. Temos uma lista de discussão, onde todas podem contribuir com ideias, discussões e propor atividades; as redes sociais do grupo e o site também estão à disposição para divulgar o talento das meninas. Basta usar nossos canais:
Twitter: @mulheresti
E-mail: contato@mulheresnatecnologia.org
2. Quando surgiu a ideia de criar um encontro? Quais foram os desafios?
A idéia de criar um evento é anterior a criação do grupo, conforme citado acima, mas sempre fizemos reuniões/encontros de formação local. Com o crescimento da participação de profissionais de outros estados e a vontade e cobrança de ter um encontro com todas, decidimos fazer um encontro nacional. As dificuldades de logística são relacionadas a criação de qualquer encontro, a única diferença foi encontrar o público. Inicialmente, tínhamos contatos de poucas mulheres atuantes na área, começamos criando mini-encontros dentro de eventos como LatinowareCampus Party e FISL, onde conseguimos mais contato e visibilidade para o grupo, e em 2013, realizamos o nosso primeiro encontro nacional de mulheres na tecnologia.
3. Como foi essa edição com relação aos encontros passados? Foi possível observar mudanças com relação a participação do público, temas abordados, atitude das palestrantes, etc.?
Na primeira edição, tínhamos o objetivo de aproximar as mulheres integrantes do grupo, favorecer uma troca de experiências “ao vivo”, proporcionando o networking já que a grande maioria só se conhecia através da troca de e-mails. Na segunda edição, discutimos o empreendedorismo das mulheres na tecnologia, as atividades eram voltadas para despertar nas profissionais a importância de se reconhecerem no mercado e tomarem decisões em sua vida profissional e pessoal.
Nesta terceira edição, os temas abordados tiveram relação principal com a temática escolhida: carreira e formação. Para isso procuramos trazer projetos de viés educativo para crianças e adolescentes, pensando na formação das futuras gerações da área de TI e a carreira da mulher que já atua na área. Pudemos notar que o número de participantes do sexo masculino cresceu, provavelmente pelo trabalho de divulgação que fizemos em parceria com a faculdade que sediou o evento, somada a dificuldade com as maiores instituições de ensino locais que estavam de greve.
Sobre a programação, foram 4 atividades simultâneas, tratando de assuntos variados, com palestras conceituais e técnicas. Notamos que o público este ano deu preferência a trilha de tendências que ficou lotada o tempo todo e os temas foram: IoT, mobile e robótica. De novidade, trouxemos o tema ‘Mulheres nos Games’ com a palestrante Ariane Nathaly do Women Up Games que teve boa repercusão entre as participantes, e a Hora do Código com os Gênios de Turing, que durante 2 horas fizeram uma oficina de programação com crianças do ensino fundamental e a participação dos alunos da Escola Estadual Professor Sebastião França (Goiânia-GO), além de alguns filhos de professoras que estavam presentes.
4. O que acreditam que é preciso melhorar para ampliar a participação das mulheres em eventos de tecnologia?
As principais mudanças devem ser feitas na sociedade de forma a eliminar o preconceito e na percepção das meninas/mulheres mostrando-as que são capazes. Podemos dizer que o grupo /MNT – Mulheres na Tecnologia atua incentivando mulheres do grupo a palestrarem em eventos, através de workshops online, bate-papos informais, divulgação de eventos na lista e no site e artigos técnicos. Talvez os eventos devam criar espaços de discussão para mulheres para que possam interagir entre si e também propor um código de conduta para os participantes, palestrantes e até patrocinadores para garantir, ou ao menos causar uma reflexão nos participantes sobre o respeito para com as mulheres e outras minorias nos eventos.
5. Vocês enxergam o evento ou o grupo como iniciativas feministas?
Sim, somos um grupo feminista, e acreditamos que com com a equidade de oportunidades no mercado de trabalho, com a liberdade de conhecimento será mais fácil alcançar os objetivos do grupo.
6. Tem algum recado para dar para as profissionais de tecnologia?
Conheçam e troquem experiências com Mulheres que atuam ou atuaram na área de Tecnologia da Informação, participem de projetos de inclusão digital, participe de grupos de Desenvolvimento de Software Livre ou as mais variadas comunidades de Tecnologia, acreditem em seu potencial.
*Andressa Martins é webdesigner, graduada em Marketing e Propaganda, atualmente cursando o quinto período de Engenharia Civil. Possui experiência como webdesigner e instrutora de informática e tecnologias livres. Trabalha atualmente na empresa Siscon Consultoria de Sistemas (Empresa de Engenharia Civil), onde atende as demandas da empresa relacionada à Tecnologia da Informação.
Fonte: Blogueiras Feministas