A Polícia Federal encontrou cerca de R$ 430 mil em espécie no flat funcional do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da oposição e apadrinhado do pastor Silas Malafaia. O montante estava escondido em um saco preto dentro de um armário, durante a Operação Galho Fraco, que investiga desvio de recursos da cota parlamentar por meio de contratos fictícios com locadoras de veículos.
É curioso como o deputado, conhecido por atacar o governo Lula e posar de guardião da moralidade, agora precisa explicar por que guardava tanto dinheiro em casa. A justificativa oficial? Segundo ele, seria fruto da venda de um imóvel, e o depósito não foi feito “por lapso”, afinal, quem nunca esqueceu de levar quase meio milhão ao banco?
Enquanto brada contra “corruptos” e defende golpistas, Sóstenes é pego com uma cena digna de novela: dinheiro vivo, saco preto, armário fechado. O contraste entre o discurso moralista e a prática é tão gritante que parece piada pronta. O deputado que debocha da esquerda agora precisa explicar como se tornou protagonista de uma operação policial.
A Operação Galho Fraco é um desdobramento da “Rent a Car”, que já investigava assessores parlamentares. Agora, o foco recai diretamente sobre os deputados, e Sóstenes aparece como figura central. O caso expõe não apenas um suposto esquema de desvio de verbas públicas, mas também a fragilidade da narrativa de quem se coloca como paladino da ética.
No mercado da política, Sóstenes Cavalcante vendia moralismo a granel. Mas quando a PF abriu o armário, encontrou apenas dinheiro vivo e contradição. Para quem gosta de ironia, é como se o pregador da honestidade tivesse sido flagrado com a mão na sacola, literalmente.
*Jorge Antonio Carvalho - Oficial do Blog Conversa de Feira

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