A moeda norte-americana bateu recorde de cotação em março, chegando a mais de 3 reais. Descubra por que o dólar sobe e o que isso muda na nossa vida!
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O dólar ultrapassou a barreira dos R$ 3 agora em março, o que não acontecia desde 2004. No meio de incertezas econômicas, a moeda norte-americana vai subindo como há muito tempo não se via.
Fechou o dia 16 deste mês cotado a R$ 3,24, por exemplo, 67 centavos a mais do que em 27 de janeiro, menos de dois meses antes, quando valia R$ 2,57.
Quem responde é o escritor Ivan Sant’Anna, que trabalhou durante décadas no mercado financeiro e é autor de livros como “1929”, sobre a Grande Depressão nos Estados Unidos.
“O dólar é uma mercadoria como outra qualquer. Sobe quando há mais pessoas interessadas em comprar e desce quando há mais pessoas interessadas em vender”, explica. “Os motivos desta alta são óbvios: falta de confiança dos investidores externos no governo Dilma”.
A matemática, porém, não é tão simples assim. Uma alta expressiva na moeda norte-americana como estamos vendo agora traz impactos negativos para o Brasil, mas também tem gente que se beneficia.
Segundo o Presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros, Reinaldo Domingos, o dólar alto é um ótimo negócio pra quem tem uma grana investida ou pras empresas brasileiras que exportam.
“Aos que possuem certos tipos de investimento, a notícia é boa, pois aumentará seus rendimentos; para empresas e indústrias nacionais também, uma vez que a alta da moeda causa maior competitividade das vendas externas brasileiras, tornando-as mais baratas”, diz.
Com o dólar nas alturas, o real também fica mais acessível aos turistas estrangeiros, facilitando a vinda em massa de gringos em férias pro país:
“Cresce o fluxo de turismo para cá favorecendo a indústria hoteleira e os outros setores que dependem do turismo”, aponta Ivan.
A situação, no entanto, não é tão boa caso você não seja turista nem um grande investidor, nem comande uma firma exportadora. O dólar (bem) acima de R$ 3 empurra a inflação pra cima, encarecendo itens importados e até produtos do dia a dia, como o pão, já que grande parte da farinha usada por aqui vem dos EUA e da Argentina.
“A população brasileira no geral também é atingida, pois somos consumidores. Somada à inflação de mais de 7%, a alta da moeda americana reflete diretamente no preço de produtos e serviços de nosso cotidiano, encarecendo-os substancialmente”, acrescenta Reinaldo.
Neste momento você deve estar se perguntando “mas até onde a alta do dólar pode chegar?”. Quando se trata de mercado financeiro, uma coisa é certa: nada é certo. “Quanto às expectativas sobre a cotação do dólar nos próximos dias, se eu soubesse isso estaria bilionário”, brinca Ivan.
É importante notar, porém, que o real não é a única moeda atingida pela alta do dólar. Um euro, por exemplo, comprava US$ 1,39 em maio do ano passado.
Agora, no entanto, equivale a apenas US$ 1,05.
Ou seja, mais do que uma desvalorização do real, estamos vivendo uma valorização geral do dólar. A libra britânica, moeda mais forte do mundo, chegou a valer US$ 1,71 em julho passado, e agora equivale a US$ 1,45.
Com o dólar alto, passagens aéreas, hospedagem e alimentação, por exemplo, também encarecem. Portanto, aquela viagem de 15 anos ou de intercâmbio vai ter que esperar um pouquinho… Ou a economia vai ter que ser maior pra que a viagem role.
Fonte: 4 teen
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