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| Torcida do Sampaio em momento de amor com o time (Foto: Lucas Almeida) |
Por Jorge Antonio Carvalho*
O futebol brasileiro sempre foi mais do que um jogo. É expressão cultural, identidade coletiva e espaço de resistência. Nasceu elitista, sim, negando acesso a negros, pobres e mulheres, mas foi transformado pelo povo. Com o tempo, os campos de várzea, as arquibancadas improvisadas e os gritos das periferias quebraram as barreiras do racismo e do machismo. Hoje, o futebol é, por natureza, um território de inclusão.
No Maranhão, essa essência pulsa forte. O Sampaio Corrêa, a Bolívia Querida, é símbolo dessa paixão. Mas vive um momento crítico. A distância entre o clube e sua torcida cresceu. A gestão atual, marcada por práticas autoritárias e falta de transparência, tem afastado os torcedores, especialmente os mais jovens, as mulheres e as torcidas organizadas.
Enquanto isso, parte da população se resigna. Torce em silêncio, espera por milagres em campo, ou transfere sua paixão para clubes do eixo sul-sudeste. Mas o Sampaio é do Maranhão. É do povo. E precisa voltar a ser tratado como tal.
O Que Está em Jogo
Não se trata apenas de resultados esportivos. O que está em jogo é o papel social do clube. O Sampaio pode e deve ser um espaço de lazer, cultura, pertencimento e orgulho maranhense. Mas para isso, é preciso romper com a lógica de exclusão e autoritarismo.
A democratização do clube é urgente. Isso significa:
Gestão transparente e participativa.
Inclusão ativa de mulheres, jovens e torcidas organizadas.
Projetos sociais que conectem o clube às comunidades.
Ações culturais que resgatem a identidade boliviana.
Futebol é Cultura Popular E o Sampaio Precisa Representar Isso
O futebol não é racista. Não é machista. Não é elitista. Ele foi apropriado por essas estruturas, mas sempre resistiu. E hoje, mais do que nunca, precisa ser defendido como espaço de inclusão.
O Sampaio Corrêa tem história, tem torcida, tem alma. Mas precisa de uma virada de chave. Precisa se reconectar com o povo que o fez grande. E essa mudança não virá de cima, virá da base, da sociedade maranhense que não aceita mais ser espectadora passiva.
A Hora é Agora
O Sampaio é do povo. E o povo precisa assumir esse protagonismo. Não como oposição, mas como construção. Não como crítica vazia, mas como proposta concreta. O futebol é nosso e o Sampaio também.
*Jorge Antonio Carvalho - Oficial do Blog Conversa de Feira

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