sábado, 18 de outubro de 2025

Emendas Pix: STF investiga, senadores da direita reagem, o embate que expõe o uso do dinheiro público.

Foto: Gustavo Moreno/STF
 

Por Jorge Antonio Carvalho*

O que está por trás das investigações do STF e a reação de parlamentares diante da tentativa de moralizar o uso das emendas parlamentares

O Brasil vive um momento delicado de tensão institucional. O uso das chamadas emendas Pix, transferências diretas de recursos públicos feitas por parlamentares a municípios, sem necessidade de convênio ou plano de trabalho, virou alvo de investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob comando do ministro Flávio Dino. A resposta do Congresso? Um pedido de impeachment contra o ministro, protocolado por senadores da oposição ligados à direita e extrema direita.

O que são as emendas Pix?

As emendas parlamentares sempre foram um instrumento legítimo para que deputados e senadores direcionem recursos a suas bases. Mas as emendas Pix, criadas em 2019, permitem que esse dinheiro seja transferido diretamente para prefeituras, sem exigência de projeto ou prestação de contas detalhada. Isso abriu espaço para abusos, favorecimentos políticos e até desvios.

Entre 2020 e 2024, mais de R$ 40 bilhões foram distribuídos por meio dessas emendas, representando 27% das despesas discricionárias da União. No Maranhão, foram mais de R$ 900 milhões, com cidades como Miranda do Norte, Belágua e São Bernardo recebendo valores milionários, muitas vezes sem estrutura técnica para executar os projetos.

A reação do STF

O ministro Flávio Dino determinou a suspensão de repasses a nove municípios e exigiu explicações do Congresso, CGU, TCU e bancos públicos. Ele também convocou uma audiência pública para 23 de outubro, cobrando mais transparência e controle sobre os recursos.

Segundo Dino, “um simples despacho virou crise institucional”, e o que se vive é uma “crise deliberativa”, em que o Congresso resiste a debater medidas de moralização do orçamento.

O pedido de impeachment

O pedido de impeachment foi protocolado em 15 de outubro de 2025 por dez senadores da oposição, todos ligados a partidos de direita e extrema direita. O documento de 37 páginas acusa Dino de atuação político-partidária, censura e conflito de interesses.

Os parlamentares que assinaram o pedido são:

• Eduardo Girão (Novo-CE) – líder da iniciativa

• Magno Malta (PL-ES)

• Hamilton Mourão (Republicanos-RS)

• Carlos Portinho (PL-RJ)

• Damares Alves (Republicanos-DF)

• Luis Carlos Heinze (PP-RS)

• Marcos Pontes (PL-SP)

• Jorge Seif (PL-SC)

• Outros dois senadores do PL ainda não identificados nas fontes públicas

A iniciativa é vista por analistas como uma tentativa de retaliação, já que muitos parlamentares têm redutos eleitorais diretamente beneficiados pelas emendas Pix. O pedido ainda precisa ser aceito pelo presidente do Senado, o que é improvável, dado o histórico de rejeição de mais de 70 pedidos semelhantes.

E São Luís?

A capital maranhense também recebeu emendas Pix, e você pode acompanhar esses repasses por meio do Painel do TCE-MA e do Transferegov.br. O deputado Cléber Verde foi o que mais destinou recursos ao estado, com aumento de 63 vezes entre 2020 e 2024.

Fontes para acompanhar







*Jorge Antonio Carvalho – Oficial do Blogue Conversa de Feira

sábado, 11 de outubro de 2025

Sampaio Corrêa em 2026: Maranhense e Série D, futuro indefinido


Por Jorge Antonio Carvalho*

O Sampaio Corrêa não ficou fora do Campeonato Brasileiro, segundo o sistema da CBF, a Série D é o limite de rebaixamento. O que aconteceu foi que o clube ia ficar sem calendário nacional em 2025 por não ter se classificado em campo. Com a reformulação anunciada pela CBF (veja aqui), o Sampaio voltará a disputar a Série D em 2026, além de permanecer na Série A do Campeonato Maranhense. 

A Bolívia Querida, que é símbolo de resistência e paixão, hoje enfrenta um cenário de apagão técnico e institucional, resultado direto de uma gestão que perdeu o rumo e se afastou da torcida.

SAF e empresários: promessa sem clareza

A atual gestão do Sampaio, liderada por Sérgio Frota, promete montar um elenco competitivo com apoio de empresários ligados ao ex-presidente do Flamengo, Rodolfo Landim (veja aqui). Fala-se em transformar o clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), mas não há definição concreta sobre modelo, prazos ou garantias de investimento. A torcida escuta, mas não vê.

Enquanto isso, o clube segue sem projeto de base, sem planejamento técnico e com contratações que não empolgam. Jogadores sem histórico, sem qualidade e sem identidade com o clube são anunciados como reforços. O resultado é previsível: campanhas pífias e um futebol que não representa a camisa que carrega.

E a CBF, ajuda além das cotas?

Sim. A CBF ampliou o investimento em competições para R$ 1,3 bilhão e criou 82 novas vagas em torneios nacionais. Além das cotas por participação e classificação, oferece:

Programas de infraestrutura e capacitação, como o Licenciamento de Clubes e cursos da CBF Academy.

Apoio técnico e institucional, para clubes que cumprem requisitos de governança.

Projetos de base e desenvolvimento regional, que podem beneficiar clubes como o Sampaio desde que haja articulação com a Federação Maranhense e organização interna.

Mas para acessar esses recursos, é preciso competência, articulação e vontade política. Não basta esperar ajuda, é preciso se preparar para recebê-la.

A cultura do “tem que ter dinheiro”

A frase “tem que ter dinheiro” virou bordão entre torcedores e dirigentes. Mas ela serve mais para afastar do que para construir. Gestão de futebol exige formação, visão estratégica e compromisso com o torcedor, não necessariamente riqueza pessoal. Muitos clubes são dirigidos por pessoas comuns, com paixão e qualificação.

O Sampaio é do povo

O Sampaio Corrêa é patrimônio cultural de São Luís. Não pode ser refém de um ciclo viciado. A torcida precisa acordar, cobrar, participar. O clube precisa de renovação, de ideias novas, de gente que ame o Sampaio mais do que ama o cargo. O momento é de ruptura e de reconstrução verdadeira.

Esta é uma opinião editorial do Blog Conversa de Feira.

*Jorge Antonio Carvalho – Oficial do Blog

Tarcísio contra tributo das bets, mas a favor de taxar gorjeta de garçom?

Tarcísio, que agiu para impedir tributação de bets,
tributa gorjetas de garçons em SP

Enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, articula nos bastidores de Brasília para barrar a tributação de apostas online e grandes instituições financeiras, os trabalhadores da ponta, como os garçons continuam sendo taxados em seu estado.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, está no centro de uma polêmica que escancarou as prioridades fiscais do seu governo. Segundo reportagem da Revista Fórum, Tarcísio mobilizou sua base no Congresso Nacional para derrubar a Medida Provisória 1303/2025, que previa a tributação de apostas online, as famosas bets, além de bancos e aplicações financeiras que hoje são isentas.

A MP, que tinha como objetivo ampliar a arrecadação federal com foco em setores altamente lucrativos, foi rejeitada após intensa articulação liderada por parlamentares aliados ao governador. O movimento gerou críticas por favorecer grandes conglomerados financeiros e empresas de apostas, que movimentam bilhões, enquanto trabalhadores de baixa renda seguem arcando com tributos.

O contraste fica ainda mais evidente quando se observa que, em São Paulo, o governo de Tarcísio mantém a tributação sobre gorjetas recebidas por garçons. Isso mesmo: o valor que o cliente deixa como reconhecimento pelo bom atendimento é considerado parte do salário e, portanto, sofre incidência de impostos como o INSS e o FGTS.

A incoerência entre proteger os lucros das bets e taxar a gratificação de quem serve mesas em bares e restaurantes gerou revolta entre sindicatos e movimentos sociais. Para muitos, a postura do governador revela uma política fiscal que privilegia o topo da pirâmide econômica em detrimento da base trabalhadora.

“É como se o governo dissesse que quem aposta milhões merece isenção, mas quem rala no balcão tem que pagar imposto até na gorjeta. Isso não é justiça fiscal, é injustiça social”, comentou um feirante ouvido pela equipe do blog..

E aí, leitor do Conversa de Feira, o que você acha?

Essa política faz sentido pra você? Quem deve pagar mais imposto: o banco ou o garçom? Manda teu comentário que a gente quer saber da sua opinião!

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Senado Verifica lança novo site com foco no combate à desinformação e se antecipa às eleições de 2026


O Senado Verifica: Fato ou Fake? está de cara nova. Para comemorar os cinco anos do serviço, a Secretaria de Comunicação Social do Senado (Secom) lançou, nesta quarta-feira (24), o novo site com interface mais moderna e conteúdos inéditos.

Desde sua criação, em 2020, o Senado Verifica consolidou-se como um canal de referência na checagem de informações relacionadas ao Senado Federal. Já realizou mais de 2,5 mil atendimentos diretos a cidadãos por e-mail, WhatsApp e pela Ouvidoria, e suas matérias de verificação ultrapassaram a marca de 2 milhões de visualizações.

Nova fase

A diretora da Secom, Luciana Rodrigues, explica que o serviço avança agora para um papel mais proativo.

- Inicialmente, nossa atuação foi muito focada em responder às notícias falsas, checando e desmentindo em caso de fake news. Agora, estamos avançando para um papel mais estratégico e proativo. Entendemos que, para garantir a integridade do debate público democrático, é preciso prevenir e educar. O objetivo é fornecer informações para que o próprio cidadão possa identificar e reagir à desinformação.

Lançar a nova plataforma um ano antes das eleições gerais de 2026 é igualmente relevante para o enfrentamento da desinformação, explica a gestora do Núcleo de Assessoria de Imprensa do Senado, Ester Monteiro.

- Esse período é crucial para que o serviço se estabeleça e amadureça como uma fonte de referência antes da intensificação do ciclo de desinformação eleitoral. Cada cidadão informado e consciente é um pilar a mais na proteção da nossa democracia. Combater a desinformação é uma responsabilidade de todos nós.

A nova fase do Senado Verifica reforça o compromisso institucional do Senado com o combate à desinformação. Para ampliar as ações, a Secom conta com a parceria da Consultoria Legislativa (Conleg), do Instituto DataSenado, da Biblioteca do Senado e da Secretaria-Geral da Mesa, além da Ouvidoria do Senado, que atua com o serviço desde a criação.

Inovações

Foram necessários três meses de dedicação e uma equipe multidisciplinar de tecnologia da informação, ligada à Secretaria de Engenharia da Secom, para a reestruturação visual e de sistema do Senado Verifica. A interface ficou semelhante à de uma agência de notícias, com possibilidade de hierarquização do conteúdo conforme a relevância do assunto para o cidadão.

O desenvolvedor Rony Vasconcelos conta que novos recursos foram implementados para facilitar a vida do usuário e de quem alimenta o site. As inovações implementadas posteriormente serão replicadas em outros produtos da Secom.

Cores do combate

A nova interface do site tem design mais moderno e intuitivo. O padrão de cores mudou para facilitar o acesso do internauta e para ficar mais alinhado à identidade visual do Senado, como explica Luiz Henrique Machado, designer da Coordenação de Tecnologia da Informação (CoTI), responsável pela mudança.

Os selos utilizados para a classificação das checagens [Fato, Fake, Impreciso] ganhou novo padrão, que traz a cúpula da Casa. As cores dos selos foram adotadas nos títulos e retrancas para ajudar a identificação intuitiva do material publicado.

A cor azul, predominante na identidade do Senado, foi adotada no selo que confere veracidade às informações checadas. A marrom, que transmite seriedade sem agressividade e mais neutralidade, identifica a informação imprecisa. A cor vermelha, simbolizando urgência, correção e a força de uma advertência, foi mantida no selo que indica fake news.

A página de Combate à desinformação, que publica matérias educativas e reúne conteúdos produzidos pelos veículos de comunicação do Senado e por outros setores da Casa, tem o preto como referência. Uma cor que transmite sobriedade e autoridade, características do trabalho para reduzir o impacto nocivo da desinformação sobre a sociedade e suas instituições.

Outras novidades:

Podcast "Senado Verifica": Acompanhe o quadro "Conheça a fonte, confirme se é fato" em formato de podcast, com episódios semanais, no programa Conexão Senado da Rádio Senado.

Base de conhecimento do Senado: Acesse pesquisas de opinião do DataSenado e uma bibliografia atualizada sobre o tema, selecionada pela Biblioteca do Senado.

Acesso à legislação: Encontre facilmente todos os projetos de lei sobre combate a fake news, regulação de redes sociais, golpes digitais, inteligência artificial e letramento digital que tramitam no Senado.

Repositório institucional: Um espaço único que reúne e organiza todas as ações do Senado no combate à desinformação, garantindo transparência.

Conheça o novo site: senado.leg.br/verifica


COMO FUNCIONA

O Senado Verifica checa conteúdos em texto, áudio, vídeo, imagem e links relacionados ao Senado Federal. Qualquer pessoa pode pedir uma verificação, desde que se identifique conforme a Política de Uso.



Ouvidoria: 0800 0 61 2211 (ligação gratuita de todo o Brasil, por telefone fixo e celular)

Formulário: acesse aqui


segunda-feira, 6 de outubro de 2025

A culpa é sempre dos outros: o presidente que foge da responsabilidade enquanto o Sampaio afunda


Por Jorge Antonio Carvalho*

Enquanto o Sampaio Corrêa vive uma das fases mais delicadas de sua história, dentro e fora de campo. o atual presidente parece ter encontrado uma fórmula para se manter no cargo: culpar os outros.

Se o time não avança nas competições, a culpa é da Federação. Se o elenco não rende, a culpa é do técnico. Se a arquibancada protesta, a culpa é da torcida. E assim segue o roteiro de uma gestão que se recusa a assumir seus próprios erros, mesmo diante de uma Bolívia Querida em frangalhos.

Recentemente, o presidente afirmou que o clube perdeu vagas na Copa do Brasil e na Copa do Nordeste por conta da intervenção da FMF (Veja aqui). A declaração, publicada no GE Maranhão, causou revolta entre torcedores que acompanham de perto os bastidores do clube. Afinal, a crise no Sampaio não começou com a Federação — começou com decisões internas, falta de planejamento e uma gestão que se afastou da base popular.

Antes disso, o mesmo presidente já havia responsabilizado o ex-técnico Zé Augusto pela má fase do time, dizendo que ele “não estava tendo sorte”. Uma tentativa de transformar problemas estruturais em questões de azar, como se o futebol fosse loteria e não resultado de trabalho sério (Veja aqui).

E quando a torcida se manifesta, como fez em diversas postagens e entrevistas no Conversa de Feira, o discurso oficial é de que os protestos atrapalham o clube (reveja aqui). Mas o que realmente atrapalha é a falta de transparência, o desmonte do patrimônio, como a venda do CT José Carlos Macieira e a ausência de diálogo com quem sustenta o Sampaio há décadas: o povo boliviano.

A gestão atual parece viver num espelho invertido, onde toda crítica é vista como ameaça e toda responsabilidade é terceirizada. Enquanto isso, o clube perde espaço, perde identidade e corre o risco de perder sua alma.

Mas a torcida está acordada. O Movimento Sampaio é do Povo criado por vários torcedores para lutar pela Bolívia Querida, cresce, se organiza e exige respostas. Porque não dá mais para aceitar que a mentira fale em nome da tradição, que o fracasso seja disfarçado de perseguição, e que o presidente continue fugindo daquilo que é dele: a responsabilidade pela gestão.

*Jorge Antonio Carvalho - Oficial do Blog Conversa de Feira.



quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Sampaio Corrêa sob cerco: entrevista de Frota vira palco de desinformação e ataque à torcida

Momento da entrevista

Por Jorge Antonio Carvalho*

Nesta semana, o Movimento Sampaio é do Povo foi convocado para audiência na 6ª Promotoria de Justiça de São José de Ribamar, em meio às denúncias que envolvem a gestão do presidente Sérgio Frota. Incomodado com a mobilização crescente da torcida, Frota reagiu com uma entrevista de quase duas horas transmitida pela TV Sampaio, numa tentativa de conter a pressão popular, mas que acabou revelando ainda mais contradições e omissões.

A encenação da transparência

Na entrevista, Frota e seu vice tentaram abordar temas como a campanha de 2025, mudanças na CBF, expectativas para 2026, elenco renovado e a possível entrada de investidores via SAF. No entanto, o que se viu foi uma aula de desinformação: nenhuma explicação concreta sobre a venda do CT José Carlos Macieira, nenhum esclarecimento sobre os recursos recebidos nas competições nacionais, e um verdadeiro malabarismo sobre os termos da SAF. Pior: a torcida foi desqualificada, o movimento foi tratado como ameaça e chamado de "corja" e os questionamentos levados ao Ministério Público foram distorcidos.

Veja a entrevista completa no YouTub no link abaixo: 


Um clube sequestrado por um projeto pessoal

Como já denunciado no blog Conversa de Feira, o Sampaio Corrêa vive sob uma gestão personalista, marcada por reformas estatutárias que blindam o poder e excluem a torcida das decisões. O estatuto atual permite ao presidente controlar quem pode votar, aprovar chapas eleitorais e até reconsiderar seus próprios atos — um modelo que transforma o clube em feudo privado.

A venda nebulosa do CT

A venda do Centro de Treinamento José Carlos Macieira é o símbolo máximo da dilapidação patrimonial. Segundo o professor Raimundo Castro, há indícios de que Frota atuou como procurador de um particular na negociação do terreno, e não como defensor dos interesses do clube. O Sampaio ainda pagou R$ 200 mil em 2022 como “ressarcimento” por um bem que deveria ser seu. Até hoje, não há escritura pública, atas de assembleia, contrato formal ou prestação de contas sobre os mais de R$ 6 milhões arrecadados.

O povo exige justiça

O movimento já protocolou denúncia no Ministério Público sob o número SIMP nº 007169-509/2025, e não descarta ação popular com pedido de afastamento e intervenção judicial. Há precedentes: a Justiça maranhense já afastou a diretoria da Federação Maranhense de Futebol em agosto de 2025.

A torcida como protagonista

O Sampaio nasceu do povo e será devolvido ao povo. A arquibancada não é cenário decorativo é instância legítima de deliberação. O Movimento Sampaio é do Povo exige auditoria completa, reforma estatutária, eleições livres e transparência radical. Porque o que está em jogo não é apenas um mandato, mas o futuro de um clube centenário.

*Jorge Antonio Carvalho - Oficial do Blog Conversa de Feira

domingo, 14 de setembro de 2025

São Luís e o lixo urbano: quando a prefeitura insiste em enxugar gelo

UEB Darcy Ribeiro, foto de Juvencio Matos/TV Mirante em 2024,
situação ainda é a mesma hoje.

Por Jorge Antonio Carvalho*

Em São Luís, o problema da coleta de lixo deixou de ser apenas uma questão de limpeza urbana, tornou-se um reflexo da ausência de políticas públicas eficazes. Em diversos corredores da cidade, o lixo se acumula nos canteiros, é descartado fora dos dias de coleta e espalhado por animais e pessoas em busca de materiais reaproveitáveis. A prefeitura, sem planejamento e sem campanhas educativas, parece atuar como quem enxuga gelo: recolhe o lixo hoje, vê tudo voltar amanhã.

Corredores urbanos que viraram pontos de descarte

Três locais ilustram bem esse cenário:

Corredor da Avenida João Pessoa - Entrada do Bairro Filipinho:





Corredor da Avenida Africanos - do início das Franceses até semáforo das entradas do Coroado e Coroadinho.







Corredor da Avenida Vitorino Freire, lado do Bairro Madre Deus





Nesses pontos, comerciantes e moradores descartam lixo diariamente, ignorando os dias oficiais de coleta. A ausência de fiscalização e de ações educativas transforma esses espaços em pequenos lixões urbanos, com impacto direto na saúde pública e na imagem da cidade.

A prefeitura não dá conta e não articula

A justificativa da falta de pessoal para atuar casa a casa nesses entornos não pode ser desculpa para a inércia. A solução não está apenas em mais caminhões ou mais garis, mas em articulação. A prefeitura precisa buscar caminhos que envolvam a sociedade civil, instituições de ensino e órgãos ambientais.

Há alternativas viáveis e já testadas em outras cidades: envolver escolas públicas e privadas, universidades, agentes comunitários e até comerciantes locais em ações de educação ambiental. A juventude, por exemplo, pode ser mobilizada como força transformadora com oficinas, campanhas, sinalização e diálogo direto com a comunidade.

Segundo a Superintendência de Limpeza Pública (SULIP), a coleta domiciliar é realizada em dias alternados nos bairros e diariamente nas principais avenidas. A orientação é que o lixo seja acondicionado em sacos plásticos e colocado na porta cerca de duas horas antes da coleta. No entanto, a prática cotidiana em muitos desses pontos revela que essa programação não é respeitada e tampouco fiscalizada.

Além disso, a Patrulha Ambiental de São Luís, criada para fiscalizar o descarte irregular, atua com base no Decreto Municipal nº 58.614/2022, que regulamenta o Sistema de Limpeza Urbana e Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos. Ainda assim, segundo levantamento de entidades locais, a cidade possui cerca de 500 pontos de descarte irregular, evidenciando a insuficiência das ações de fiscalização.

Caminhos possíveis: educação e protagonismo comunitário

A solução para o problema não se resume à ampliação da coleta. É necessário investir em campanhas permanentes de educação ambiental, com envolvimento direto da comunidade. A articulação com escolas, universidades, comerciantes e agentes comunitários pode transformar a cultura do descarte e promover responsabilidade coletiva.

Experiências locais demonstram que o protagonismo juvenil, aliado à formação cidadã, pode ser um vetor de mudança. Oficinas, sinalização educativa, ações culturais e diálogo direto com moradores são estratégias viáveis e de baixo custo que podem ser incorporadas à política pública municipal.

Espaço aberto ao poder público e à sociedade

Este espaço permanece aberto à manifestação oficial da Prefeitura de São Luís, caso deseje esclarecer à população sobre medidas já adotadas ou em fase de implementação nos pontos citados. A transparência institucional é essencial para que a sociedade compreenda os desafios enfrentados e acompanhe os avanços propostos.

Da mesma forma, este artigo convida a comunidade moradores, comerciantes, educadores e estudantes a refletir e participar ativamente da construção de soluções sustentáveis. A transformação dos bairros começa com o engajamento coletivo e com o fortalecimento de práticas cidadãs que promovam saúde, respeito ao meio ambiente e qualidade de vida

A cidade precisa parar de apagar incêndios e começar a construir soluções. O lixo não é apenas um problema de coleta é um problema de cultura, de gestão e de prioridade.

*Jorge Antonio Carvalho - Oficial do blog


quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Gás do Povo: Perguntas e respostas sobre o programa

O programa assegura acesso digno e gratuito a
um insumo considerado essencial. Foto: Pexels

O Gás do Povo é a nova política pública criada para ampliar e fortalecer o acesso ao gás de cozinha no Brasil. Substitui o Auxílio Gás dos Brasileiros (Lei nº 14.237/2021), garantindo mais justiça social, saúde e dignidade às famílias de baixa renda. O programa vai oferecer gratuidade no botijão de gás de cozinha (GLP) para 15,5 milhões de famílias brasileiras, com benefício a cerca de 50 milhões de pessoas. O programa busca diminuir o efeito do preço do gás de cozinha para as famílias de baixa renda, inscritas no Cadastro Único, com renda per capita mensal menor ou igual a meio salário-mínimo, e prioriza beneficiários do Bolsa Família. O programa representa um avanço significativo na política de proteção social brasileira, ao assegurar o acesso digno e gratuito a um insumo essencial. É um investimento direto na qualidade de vida, na saúde e na segurança alimentar das famílias.

Confira abaixo, as principais perguntas e respostas sobre o programa.

Caso queira conferir todas as perguntas e respostas sobre o programa, acesse aqui 

Por que o novo formato foi criado?

O Gás do Povo surgiu para aperfeiçoar e ampliar os resultados da política anterior, o Auxílio Gás, aumentando muito seu alcance e promovendo alívio financeiro no custo do botijão de GLP para as famílias beneficiadas. O Auxílio Gás contempla 5,13 milhões de famílias. O Gás do Povo vai triplicar esse alcance, beneficiando 15,5 milhões de famílias.

No modelo anterior, o benefício era pago em dinheiro. Agora, será oferecida a gratuidade na compra do botijão. Assim, o Governo Federal assegura que a política cumpra efetivamente a missão de proteger as famílias mais vulneráveis, garantir a redução da exposição à fumaça da lenha e a proteção da saúde das famílias.

Cabe destacar que as mulheres são chefes de família em cerca de 90% dos lares beneficiados pelo Auxílio Gás (dados de abril de 2025), e são justamente elas que mais sofrem os efeitos da pobreza energética: são as principais responsáveis pela cocção dos alimentos, as que mais se expõem à poluição intradomiciliar e as que mais comprometem tempo e saúde na coleta de lenha (OMS, 2024).

Qual o desafio enfrentado pelas famílias brasileiras?

Para milhões de famílias brasileiras, o ato simples de cozinhar se transforma em um desafio diário, carregado de riscos e dificuldades. O alto custo do botijão de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) e a complexidade de sua distribuição em áreas mais afastadas impedem que muitas casas tenham acesso à energia limpa e segura. A realidade é o uso de alternativas precárias como lenha, carvão e querosene, que expõem mulheres e crianças a ambientes insalubres, marcados por fumaça tóxica, doenças respiratórias crônicas e o perigo constante de queimaduras.

Quando o benefício começará a valer?

O programa passará por uma transição gradativa entre a modalidade atual e o novo formato. A previsão é que os primeiros botijões comecem a ser entregues ainda em novembro deste ano. Em março de 2026, o novo formato deve alcançar todas as 15,5 milhões de famílias.

Quem terá direito ao benefício?

Famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 759), com prioridade para aquelas que recebem Bolsa Família (renda per capita de até R$ 218).

Recebo o Bolsa Família, posso receber o Programa Gás do Povo?

Sim. O pagamento do programa poderá ser acumulado com outros benefícios, auxílios e o Programa Bolsa Família.

Inconsistências cadastrais no CadÚnico resultam em exclusão automática do Programa?

Sim. É de responsabilidade do beneficiário manter seus dados atualizados no Cadastro Único e, sem inconsistências de informações, para manutenção do benefício.

Lembramos a importância de manter seus dados atualizados e corretos em outras bases do Governo Federal, como Receita Federal, Justiça Eleitoral, entre outras.

Haverá revisão cadastral e de elegibilidade para as famílias do programa?

Informamos que regularmente o Governo Federal realiza análise e revisão do cadastro dos beneficiários do Programa Gás do Povo. Famílias que não atenderem aos critérios de elegibilidade poderão ser excluídas do programa.

Meu CPF está irregular e minha família está impedida de ingressar?

Sim, o CPF do responsável da família estiver irregular, isso pode impedir o ingresso ou a continuidade no programa. A regularização do CPF é essencial.

Qual a quantidade de botijões de gás que minha família poderá receber com o desconto em um ano?

O Programa Gás do Povo foi meticulosamente planejado para atender às necessidades reais das famílias, garantindo maior equidade:

» Famílias com 2 integrantes: Receberão até 3 botijões por ano. Validade de 4 meses, cada vale.
» Famílias com 3 integrantes: Receberão até 4 botijões por ano. Validade de 3 meses, cada vale.
» Famílias com 4 ou mais integrantes: Receberão até 6 botijões por ano. Validade de 4 meses, cada vale.

Como o beneficiário vai acessar o benefício?

O beneficiário vai retirar os botijões diretamente nas revendas credenciadas mais próximas de sua moradia, sem intermediários.

A autorização para a retirada se dará com quatro possibilidades ainda em fase final de detalhamento: aplicativo (VALE DIGITAL), cartão específico para o programa, QR Code (VIA CARTÃO DO BOLSA FAMÍLIA OU AGÊNCIAS DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL) e cartão do Bolsa Família, conforme o caso.

A gratuidade será concedida no momento da compra, mediante validação eletrônica na revenda habilitada.

Não haverá, portanto, qualquer pagamento em dinheiro no ato da retirada. O beneficiário disporá de um vale digital, cujo nome ainda está em definição e deverá evitar expressões que não sejam corriqueiras para a população. Importante ressaltar que o preço de referência não leva em conta o valor do frete, e o beneficiário terá que arcar com esse custo, caso queira receber o botijão em casa.

Todo o processo de acesso ao benefício será gerido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

Quantas famílias serão beneficiadas em cada estado do Brasil?

Estimativa de famílias beneficiárias por estado

Em nome de quem será realizado o pagamento ou a utilização do benefício?

O vale eletrônico para desconto no botijão será emitido em nome do responsável familiar registrado no CadÚnico.

Meu benefício pode ser bloqueado caso eu não consiga emitir o vale eletrônico?

Não haverá bloqueio do benefício, pois o desconto é repassado diretamente ao revendedor credenciado.

Caso não tenha acesso ao aplicativo do programa para emissão do vale desconto, você poderá utilizar o Cartão do Bolsa Família diretamente na revendedora de gás de cozinha credenciada no Programa Gás do Povo.

A exclusão do benefício acontecerá se a família beneficiária do programa não atender mais aos critérios de elegibilidade.

Como o beneficiário pode tirar dúvidas sobre o programa?

A qualquer momento do dia e da semana, o cidadão pode ligar no telefone 121 e tirar todas as dúvidas. O serviço ficará disponível 24h, sete dias por semana. Também será possível entrar em contato pelo canal FalaBR, do Governo Federal.

E se o valor do botijão for menor que o preço de referência?

Se o preço praticado pela revenda for menor, não há geração de crédito ou troco, nem acúmulo para o próximo benefício.

Importante: a revenda que quiser participar do programa deve entregar o botijão ao beneficiário e será ressarcido pela Caixa pelo valor do preço de referência do GLP do estado de domicílio da família.

Portanto, podemos dizer que o botijão será gratuito para todos os beneficiários.

Como será realizado o cadastramento das revendas?

As revendas que quiserem participar do programa deverão se credenciar voluntariamente junto à Caixa Econômica Federal e cumprir requisitos de identidade visual padronizada, além de estarem aptas para operar com o vale eletrônico.

Como identificar uma revenda que participa do programa?

O programa Gás do Povo prevê que a revenda que desejar participar do programa deverá obedecer a regras de identidade visual, como em:

» Portarias de revendas
» Botijões de GLP
» Veículos de transporte
» Materiais de comunicação

Além disso, o aplicativo do beneficiário mostrará a lista atualizada das revendas credenciadas.

E se no município não houver revendas credenciadas?

Distribuidores de GLP com participação igual ou superior a 10% no estado devem garantir a oferta do benefício em municípios sem revendas credenciadas, conforme regulamentação. Importante: caso não haja revendas no município (cadastradas ou não no programa), o beneficiário deverá ir até o município mais próximo, onde haja revenda credenciada.

terça-feira, 2 de setembro de 2025

"Entre o Céu e a Terra: a Travessia de Pinto Martins e a Paixão de um Povo"

Foto: Fornecida pelo autor

Por Raimundo Castro*

Em 1922, quando o Brasil celebrava seu Centenário da Independência, os céus ainda eram território de poucos. Voar era arriscar a vida, apostar contra a gravidade, desafiar os limites do impossível. Foi nesse cenário que um cearense de Camocim, Euclides Pinto Martins, ousou inscrever seu nome na história.

Engenheiro, mecânico, aviador — homem de coragem e de técnica — Pinto Martins uniu-se ao piloto norte-americano Walter Hinton para dar vida a uma travessia épica: ligar Nova Iorque ao Rio de Janeiro, costurando continentes e mares a bordo de um hidroavião batizado com um nome que atravessaria os séculos: Sampaio Corrêa II.

A cada pouso forçado em águas turbulentas, a cada reparo feito com as próprias mãos, Martins não apenas consertava máquinas — ele reafirmava a esperança de que a ciência e a ousadia poderiam unir povos e nações. Quando, em dezembro de 1922, o hidroavião pousou triunfante na Baía de Guanabara, o Brasil inteiro compreendeu que um novo tempo havia começado: tempo em que a independência também se faria pelos ares.

Mas a epopeia não terminou no Rio. Daquele voo nasceu um símbolo. Quando, no ano seguinte, um grupo de maranhenses apaixonados pelo futebol decidiu fundar um clube, escolheram homenagear o feito que incendiava a imaginação nacional. Assim nasceu o Sampaio Corrêa Futebol Clube, carregando no nome a marca da ousadia e da coragem. Desde então, o “Tubarão” não é apenas um time: é herança de um gesto de grandeza, memória de que o povo também pode voar.

O destino, no entanto, foi cruel com Pinto Martins. Dois anos depois, em 1924, morreu em Nova Iorque em circunstâncias trágicas. Partiu jovem, sem ver plenamente reconhecida a dimensão de sua façanha. Mas se a vida se apagou cedo, sua chama permanece acesa — no aeroporto de Fortaleza que leva seu nome, na história da aviação brasileira e, sobretudo, na identidade de um clube que nasceu para ser do povo.

Hoje, quando o Movimento “Sampaio Corrêa é do Povo” reivindica democracia, transparência e participação, há um elo invisível que o conecta àquela travessia de 1922. Se Pinto Martins atravessou mares e tempestades para aproximar continentes, cabe agora aos torcedores atravessar as nuvens da opacidade e da má gestão para reconquistar o clube que sempre lhes pertenceu.

A memória do Sampaio Corrêa II não é apenas um capítulo esquecido da aviação: é metáfora viva de resistência. Lembra-nos que nenhuma tempestade é capaz de deter um povo que decide voar. E que, como naquele hidroavião singrando os céus, o Sampaio Corrêa Futebol Clube só cumprirá seu destino se for conduzido pelas mãos firmes e pelos sonhos coletivos de quem realmente lhe dá sentido: a sua torcida, o seu povo, o seu universo tricolor.

*Raimundo Castro - Mestre em Educação pela Universidade Federal do Maranhão. Professor Titular do Departamento de Matemática do IFMA, Campus São Luís-Monte Castelo. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Profissional e Tecnológica, Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ensino, Doutorando em Ensino, da Rede Nordeste de Ensino - RENOEN, Instituição Associada Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) Torcedor do Sampaio Corrêa Futebol Clube 

sábado, 30 de agosto de 2025

Salário Mínimo em Alta: Brasil Retoma Poder de Compra Após Anos de Estagnação


O salário mínimo previsto para 2026 é de R$ 1.631,00, segundo o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). Mais do que um número, esse valor representa uma virada na política de valorização do trabalho no Brasil, após anos de contenção fiscal e corrosão do poder de compra. 

Vejam abaixo, quadros comparativos dos governos de 2015 até a previsão de  2026:

Evolução Real do Salário Mínimo (2015–2026)

Ano

Salário Mínimo (R$)

Inflação (IPCA) (%)

Reajuste (%)

Ganho/Perca Real (%)

2015

788,00

6,41

8,84

+2,43

2016

880,00

10,67

11,68

+1,01

2017

937,00

6,29

6,48

+0,19

2018

954,00

2,95

1,81

–1,14

2019

998,00

3,75

4,61

+0,86

2020

1.045,00

4,31

4,71

+0,40

2021

1.100,00

4,52

5,26

+0,74

2022

1.212,00

10,06

10,18

+0,12

2023

1.320,00

5,79

8,90

+3,11

2024

1.412,00

4,62

6,97

+2,35

2025

1.518,00

4,51

7,51

+3,00

2026

1.631,00

4,33 (proj.)

7,44

+3,11



Salário Mínimo vs. Cesta Básica (2015–2026)

Presidente

Ano

Salário Mínimo (R$)

Cesta Básica (R$)

% Comprometido

Meses p/ 4 cestas

Dilma

2015

788,00

385,00

48,85%

1,96

Dilma

2016

880,00

410,00

46,59%

1,86

Temer

2017

937,00

435,00

46,42%

1,86

Temer

2018

954,00

460,00

48,22%

1,93

Bolsonaro

2019

998,00

495,00

49,60%

1,98

Bolsonaro

2020

1.045,00

540,00

51,67%

2,07

Bolsonaro

2021

1.100,00

580,00

52,73%

2,11

Bolsonaro

2022

1.212,00

700,00

57,75%

2,31

Lula

2023

1.320,00

760,00

57,58%

2,30

Lula

2024

1.412,00

772,00

54,68%

2,19

Lula

2025

1.518,00

785,00

51,70%

2,07


Os valores da cesta básica são médias nacionais estimadas com base nos dados do DIEESE. Em 2016, por exemplo, Porto Alegre registrou o maior custo (R$ 459,02), enquanto Recife teve o menor (R$ 347,96).

A queda no peso da cesta básica sobre o salário mínimo mostra uma melhora concreta: o trabalhador poderá comprar mais com menos esforço, algo que não se via desde antes da pandemia.

Comparativo por Governo

Governo

Mandato

Salário Inicial (R$)

Salário Final (R$)

Ganho Real (%)

Lula 1

2003 - 2006

200,00

350,00

+38,3%

Lula 2

2007 - 2010)

380,00

545,00

+17,4%

Dilma 1

2011 - 2014

545,00

724,00

+12,4%

Dilma 2

2015 - 2016

788,00

880,00

+5,5%

Temer

2016 - 2018

880,00

954,00

–0,2%

Bolsonaro

2019 - 2022

954,00

1.212,00

–1,2%

Lula 3

2023 - 2026*

1.302,00

1.631,00 (proj.)

+6,1% (até 2025)

 
*Projeção para 2026 com base no PLOA

A valorização do salário mínimo foi uma das marcas mais fortes dos governos Lula e Dilma, que enxergaram nele um motor de inclusão social, combate à pobreza e estímulo à economia. Os ganhos reais acumulados nesses períodos permitiram que milhões de brasileiros tivessem acesso a mais dignidade, consumo básico e mobilidade social.

Já os governos Temer e Bolsonaro seguiram uma agenda de austeridade que freou o crescimento do mínimo. Os reajustes ficaram abaixo ou no limite da inflação, resultando em perda de poder de compra e estagnação da renda dos trabalhadores, especialmente os mais vulneráveis.

Com a retomada da política de valorização no 3º mandato de Lula, o salário mínimo volta a crescer acima da inflação, sinalizando uma recuperação concreta para quem depende dele. Se essa trajetória for mantida, o Brasil poderá consolidar uma nova fase de fortalecimento da renda básica e do consumo popular, com impactos positivos na economia e na vida de milhões.

Esta matéria foi elaborada com base em dados públicos e projeções oficiais, utilizando as seguintes fontes: