terça-feira, 17 de abril de 2018

MANUELA 65, pré-candidata em 2018


Crédito das Fotos: Barbara Marreiros, Karla Boughoff,
 Marcos Bruno, Maiakovski, Vangli Figueiredo

Manuela lança manifesto com lideranças políticas, sociais e culturais
A pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D’Ávila, lançou o manifesto da sua pré-candidatura intitulado “Liberdade para o Brasil, para Lula, para os brasileiros e brasileiras”, na noite desta segunda-feira (16). O palco do evento foi o Teatro Oficina em São Paulo, que lotou com a presença da militância comunista, lideranças políticas, sociais, artistas e intelectuais.
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Atualmente o Brasil vive um dos momentos mais adversos da sua história. Após o impeachment contra a presidenta eleita nas urnas, Dilma Rousseff, o governo ilegítimo de Michel Temer impôs uma agenda de retirada de direitos da classe trabalhadora e o país passou a viver um quadro de violência política e de Estado de exceção.
No dia 7 de abril, o ex-presidente Lula foi preso, vítima de um julgamento de exceção e agravando ainda mais a crise política e institucional no Brasil. O vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Márcio Macedo, disse que “Manuela D’Ávila é um dos quadros mais qualificados que a nossa geração produziu”.
“Você [Manuela] carrega em si o acúmulo de uma geração que quer fazer acontecer. Quero desejar que você tenha uma jornada muito produtiva, que você possa fazer um bom combate e que você possa com a força da juventude, com o seu talento, com a certeza dos seus princípios, dar uma sacudida nesse país em defesa da democracia e por um projeto de país, que tenha responsabilidade com os seus filhos.”
Manuela foi homenageada através de vídeo-mensagem por diversos artistas e intelectuais, como Chico Buarque, Gilberto Gil, Beth Carvalho e Wagner Moura.
Homenagem ao ex-presidente Lula
O ex-presidente Lula, preso em Curitiba, esteve presente de diversas maneiras no evento. Leci Brandão cantou Zé do Caroço, homenageando o ex-presidente que tirou o Brasil do mapa da fome. Leci se referiu a Manuela como “mulher jovem, guerreira, ativista, corajosa e que tem todas as condições de trazer uma nova esperança ao país”.
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Lula foi representado pela sua filha, Lurian Cordeiro Lula da Silva. Emocionada, ela saudou aos convidados. “É preciso dizer que eles não conseguiram nos calar, não conseguiram apagar a nossa alegria e não conseguiram destruir os nossos sonhos. Temos a consciência de que há um crime político acontecendo nesse país. A prisão de um inocente, que eles tentam calar de uma forma arbitrária, agressiva, não só com a pessoa do nosso ex-presidente Lula, mas com o nosso povo”.
“Manu, eu só tenho que te agradecer. Esse é o segundo espaço que venho falar depois da prisão do meu pai”, disse Lurian.
“Não vamos nos calar. Lula não estará só. Manu, quero desejar a você toda sorte do mundo. Eu irei a todas as atividades do PCdoB com maior carinho e respeito. A gente precisa muito de vocês e estamos a disposição! Obrigada, obrigada, obrigada! Lula Livre!”, concluiu a filha do ex-presidente Lula.
As homenagens continuaram. Manuela D’Ávila, que tem participado intensamente da jornada em defesa do ex-presidente Lula, antes e depois da sua prisão, esteve na semana passada no Uruguai, com o ex-presidente Pepe Mujica e com a ativista dos direitos humanos e uma das fundadoras da associação Madres de Plazo de Mayo, Hebe Bonafini, e na Argentina, com a ex-presidenta Cristina Kichner.
Manuela entregou a Lurian, um lenço (Pañuelo) de Hebe Bonafini. “Na quinta-feira passada eu fui a Montevidéu e fiz uma visita ao lugar que talvez seja o tempo mais significativo do que foi a ditadura e a falta de democracia no nosso continente, é a casa das Mães de Maio. Elas mandaram um presente ao ex-presidente Lula, um pañuelo, isso é o símbolo das lembranças que elas têm aos filhos, que nunca mais voltaram, e dos netos que elas reconquistam um a um. Elas pediram para entregar ao teu pai”, explicou Manuela D’Ávila.
“Manuela é a expressão do novo na política”
Na ocasião, o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), ressaltou que os companheiros do PCdoB sempre estiveram ao seu lado em momentos importantes da história do Brasil. E afirmou, que “Manuela D’Ávila é uma das figuras mais qualificadas, senão a mais qualificada desse campo no momento atual”.
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A presidenta nacional do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE), frisou que estamos vivendo tempos tenebrosos, depois do Brasil pós-golpe, com a interrupção de um projeto popular eleito nas urnas. “Eles estão rapidamente destruindo a base do Estado brasileiro”, pontuou.
“O PCdoB sempre esteve denunciando o golpe que está em curso no Brasil. O PCdoB está na linha de frente lutando por Lula libre e ao mesmo tempo entendemos que a reposta mais contundente desse momento é debater saídas, e para isso temos a pré-candidatura de Manuela D’Ávila, que é a expressão do novo. Ela não é somente a expressão do novo pela sua idade [36 anos], é por que ela é portadora das ideias do PCdoB. Ela será a porta voz de um novo projeto nacional de desenvolvimento”, ressaltou a presidenta nacional do PCdoB.
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Caetano Veloso também participou do ato através de vídeo-mensagem.
“É legitimo e saudável que diferentes grupos de esquerda disputem as eleições presidenciais este ano. O que propicia o aparecimento e a projeção nacional de novas lideranças, como é o caso da Manuela D’Ávila. Manuela é uma doce figura, dura quando precisa, firme nas suas convicções, corajosa, como se viu e como se vê na luta pela liberdade do ex-presidente Lula. Aí está um sinal de que a esquerda pode se unir e deve se unir quando se trata do essencial, do combate a justiça e a defesa da democracia. Estamos juntos”, disse Veloso.
A cantora Ana Cañas, um símbolo das manifestações contra o golpe e a prisão política do ex-presidente Lula, cantou a música Bêbado Equilibrista, um dos maiores clássicos da parceria João Bosco e Aldir Blanc. Considerada como um “hino da anistia”, essa música retrata o período da ditadura militar no Brasil.
Márcio Matos, militante do Movimento Sem Terra (MST), assassinado no dia 24 de janeiro de 2018 na Bahia; Amarildo de Souza, ajudante de pedreiro que foi torturado e morto por policiais em 2013; Cláudia Ferreira da Silva, auxiliar de limpeza, que teve o corpo arrastado por 350 metros por um carro da Polícia Militar e foi baleada, durante uma troca de tiros entre policiais e traficantes; Rafael Braga, jovem, negro, pobre, preso por porte de pinho sol; Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro e Anderson Gomes, motorista, assassinados no dia 14 de março, também foram homenageados no evento pela cantora Ana Cañas.
Discurso da pré-candidata do PCdoB
A pré-candidata do PCdoB, Manuela D’Ávila, discursou e afirmou que a noite foi linda, ao lado de tantos amigos e amigas. “Meus companheiros de uma vida”.
“Liberdade essa palavra que o sonho humano alimenta. Nós tínhamos que dar um nome e diante dos dias muitos difíceis que nós vivemos, escolhemos chamar a minha carta de liberdade para o Brasil, para os brasileiros e brasileiras. Depois a realidade mudou, no meio da construção da nossa carta aconteceu a prisão [política] do ex-presidente Lula, e intitulamos o manifesto: Liberdade para o Brasil, para Lula, para os brasileiros e brasileiras”.
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“Nós queremos convidar vocês para que construam junto conosco a nossa pré-candidatura, sabedores de que, para o Brasil ser uma grande nação, é precisa garantir liberdade para o país caminhar com suas próprias pernas, é preciso liberdade para nossa gente e é preciso gritar em alto e bom som que queremos Lula livre, porque a liberdade de Lula é o resgate das soluções democráticas”, disse Manuela, que lançou manifesto pela liberdade durante o evento.
Depois de ler o texto em que aponta os principais pontos da plataforma que defende, a pré-candidata fez uma defesa da unidade das forças progressistas. “Compreendemos que devemos estabelecer pontes e vínculos profundos para que a esquerda e o setor progressista e democrático dialoguem exaustivamente”, disse, defendendo que a prisão de Lula simboliza a tentativa de conter as ideias de esquerda.
“Se Lula vale a luta, Lula também vale a nossa unidade e o estabelecimento de pontes. Nós nunca fomos óbice para a unidade. Pelo contrário. O PCdoB sempre foi a estrada que tentou conduzir o Brasil por esse caminho”, defendeu, ressaltando a ousadia do partido de lançar o seu nome na disputa presidencial. “Nós ousamos porque dizemos que sonhamos, porque nossos sonhos valem a pena”.
Também participaram do ato o deputado federal Jean Wyllis (Psol) e diversos parlamentares do PCdoB, como os deputados Orlando Silva (SP), Jandira Feghali (RJ), Jô Moraes, Daniel Almeida (BA), Alice Portugal (BA), a senadora Vanessa Grazziotin (AM), entre outros.
Assista na íntegra o ato:

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