Em menos de dois dias, quatro trabalhadores rurais sem-terra foram brutalmente assassinados no Brasil. Em todos os casos há indícios de execução. Os crimes aconteceram no estado de Pernambuco e Minas Gerais.
Na sexta-feira (23), no estado nordestino, o trabalhador Antônio Tiningo foi vítima uma emboscada quando se dirigia para o acampamento da fazenda Açucena, no município de Jataúba. Tigingo era uma das lideranças do MST da região. Ele coordenava o acampamento que já estava ocupado há três anos.
De acordo com o integrante da coordenação nacional do MST em Pernanbuco, Jaime Amorim, nos últimos anos a violência contra trabalhadores rurais está se intensificando. Para ele, o fato ocorre porque o governo trata com descaso a reforma agrária.
“Essa área onde o trabalhador foi assassinado, o próprio proprietário já havia oferecido para o Incra comprar, para desapropriar. Porém, o Incra não desapropriou. Além dessa questão casta do latifúndio, nós temos um estado que opera contra a reforma agrária. Portanto, temos um Incra todo desestruturado, e tudo isso vai gerando outra violência, que é a violência pela inoperância do governo.
Já no estado mineiro três trabalhadores foram executados no sábado (24). O grupo, formado por dois homens e uma mulher, foi encontrado morto na rodovia estadual MGC-455, em Miraporanga, distrito de Uberlândia. Uma criança de cinco anos – neta do casal – estava no carro, presenciou o crime e passou informações para a Polícia.
Eles faziam parte do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST). A Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já classificaram os crimes como "execução". O ouvidor nacional dos Direitos Humanos, Bruno Teixeira, informou que vai acompanhar as apurações em Minas Gerais.
Fonte: Radioagência NP
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