quarta-feira, 15 de junho de 2022

Turista é queimado vivo após ser apontado por fake news como "ladrão de crianças"


Daniel Picazo, 31

Um advogado de 31 anos foi linchado e queimado vivo por moradores de uma comunidade no interior do México após ser ‘confundido’ com um sequestrador de crianças. O caso aconteceu na noite da última sexta-feira feira (10) depois que uma fake news se espalhou em Papatlazolco sobre uma suposta tentativa de sequestro de um menor.

Enfurecidos com áudios que receberam pelo WhatsApp, os moradores capturaram Daniel Picazo, o espancaram e o queimaram vivo com gasolina. Daniel estava apena passeando na comunidade como turista.

“Os áudios continham mensagens de terror psicológico e davam conta de que um forasteiro estava no vilarejo com o intuito de roubar crianças. A gravação alertava as famílias para cuidarem de seus filhos”, disse um investigador da polícia ao jornal ‘El Universal’.

A polícia e paramédicos deslocaram-se ao local do linchamento, mas nada puderam fazer pelo homem porque os assassinos não permitiram que chegassem perto. Quando o resgate finalmente conseguiu se aproximar de Daniel, ele já não apresentava sinais vitais.

Num post no Facebook, uma irmã da vítima lamentou: “Descobrir como tiraram sua vida me causa a maior repulsa pelas pessoas que injustamente fizeram isso sem saber que você era um profissional, um amante das viagens e da vida, com um futuro brilhante. Voe alto meu Dany, confio que Deus fará justiça a todas aquelas pessoas que cortaram suas asas”.

Este não é o primeiro caso de assassinato por causa de fake news. Em 2014 o Pragmatismo noticiou um dos crimes mais bárbaros da história recente brasileira. No dia 3 de maio daquele ano, Fabiane Maria de Jesus, 33, foi espancada até a morte após um boato de internet.

Mãe de duas filhas, Fabiane foi arrastada e agredida numa via-crúcis que durou cerca de duas horas. Ela acabou sendo resgatada, mas morreu dois dias depois.

Por trás do encontro improvável e não planejado entre todas as pessoas que bateram em Fabiane estavam as fake news. Em 2014, o mundo ainda não havia tomado totalmente conhecimento do poder nocivo das notícias fraudulentas, que podem manipular eleições, acabar com reputações e destruir vidas. No caso de Fabiane, literalmente.

A notícia falsa contra Fabiane surgiu na página do Facebook “Guarujá Alerta”. A publicação teve milhares de curtidas e falava sobre “uma mulher que está raptando crianças para realizar magia negra”.

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