segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Caso Renan: A velha mídia fez você de trouxa? Bem que eu avisei…



Por Esmael Moraes*
No último dia 7 de fevereiro eu registrei neste blog que o Partido da Imprensa Golpista (PiG), utilizando-se da boa-fé de internautas, deu força a uma tentativa golpista contra o Senado Federal via redes sociais (relembre clicando aqui).
Gente boa da melhor qualidade entrou no samba enredo da velha mídia, feito trouxa, achando que iria derrubar o recém-eleito presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por meio de uma petição online na internet (veja aqui).
Desde o princípio, a mídia golpista brincou com a boa vontade de 1,6 milhão cidadãos que se dispuseram a assinar o documento virtual. Os jornalões omitiram por mais de dez dias que a muvuca não teria efeito legal, mas usaram a boa-fé da moçada para buscar seu objetivo: promover o golpe contra uma instituição democrática.
É bom relembrar que a campanha pela defenestração de Calheiros começou pela velha mídia bem antes da eleição no 1º de fevereiro. Chifrado até pelos tucanos (relembre aqui), o consórcio Veja, Estadão, Folha, Globo, etc., perdeu no Senado pelo placar de 56 votos a 18. Por isso tentou reeditar o golpismo contra o Senado valendo-se do “efeito manada” a partir de alguns desavisados festivos.
Por eu levantar o debate aqui neste espaço, democraticamente, virei alvo dos “trolls” (agente contratado para desestabilizar a discussão de determinado grupo na internet).
A questão central é a seguinte: não defendo Renan Calheiros; não sei quem é, nem o que almoça. No entanto, ele foi eleito senador e presidente da Casa, democraticamente, pelo voto.
Calheiros é um anjo? Evidentemente que não, mas daí concordar com golpe contra as instituições democráticas há uma distância enorme. O Congresso Nacional é o espelho da sociedade, portanto, você aí indignado, nas próximas eleições vote com mais cuidado. Não se pode abrir precedentes a golpismos. A democracia não permite isso. Nem para direita, nem para a esquerda.
Muitos tentam relacionar o movimento pelo impeachment do ex-presidente Collor, em 1992, do qual participei, à petição online pela derrubada de Renan. Essa turma quer fazer “revolução” com a bunda colada numa confortável poltrona. Assim não dá, assim não pode, diria o ex-FHC.
A campanha pelo impedimento de Collor não foi golpe, nem tapetão. Foi um movimento de massas, legítimo. Milhões foram às ruas. Havia uma disputa ideológica na sociedade. Derrotamos o neoliberalismo. Se fôssemos vencidos, naquela jornada, hoje seríamos uma Espanha ou Portugal com 25% ou 30% de desemprego. Estaríamos 20 anos atrasados em relação ao resto do mundo moderno.
Só há legitimidade em um movimento se houver inequívoca participação popular, dos partidos políticos, dos sindicatos, das entidades da sociedade civil, enfim, quando se forma uma maioria em torno de uma causa, de uma bandeira. Não é o caso dessa petição online contra o Renan Calheiro. Isso está mais para golpe contra a instituição, que é o Senado Federal.
Portanto, a velha mídia deve uma manchete em letras garrafais: ENGANEI UM BOBO NA CASCA DO OVO!
*Esmael Morais é jornalista, nasceu em Jardim Alegre (PR), hoje é sócio da Editora Tática Comunicação Integrada; também possui trabalhos e projetos em estratégias de comunicação e consultorias voltados para entidades da sociedade civil, executivos de empresas e lideranças políticas.

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