terça-feira, 21 de outubro de 2014

O equivoco profundo de Zé Reinaldo


O momento que o Brasil atravessa em relação às decisões de governos estaduais e governo nacional, através do processo eleitoral, requer da classe política em geral, uma reflexão racional quanto a compreensão geopolítica mundial e ter obviamente visão regional na luta pelo poder político, suas contradições, formas de consolidações políticas e apoio popular.
Diante do quadro eleitoral nacional atual, facilmente visualizado [é miopia quem não quer enxergar e debater], há dois projetos em disputa. O primeiro representado por Dilma, com as mudanças democráticas e progressistas, o Ascenso social das camadas empobrecidas da população, a extensão do mercado interno, e a elevação do papel do Brasil na cena internacional. E o outro, representado pelo tucano Aécio Neves, o retrocesso das conquistas econômicas com distribuição de renda, o progresso social e a afirmação da soberania do Brasil.
Entretanto, quando no exercício visual regional, lideres políticos tendem a desvirtuar a compreensão da lógica política e caem na esparrela de achar que o seu território é o mais importante de todos, e que toda decisão política, inclusive eleitoral, resolverá só em um instante o que está consolidado há muitos anos. Numa verdadeira compreensão política equivocada, limitada e estreita.
No Maranhão, nesse momento, a população com a vitória de Flávio Dino para governador, derrotando o representante da oligarquia Sarney, Edinho Lobão, deu um salto significante e importante para desenvolver políticas e práticas que venham reforçar de forma republicana o avanço não só para o Maranhão e sim para todo o país.
Seguindo essa visão, destaco o líder político José Reinaldo Tavares que no Maranhão durante o processo de mobilização e ampliação do projeto de mudança contra a oligarquia, teve um papel importantíssimo e crucial nessa vitória do povo maranhense.
Porém, lendo seu último artigo, no seu blog, “Futuro de Sarney depende de vitória de Dilma”, vi na obrigação de contestá-lo em várias afirmações, onde o nobre ex-governador e atual deputado federal eleito [e bem eleito por sinal], terce de maneira equivocada, estreita, confusa e sorrateira sua opinião quanto a sucessão presidencial
Nesse texto o nobre líder político, afirma que votar em Dilma é voltar em Sarney, afirmação que não concordo. Pois bem, vejamos sem precisar de grande esforço mental, nem de muita tese e de forma direta, a trajetória do oligarca Sarney para permanecer no poder ou nos poderes:
Aliou-se a ditadura militar. Durante agonia do regime militar aliou-se ao MDB [era Arena durante o regime] foi vice e presidente da república com a morte de Tancredo Neves. Durante o governo de FHC do PSDB, foi seu aliado, rompendo com o mesmo por causa de sua filha candidata a presidenta e denuncia do caso Lunos. Com a queda da candidatura da filha, se aliou a Lula. Hoje de forma deprimente continua aliado de Dilma.
Agora vem o contraponto do artigo:
O nosso Maranhão dentro desses 50 anos. Lula e Dilma juntos governaram o Brasil por 12 anos. Então não é verdadeira a versão de que Sarney é forte em virtude de Dilma e Lula. José Sarney perpassou TODOS os governos, desde o período da ditadura militar até FHC/PSDB, então mesmo Aécio ganhando ele dará um jeito de se manter respirando na política. Veja aqui um link da Folha de SP para refrescar a memória de algumas pessoas que acham o PSDB de Aécio e FHC não apoiaram Sarney:
Portanto, acho que essa estória de afirmar que “votando em Dilma é votar em Sarney”, nada mais é que campanha eleitoral em favor do tucano Aécio Neves e contra o governo petista e das forças progressistas. Nada mais é que uma forma sorrateira de desvirtuar a opinião dos trabalhadores e trabalhadoras que votaram em Flávio Dino, em querer destruir o que o povo construiu e continuar denunciando o que o PIG (Partido da Imprensa Golpista) coloca diariamente em seu espaço na mídia tradicional contra o governo Dilma e como mostra a foto acima, essa luta em apoiar  os tucanos é antiga, ou seja, puro comportamento de direita.
Agora se não for isso, tenho que admitir meu caro Zé Reinaldo, isso é limitação política de alto grau, por isso confirmo o equivoco.
Estou ao seu dispor para debater o desenvolvimento do Maranhão com Flávio governador na luta agora pelo poder político e o senhor tem ainda muito que colaborar com esse desafio.

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