Da Redação
Em 2013, Cecília Silveira, de 32 anos, resolveu sentar e tentar organizar por ordem alfabética uma compilação de ilustrações de mulheres. A mineira de Belo Horizonte, que trocou o Brasil por Portugal há cinco anos, é formada em arquitetura e estudou crítica da arte. Enquanto se dividia entre trabalhos de ilustrações e artes gráficas em colaboração com zines, revistas independentes e campanhas, Cecília ia trabalhando na cabeça a ideia das histórias de mulheres. Foi assim que resolveu brincar o nome do mais famoso lexicógrafo do Brasil, Aurélio Buarque de Holanda, para batizar seu projeto: “Aurélia – Dicionario Ilustrado de Mulheres”.
Cecília publica suas ilustrações no tumblr. , uma plataforma de microblogging que permite compartilhamente de vídeos, fotos e textos. Mas no final de junho, o Aurélia também ganhou uma página no Facebook. Entre as personagens que já viraram verbete do Aurélia estão a Presidente Dilma Rousseff, a prostituta e ativista Gabriela Leite, a ativista norte-americana Angela Davis, e a whistleblower Chelsea Manning, que divulgou informações confidenciais do Exército dos Estados Unidos para o Wikileaks.
Para Cecília, “O Aurélia, então, se dedica a visibilizar, humanizar, valorizar, inspirar, dar protagonismo, empoderar, contrariar estereótipos, desestabilizar convenções de gênero, compartilhar e evocar histórias de mulheres através de ilustrações e sucintas biografias”.
Por enquanto, Cecília ilustra sozinha as biografadas do Aurélia. Mas, como a ideia é ser uma plataforma de articulação de mulheres “a volta de histórias inspiradoras de outras mulheres”, ela busca agora expandir para relatos de mulheres anônimas que são inspiração para alguém. “Para isso, conto com ajuda das pessoas: que façam sugestões e nos faça chegar estas histórias.O Aurélia ainda está engatinhando, não tive maneira de fugir das mulheres que me inspiram, mas já há uma boa lista de sugestões”, conta.
Nesta segunda (13), a cantora e compositora Nina Simone entrou para o dicionário. A próxima, segundo Cecilia, será Rosa Parks, a mulher negra que se recusou a obedecer o motorista e dar seu assento no ônibus a um branco. Rosa saiu do ônibus com a polícia, para entrar na História como “a primeira dama dos direitos civis” e “mãe do movimento pela liberdade” no Estados Unidos.
Fonte: Revista Sul 21
Nenhum comentário:
Postar um comentário