quinta-feira, 20 de novembro de 2025

20 de novembro: Consciência Negra é Resistência, Memória e Voz


No Dia da Consciência Negra, o Brasil se reconecta com suas raízes africanas, honra seus ancestrais e reafirma o compromisso com a luta contra o racismo estrutural. A data, que marca o assassinato de Zumbi dos Palmares em 1695, é mais que uma homenagem: é um chamado à ação.

Territórios de Vida e Dignidade

Quilombos não são apenas heranças do passado são espaços vivos de resistência e cidadania. No Quilombo do Camorim, por exemplo, Adilson Almeida luta para preservar a memória e garantir direitos básicos como saúde e moradia. Segundo ele, “ser quilombola é manter o legado. É entender de onde você veio e saber para onde quer ir”.

Apesar dos avanços, apenas 15% dos territórios quilombolas são oficialmente reconhecidos, e muitos enfrentam ameaças de grileiros e negligência estatal.

A Batalha Contra o Silenciamento

A obrigatoriedade do ensino da história afro-brasileira nas escolas, garantida pelas Leis 10.639/03 e 11.645/08, ainda encontra resistência. Casos como o de alunos evangélicos que se recusaram a estudar cultura africana em Manaus, ou a demissão do professor Ivan Poli por abordar valores civilizatórios africanos, revelam o racismo institucional e o fundamentalismo religioso que ainda permeiam a educação brasileira.

Poli, autor de Pedagogia dos Orixás, afirma: “Negar os valores civilizatórios africanos é negar a própria humanidade que nos constitui como nação”.

Inclusão e Reparação

A política de cotas raciais tem sido um divisor de águas na democratização do acesso ao ensino superior. Até 2011, mais de 110 mil estudantes negros ingressaram em universidades públicas graças às cotas. No entanto, o racismo persiste, inclusive contra os cotistas mais qualificados.

Como destaca o educador Luís Fernando Olegar, “as cotas são um caminho inverso ao mal feito aos negros ao longo da história do Brasil”.

Vozes que Reivindicam Espaço

O escritor Luiz Silva (Cuti) confrontou a postura do poeta Ferreira Gullar, que negava a existência de uma literatura negro-brasileira. Cuti rebate: “No mundo da cultura só existe o que uma vontade coletiva diz que sim e consegue vencer aqueles que dizem não”.

A literatura negra é resistência simbólica, é memória viva, é afirmação identitária.

A Voz que Antecipou a Abolição

Muito antes da assinatura da Lei Áurea, uma mulher negra maranhense já denunciava os horrores da escravidão. Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista brasileira, publicou Úrsula em 1859 e, posteriormente, A Escrava, obra que escancarava a crueldade do sistema escravocrata.

Em A Escrava, Firmina escreve:

Sua obra é um marco da literatura abolicionista e feminista, e sua memória precisa ser celebrada com a mesma força que Zumbi e Dandara.

Memória Viva

Celebrar a Consciência Negra é também lembrar de figuras como:

Maria do Carmo Gerônimo, se tornou símbolo da longevidade e da memória viva da escravidão no Brasil.

Nilo Peçanha, primeiro presidente negro do Brasil;

André Rebouças, engenheiro e abolicionista;

Eduardo de Oliveira, autor do Hino à Negritude.

O 20 de Novembro é um marco de luta, memória e reivindicação. Como disse Adilson Almeida: “Se eu não tivesse consciência, eu não estaria lutando por esse espaço, para manter toda essa memória viva”.

A Consciência Negra é um compromisso com a justiça social, com a valorização da ancestralidade e com a construção de um Brasil verdadeiramente plural e antirracista.

Fontes:

1. ÓperaMundi - Diálogos do Sul – Saúde e cidadania no quilombo

2. Conversa de Feira – Alunos evangélicos recusam trabalho de cultura africana

3. Conversa de Feira – Ivan Poli: O fundamentalismo religioso

4. Conversa de Feira – Dez anos da lei de cotas raciais

5. Conversa de Feira – Cuti: A empáfia do poeta Gullar

6. Iso Sendacz – A Escrava, de Maria Firmina dos Reis

7. Iso Sendacz – Personalidades da negritude brasileira

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Sampaio Corrêa em xeque: a SAF que nunca existiu e a luta por democracia no clube

Foto: Rede Sociais

Por Jorge Antonio Carvalho*

A SAF do Sampaio Corrêa ainda não existe e a gestão atual tenta reescrever os fatos para manter o controle do clube, enquanto o Movimento Sampaio é do Povo avança com ações judiciais por transparência e democracia.

O Sampaio Corrêa vive uma crise institucional que vai muito além dos gramados. A promessa de transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), supostamente liderada por empresários ligados a Rodolfo Landim, ex-presidente do Flamengo, revelou-se uma narrativa frágil e contraditória. A verdade veio à tona: o grupo LG2, de Landim, está negociando com o Confiança de Sergipe, não com o Sampaio.

A contradição exposta

Em vídeo publicado pelo portal Imirante, o próprio Landim confirma que foi apenas procurado por representantes do Sampaio, mas não há qualquer contrato ou compromisso firmado. Isso desmonta a versão sustentada pela gestão de Sérgio Frota, que vinha usando a suposta parceria como justificativa para manter-se no poder e acalmar a torcida.

Narrativas e ataques à oposição

Diante da revelação, a diretoria passou a construir novas narrativas, tentando convencer torcedores desavisados de que nunca houve mentira, apenas “equívocos e recortes”. Ao mesmo tempo, intensificou ataques ao Movimento Sampaio é do Povo, que cobra transparência, mudança estatutária e eleições livres. O movimento já ingressou com ações judiciais pedindo intervenção no clube.

Futebol sem rumo, gestão sem projeto

Enquanto isso, o clube enfrenta dificuldades para montar elenco para o Campeonato Maranhense e a Série D de 2026. A gestão atual segue sem projeto de base, sem planejamento técnico e com contratações que não empolgam. A entrevista recente de Frota à Mirante News FM, longe de esclarecer, revelou ataques à torcida organizada e autopromoção baseada em glórias passadas.

O povo quer o Sampaio de volta

A torcida, especialmente os jovens, mulheres e organizadas, está cada vez mais distante do clube. Mas há uma reação em curso. O Movimento Sampaio é do Povo defende uma virada popular, com gestão participativa, inclusão social e reconexão com a identidade boliviana.

A SAF do Sampaio Corrêa é uma promessa sem lastro. A gestão atual tenta se manter no poder com versões contraditórias e ataques à oposição. Mas a torcida organizada e os movimentos populares estão atentos e exigem um clube transparente, democrático e verdadeiramente do povo.

*Jorge Antonio Carvalho - Oficial do Blog

sábado, 1 de novembro de 2025

Sampaio Corrêa e a Urgência de uma Virada Popular

Torcida do Sampaio em momento de amor com o time (Foto: Lucas Almeida)

Por Jorge Antonio Carvalho*

O futebol brasileiro sempre foi mais do que um jogo. É expressão cultural, identidade coletiva e espaço de resistência. Nasceu elitista, sim, negando acesso a negros, pobres e mulheres, mas foi transformado pelo povo. Com o tempo, os campos de várzea, as arquibancadas improvisadas e os gritos das periferias quebraram as barreiras do racismo e do machismo. Hoje, o futebol é, por natureza, um território de inclusão.

No Maranhão, essa essência pulsa forte. O Sampaio Corrêa, a Bolívia Querida, é símbolo dessa paixão. Mas vive um momento crítico. A distância entre o clube e sua torcida cresceu. A gestão atual, marcada por práticas autoritárias e falta de transparência, tem afastado os torcedores, especialmente os mais jovens, as mulheres e as torcidas organizadas.

Enquanto isso, parte da população se resigna. Torce em silêncio, espera por milagres em campo, ou transfere sua paixão para clubes do eixo sul-sudeste. Mas o Sampaio é do Maranhão. É do povo. E precisa voltar a ser tratado como tal.

O Que Está em Jogo

Não se trata apenas de resultados esportivos. O que está em jogo é o papel social do clube. O Sampaio pode e deve ser um espaço de lazer, cultura, pertencimento e orgulho maranhense. Mas para isso, é preciso romper com a lógica de exclusão e autoritarismo.

A democratização do clube é urgente. Isso significa: 

Gestão transparente e participativa.
Inclusão ativa de mulheres, jovens e torcidas organizadas.
Projetos sociais que conectem o clube às comunidades.
Ações culturais que resgatem a identidade boliviana.

Futebol é Cultura Popular E o Sampaio Precisa Representar Isso

O futebol não é racista. Não é machista. Não é elitista. Ele foi apropriado por essas estruturas, mas sempre resistiu. E hoje, mais do que nunca, precisa ser defendido como espaço de inclusão.

O Sampaio Corrêa tem história, tem torcida, tem alma. Mas precisa de uma virada de chave. Precisa se reconectar com o povo que o fez grande. E essa mudança não virá de cima, virá da base, da sociedade maranhense que não aceita mais ser espectadora passiva.

A Hora é Agora

O Sampaio é do povo. E o povo precisa assumir esse protagonismo. Não como oposição, mas como construção. Não como crítica vazia, mas como proposta concreta. O futebol é nosso e o Sampaio também.

*Jorge Antonio Carvalho - Oficial do Blog Conversa de Feira

sábado, 25 de outubro de 2025

Frota em Resenha: ataque à torcida e elogio a si mesmo

Foto: Redes Sociais

Por Jorge Antonio Carvalho*

Nesta semana, o presidente do Sampaio Corrêa, Sérgio Frota, concedeu uma longa entrevista ao programa Resenha, da Mirante News FM, com duração de quase uma hora. A intenção era esclarecer pontos sobre a transição para SAF e acalmar os ânimos da torcida. O resultado, no entanto, foi o oposto: a entrevista reacendeu críticas e expôs contradições que colocam mais em xeque a atual gestão.

Memórias seletivas e ataques pessoais

Logo nos primeiros 30 minutos, Frota se apoia em glórias passadas para justificar sua permanência no comando do clube. Entre os minutos 28:30 e 30:00, o presidente faz comentários sobre a vida pessoal de ex-jogadores, inclusive ídolos das conquistas do Sampaio com uma falta de respeito que já se tornou marca registrada. A tentativa de desqualificar figuras históricas do clube soa como estratégia para blindar sua própria imagem, ignorando o papel coletivo nas vitórias da Bolívia Querida.

Vídeo como cortina de fumaça

Durante a entrevista, a gestão atual solicitou a exibição de um vídeo antigo que mostra melhorias na estrutura do CT do clube. A intenção era clara: convencer a torcida e a imprensa de que há competência e compromisso com o futuro. Mas o conteúdo do vídeo revela apenas o mínimo de obrigação, longe de representar um projeto sólido de evolução. A tentativa de autopromoção escancarou ainda mais o distanciamento entre discurso e realidade.

Torcida organizada como alvo

O ponto mais controverso surge entre os minutos 45:30 e 47:00, quando Frota afirma que “as torcidas organizadas são o mal do futebol” por não gerarem receita. A declaração foi motivada, segundo ele, por episódios recentes envolvendo torcedores, incluindo relatos de comportamentos inadequados durante jogos, como cenas de teor sexual nas arquibancadas. Em seguida, tenta se retratar dizendo que “não são todas”, mas já havia feito uma acusação pública e virulenta contra uma das torcidas do Sampaio.

Essa visão é não apenas equivocada, mas perigosa. Torcida organizada é parte essencial da cultura de arquibancada, e sua presença é um dos motores de engajamento, identidade e até monetização do clube. Elas atraem jovens, criam atmosfera nos jogos e, em clubes democráticos, têm direito legítimo à voz, voto e até participação na gestão.

O papel da torcida na reconstrução

O Sampaio nasceu do povo e deve continuar sendo do povo. A torcida organizada não é inimiga da transparência, pelo contrário, é aliada na fiscalização, na cobrança e na construção de um clube mais justo. Em tempos de uma suposta transição para SAF, é fundamental que o torcedor não seja tratado como obstáculo, mas como protagonista.

A entrevista, longe de pacificar, escancarou o isolamento da gestão e reforçou a urgência de mudanças profundas no modelo de governança do clube. Como bem pontua o blog Conversa de Feira, “o que está em jogo não é apenas um mandato, mas o futuro de um clube centenário”.

*Jorge Antonio Carvalho - Oficial do Blog Conversa de Feira

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Retrato da política brasileira: quem tem a imagem mais forte para 2026

Foto: Ricardo Stuckert/PR

A mais recente pesquisa Atlas/Bloomberg, divulgada em 24 de outubro de 2025, mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com ampla vantagem todos os cenários testados para as eleições presidenciais de 2026. 

Cenário de 1º turno com Lula 

Lula (PT): 51,3%
Tarcísio de Freitas (Republicanos): 30,4%
Ronaldo Caiado (União Brasil): 6%
Ratinho Jr. (PSD): 3%
Romeu Zema (Novo): 2,5%
Branco/nulo: 5%
Indecisos: 1,9%

Comparação com setembro/2025 Lula subiu de 48,2% para 51,3%.
Tarcísio manteve os mesmos 30,4%.

Recorte por gênero
 
Lula tem 56,2% entre mulheres e 45,6% entre homens.
Tarcísio aparece com 34,6% entre homens e 26,7% entre mulheres.

Cenário de 1º turno com Fernando Haddad 

Fernando Haddad (PT): 43,1%
Tarcísio de Freitas: 30,1%
Ronaldo Caiado: 7%
Ratinho Jr.: 4%
Romeu Zema: 3%
Branco/nulo: 8%
Indecisos: 4,8%

Simulação com Jair Bolsonaro (inelegível) 

Lula: 48,8%
Bolsonaro: 41,3%
Branco/nulo: 6%
Indecisos: 3,9%

Avaliação do governo Lula

48% consideram o governo ótimo ou bom
47,2% avaliam como ruim ou péssimo
51,2% aprovam Lula pessoalmente, contra 48,1% de desaprovação

Imagem negativa: 

Nikolas Ferreira (PL) tem 60% de imagem negativa
Magno Malta (PL) aparece com 59% de rejeição
Damares Alves (Republicanos): 58%
Eduardo Bolsonaro (PL): 57%
Tarcísio de Freitas (Republicanos): 56% 

A pesquisa mostra que esses nomes enfrentam forte resistência, especialmente entre mulheres, jovens e eleitores do Sudeste.

Implicações eleitorais

Com as eleições de 2026 se aproximando, esses dados ajudam a entender o capital político de cada figura pública. A imagem positiva de Lula pode impulsionar o PT em diversas frentes, enquanto a rejeição de nomes da direita pode dificultar alianças e estratégias eleitorais.

A pesquisa AtlasIntel foi realizada pela internet do dia 15 a 19 de outubro, com 14.063 entrevistas. A margem de erro do levantamento é de um ponto percentual, para mais ou para menos.

Fonte: 





terça-feira, 21 de outubro de 2025

Margem Equatorial: esperança de prosperidade para o Norte e Nordeste


A liberação da Petrobras pelo IBAMA para iniciar a exploração de petróleo na Margem Equatorial não é apenas um marco energético é uma promessa de transformação socioeconômica para estados historicamente negligenciados. A região, que abrange Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, reúne cinco bacias sedimentares estratégicas: Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.

Segundo matéria do blog Conversa de Feira, cidades como Oiapoque, Macapá, Belém, São Luís, Parnaíba, Fortaleza, Mossoró e Natal estão posicionadas para se tornarem centros logísticos e industriais, com potencial para atrair investimentos bilionários e gerar milhares de empregos diretos e indiretos. A Petrobras já anunciou mais de R$ 24 bilhões em investimentos até 2028, voltados para perfuração de poços, campanhas sísmicas e infraestrutura.

Royalties e infraestrutura social

Com a produção futura, os municípios envolvidos terão acesso a royalties do petróleo, que poderão ser aplicados em áreas essenciais como educação, saúde, saneamento básico, capacitação técnica e mobilidade urbana. A expectativa é que o modelo de desenvolvimento replicado em Macaé (RJ) durante o pré-sal seja adaptado para o Norte e Nordeste, promovendo uma descentralização econômica inédita.

Comunidades tradicionais e inclusão

O processo de licenciamento ambiental envolveu dezenas de reuniões com comunidades tradicionais, pescadores e lideranças locais. A Petrobras e o IBAMA garantem que haverá monitoramento contínuo e compensações ambientais, como os R$ 39,6 milhões já destinados a projetos socioambientais. A Rede Amazônia Azul também está envolvida em estudos para garantir que a biodiversidade marinha seja preservada.

Potencial energético e soberania nacional

Geologicamente, a Margem Equatorial apresenta características semelhantes às áreas marítimas da Guiana e do Suriname, onde foram feitas descobertas expressivas de petróleo. Isso reforça a visão estratégica da Petrobras de que essa nova fronteira pode garantir a soberania energética do Brasil por décadas, evitando a dependência de importações e fortalecendo a transição energética com recursos próprios.

A equipe do blog Conversa de Feira acredita que, com responsabilidade ambiental e gestão transparente, a Margem Equatorial pode ser o motor de uma nova era de prosperidade para o Norte e Nordeste. É hora de transformar potencial em progresso com inclusão, sustentabilidade e desenvolvimento regional.

Fontes:



sábado, 18 de outubro de 2025

Emendas Pix: STF investiga, senadores da direita reagem, o embate que expõe o uso do dinheiro público.

Foto: Gustavo Moreno/STF
 

Por Jorge Antonio Carvalho*

O que está por trás das investigações do STF e a reação de parlamentares diante da tentativa de moralizar o uso das emendas parlamentares

O Brasil vive um momento delicado de tensão institucional. O uso das chamadas emendas Pix, transferências diretas de recursos públicos feitas por parlamentares a municípios, sem necessidade de convênio ou plano de trabalho, virou alvo de investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sob comando do ministro Flávio Dino. A resposta do Congresso? Um pedido de impeachment contra o ministro, protocolado por senadores da oposição ligados à direita e extrema direita.

O que são as emendas Pix?

As emendas parlamentares sempre foram um instrumento legítimo para que deputados e senadores direcionem recursos a suas bases. Mas as emendas Pix, criadas em 2019, permitem que esse dinheiro seja transferido diretamente para prefeituras, sem exigência de projeto ou prestação de contas detalhada. Isso abriu espaço para abusos, favorecimentos políticos e até desvios.

Entre 2020 e 2024, mais de R$ 40 bilhões foram distribuídos por meio dessas emendas, representando 27% das despesas discricionárias da União. No Maranhão, foram mais de R$ 900 milhões, com cidades como Miranda do Norte, Belágua e São Bernardo recebendo valores milionários, muitas vezes sem estrutura técnica para executar os projetos.

A reação do STF

O ministro Flávio Dino determinou a suspensão de repasses a nove municípios e exigiu explicações do Congresso, CGU, TCU e bancos públicos. Ele também convocou uma audiência pública para 23 de outubro, cobrando mais transparência e controle sobre os recursos.

Segundo Dino, “um simples despacho virou crise institucional”, e o que se vive é uma “crise deliberativa”, em que o Congresso resiste a debater medidas de moralização do orçamento.

O pedido de impeachment

O pedido de impeachment foi protocolado em 15 de outubro de 2025 por dez senadores da oposição, todos ligados a partidos de direita e extrema direita. O documento de 37 páginas acusa Dino de atuação político-partidária, censura e conflito de interesses.

Os parlamentares que assinaram o pedido são:

• Eduardo Girão (Novo-CE) – líder da iniciativa

• Magno Malta (PL-ES)

• Hamilton Mourão (Republicanos-RS)

• Carlos Portinho (PL-RJ)

• Damares Alves (Republicanos-DF)

• Luis Carlos Heinze (PP-RS)

• Marcos Pontes (PL-SP)

• Jorge Seif (PL-SC)

• Outros dois senadores do PL ainda não identificados nas fontes públicas

A iniciativa é vista por analistas como uma tentativa de retaliação, já que muitos parlamentares têm redutos eleitorais diretamente beneficiados pelas emendas Pix. O pedido ainda precisa ser aceito pelo presidente do Senado, o que é improvável, dado o histórico de rejeição de mais de 70 pedidos semelhantes.

E São Luís?

A capital maranhense também recebeu emendas Pix, e você pode acompanhar esses repasses por meio do Painel do TCE-MA e do Transferegov.br. O deputado Cléber Verde foi o que mais destinou recursos ao estado, com aumento de 63 vezes entre 2020 e 2024.

Fontes para acompanhar







*Jorge Antonio Carvalho – Oficial do Blogue Conversa de Feira

sábado, 11 de outubro de 2025

Sampaio Corrêa em 2026: Maranhense e Série D, futuro indefinido


Por Jorge Antonio Carvalho*

O Sampaio Corrêa não ficou fora do Campeonato Brasileiro, segundo o sistema da CBF, a Série D é o limite de rebaixamento. O que aconteceu foi que o clube ia ficar sem calendário nacional em 2025 por não ter se classificado em campo. Com a reformulação anunciada pela CBF (veja aqui), o Sampaio voltará a disputar a Série D em 2026, além de permanecer na Série A do Campeonato Maranhense. 

A Bolívia Querida, que é símbolo de resistência e paixão, hoje enfrenta um cenário de apagão técnico e institucional, resultado direto de uma gestão que perdeu o rumo e se afastou da torcida.

SAF e empresários: promessa sem clareza

A atual gestão do Sampaio, liderada por Sérgio Frota, promete montar um elenco competitivo com apoio de empresários ligados ao ex-presidente do Flamengo, Rodolfo Landim (veja aqui). Fala-se em transformar o clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), mas não há definição concreta sobre modelo, prazos ou garantias de investimento. A torcida escuta, mas não vê.

Enquanto isso, o clube segue sem projeto de base, sem planejamento técnico e com contratações que não empolgam. Jogadores sem histórico, sem qualidade e sem identidade com o clube são anunciados como reforços. O resultado é previsível: campanhas pífias e um futebol que não representa a camisa que carrega.

E a CBF, ajuda além das cotas?

Sim. A CBF ampliou o investimento em competições para R$ 1,3 bilhão e criou 82 novas vagas em torneios nacionais. Além das cotas por participação e classificação, oferece:

Programas de infraestrutura e capacitação, como o Licenciamento de Clubes e cursos da CBF Academy.

Apoio técnico e institucional, para clubes que cumprem requisitos de governança.

Projetos de base e desenvolvimento regional, que podem beneficiar clubes como o Sampaio desde que haja articulação com a Federação Maranhense e organização interna.

Mas para acessar esses recursos, é preciso competência, articulação e vontade política. Não basta esperar ajuda, é preciso se preparar para recebê-la.

A cultura do “tem que ter dinheiro”

A frase “tem que ter dinheiro” virou bordão entre torcedores e dirigentes. Mas ela serve mais para afastar do que para construir. Gestão de futebol exige formação, visão estratégica e compromisso com o torcedor, não necessariamente riqueza pessoal. Muitos clubes são dirigidos por pessoas comuns, com paixão e qualificação.

O Sampaio é do povo

O Sampaio Corrêa é patrimônio cultural de São Luís. Não pode ser refém de um ciclo viciado. A torcida precisa acordar, cobrar, participar. O clube precisa de renovação, de ideias novas, de gente que ame o Sampaio mais do que ama o cargo. O momento é de ruptura e de reconstrução verdadeira.

Esta é uma opinião editorial do Blog Conversa de Feira.

*Jorge Antonio Carvalho – Oficial do Blog

Tarcísio contra tributo das bets, mas a favor de taxar gorjeta de garçom?

Tarcísio, que agiu para impedir tributação de bets,
tributa gorjetas de garçons em SP

Enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, articula nos bastidores de Brasília para barrar a tributação de apostas online e grandes instituições financeiras, os trabalhadores da ponta, como os garçons continuam sendo taxados em seu estado.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, está no centro de uma polêmica que escancarou as prioridades fiscais do seu governo. Segundo reportagem da Revista Fórum, Tarcísio mobilizou sua base no Congresso Nacional para derrubar a Medida Provisória 1303/2025, que previa a tributação de apostas online, as famosas bets, além de bancos e aplicações financeiras que hoje são isentas.

A MP, que tinha como objetivo ampliar a arrecadação federal com foco em setores altamente lucrativos, foi rejeitada após intensa articulação liderada por parlamentares aliados ao governador. O movimento gerou críticas por favorecer grandes conglomerados financeiros e empresas de apostas, que movimentam bilhões, enquanto trabalhadores de baixa renda seguem arcando com tributos.

O contraste fica ainda mais evidente quando se observa que, em São Paulo, o governo de Tarcísio mantém a tributação sobre gorjetas recebidas por garçons. Isso mesmo: o valor que o cliente deixa como reconhecimento pelo bom atendimento é considerado parte do salário e, portanto, sofre incidência de impostos como o INSS e o FGTS.

A incoerência entre proteger os lucros das bets e taxar a gratificação de quem serve mesas em bares e restaurantes gerou revolta entre sindicatos e movimentos sociais. Para muitos, a postura do governador revela uma política fiscal que privilegia o topo da pirâmide econômica em detrimento da base trabalhadora.

“É como se o governo dissesse que quem aposta milhões merece isenção, mas quem rala no balcão tem que pagar imposto até na gorjeta. Isso não é justiça fiscal, é injustiça social”, comentou um feirante ouvido pela equipe do blog..

E aí, leitor do Conversa de Feira, o que você acha?

Essa política faz sentido pra você? Quem deve pagar mais imposto: o banco ou o garçom? Manda teu comentário que a gente quer saber da sua opinião!

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Senado Verifica lança novo site com foco no combate à desinformação e se antecipa às eleições de 2026


O Senado Verifica: Fato ou Fake? está de cara nova. Para comemorar os cinco anos do serviço, a Secretaria de Comunicação Social do Senado (Secom) lançou, nesta quarta-feira (24), o novo site com interface mais moderna e conteúdos inéditos.

Desde sua criação, em 2020, o Senado Verifica consolidou-se como um canal de referência na checagem de informações relacionadas ao Senado Federal. Já realizou mais de 2,5 mil atendimentos diretos a cidadãos por e-mail, WhatsApp e pela Ouvidoria, e suas matérias de verificação ultrapassaram a marca de 2 milhões de visualizações.

Nova fase

A diretora da Secom, Luciana Rodrigues, explica que o serviço avança agora para um papel mais proativo.

- Inicialmente, nossa atuação foi muito focada em responder às notícias falsas, checando e desmentindo em caso de fake news. Agora, estamos avançando para um papel mais estratégico e proativo. Entendemos que, para garantir a integridade do debate público democrático, é preciso prevenir e educar. O objetivo é fornecer informações para que o próprio cidadão possa identificar e reagir à desinformação.

Lançar a nova plataforma um ano antes das eleições gerais de 2026 é igualmente relevante para o enfrentamento da desinformação, explica a gestora do Núcleo de Assessoria de Imprensa do Senado, Ester Monteiro.

- Esse período é crucial para que o serviço se estabeleça e amadureça como uma fonte de referência antes da intensificação do ciclo de desinformação eleitoral. Cada cidadão informado e consciente é um pilar a mais na proteção da nossa democracia. Combater a desinformação é uma responsabilidade de todos nós.

A nova fase do Senado Verifica reforça o compromisso institucional do Senado com o combate à desinformação. Para ampliar as ações, a Secom conta com a parceria da Consultoria Legislativa (Conleg), do Instituto DataSenado, da Biblioteca do Senado e da Secretaria-Geral da Mesa, além da Ouvidoria do Senado, que atua com o serviço desde a criação.

Inovações

Foram necessários três meses de dedicação e uma equipe multidisciplinar de tecnologia da informação, ligada à Secretaria de Engenharia da Secom, para a reestruturação visual e de sistema do Senado Verifica. A interface ficou semelhante à de uma agência de notícias, com possibilidade de hierarquização do conteúdo conforme a relevância do assunto para o cidadão.

O desenvolvedor Rony Vasconcelos conta que novos recursos foram implementados para facilitar a vida do usuário e de quem alimenta o site. As inovações implementadas posteriormente serão replicadas em outros produtos da Secom.

Cores do combate

A nova interface do site tem design mais moderno e intuitivo. O padrão de cores mudou para facilitar o acesso do internauta e para ficar mais alinhado à identidade visual do Senado, como explica Luiz Henrique Machado, designer da Coordenação de Tecnologia da Informação (CoTI), responsável pela mudança.

Os selos utilizados para a classificação das checagens [Fato, Fake, Impreciso] ganhou novo padrão, que traz a cúpula da Casa. As cores dos selos foram adotadas nos títulos e retrancas para ajudar a identificação intuitiva do material publicado.

A cor azul, predominante na identidade do Senado, foi adotada no selo que confere veracidade às informações checadas. A marrom, que transmite seriedade sem agressividade e mais neutralidade, identifica a informação imprecisa. A cor vermelha, simbolizando urgência, correção e a força de uma advertência, foi mantida no selo que indica fake news.

A página de Combate à desinformação, que publica matérias educativas e reúne conteúdos produzidos pelos veículos de comunicação do Senado e por outros setores da Casa, tem o preto como referência. Uma cor que transmite sobriedade e autoridade, características do trabalho para reduzir o impacto nocivo da desinformação sobre a sociedade e suas instituições.

Outras novidades:

Podcast "Senado Verifica": Acompanhe o quadro "Conheça a fonte, confirme se é fato" em formato de podcast, com episódios semanais, no programa Conexão Senado da Rádio Senado.

Base de conhecimento do Senado: Acesse pesquisas de opinião do DataSenado e uma bibliografia atualizada sobre o tema, selecionada pela Biblioteca do Senado.

Acesso à legislação: Encontre facilmente todos os projetos de lei sobre combate a fake news, regulação de redes sociais, golpes digitais, inteligência artificial e letramento digital que tramitam no Senado.

Repositório institucional: Um espaço único que reúne e organiza todas as ações do Senado no combate à desinformação, garantindo transparência.

Conheça o novo site: senado.leg.br/verifica


COMO FUNCIONA

O Senado Verifica checa conteúdos em texto, áudio, vídeo, imagem e links relacionados ao Senado Federal. Qualquer pessoa pode pedir uma verificação, desde que se identifique conforme a Política de Uso.



Ouvidoria: 0800 0 61 2211 (ligação gratuita de todo o Brasil, por telefone fixo e celular)

Formulário: acesse aqui


segunda-feira, 6 de outubro de 2025

A culpa é sempre dos outros: o presidente que foge da responsabilidade enquanto o Sampaio afunda


Por Jorge Antonio Carvalho*

Enquanto o Sampaio Corrêa vive uma das fases mais delicadas de sua história, dentro e fora de campo. o atual presidente parece ter encontrado uma fórmula para se manter no cargo: culpar os outros.

Se o time não avança nas competições, a culpa é da Federação. Se o elenco não rende, a culpa é do técnico. Se a arquibancada protesta, a culpa é da torcida. E assim segue o roteiro de uma gestão que se recusa a assumir seus próprios erros, mesmo diante de uma Bolívia Querida em frangalhos.

Recentemente, o presidente afirmou que o clube perdeu vagas na Copa do Brasil e na Copa do Nordeste por conta da intervenção da FMF (Veja aqui). A declaração, publicada no GE Maranhão, causou revolta entre torcedores que acompanham de perto os bastidores do clube. Afinal, a crise no Sampaio não começou com a Federação — começou com decisões internas, falta de planejamento e uma gestão que se afastou da base popular.

Antes disso, o mesmo presidente já havia responsabilizado o ex-técnico Zé Augusto pela má fase do time, dizendo que ele “não estava tendo sorte”. Uma tentativa de transformar problemas estruturais em questões de azar, como se o futebol fosse loteria e não resultado de trabalho sério (Veja aqui).

E quando a torcida se manifesta, como fez em diversas postagens e entrevistas no Conversa de Feira, o discurso oficial é de que os protestos atrapalham o clube (reveja aqui). Mas o que realmente atrapalha é a falta de transparência, o desmonte do patrimônio, como a venda do CT José Carlos Macieira e a ausência de diálogo com quem sustenta o Sampaio há décadas: o povo boliviano.

A gestão atual parece viver num espelho invertido, onde toda crítica é vista como ameaça e toda responsabilidade é terceirizada. Enquanto isso, o clube perde espaço, perde identidade e corre o risco de perder sua alma.

Mas a torcida está acordada. O Movimento Sampaio é do Povo criado por vários torcedores para lutar pela Bolívia Querida, cresce, se organiza e exige respostas. Porque não dá mais para aceitar que a mentira fale em nome da tradição, que o fracasso seja disfarçado de perseguição, e que o presidente continue fugindo daquilo que é dele: a responsabilidade pela gestão.

*Jorge Antonio Carvalho - Oficial do Blog Conversa de Feira.



quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Sampaio Corrêa sob cerco: entrevista de Frota vira palco de desinformação e ataque à torcida

Momento da entrevista

Por Jorge Antonio Carvalho*

Nesta semana, o Movimento Sampaio é do Povo foi convocado para audiência na 6ª Promotoria de Justiça de São José de Ribamar, em meio às denúncias que envolvem a gestão do presidente Sérgio Frota. Incomodado com a mobilização crescente da torcida, Frota reagiu com uma entrevista de quase duas horas transmitida pela TV Sampaio, numa tentativa de conter a pressão popular, mas que acabou revelando ainda mais contradições e omissões.

A encenação da transparência

Na entrevista, Frota e seu vice tentaram abordar temas como a campanha de 2025, mudanças na CBF, expectativas para 2026, elenco renovado e a possível entrada de investidores via SAF. No entanto, o que se viu foi uma aula de desinformação: nenhuma explicação concreta sobre a venda do CT José Carlos Macieira, nenhum esclarecimento sobre os recursos recebidos nas competições nacionais, e um verdadeiro malabarismo sobre os termos da SAF. Pior: a torcida foi desqualificada, o movimento foi tratado como ameaça e chamado de "corja" e os questionamentos levados ao Ministério Público foram distorcidos.

Veja a entrevista completa no YouTub no link abaixo: 


Um clube sequestrado por um projeto pessoal

Como já denunciado no blog Conversa de Feira, o Sampaio Corrêa vive sob uma gestão personalista, marcada por reformas estatutárias que blindam o poder e excluem a torcida das decisões. O estatuto atual permite ao presidente controlar quem pode votar, aprovar chapas eleitorais e até reconsiderar seus próprios atos — um modelo que transforma o clube em feudo privado.

A venda nebulosa do CT

A venda do Centro de Treinamento José Carlos Macieira é o símbolo máximo da dilapidação patrimonial. Segundo o professor Raimundo Castro, há indícios de que Frota atuou como procurador de um particular na negociação do terreno, e não como defensor dos interesses do clube. O Sampaio ainda pagou R$ 200 mil em 2022 como “ressarcimento” por um bem que deveria ser seu. Até hoje, não há escritura pública, atas de assembleia, contrato formal ou prestação de contas sobre os mais de R$ 6 milhões arrecadados.

O povo exige justiça

O movimento já protocolou denúncia no Ministério Público sob o número SIMP nº 007169-509/2025, e não descarta ação popular com pedido de afastamento e intervenção judicial. Há precedentes: a Justiça maranhense já afastou a diretoria da Federação Maranhense de Futebol em agosto de 2025.

A torcida como protagonista

O Sampaio nasceu do povo e será devolvido ao povo. A arquibancada não é cenário decorativo é instância legítima de deliberação. O Movimento Sampaio é do Povo exige auditoria completa, reforma estatutária, eleições livres e transparência radical. Porque o que está em jogo não é apenas um mandato, mas o futuro de um clube centenário.

*Jorge Antonio Carvalho - Oficial do Blog Conversa de Feira

domingo, 14 de setembro de 2025

São Luís e o lixo urbano: quando a prefeitura insiste em enxugar gelo

UEB Darcy Ribeiro, foto de Juvencio Matos/TV Mirante em 2024,
situação ainda é a mesma hoje.

Por Jorge Antonio Carvalho*

Em São Luís, o problema da coleta de lixo deixou de ser apenas uma questão de limpeza urbana, tornou-se um reflexo da ausência de políticas públicas eficazes. Em diversos corredores da cidade, o lixo se acumula nos canteiros, é descartado fora dos dias de coleta e espalhado por animais e pessoas em busca de materiais reaproveitáveis. A prefeitura, sem planejamento e sem campanhas educativas, parece atuar como quem enxuga gelo: recolhe o lixo hoje, vê tudo voltar amanhã.

Corredores urbanos que viraram pontos de descarte

Três locais ilustram bem esse cenário:

Corredor da Avenida João Pessoa - Entrada do Bairro Filipinho:





Corredor da Avenida Africanos - do início das Franceses até semáforo das entradas do Coroado e Coroadinho.







Corredor da Avenida Vitorino Freire, lado do Bairro Madre Deus





Nesses pontos, comerciantes e moradores descartam lixo diariamente, ignorando os dias oficiais de coleta. A ausência de fiscalização e de ações educativas transforma esses espaços em pequenos lixões urbanos, com impacto direto na saúde pública e na imagem da cidade.

A prefeitura não dá conta e não articula

A justificativa da falta de pessoal para atuar casa a casa nesses entornos não pode ser desculpa para a inércia. A solução não está apenas em mais caminhões ou mais garis, mas em articulação. A prefeitura precisa buscar caminhos que envolvam a sociedade civil, instituições de ensino e órgãos ambientais.

Há alternativas viáveis e já testadas em outras cidades: envolver escolas públicas e privadas, universidades, agentes comunitários e até comerciantes locais em ações de educação ambiental. A juventude, por exemplo, pode ser mobilizada como força transformadora com oficinas, campanhas, sinalização e diálogo direto com a comunidade.

Segundo a Superintendência de Limpeza Pública (SULIP), a coleta domiciliar é realizada em dias alternados nos bairros e diariamente nas principais avenidas. A orientação é que o lixo seja acondicionado em sacos plásticos e colocado na porta cerca de duas horas antes da coleta. No entanto, a prática cotidiana em muitos desses pontos revela que essa programação não é respeitada e tampouco fiscalizada.

Além disso, a Patrulha Ambiental de São Luís, criada para fiscalizar o descarte irregular, atua com base no Decreto Municipal nº 58.614/2022, que regulamenta o Sistema de Limpeza Urbana e Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos. Ainda assim, segundo levantamento de entidades locais, a cidade possui cerca de 500 pontos de descarte irregular, evidenciando a insuficiência das ações de fiscalização.

Caminhos possíveis: educação e protagonismo comunitário

A solução para o problema não se resume à ampliação da coleta. É necessário investir em campanhas permanentes de educação ambiental, com envolvimento direto da comunidade. A articulação com escolas, universidades, comerciantes e agentes comunitários pode transformar a cultura do descarte e promover responsabilidade coletiva.

Experiências locais demonstram que o protagonismo juvenil, aliado à formação cidadã, pode ser um vetor de mudança. Oficinas, sinalização educativa, ações culturais e diálogo direto com moradores são estratégias viáveis e de baixo custo que podem ser incorporadas à política pública municipal.

Espaço aberto ao poder público e à sociedade

Este espaço permanece aberto à manifestação oficial da Prefeitura de São Luís, caso deseje esclarecer à população sobre medidas já adotadas ou em fase de implementação nos pontos citados. A transparência institucional é essencial para que a sociedade compreenda os desafios enfrentados e acompanhe os avanços propostos.

Da mesma forma, este artigo convida a comunidade moradores, comerciantes, educadores e estudantes a refletir e participar ativamente da construção de soluções sustentáveis. A transformação dos bairros começa com o engajamento coletivo e com o fortalecimento de práticas cidadãs que promovam saúde, respeito ao meio ambiente e qualidade de vida

A cidade precisa parar de apagar incêndios e começar a construir soluções. O lixo não é apenas um problema de coleta é um problema de cultura, de gestão e de prioridade.

*Jorge Antonio Carvalho - Oficial do blog