sábado, 29 de junho de 2013

A voz do Brasil ocupa Brasília na marcha dos estudantes.


No marco das grandes manifestações que tem tomado conta do Brasil nas últimas semanas, os estudantes brasileiros reafirmaram nessa quinta-feira (27/6), que a melhor forma de fazer política e mobilizar a opinião pública por mudanças se faz ocupando as ruas em manifestação. Brasília, palco de diversos atos da juventude, sabe bem disso, e não teve erro: estudantes de diversos estados brasileiros, junto com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e com a União Nacional dos Estudantes, pegaram a estrada e desembarcaram no coração político do país.

Investimento em educação, passe livre irrestrito para os estudantes, reforma política, democratização da mídia e repúdio à homofobia foram temas de primeira ordem no ato nacional que seguiu rumo Congresso Nacional. Para presidenta da UBES, Manuela Braga, é impossível não ouvir a voz que vem das ruas. “O movimento estudantil clama por mais vitórias. Depois da suada aprovação na Câmara, destinando os royalties do petróleo e do fundo social do pré-sal para educação, esperamos pressionar para que não tenhamos nenhum retrocesso. Ainda temos outras prioridades, como o passe livre estudantil e a qualidade no transporte, problemas que batem de frente com o aumento da evasão escolar nas escolas”, comentou.

A defesa por mais investimentos em educação recebeu real destaque entre a estudantada durante a marcha, demonstrando entendimento da pauta. Com o rosto pintado e a bandeira do Brasil sobre as costas, o secundarista do Centro de Ensino Elefante Branco (Brasília), Leonardo Matheus de 16 anos, conta que houve uma forte mobilização nas escolas. “Apesar de estarmos em período de gincana, a diretoria da UBES foi nas salas, explicou o que é os royalties e o que é reforma política, depois a galera começou a perguntar sobre outros assuntos pra ajudar a mobilizar mais turmas”, relata o jovem que além de presidente do grêmio Honestino Guimarães, também encheu os pulmões pra lembrar que a própria escola ajudou a pressionar e aprovar a lei da reserva de vagas.

Sem dúvidas, seguros de que a repercussão e a mudança são fatores consequentes, as faixas foram ocupadas por cartazes que expressavam a diversidade da marcha. Em cima do carro de som, o estudante do curso de Direito do Centro Universitário de Brusque (Unifebe), Yuri Becker, ajudava a organizar o início da caminhada. “As manifestações são pra demonstrar que estamos buscando e queremos mais, evoluímos muito nos últimos 12 anos na educação brasileira, mas é preciso mais. Como em Santa Catarina e por todo país, precisamos ampliar os campus, as universidades estaduais e federais, precisamos garantir o passe livre e a democratização da mídia, para que consigamos passar o verdadeiro motivo de estarmos nas ruas, isso tudo é o que garante que permaneceremos lutando”.

A presidente de grêmio do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina, Franciane Martini, 16, também pontua a permanência da juventude nas ruas. Depois de 25 horas de viagem, a secundarista afirma que “há muito o que mudar, mesmo aqui ou em Santa Catarina, onde várias cidades restringem o transporte para os estudantes com número de passagens diárias limitadas”.

Esse grito incessante e jovem permanece na fala dos demais que encheram de cor o Distrito Federal. De cima do carro de som, o presidente da União Estadual dos Estudantes do Mato Grosso, Rarikan Heven puxava as palavras de ordem durante a concentração na Biblioteca Nacional. Ele, que veio junto com os secundaristas e estudantes da Universidade Federal, afirma que a galera veio determinada. “Vamos aproveitar a marcha para ir até a bancada de Mato Grosso no Congresso para que eles recebam diretamente as nossas pautas como o financiamento do passe livre no estado”.

“A gente sabe o quanto é importante colocar a massa na rua, radicalizar e parar as cidades”, conta o secundarista, Douglas Rodrigues ao citar as bandeiras de luta, especialmente o repúdio ao projeto “Cura Gay”. Para o presidente do grêmio estudantil Frei João Batista Vogel do Colégio Estadual Polivalente Frei João Batista, em Anápolis, “além das pautas educacionais, o estado tem se levantado contra o projeto homofóbico, especialmente por ser tratar de uma proposta do deputado João Campos, parlamentar goiano que não representa a luta da população que o elegeu”.

“Viemos pelos 10% do PIB para educação, na expectativa de que o Senado leve em consideração nossas bandeiras. Resultado de uma forte mobilização do DCE que mobilizou a cidade de Uberlândia e Uberaba, viemos com os ônibus cheios enfrentando 5 horas na estrada pra conquistar a atenção dos nossos representantes”, conta a estudante de Teatro da Universidade Federal de Uberlândia, Bia Miranda.


Ônibus de outros estados também atravessaram o Brasil a caminho de Brasília, como os estudantes de São Paulo e do Paraná. Além de todos esses, Acre, Bahia, Pará, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul também marcaram presença com presidentes de entidades estaduais e diretores da UBES e UNE.

Fonte: Site da UBES

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