Quem quiser conhecer a crueza que a parcela da classe média brasileira que se deslumbra – e se crê ser , sem ser – com a elite deste país, visite a página do Estadão onde se noticia que o “Nordeste recebe metade dos benefícios do Bolsa Família em dezembro“, onde se noticia o óbvio: que a transferência de recursos para pessoas em situação de miséria é maior onde é maior a própria miséria.
A matéria não diz, mas os comentaristas explicitam: é um absurdo São Paulo receber menos bolsas-família que o estado da Bahia, o único dos estados nordestinos que supera o valor transferido aos paulistas que, é obvio, arrecadam mais tributos.
E aí as manifestações viram explicitudes.
“(…) o Sul e o Sudeste nao tem nada a ver com as miserias do Nordeste. Os problemas do Nordeste precisam ser resolvidos pelos nordestinos, e nao pelos paulistas ou gauchos. O povo nordestino que se vire sozinho. Que cobre atitudes efetivas dos politicos que ele elege. A pobreza deles eh problema deles, e de ninguem mais.”, diz um deles. “Bem que o povo lá de cima podia começar a trabalhar como nós aqui para sentir o drama do que é viver contra o governo tirando tudo que você sua para ganhar.”, argumenta outro.
Talvez diminuissem sua fúria racista se tivessem tido acesso à pesquisa do Ipea de onde vieram os dados sobre a bolsa-família. Ignoram o que ela contém, como fez o repórter do Estadão.
Ali veriam, por exemplo, que o Sudeste tem 44% das instituições públicas – e caras – de ensino superior do país, metade delas em São Paulo, enquanto o Nordeste fica com 25%. Ou que o número de médicos recebendo pelo Sistema Único de Saúde é de 301 mil, 50% do total, e no Nordeste, que tem uma relação médico público/habitante 30% menor, são apenas 20% do total de profissionais médicos brasileiros.
Todos eles custando dinheiro público.
Essa parcela – felizmente minúscula – dos brasileiros, que pensa ser moderna mas ainda tem a cabeça na Idade Média não é apenas escravocrata: é burra e raivosa. E por estar concentrada no estado mais rico da Federação, São Paulo, acha que o papel que lhe cabe é o de capitão do mato cosmopolita.
Odeiam Dilma e Lula no século 21 como odiaram a Getúlio no século 20.
Porque, no fundo, o que odeiam é a idéia de um só Brasil e de um povo brasileiro.
Ficaram para trás., estão politicamente em extinção.
São as “maria-antonieta” dos Jardins, mas poderiam ser as mesmas de Ipanema.
Fonte: Blog Tijolaço
penso que, enquanto grande parte dos cidadãos lutam para andar para frente com trabalho árduo e impostos infindáveis para crescimento do país como um todo, grandes bolsões de pobreza estrema, culpados ou não, impossibilitam os ganhos do trabalho árduo dos trabalhadores, como se fosse comparativamente aquele irmão que amamos mas não se esforça o necessário...
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