terça-feira, 4 de novembro de 2014

Nossa Little Havana: Mais de 100 mil brasileiros querem Washington contra regime comuno-bolivariano


 
 
A notícia que segue deveria ser levada a sério.
 
Ela nos fez constatar que o Brasil já dispõe de sua própria Little Havana. É o bairro de Miami que a certa altura reuniu os saudosistas do regime de Fulgêncio Batista, o ditador pró-americano derrubado por Fidel Castro em 1959.
 
O bairro é hoje apenas para inglês ver, já que os cubanos fugitivos de Fidel que se deram bem nos Estados Unidos fugiram uma segunda vez. Rumaram para os subúrbios endinheirados da Flórida, deixando para trás os patrícios pobretões. Classe, afinal, é classe.
 
Os cubanos que debandaram da ilha de Fidel formavam em Cuba a elite local generosamente alimentada por Washington.
 
Eram os herdeiros da Emenda Platt, imposta pelos Estados Unidos como condição para desocupar Cuba depois da guerra Hispano-Americana.
 
A Emenda Platt, de 1901, é ainda mais vexaminosa que aquele acordo pelo qual Fernando Henrique Cardoso pretendia ceder a base de Alcântara para uso pelos Estados Unidos, obrigando brasileiros a usar crachá emitido pelos estadunidenses em seu próprio território.
 
A Emenda Platt proibia o governo cubano de fechar qualquer tratado internacional que ameaçasse a independência cubana ou permitisse que poderes estrangeiros usassem a ilha com objetivos militares. Os Estados Unidos se reservavam o direito de intervir em assuntos cubanos para defender a independência cubana e para manter “um governo adequado à proteção da vida, da propriedade e da liberdade individual”. Outras condições da Emenda exigiam que o governo cubano implementasse planos para melhorar as condições sanitárias na ilha, abrisse mão da ilha dos Pinhos (agora conhecida como ilha da Juventude) e concordasse em vender ou alugar território para estações naval e de abastecimento de carvão dos Estados Unidos. (Esta cláusula levou ao aluguel perpétuo da base naval da baía de Guantánamo). Finalmente, a emenda exigia que o governo cubano concluisse uma tratado com os Estados Unidos para tornar o cumprimento da Emenda Platt uma exigência legal — os EUA também pressionaram os cubanos para incorporar os termos da Emenda em sua própria Constituição. 
Dispensando o linguajar pomposo do Departamento de Estado, tratou-se de uma anexação de Direito, com consequências futuras trágicas para os próprios Estados Unidos.
 
A Emenda Platt foi o carvão em brasas que incendiou o nacionalismo cubano e, lá adiante, resultou na correnteza que levou Fidel Castro ao poder.
 
Se a Little Havana de Miami foi consequência trágica deste processo, a brasileira não existe de fato.
 
Existe tão somente na imaginação de uma quantidade razoável de brasileiros: 112.832 deles, na contagem mais recente.
 
 
É pouco provável que ela faça mais que assinar a petição, já que — como escreveu Gustavo Castañon – dificilmente a elite brasileira conseguirá, fora do Brasil, condições para se reproduzir em cativeiro como se reproduz aqui.
 
Em nossa modesta opinião, estes 112.832 brasileiros refletem uma sociopatia milenarista: formam uma seita equivalente à do Jim Jones, com a diferença de que pretendem suicidar o Brasil.
 
Nossa atenção para a sua existência foi chamada pelo Conversa Afiada.
 

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Peticionamos ao governo Obama para: 
Posicionar-se contra a expansão comuno-bolivariana no Brasil promovida pelo governo Dilma Rousseff 
No dia 26 de outubro Dilma Rousseff foi reeleita e vai continuar os planos de seu partido de estabelecer um regime comunista no Brasil (sic) — em moldes bolivarianos propostos pelo Foro de São Paulo.
Nós sabemos que, aos olhos da comunidade internacional, a eleição foi inteiramente democrática, mas as urnas não são confiáveis, além do fato de que os cabeças do Judiciário são em sua maior parte integrantes do partido vencedor (sic). 
Políticas sociais são influenciadas pela escolha do presidente e as pessoas foram ameaçadas com a perda de sua ajuda alimentar se não reelegessem Dilma (sic).
Pedimos à Casa Branca que se posicione em relação à expansão comunista na América Latina. O Brasil não quer ser uma nova Venezuela (sic) e os Estados Unidos precisam ajudar os promotores da democracia e da liberdade no Brasil.
Como se vê, a vida para o professor Hariovaldo não anda nada fácil.
 
Fonte: Viomundo

Atualização ás 13:15 horas de 04/11/2014:

O governo americano já respondeu a turma que promoveu a petição anti-Dilma, veja a matéria da UOL notícias internacionais:

Petição anti-Dilma não reflete opinião americana, dizem EUA  

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