Possivelmente, um técnico da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do
Paraná), responsável pela prova, acordou num dia daqueles: "Ai, como eu
sou bandida!". E topou com outro no mesmo humor: "Ai, se eu te pego!". A
prova, que poderia ser o Casseta & Planeta no auge, estava longe de
ser fácil. Quem sabe de qual novela participou a cantora Paula
Fernandes "antes de se tornar famosa"? Em sua defesa, a UTFPR declarou
que, "em relação às questões que envolveram temas de determinada
emissora televisiva, foram extraídas com base em reportagens publicadas
junto a Revista Veja" [sic].
Ainda segundo comunicado da universidade,
"as questões de atualidades têm por objetivo verificar se o candidato
está informado sobre o que está acontecendo no momento, seja o assunto
político, econômico, social ou cultural." Se esse é o horizonte dos
examinadores, essa "atualidade" é de lascar. A prova é humilhante, ao
reduzir a um apanhado estereotipado a avaliação da capacidade
intelectual de candidatos que, se aprovados, ainda enfrentarão a
indiferença.
Pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulgada em janeiro deste ano
revelou que 25% dos funcionários que trabalham com limpeza em São Paulo
sofrem algum tipo de discriminação. Entre os garis esse número chega a
42%. A queixa mais comum é que são "invisíveis" a maioria das pessoas.
Uma realidade que o caso de Cambé contribui para perpetuar.
Fonte: Bahia Repórter
É um País de filhos da puta!
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