Paseeata pela Justiça e Paz |
O assassinato bárbaro do blogueiro Décio Sá que
sem sombra de dúvidas foi de encomenda ainda continua sem respostas concretas a
sociedade, principalmente a sua família. Este blog se colocou na postagem do dia 24/04 solidarizou
com a família e amigos de Décio e disposição no
acompanhamento diário desse crime (reveja aqui) e posteriormente divulgou matéria
sobre a situação dos crimes não esclarecidos de jornalistas no país (reveja aqui)
Hoje na passeata pela Justiça e Paz, a família voltou a cobrar do governo Roseana, aceleração das ações prometidas para dar respostas desse bárbaro crime em seu saudoso membro executado no dia 23/04(08 dias) na litorânea. A sua irmã Vilamir Sá lembrou que seu irmão sempre serviu o clã Sarney e agora percebe que os seus amigos da oligarquia, se quer apareceram nos eventos de despedidas de Décio (velório, enterro, missa e agora a passeata) veja matéria do blog do Luís Cardoso .
Não é preciso ser policial investigador ou perito, mas diante de várias opiniões de advogados e jornalistas divulgadas em jornais, revistas e blogs nessa semana pós morte do jornalista, pergunto:
O jornalista assassinado Décio Sá sabia de mais ou de menos?
Explico: Quando acontece um crime igual a esse de encomenda, a vítima que sabe demais vira queima de arquivo e quando sabe de menos é um cala boca de um desafeto pessoal.
Coloco nesse blog parte de três interessantes matérias divulgadas nessa semana após a morte do jornalista para fazermos reflexões ou até mesmo especulações que possam "ajudar ou clarear" as pessoas dos orgãos que estão responsáveis pelo o caso:
Carta Capital destaca a matéria "A sangue Frio" do jornalista Matheus Pichonelli publicda no dia 29/04/2012:
“Dessa vez os tiros acertaram um aliado do grupo que se reveza no poder do estado há pelo menos 40 anos. Décio Sá era notadamente um jornalista alinhado com a família Sarney – à boca pequena, colegas contam que ele era o único jornalista do estado a ter acesso à área VIP de Roseana Sarney na Sapucaí durante o desfile em homenagem a São Luís feito pela escola samba Beija-Flor.”
Blog do Marcos D’Eça na sua matéria "É assim mesmo que a polícia age???", postada no dia 30/04/2012:
Pode parecer incrível, mas a polícia maranhense, até agora, sequer solicitou à família do jornalista Décio Sá que disponibilizasse o seu carro para perícia.
Seria desnecessário?
No carro estão a mochila com seu bloco de
anotações e vários documentos originais das matérias publicadas em seu blog – o
que também pode servir como auxílio nas investigações.
Também não cogitou a perícia em seu computador
pessoal, que continua intocável no escritório de sua casa. Lá há e-mails e
arquivos gravados.
A polícia também parece ter esquecido de divulgar
o retrato falado do assassino.
Esse blog destaca a matéria “Viva o crime brasileiro” do jornalista Lúcio Flavio Pinto no link Cartas da Amazônia publicado no Yahoo!Notícias do dia 25/04/2012, veja abaixo parte da matéria:
A vítima, Décio Sá, tinha 42 anos. Era jornalista havia muito tempo. Desde 2006 escrevia um dos muitos blogs criados por maranhenses que não têm onde se manifestar, querem se informar e informar os outros. É a alternativa à grande imprensa, dominada pelos grupos políticos e empresariais que mandam no Maranhão, o Estado mais pobre (alguma relação com o fato de ser, geograficamente, Meio Norte com o Piauí, metade Amazônia e metade Nordeste?).
Décio criou a imagem de jornalista investigativo,
eficiente, audacioso e corajoso, graças ao blog. Mas trabalhava havia tempo
suficiente no maior grupo de comunicação do Estado. Sob essas outras vestes,
suscitava dúvidas quanto à sua independência e autonomia.
Ele era um repórter político especial do Sistema
Mirante de Comunicação, afiliado à Rede Globo de Televisão. e, em particular,
do jornal O Estado do Maranhão, líder dos impressos maranhenses.
Esses veículos são dirigidos de perto pelo maior
político do Maranhão, o ex-presidente da república e presidente do Senado, José
Sarney. Nada de importante sai nos órgãos de comunicação do também
ex-governador sem sua aprovação. O noticiário político, então, é criação sua.
Nem sempre para reproduzir a verdade. Às vezes, também, para mandar recados.
As oligarquias no Maranhão não costumam aparecer
na literatura que Sarney, igualmente imortal da Academia Brasileira de Letras,
costuma cometer. Nem é preciso: a ficção do beletrista senador é acanhada
demais para dar conta de realidade de tal magnitude. Tão impressionante que
dispensa pitadas de invenção. Basta olhar com olhos de ver e mãos de reproduzir
a cena com a fidelidade temerária de um herói. Talvez logo depois morto.
Décio Sá falava ao celular, em frente aos
caranguejos cozidos, seu prato de resistência. Quando recebeu os tiros, o
jornalista falava com Aristides Milhomem, mais conhecido por Tatá,
vice-prefeito do município de Barra do Corda e irmão de Carlos Alberto
Milhomem, deputado estadual.
Sem conseguir restabelecer a ligação, Tatá
acionou Fábio Câmara, suplente de senador e amigo de Décio, que estivera em
contato com outro amigo, um personal trainer, executado pouco antes,
no mesmo dia, num ponto mais distante da faixa valorizada da capital
maranhense. E que também iria para o bar Estrela do Mar para a caranguejada.
A última postagem de Décio no seu blog foi sobre
o assassinato de Miguel Pereira de Araújo, o Miguelzinho. Ele foi morto em 1997
e o julgamento seria realizado em Barra do Corda, que forma com Presidente
Dutra e Grajaú, o principal reduto de pistoleiros no Maranhão.
O problema é que das 25 pessoas sorteadas para
integrar o corpo de jurados, que teria sete membros, 25 eram ligadas a Manoel Mariano
de Souza. Além de ser prefeito municipal, ele é pai do empresário Pedro Teles,
acusado de ser o mandante do crime. Seria represália contra o alegado invasor
de suas terras. Pedro é irmão do deputado estadual Rego Teles, do PV.
O advogado Leandro Sampaio Peixoto, defensor de
Miguelzinho, pediu o desaforamento do júri para São Luiz no mesmo dia da morte
de Décio, a quem forneceu cópía da petição. Nela, previu que o julgamento, se
realizado em Barra do Corda, terá desfecho viciado.
Ele sabe o que diz: é filho do ex-prefeito Avelar
Sampaio, do PTB. Foi Avelar, quando prefeito, quem cedeu os pistoleiros Moraes
Alexandre e Raimundo Pereira para proteger Manoel Mariano. Na época os dois
eram amigos. Rompidos, se tornaram inimigos. Manoel interrompeu a sucessão no
poder da família do seu (ex) amigo.
Para as oligarquias que comandam o interior do
Brasil, isso é crime. A ser quitado com outro crime, sem os refinamentos do
pessoal do andar de cima, que circula de colarinho branco por esses ambientes.
O encadeamento é óbvio. O problema é segui-lo.
Um leitor, que usou um nome falso (Madureira),
fez o único comentário, postado momentos antes da consumação do assassinato do
blogueiro. Concluiu: "tá na cara que é jogo de cartas marcadas. precisa
mais detalhes que esses?? creio que não!!"
Apesar do acesso constante ao blog, ainda mais
depois do crime, ninguém voltou a se manifestar. O silêncio é a regra de ouro
desses acontecimentos, cada vez mais frequentes no Brasil oculto. Quem fala
muito morre com a boca cheia de formiga, ameaça uma tirada de humor negro.
Muito negro.
Será que
esse governo oligárquico terá a coragem de divulgar a verdade após descobrir da
onde vem esse cheiro de tramoia? Será?
Fonte: Blogs do Luis Cardoso, Marcos D'Eça, Carta Capital e Yahoo!Notícias.
Fotos postada pelo oficial do blog e reproduzida do blog do Gilberto Lima
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