"Cada
patrão mandou dez funcionários para cá. A gente tem que ficar até o fim
[do evento] e levar o comprovante de que veio, para não descontar o dia
de trabalho" . A confidência foi feita por um dos participantes
do primeiro congresso do "núcleo sindical" do PSDB, realizado em São
Paulo, na última sexta-feira, conforme relato da Folha (28-04).
Uma espécie de avant-première do 1º de Maio, o encontro liberou caciques tucanos para o feriadão prolongado com a consciência do dever cumprido.
A lotação proletária foi assegurada pelo engajamento natural das bases: donos de construtoras e empreiteiras que prestam serviços ao Estado convocaram seus trabalhadores à luta, com direito a sanduíche de queijo, suco, biscoito e maçã. Mediante comprovante de comparecimento, a militância teria o dia abonado trocando o saco de cimento pela faiscante oratória tucana.
Cada empresa foi convocada a encaminhar pelos menos dez operários ao meeting. Serra nem gaguejou ao afirmar aos presentes que a relação do PSDB com sindicatos 'não é novidade'; em seguida, pediu apoio à candidatura a prefeito de SP. "Temos nossa primeira tarefa: mobilizar nossos sindicalistas para a campanha eleitoral deste ano", disse o ex-governador com indisfarçável mal humor diante do rival Aécio Neves (leia mais aqui : 'Por que Serra está nervoso?').
Alckmin foi de longe o mais combativo; sapecou um 'companheiros e companheiras' na saudação e arrematou com a frase cuja autenticidade sintetiza a de todo o evento: "O PSDB é um partido que dá prevalência ao trabalho sobre o capital".
Nenhum comentário:
Postar um comentário