quinta-feira, 12 de maio de 2011

Trabalhadores acampam em frente ao Palácio dos Leões


Trabalhadores acampam em frente ao Palácio dos Leões

 

Em greve, há quase 80 dias, os trabalhadores da rede estadual de educação acampam em frente ao Palácio dos Leões, sede do governo do Estado do Maranhão, em protesto contra a postura do Executivo de não atender aos pleitos da categoria e de não assumir os compromissos firmados nas últimas reuniões entre os educadores e representantes do governo.

Nem mesmo a forte chuva que caiu em São Luís, no final da tarde desta quarta-feira, 11, desanimou os trabalhadores, que realizaram uma grande caminhada, no Centro da cidade, em defesa da educação, saindo do bairro São Francisco até o Palácio dos Leões, culminando com o acampamento, no início da noite, e onde pretendem permanecer até o fechamento de um acordo com o governo, que atenda, pelo menos, a uma pauta mínima pleiteada pelos educadores.


Acampados, há quase 20 dias, na Secretaria de Estado de Educação (Seduc), eles resolveram mudar o acampamento para o Palácio dos Leões, onde a categoria acredita que possa ser ouvida pela governadora do Estado, Roseana Sarney, o que poderá facilitar uma negociação que finalize a greve.


É mais uma manifestação de repúdio à postura do governo, que, recentemente, depois de 60 dias de paralisação, apresentou uma proposta de conteúdo considerado vago pela categoria e que foi rejeitada na última assembleia, realizada em São Luís, sexta-feira (06). “A proposta não define datas para colocar em prática as ações e deixa margem para que não sejam cumpridas pelo governo”, explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA), Júlio Pinheiro.

Com uma pauta de 22 reivindicações, entre as quais o pagamento do piso salarial, aprovado em Lei, e a implantação do Estatuto do Educador, que cria um plano de carreira para os profissionais da educação, a direção do sindicato ressalta que já houve flexibilidade por parte da categoria, que aceita o atendimento de uma pauta mínima para encerrar a greve, que inclui o fim das punições aos grevistas e ao sindicato e a apresentação de uma nova tabela salarial, reajustada de acordo com a Lei do Piso ou pelo menos com a correção mínima de 15,08% determinado pelo MEC, com base no reajuste anual do Fundeb. Porém, além de não tratar sobre o reajuste, a proposta do governo não determina prazos para cumprir os demais pontos cobrados pela categoria.

Apoio da OAB


Antes da passeata, no início da tarde, os trabalhadores denunciaram ao presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA, Luís Antônio Pedrosa, que o governo do Maranhão está tratando os educadores de uma forma desumana, cortando os salários e criando situações de constrangimento moral no interior das escolas contra os professores que aderiram ao movimento grevista.

O advogado prometeu transmitir as denúncias para a direção da OAB-Ma e propor a intermediação com o governo do Estado, além da publicação de nota oficial cobrando um acordo com o governo para que resolva o impasse gerado com a greve.

Na reunião, os trabalhadores entregaram ao representante da OAB-MA a proposta do governo, rejeitada pela categoria em assembleia, e o presidente do SINPROESEMMA, Júlio Pinheiro, entregou documento com a pauta de reivindicações, a fim de subsidiar a Ordem nos encaminhamentos que venham a ser tomados para intermediar a negociação com o Estado.
Informações de Renato Artur
Aux. da Secretaria Geral
SINPROESEMMA

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