Vamos falar hoje de um assunto que foi tema na conferência da juventude do ano passado e segue sendo discutido pelo Fórum Nacional de Juventude Negra neste ano de 2012, o extermínio da juventude negra.
Para mostrar a veracidade dos fatos, temos o mapa da violência de 2012, elaborado pelo Instituto Sangari, que mostra as várias faces da violência no Brasil. Uma delas é de acordo com a etnia.
Neste mapa, vemos que o número de mortalidade branca caiu em 27,5% de 2002 para 2010, já a mortalidade negra teve um aumento de 23,4% neste mesmo período. Esses dados são referente ao número de homicídio separando-se por etnia. De acordo com o mapa da violência, em 2010 foi constatado que morrem proporcionalmente 139% mais negros que brancos, isto é, bem acima do dobro. Agora vamos contextualizar a situação com uma análise qualitativa agora.
Observa-se na história do negro no Brasil que existe um estigma do próprio Estado quanto à figura do negro que perpassa pela elite brasileira chegando a atingir todo o contexto social brasileiro. Esse estigma impõe simbolicamente à sociedade brasileira que os negros são percebidos como suspeitos criminosos principais, mesmo que não seja. O estereótipo negro faz a sociedade ver aquele indivíduo como suspeito, principalmente quando ele está caracterizado com a cultura hip hop.
Segundo a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR), esse estigma autoriza a violência contra o negro, inclusive por parte do Estado. O próprio deputado Edson Santos, do Rio de janeiro, afirmou que a violência dos agentes policiais contra jovens que já sofrem com o estigma de serem sempre considerados suspeitos, é uma herança da sociedade escravocrata.
Analisamos também que a população negra está sob maior exposição à violência por ser a maioria das classes sociais D e E, ou seja, a maioria é pobre e está mais sujeito a entrar no crime ou ser vítima dele. Jovens Negros passam a ter a chance de ascensão social, dentro do Crime Organizado, e em contraponto às ações humilhantes e estereotipadas seguidas dos abusos de autoridade praticada pela policia, surgem movimentos contra o ato de violência do próprio aparato estatal contra jovens negro como o Hip Hop que ganhou força no Brasil. Explode Racionais, e o discurso contra a violência policial praticada por policiais, a ação dos grupos de extermínio.
A população jovem negra vive um dilema que somente políticas públicas eficazes podem sanar. Este público está sujeito tanto a violência do próprio Estado, quanto do crime. Dessa forma, Quem o protege? O Estado deve tomar posse dessa função e promover a inclusão e cidadania. O jovem negro deve ser visto como a solução do problema, e não como o próprio problema. Porque o negro traficante, assaltante está nessa condição, via de regra, por culpa do Estado. Porque em toda a trajetória histórica o negro não teve uma inclusão na sociedade e assim, ficou marginalizado e sujeito às ações externas.
O negro bandido é vítima da sociedade escravocrata e para mudar sua realidade o Estado deve assumir essa culpa e promover políticas públicas principalmente de inclusão, cidadania e educação.
Veja vídeo onde foi reproduzido esse artigo pelo link da fonte abaixo.
Muito interessante
ResponderExcluirCONVITE
Primeiro, eu vim ler o seu blogue.
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