sexta-feira, 26 de julho de 2013

“Desestabilização premeditada"



Jovens politizadíssimos lutando por melhorias no
transporte público

Tento insistentemente procurar o 'caminho do meio' e encontrar algo de positivo nestas manifestações de junho. Confesso, desapontado, que não consigo. Por mais que eu me esforce, para mim é simplesmente impossível encontrar algo de bom nessas manifestações. 

Classifico-as, desde o início, de 'Marchas sobre Roma'. Exatamente porque o que presenciamos foram manifestações movidas a ódio, ódio profundo e irracional contra partidos políticos, sindicatos e movimentos sociais! Se este ódio não é a antessala do fascismo, não sei mais o que é. 

E percebo o descomunal esforço que 'intelectuais' das mais variadas matizes políticas empreendem em defender essas manifestações. É algo incrível. Como posso me animar com manifestações orquestradas e dirigidas através de páginas da internet, páginas essas coalhadas de fascistas (enrustidos e confessos), cuja maior pregação se faz contra o Partido dos Trabalhadores? 

O absurdo é tão gigantesco que lemos cotidianamente termos como "ditadura do PT", "morte à esquerda" e outras barbaridades. 

Pior, será que as pessoas ainda não se deram conta de que esses mascarados do 'anonymous' e do tal de Black Blocs não passam de um bando de reacionários de classe média, teleguiados por teses fabricadas fora do país? 

E não se trata de desmerecer teses forâneas (Marx é alemão), mas sim de alertar para a ideologia fascista, reacionária e terrivelmente contrária aos interesses da classe trabalhadora! Não se pode romantizar ou minimizar a influência nefasta desses grupúsculos. 

Jovem dando "exemplo" de "politização"
A esquerda não pode, não tem o direito de flertar com fascistas mascarados, com pseudo anarquistas, com 'anônimos' ou com outros espécimes de militantes nocivos e estranhos à luta popular. Já não basta ter de conviver com o sectarismo principista do esquerdismo microscópico? 

O que vemos hoje, lamentavelmente, é um acelerado processo de criminalização da atividade política, e, mais perverso ainda, de negação da própria política. Esse é o perigoso passo que antecede a volta ou restauração conservadora, não tenham dúvidas! 

E essa restauração pode se dar pela via eleitoral (qual foi o resultado prático dos 'indignados' da Espanha?), pelo golpe branco de estado (vide o Paraguai) ou através da reedição dos clássicos golpes militares. 

O que me deixa mais revoltado ainda é constatar que é impossível, simplesmente impossível estabelecer qualquer laço entre as 'Marchas sobre Roma' do Brasil com as "Primaveras Árabes" ou com as manifestações que ocorrem na Europa! Vejamos. 

No mundo árabe existiam regimes políticos fechados, de partido único, com supressão das liberdades. Em que isso se assemelha ao Brasil? Em nada, em absolutamente nada! Não há um "ditador" a ser derrubado por aqui. E no caso da Europa também não há verossimilhança alguma... 

A Europa sucumbe sob o tacão do desemprego, do arrocho salarial, do aumento brutal das desigualdades sociais, dos cortes brutais nos orçamentos públicos para a saúde, educação e assistência social, cortes em salários de funcionários públicos, em aposentadorias e pensões, etc. É justamente o contrário do que existe hoje no Brasil! 

Por tudo isso que já relatei é que me permito ser pessimista e reticente quanto ao que vemos aqui no país. E destaque-se que isso não é um fenômeno isolado, restrito ao Brasil. A Venezuela sofre com isso há vários anos...

A quem interessa desestabilizar um país como o Brasil, onde se verifica o maior processo de mobilidade social em toda a história? 

A quem interessa desestabilizar o gigante sul-americano e, posteriormente, aplicar um efeito dominó derrubando todos os governos progressistas da América Latina? 

Os fascistas estão no congresso, nas ruas e
nas forças armadas
O que está por trás dessas orquestrações empreendidas por organizações internacionais, por fascistas e pseudo anarquistas, contanto com o apoio vexaminoso do esquerdismo inconsequente? 

Definitivamente, não há o que comemorar, tampouco se pode tergiversar sobre o que está acontecendo. 

Querem interromper o vigoroso processo de mobilidade social conquistado e empreendido pelos governos de esquerda na última década em nosso continente. 

Querem torpedear a unidade latino-americana, querem colocar novamente os nossos países sob o jugo feroz do imperialismo.

Este é o objetivo final destas mentecaptas orquestrações!

Devemos, isto sim, nos preparar para resistir e para vencer essa camarilha que pretende destruir a recente democracia brasileira e os avanços obtidos pela classe trabalhadora nos últimos anos. Penso ser essa a tarefa que o momento atual exige.”

Veja também:

"Odeio o PT e estou começando a te odiar também"

Alerta: Grupos fascistas fazem campanha para volta da ditadura militar

Fonte FacebooK - Mescla Notíciais

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