Baltazar Garzón |
O ex-juiz espanhol Baltasar Garzón irá liderar a equipe jurídica que
defenderá Julian Assange e o site Wikileaks nos diferentes processos
abertos contra ambos, como a extradição do fundador da organização para a
Suécia.
Segundo um comunicado do Wikileaks, Garzón participou de uma reunião
privada com Assange na Embaixada equatoriana em Londres para “discutir
uma nova e contundente estratégia jurídica que buscará defender tanto o
Wikileaks quanto o seu fundador dos abusos de processo e de
arbitrariedades do sistema financeiro internacional”.
O site destaca que Garzón “revolucionou, há duas décadas, a justiça
internacional ao tornar efetiva uma ordem de captura contra o ex-chefe
de Estado chileno Augusto Pinochet, o que permitiu importantíssimos
avanços na luta contra a impunidade na América Latina e em todo o
mundo”.
Após ter sua extradição para a Suécia determinada em última instância
pela Justiça britânica, Assange escapou de sua prisão domiciliar e se
alojou na Embaixada do Equador no Reino Unido pedindo asilo político.
Desde o dia 19 de junho, ele espera a decisão do governo de Rafael
Correa.
O fundador do Wikileaks, que revelou milhares de documentos
confidenciais da cúpula política, diplomática e militar dos EUA, foi
detido em Londres mediante uma ordem de extradição movida pelas
autoridades da Suécia. Durante todo o decorrer de seu julgamento, viveu
sob fortes medidas de segurança na mansão de um amigo no sudeste da
Inglaterra. Ele recorreu da decisão ao Supremo depois de o Tribunal
Superior aprovar seu envio à Estocolmo em novembro do ano passado.
Afastamento
Garzón foi afastado de sua profissão por 11 anos em fevereiro de 2012
pelo Supremo Tribunal da Espanha. Ele foi condenado por abuso de
autoridade sob acusações de ter ordenado escutas telefônicas ilegais
entre advogados e réus em um caso de corrupção.
Em outro caso controverso que reabriu feridas da ditadura franquista
(1936-1975), Garzón é processado por suposto abuso de poder ao
investigar dezenas de milhares de assassinatos atribuídos a forças leais
ao general Francisco Franco. O juiz é acusado pela organização de
extrema direita Manos Limpias (Mãos Limpas) de ter desconsiderado a Lei
de Anistia local, de 1977.
Reproduzido do Blog Opera Mundi
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