sábado, 24 de novembro de 2012

A foto que chamou a atenção das mulheres árabes ganha o mundo


A síria Dana Bakdounis, de 21 anos, tirou o véu na rede social
A foto, que aos olhos do ocidente é banal e inofensiva, já gerou discussões favoráveis e contra - tendo em vista que também há grupos de mulheres que defendem o véu como identidade cultural.
Nela, segura sua identidade e um bilhete manuscrito que é um pequeno manifesto, intitulado “A primeira coisa que senti quando tirei meu véu”. Nele afirma: “Estou com o Movimento de Liberação da Mulher Árabe porque, ao longo de 20 anos, não me permitiram sentir o vento em meu cabelo e em meu corpo”.
A foto virou uma sensação instantânea. Em poucos instantes chamou a atenção recebendo milhares de "likes" e compartilhada pelo menos 600 vezes. Com isso, o grupo ganhou visibilidade para a questão de gênero no mundo árabe. De acordo com levantamento feito na página, só em outubro o grupo recebeu 34.713 "curtir" e obteve 160 mil comentários.

Facebook censura
Os debates se intensificaram ainda mais quando o Facebook tirou a foto do ar, sem explicações, e também bloqueou a conta pessoal de Dana. Censura? Um ataque à liberdade de expressão?
Os protestos tomaram a página do grupo no Facebook, hoje com 74 mil integrantes e transformado num fórum vivo de debates de jovens mulheres ávidas insatisfeitas com sua situação. Também homens se juntaram ao debate para apoiar a causa. “Se vocês fazem este tipo de censura então não podem reivindicar os méritos pela Primavera Árabe.”, diz um dos comentários.
Uma página de evento foi aberta no próprio Facebook para divulgar uma petição online que pedia o retorno do perfil de Dana.
Dias depois, o Facebook liberou a foto e a conta de Dana. “Minha vida mudou depois que tirei o véu”, diz ela. “Recebi muitas manifestações de solidariedade de outras mulheres com véu. Elas diziam ter vontade de fazer a mesma coisa, mas acrescentavam que faltava a audácia que tive.”
Todos os movimentos históricos de conquista de direitos nasceram das próprias vítimas de injustiça, e não de tutores. Como ocorreu há meses, quando o então presidente da França Nicolas Sarkozy, iniciou uma cínica e eleitoreira caça às burcas sob o argumento de que estava ajudando as mulheres árabes, escrevi que era uma falácia".
Sempre foi assim, das sufragettes, as mulheres inglesas que lutaram pelo direito ao voto no começo do século passado, aos negros americanos que combateram por sua inclusão social, para ficar em apenas dois casos.
A foto de Dana pode ser um sinal de que as mulheres árabes estão efetivamente decididas a batalhar, elas também, por sua própria Primavera. Se for isso, a imagem entrará para a história da humanidade.

Fonte: Portal Vermelho

Um comentário:

  1. Nao importa de onde se vem e sim como se senti, usar o que pra si nao representa nada, simplesmente por tradiça nao vejo prazer e sim obrigaçao. Se nossas vontades nao podem ser esclarecidas e vividas idependente de ser homem ou mulher, pergunto! Que vida é essa?
    Katia Simone.

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