quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Eleições 2012: São Luís não tem medo de si mesma



Flávio Dino e Edivaldo Holanda Jr., renovação e mudança 
Uma corrida na litorânea, na contraluz do vermelho do por do sol. Uma prosa no Parque do Bom Menino. Caminhada na Laguna da Jansen. A arquitetura do Palácio dos Leões, perfeitamente simétrica, engole a luz dos carros que cortam a velha Praça D. Pedro II à noite. Um barco costeia o Cais do Porto enquanto jovens se confraternizam nos bares do Reviver e senhoras compram peixes no Mercado Central. 

Por Roberto César Cunha e Leonardo Cordeiro*

Esta é a descrição dos principais cartões postais de São Luís. Entrementes, São Luís se comporta de maneira inerte sob a ótica do desenvolvimento. Estagnação econômica, desaquecimento industrial, serviços e comércio. Além disso, não difere da atual quadra histórica do país, abissais problemas de mobilidade urbana, habitação, saúde e etc. 

Em São Luis ainda há milhares de pessoas em extrema pobreza, homens comuns que estão famintos, que ficam comovidos quando sabem que seus filhos choram e suas esposas lamentam ruidosamente para comer. Nosso otimismo revolucionário sempre foi sustentado por esta visão crua da realidade concreta, que deve, inexoravelmente, ser levada em conta. 

São Luis não pode ser levada à débâcle , de volta à Idade média. 

Hoje homens e mulheres de São Luis pagam pela inaptidão e pela cegueira dos outros. A atual gestão perdeu força em sua capacidade de formulação de estratégias de desenvolvimento interno, não por incompetência ou despreparo, mas em função das determinações do modelo político hegemônico. 

O governo municipal, mais do que no passado, deverá assumir o papel de principal indutor do crescimento econômico, em uma perspectiva claramente comprometida com o desenvolvimento igualitário ludovicence. Como geógrafos, sabemos que não há receita de bolo para tais dilemas. Entrementes, os conhecidos e terríveis problemas da nossa cidade precisam ser entendidos como partes fundamentais de uma questão nacional.

É mister um projeto de desenvolvimento de envergadura de “Grande Metrópole”. Concomitante a um novo modal de governança municipal exercido pelo poder público e pelos atores sociais reconfigurando os mecanismos e os processos de tomada de decisões, que faça emergir um novo regime de ação pública, descentralizado, no qual sejam criadas novas formas de interação entre prefeitura e sociedade. 

Para exercer esse papel a prefeitura precisa de planejamento e gestão com capacidade para resolver tecnicamente os problemas recorrentes, assumindo o compromisso, sobretudo, de garantir a eficácia das políticas públicas que estarão sob sua responsabilidade, não sendo possível cumprir esse papel estratégico adotando um sistema de gestão pública centralizada e hipertrofiada, como tem sido a marca das experiências passadas, que resultaram na perda de confiança da população de São Luís na capacidade de os governos administrarem os graves problemas sociais e econômicos que imperam na capital. 

Cremos que a principal novidade está na capacidade do governo PM/SLZ de continuar repetindo uma fórmula que permanece infalível, mesmo quando todos supunham já exaurida, que é apresentar o velho e desbotado como algo acabado de nascer. Partem de uma idealização política próxima da metafísica, ou seja, do irreal e abstrato com muitos alienigenismos. 

Além do mais, são evidentes os sinais de que os grupos de interesse dominante da política ludovicense investem cada vez mais fortemente na cooptação de atores sociais, partidos políticos e entidades da sociedade civil e dos movimentos sociais, ampliando assim o seu leque de alianças e o seu campo de dominação.

A oposição tradicional precisa ir além das corriqueiras práticas de “fulanização e satanização” dos grupos dominantes do governo municipal. Nem tudo se resolve definindo o campo de luta política pela oposição do bem contra o mal. Em outubro deste ano teremos a oportunidade de eleger uma nova administração em São Luis nos seus 400 anos. O desafio do próximo prefeito é olhar São Luis como cidade nacional, inter-metropolizada, integrada à rede urbana mundial, de progresso, de inovação e futuro. 

Fazer uma gestão com paradigmas de governança democrática, lastreada por três fundamentos essenciais: 1°.maior responsabilidade do governo municipal em relação às políticas sociais e às demandas dos seus cidadãos; 2°.o reconhecimento de direitos sociais a todos os cidadãos e 3°. a abertura de canais para a ampla participação cívica da sociedade. 
É mister um trabalho de base voltado à recuperação do papel da prefeitura como promotor, mediador e indutor do desenvolvimento da cidade, a despeito das ambiguidades internas e da necessidade de novos consensos. 

É preciso gestar a possibilidade de uma nova governança voltada à priorização do desenvolvimento equitativo, a partir de uma agenda estratégica de planejamento público. E como intervenção física, não precisamos ir muito longe para percebermos que a melhoria da qualidade de vida da cidade de São Luis depende de milhões de reais em investimentos no transporte coletivo e massas: faixas exclusivas para ônibus, novos e modernos ônibus, saneamento básico, água, luz, asfaltamento e mesmo a usando as políticas públicas para a área de cultura como um start para a formação de uma indústria, com cadeias produtivas próprias, da cultura, estimulo à economia criativa. “Programas massivos de habitação, túneis, pontes, viadutos, viabilização do uso e ocupação adequados do solo, de fontes limpas de energia no transporte público etc. Nada disso pode ocorrer em pequena escala. A grande escala é a garantia encomendas em empresas localizadas na cidade e no Brasil”. 

Questão de investimento. E quem vai financiar? Segundo Marx cada capital tem que ter sua fonte ou banco de investimento, ou seja, São Luis precisa de bancos de investimentos próprios. 

Num teatro de prioridades está a criação de um amplo ambiente para o investimento privado e o surgimento de pequenas e médias empresas capazes de absorver grande parte da mão-de-obra ociosa. É chegada a hora da iniciativa privada tomar seu lugar de fato na cidade. Uma São Luís “desideologizada”. Uma grande cidade capitalista tem na iniciativa privada seu elo com características de principalidade, algo que demanda visão estratégica. Um sistema financeiro em São Luis deveria ter como base, além dos grandes bancos públicos e privados, uma maior participação da iniciativa privada em grandes empreendimentos nas áreas de transporte, energia e saneamento básico. 

A formação de conglomerados privados para a execução de grandes obras públicas seria o grande fôlego tanto para a formação de capital, quanto numa grande política para geração de emprego, renda e inclusão social. E adoção plena de concessão de serviços públicos para empresas privadas nacionais e a articulação de Parcerias Público-Privadas (PPP`s) no processo de planejamento e execução. 

Nada disso supracitado será suficiente se São Luis não estiver dentro de um Novo Projeto de Nação e também todo o estado do Maranhão. Como dizia o intelectual outsider Ignácio Rangel, “é preciso agir depois de pensar” e “pensar grande”.

A quadra histórica representada por 2012 e 2014 é decisiva para mudarmos. O Maranhão e São Luís precisam e anseiam por um novo momento histórico e Edivaldo Holanda Junior em 2012 e Flávio Dino em 2014 representam a renovação e mudança a partir de um projeto, inclusivo, com justiça social e de desenvolvimento para São Luis e o estado do Maranhão. Por isso, Edivaldo Holanda Junior e Flávio Dino têm nosso voto e apoio, eles e São Luís não têm medo de si mesmos. 

*Roberto César Cunha e Leonardo Cordeiro são geógrafos

Reproduzido do Portal Vermelho

Nenhum comentário:

Postar um comentário