Flávio Dino e Edivaldo Holanda Jr., renovação e mudança |
Uma corrida na litorânea, na contraluz do vermelho do por do sol.
Uma prosa no Parque do Bom Menino. Caminhada na Laguna da Jansen. A
arquitetura do Palácio dos Leões, perfeitamente simétrica, engole a luz
dos carros que cortam a velha Praça D. Pedro II à noite. Um barco
costeia o Cais do Porto enquanto jovens se confraternizam nos bares do
Reviver e senhoras compram peixes no Mercado Central.
Por Roberto César Cunha e Leonardo Cordeiro*
Esta é a descrição dos principais
cartões postais de São Luís. Entrementes, São Luís se comporta de
maneira inerte sob a ótica do desenvolvimento. Estagnação econômica,
desaquecimento industrial, serviços e comércio. Além disso, não difere
da atual quadra histórica do país, abissais problemas de mobilidade
urbana, habitação, saúde e etc.
Em São Luis ainda há milhares de pessoas em extrema pobreza, homens
comuns que estão famintos, que ficam comovidos quando sabem que seus
filhos choram e suas esposas lamentam ruidosamente para comer. Nosso
otimismo revolucionário sempre foi sustentado por esta visão crua da
realidade concreta, que deve, inexoravelmente, ser levada em conta.
São Luis não pode ser levada à débâcle , de volta à Idade média.
Hoje homens e mulheres de São Luis pagam pela inaptidão e pela cegueira
dos outros. A atual gestão perdeu força em sua capacidade de formulação
de estratégias de desenvolvimento interno, não por incompetência ou
despreparo, mas em função das determinações do modelo político
hegemônico.
O governo municipal, mais do que no passado, deverá assumir o papel de
principal indutor do crescimento econômico, em uma perspectiva
claramente comprometida com o desenvolvimento igualitário ludovicence.
Como geógrafos, sabemos que não há receita de bolo
para tais dilemas. Entrementes, os conhecidos e terríveis problemas da
nossa cidade precisam ser entendidos como partes fundamentais de uma
questão nacional.
É mister um projeto de desenvolvimento de envergadura de “Grande
Metrópole”. Concomitante a um novo modal de governança municipal
exercido pelo poder público e pelos atores sociais reconfigurando os
mecanismos e os processos de tomada de decisões, que faça emergir um
novo regime de ação pública, descentralizado, no qual sejam criadas
novas formas de interação entre prefeitura e sociedade.
Para exercer esse papel a prefeitura precisa de planejamento e gestão
com capacidade para resolver tecnicamente os problemas recorrentes,
assumindo o compromisso, sobretudo, de garantir a eficácia das políticas
públicas que estarão sob sua responsabilidade, não sendo possível
cumprir esse papel estratégico adotando um sistema de gestão pública
centralizada e hipertrofiada, como tem sido a marca das experiências
passadas, que resultaram na perda de confiança da população de São Luís
na capacidade de os governos administrarem os graves problemas sociais e
econômicos que imperam na capital.
Cremos que a principal novidade está na capacidade do governo PM/SLZ de
continuar repetindo uma fórmula que permanece infalível, mesmo quando
todos supunham já exaurida, que é apresentar o velho e desbotado como
algo acabado de nascer. Partem de uma idealização política próxima da
metafísica, ou seja, do irreal e abstrato com muitos alienigenismos.
Além do mais, são evidentes os sinais de que os grupos de interesse
dominante da política ludovicense investem cada vez mais fortemente na
cooptação de atores sociais, partidos políticos e entidades da sociedade
civil e dos movimentos sociais, ampliando assim o seu leque de alianças
e o seu campo de dominação.
A oposição tradicional precisa ir além das corriqueiras práticas de
“fulanização e satanização” dos grupos dominantes do governo municipal.
Nem tudo se resolve definindo o campo de luta política pela oposição do
bem contra o mal. Em outubro deste ano teremos a oportunidade
de eleger uma nova administração em São Luis nos seus 400 anos. O
desafio do próximo prefeito é olhar São Luis como cidade nacional,
inter-metropolizada, integrada à rede urbana mundial, de progresso, de
inovação e futuro.
Fazer uma gestão com paradigmas de governança democrática, lastreada por
três fundamentos essenciais: 1°.maior responsabilidade do governo
municipal em relação às políticas sociais e às demandas dos seus
cidadãos; 2°.o reconhecimento de direitos sociais a todos os cidadãos e
3°. a abertura de canais para a ampla participação cívica da sociedade.
É mister um trabalho
de base voltado à recuperação do papel da prefeitura como promotor,
mediador e indutor do desenvolvimento da cidade, a despeito das
ambiguidades internas e da necessidade de novos consensos.
É preciso gestar a possibilidade de uma nova governança voltada à
priorização do desenvolvimento equitativo, a partir de uma agenda
estratégica de planejamento público. E como intervenção física, não
precisamos ir muito longe para percebermos que a melhoria da qualidade
de vida da cidade de São Luis depende de milhões de reais em
investimentos no transporte coletivo e massas: faixas exclusivas para
ônibus, novos e modernos ônibus, saneamento básico, água, luz,
asfaltamento e mesmo a usando as políticas públicas para a área de
cultura como um start para a formação de uma indústria, com cadeias
produtivas próprias, da cultura, estimulo à economia criativa.
“Programas massivos de habitação, túneis, pontes, viadutos, viabilização
do uso e ocupação adequados do solo, de fontes limpas de energia no
transporte público etc. Nada disso pode ocorrer em pequena escala. A
grande escala é a garantia encomendas em empresas localizadas na cidade e
no Brasil”.
Questão de investimento. E quem vai financiar? Segundo Marx cada capital
tem que ter sua fonte ou banco de investimento, ou seja, São Luis
precisa de bancos de investimentos próprios.
Num teatro de prioridades está a criação de um amplo ambiente para o
investimento privado e o surgimento de pequenas e médias empresas
capazes de absorver grande parte da mão-de-obra ociosa. É chegada a hora
da iniciativa privada tomar seu lugar de fato na cidade. Uma São Luís
“desideologizada”. Uma grande cidade capitalista tem na iniciativa
privada seu elo com características de principalidade, algo que demanda
visão estratégica. Um sistema financeiro em São Luis deveria ter como
base, além dos grandes bancos públicos e privados, uma maior
participação da iniciativa privada em grandes empreendimentos nas áreas
de transporte, energia e saneamento básico.
A formação de conglomerados privados para a execução de grandes obras
públicas seria o grande fôlego tanto para a formação de capital, quanto
numa grande política para geração de emprego, renda e inclusão social. E
adoção plena de concessão de serviços públicos para empresas privadas
nacionais e a articulação de Parcerias Público-Privadas (PPP`s) no
processo de planejamento e execução.
Nada disso supracitado será suficiente se São Luis não estiver dentro de
um Novo Projeto de Nação e também todo o estado do Maranhão. Como dizia
o intelectual outsider Ignácio Rangel, “é preciso agir depois de
pensar” e “pensar grande”.
A quadra histórica representada por 2012 e 2014 é decisiva para
mudarmos. O Maranhão e São Luís precisam e anseiam por um novo momento
histórico e Edivaldo Holanda Junior em 2012 e Flávio Dino em 2014
representam a renovação e mudança a partir de um projeto, inclusivo, com
justiça social e de desenvolvimento para São Luis e o estado do
Maranhão. Por isso, Edivaldo Holanda Junior e Flávio Dino têm nosso voto
e apoio, eles e São Luís não têm medo de si mesmos.
*Roberto César Cunha e Leonardo Cordeiro são geógrafos
Reproduzido do Portal Vermelho
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