Por Vinicius Mansur da Carta Maior
Paulo Egydio Martins, governador de São
Paulo entre 1975 e 1979, afirmou, em entrevista à Globonews, que a morte
do jornalista Vladimir Herzog, em 25 de outubro de 1975, não se deu por
suicídio: “Se maquiou um suicídio! O suicídio foi maquiado! Não houve
suicídio! Herzog foi assassinado dentro das dependências do II Exército
na rua Tutóia, em São Paulo”, confessou.
É a primeira vez que uma autoridade da época admite o assassinato, indo de encontro a versão oficial do regime, segundo a qual Herzog havia sido "encontrado enforcado com o cinto de sua própria roupa".
Paulo Egydio Martins disse que solicitou ao serviço de inteligência do Estado o levantamento da ficha do jornalista e, dias depois, recebeu um “nada consta” como resposta. A resposta teria sido repassada ao então Secretário de Cultura, porém foi insuficiente para evitar a tragédia. “Após esse incidente, houve a determinação dele comparecer ao DOI-CODI, onde acabou assassinado”, disse o ex-governador.
Outros dois jornalistas presos com Herzog, George Benigno Duque Estrada e Rodolfo Konder, já haviam confirmado que o depoimento aconteceu sob tortura.
É a primeira vez que uma autoridade da época admite o assassinato, indo de encontro a versão oficial do regime, segundo a qual Herzog havia sido "encontrado enforcado com o cinto de sua própria roupa".
Paulo Egydio Martins disse que solicitou ao serviço de inteligência do Estado o levantamento da ficha do jornalista e, dias depois, recebeu um “nada consta” como resposta. A resposta teria sido repassada ao então Secretário de Cultura, porém foi insuficiente para evitar a tragédia. “Após esse incidente, houve a determinação dele comparecer ao DOI-CODI, onde acabou assassinado”, disse o ex-governador.
Outros dois jornalistas presos com Herzog, George Benigno Duque Estrada e Rodolfo Konder, já haviam confirmado que o depoimento aconteceu sob tortura.
Veja também: Entenda o caso Vladimir Herzog
Segundo
Paulo Egydio, ele avisou pessoalmente o então ditador, Ernesto Geisel,
do erro cometido com Herzog. O ex-governador também disse ter
presenciado o ditador exonerar o comandante do II Exército, Ednardo
D`Ávila Melo. Geisel teria dito: “Não vou admitir que fatos como esses
que ocorreram aqui no II Exército se repitam. Quero que você saiba que
vou tomar medidas. Você vai tomar conhecimento pelo seu ministro do
Exército e pelo Diário Oficial. Vou tornar isso um decreto: proibir que
alguém seja preso antes de uma comunicação ao meu gabinete – ao gabinete
militar, ao SNI ou a mim, pessoalmente. Só depois dessa comunicação é
que posso admitir que um preso político seja levado ao recinto de um
quartel do Exército.”
Durante a entrevista concedida ao canal de
TV paga, Paulo Egydio também confirmou que está disposto a depor à
Comissão da Verdade:
“Irei a qualquer hora, a qualquer instante. Não temos de temer nada. É hora de botar para fora tudo o que for para botar para fora. Vivemos numa democracia para ser verdadeira”.
“Irei a qualquer hora, a qualquer instante. Não temos de temer nada. É hora de botar para fora tudo o que for para botar para fora. Vivemos numa democracia para ser verdadeira”.
Colaboração Cido Araújo
Fonte: Carta Maior
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