terça-feira, 19 de julho de 2011

Para Lula, reestatização criaria insegurança jurídica


Lula fez média com os movimentos sociais?
Da Redação do JD
Turbinada por movimentos sociais, pelo MST e por setores da Igreja, a realização de um plebiscito popular para a anulação da privatização da Companhia Vale do Rio Doce, efetuada em 1997 no governo FHC, também está contando com o apoio do Partido dos Trabalhadores. No último congresso do partido, realizado no início de setembro, os delegados aprovaram resolução em apoio à reestatização da empresa, hoje uma das maiores mineradoras do mundo.A questão é polêmica. O jurista Fábio Konder Comparato, em artigo publicado na Folha de S. Paulo (2/09) afirma que "o governo federal cometeu uma grossa ilegalidade e um clamoroso desmando político", ao proceder a venda da Vale ao capital privado por "um preço quase 30 vezes abaixo do valor patrimonial da empresa e sem apresentar nenhuma justificativa".O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, ao tomar conhecimento da resolução do seu partido, disse que o PT decidiu apoiar o plebiscito a fim de "fazer média" com os movimentos sociais. Para Lula, se o governo embarcasse nessa empreitada, a economia pagaria, pelos efeitos negativos na chamada segurança jurídica, com a fuga de investimentos privados.Os tucanos também estão convencidos de que o PT quer "jogar para a platéia". Em nota de abertura do Painel, na Folha de S. Paulo de domingo (9/09), a jornalista Renata Lo Prete, dá conta de que os tucanos acreditam que os petistas pretendem manter o assunto em pauta indefinidamente para embaraçar o governo anterior. Os tucanos não estariam dispostos a ficar na defensiva como nas eleições do ano passado quando a marca de "privatista" acabou arruinando a campanha do tucano Geraldo Alckmin.No contra-ataque, os tucanos deverão defender a privatização da Vale do Rio Doce com argumentos bilionários. Nas suas contas, a contribuição social da empresa seria indiscutível: desde 1998, primeiro ano da privatização, até hoje, a empresa carreou ao erário US$ 5,9 bilhões em impostos, contra US$ 1,6 bilhão desde a sua fundação, na década de 40, até a privatização em 1997.

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