segunda-feira, 13 de abril de 2020

O último cordel de Moraes

Desenho de Reginaldo Frazão

Durante a quarentena, no mês passado, Moraes escreveu um cordel. Falava da covid-19, mas também do medo da violência e no final faz uma referência a Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018.

Quarentena (Moraes Moreira)

Eu temo o coronavirus
E zelo por minha vida
Mas tenho medo de tiros
Também de bala perdida,
A nossa fé é vacina
O professor que me ensina
Será minha própria lida

Assombra-me a pandemia
Que agora domina o mundo
Mas tenho uma garantia
Não sou nenhum vagabundo,
Porque todo cidadão
Merece mas atenção
O sentimento é profundo

Eu não queria essa praga
Que não é mais do Egito
Não quero que ela traga
O mal que sempre eu evito,
Os males não são eternos
Pois os recursos modernos
Estão aí, acredito

De quem será esse lucro
Ou mesmo a teoria?
Detesto falar de estrupo
Eu gosto é de poesia,
Mas creio na consciência
E digo não a todo dia

Eu tenho medo do excesso
Que seja em qualquer sentido
Mas também do retrocesso
Que por aí escondido,
As vezes é o que notamos
Passar o que já passamos
Jamais será esquecido

Até aceito a polícia
Mas quando muda de letra
E se transforma em milícia
Odeio essa mutreta,
Pra combater o que alarma
Só tenho mesmo uma arma
Que é a minha caneta

Com tanta coisa inda cismo….
Estão na ordem do dia
Eu digo não ao machismo
Também a misoginia,
Tem outros que eu não aceito
É o tal do preconceito
E as sombras da hipocrisia

As coisas já forem postas
Mas prevalecem os relés
Queremos sim ter respostas
Sobre as nossas Marielles,
Em meio a um mundo efêmero
Não é só questão de gênero
Nem de homens ou mulheres

O que vale é o ser humano
E sua dignidade
Vivemos num mundo insano
Queremos mais liberdade,
Pra que tudo isso mude
Certeza, ninguém se ilude
Não tem tempo,nem idade.

by Osmar Dias Rocha

Morre aos 72 anos cantor baiano Moraes Moreira

(Divulgação)
O cantor baiano Moraes Moreira morreu nesta segunda-feira (13) no Rio de Janeiro. Segundo o Blog do Marrom, o também cantor e compositor Paulinho Boca de Cantor confirmou a informação. Muito emocionado, Paulinho mal conseguia falar e contou que ele faleceu durante o sono. 
A causa da morte de Moraes ainda não foi informada. Também não há informação sobre quando e onde será o sepultamento.
Nascido Antônio Carlos Moreira Pires na cidade de Ituaçu, Moraes começou a carreira tocando safona em festas de São João. Na adolescência, aprendeu a tocar violão enquanto estudava em Caculé. Depois, se mudou para Salvador e conheceu Tom Zé. Formou com Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão os Novos Baianos, ficando com o grupo de 1969 até 1975.

FONTE: Correio*

Eleitor tem menos de um mês para regularizar título

© Agência Brasil

Os cidadãos que não estão em dia com o título de eleitor têm até 6 de maio para regularizar a situação. Após o prazo, quem estiver com pendências no documento não poderá votar nas eleições municipais de outubro, quando serão eleitos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores nos 5.568 municípios do país.

Além de ficar impedido de votar, o cidadão que tem o título cancelado fica impedido de tirar passaporte, tomar posse em cargos públicos, fazer matrícula em universidades públicas, entre outras restrições.

O prazo também deve ser observado pelos jovens de 16 anos que vão votar pela primeira vez e querem solicitar o documento. 
Com o fim do prazo, o cadastro eleitoral será fechado e nenhuma alteração será permitida, somente a impressão da segunda via do título será autorizada. A medida é necessária para que a Justiça Eleitoral possa saber a quantidade de eleitores que estão em dia com o documento e poderão votar. 
No ano passado, 2,4 milhões de títulos foram cancelados porque os eleitores deixaram de votar e justificar ausência por três eleições seguidas. Cada turno equivale a uma eleição.
Para regularizar o título, o cidadão deve comparecer ao cartório eleitoral próximo à sua residência, preencher o Requerimento de Alistamento Eleitoral (RAE) e apresentar um documento oficial com foto. Além disso, será cobrada multa de R$ 3,51 por turno a que o eleitor deixou de comparecer. O prazo para fazer a solicitação termina no dia 6 de maio, último dia para emissão do título e alteração de domicílio eleitoral antes das eleições.
A situação de cada eleitor pode ser verificada no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O primeiro turno será realizado no dia 4 de outubro. Se necessário, o segundo turno será no dia 25 do mesmo mês. Cerca de 146 milhões de eleitores estarão aptos a votar. 
Apesar dos transtornos causados pela pandemia do novo coronavírus, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que o calendário dos procedimentos preparatórios das eleições está mantido.
Na última semana, a presidente do tribunal, ministra Rosa Weber, criou um grupo de trabalho para avaliar os impactos da pandemia na Justiça Eleitoral. 
Com informações da Agência Brasil

Polícia prende 14 pessoas flagradas com 15 mil testes de coronavírus

© Shutterstock

A juíza de plantão Érika Fernandes Fortes impôs prisão preventiva - por tempo indeterminado - dos 14 flagrados com 15 mil testes de coronavírus, além de quase 2 milhões de equipamentos de prevenção, em operação da Polícia Civil de São Paulo. Eles negociavam todos os itens por R$ 3 milhões de reais. Disfarçado de empresário, um delegado foi responsável pelas tratativas que atraíram os investigados para a ação policial.

A magistrada afirma levar em consideração a "audácia dos agentes, seja pela notícia de que não interromperiam a atividade criminosa, haja vista informações constantes nos autos de que estariam planejando outra ação semelhante, seja pelo fato de os indiciados praticarem a presente conduta em pleno estado de pandemia pela qual passa o mundo, em que todos os esforços têm sido feitos para combater sua disseminação, inclusive com falta de itens de prevenção".
"Compete ao Poder Judiciário, ademais, garantir a ordem pública, que é atingida diretamente quando fatos como este, de grande repercussão, vêm à tona. Ademais, entre os indiciados estão alguns estrangeiros (chineses), sendo temerária a soltura antes de verificar a real situação em que se encontram no país", anotou.
Um dos presos, Marcos Zheng, é o proprietário do imóvel onde a carga roubada de uma importadora, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, foi encontrada. Ele é apontado como líder da quadrilha pelos investigadores.
Segundo a magistrada, Zheng estava "acompanhado de seus seguranças pessoais armados e dadas as circunstâncias acima elencadas, sua efetiva participação na empreitada ainda há de ser melhor investigada". "Todavia, tratando-se de pessoa que possui informações privilegiadas, especialmente frente ao seu contato direto com alto escalão do governo estadual e empresas chinesas responsáveis pela negociação dos testes para exame do Covid 19, entendo que sua custódia neste momento é necessária."
Segundo a magistrada, Zheng "é responsável por diversas negociações e intermediações de negócios entre a Secretaria Estadual de São Paulo, Governo Estadual, e a China, incluindo a conexão entre São Paulo e empresas de Wuhan, cidade chinesa onde o coronavírus teve início".
Também estavam no local e foram presos empresários do ramo de equipamentos hospitalares e todos mencionaram que estavam ali exatamente para negociarem com o sr. Fu mercadorias para o combate ao coronavírus, produtos estes que, segundo eles mesmos, "estão valendo mais que ouro", anota a juíza, ao se referir a Fu Zhihong.
Os presos são Zheng Xiao Yun, Paulo Sérgio Perniciotti, Lanfen Zong, Antonio Ricardo dos Santos Lima, João Rodolfo Rodrigues da Silveira, Kawe Mycon Brito dos Santos, Cleber Marcelino da Silva, Marcelo Martins da Silva, Hilmar Jose Duppre Junior, Alex Liberato dos Santos, Dagoberto da Silva Tomo, Fu Zhihong, Wu Hang e Zhang Ruifeng.

domingo, 12 de abril de 2020

Barroso já fala em adiamento das eleições

Ministro Roberto Barroso durante sessão da 1ª turma do STF.
 (Foto: Nelson Jr./SCO/STF 11/02/2020)

O ministro Luís Roberto Barroso, que será presidente do Tribunal Superior Eleitoral em maio, admitiu pela primeira vez a possibilidade de adiamento das eleições para prefeitos e vereadores. "A gente não deve fechar os olhos à realidade. Se chegarmos em junho sem um decréscimo substancial da pandemia, é possível ter que fazer esse adiamento, que não deve ser por um período mais prolongado do que o absolutamente necessário para fazerem eleições com segurança. Gostaria de trabalhar com a ideia de que não seja necessário adiar e que, se necessário, que estejamos falando de algumas semanas e nada mais do que isso", afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo.

Barroso também contestou os ataques de Jair Bolsonaro às urnas eletrônicas. "O sistema de urnas eletrônicas funciona primorosamente bem, mas depende de testes de segurança ao longo do período. Temos como marco junho para fazermos os testes e correções. Já temos o número de urnas suficiente para fazermos as eleições. A despeito disso, periodicamente se substitui uma parte das urnas que vão ficando antigas. Se isso não for possível, apenas teremos que aumentar o número de eleitores por urna", apontou.

FONTE: Brasil 247

sábado, 11 de abril de 2020

Fotógrafo gay tenta ajudar vítimas de Covid-19, mas tem plasma recusado

André Ligeiro (Foto: Reprodução / Instagram)
Paulo Sampaio*, em seu blog
Infectado pelo covid-19, o fotógrafo André Ligeiro, 32 anos, começou a sentir os primeiros sintomas no dia 13 de março. Fez teste no dia 15, comprovou que estava com o vírus, passou cerca de duas semanas convalescendo até que, o fim do mês, já não sentia mais nada. “Tive muita sorte porque os sintomas foram leves, dor no corpo, coriza, fraqueza, mas sem febre.”
Plenamente recuperado, Ligeiro tomou conhecimento de que pessoas do sexo masculino que já têm o anticorpo para coronavírus e fazem parte de uma determinada faixa etária (a dele) poderiam doar o plasma para colaborar com um novo tipo de tratamento que têm dado esperança de sobrevida a pacientes em estado crítico (o mais grave).
De acordo com a notícia, veiculada em um programa de TV, os dois hospitais que ofereciam esse procedimento eram o Sírio-Libanês e o Einsten, ambos em São Paulo. A fim de obter informações complementares, Ligeiro ligou no dia seguinte para o Sírio, que fica mais perto de sua casa.

Cadastro básico

“A pessoa que me atendeu fez o meu cadastro e disse que eu seria procurado ainda naquele dia. Pouco depois, recebi a ligação de uma médica que me perguntou se eu tomava algum remédio controlado, se era hipertenso, se tinha problema no coração, enfim, se eu preenchia todos os pré-requisitos exigidos de um doador de sangue.”
Na ligação, a médica marcou para dali a três dias uma visita de Ligeiro ao hospital. Informou que o submeteriam a um teste sorológico, para saber se ele era portador de alguma doença que o impedisse de ser doador. “Se estivesse tudo ok, eu precisaria comparecer ao banco de sangue do hospital a cada sete dias, durante quatro semanas, para eles retirarem o plasma.”
No procedimento, o sangue sai do braço, passa por uma máquina que retira o plasma, e volta para o doador.

Só uma pergunta

Ciente do desconforto, mas disposto a ajudar, Ligeiro topou se submeter ao processo. Mas faltava fazerem uma pergunta:
— Qual a sua orientação sexual?
— Eu estou casado há três anos com um homem.

Banido da lista

Aparentemente, trata-se da questão que mais pesa em toda investigação. Graças a ela, não realizaram nem o teste sorológico em Ligeiro. Banido da lista de doadores, ele recebeu a informação de que faz parte da população em que se verifica a maior incidência do vírus HIV, causador da Aids. O fato de ser um homem que faz sexo com homem (HSH), aumentaria o risco de transmissão do vírus ao receptor.
A recusa não é uma conduta exclusiva do Sírio-Libanês. De acordo com a Portaria GM/MS nº 5, de 28 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde, homens que tiveram relações sexuais com outros homens nos 12 meses que precedem a doação não podem participar do processo. Uma resolução da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) endossa a portaria.

Segurança transfusional

Apesar do baixo estoque nos bancos de sangue, o ministério decidiu manter o impedimento aos HSH na pandemia. Diz que é uma questão de “segurança transfusional”.
De acordo com o ministério, não se trata de discriminação pela orientação sexual. Informam que o Brasil segue uma recomendação da OMS (organização Mundial da Saúde), e a decisão se baseia em pesquisas epidemiológicas feitas aqui.

Janela imunológica

A coluna indagou à assessoria do ministério se o teste do HIV não seria suficiente para verificar se o doador tem o vírus. Não obteve resposta até a publicação do post. De qualquer forma, especialistas informam que o período de contágio, chamado de “janela imunológica”, compreende apenas três meses.
Até o surto de covid-19, os Estados Unidos também seguiam a orientação da OMS. Em uma decisão emergencial, porém, a FDA (Foods and Drugs Adminisrtration) baixou o prazo de 12 para três meses. O órgão diz que vai manter a decisão depois da pandemia.
Indignado, Ligeiro faz uma solicitação: “Avisa a OMS e ao ministério da Saúde que há inúmeros homens heterossexuais, casados com mulher inclusive, que fazem sexo anal com outros homens.”
*Paulo Sampaio - Colunista da UOL..




FONTE: Pragmatismo Político

domingo, 5 de abril de 2020

Desafios após a aprovação do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST)

Centro de Lançamento de Alcântara. Foto: Jornal Pequeno

Por Ronaldo G. Carmona* e Allan Kardec Barros**

Em meio a grave crise de saúde pública que vivemos há mais de um mês no país – e que por óbvio concentra todas as atenções e energias dos brasileiros -, um assunto não menos importante – por relacionar-se diretamente ao debate sobre o futuro do desenvolvimento nacional e do próprio Maranhão –, ressurgiu esta semana, infelizmente com um viés negativo. 

Referimo-nos à publicação, no Diário Oficial da União, no último dia 26, de resolução do CD-PEB (Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro), sobre aquele que é certamente um dos temas de maior sensibilidade neste debate, a questão fundiária relacionada às famílias que habitam o território desapropriado nos anos 1980 para a instalação do Centro de Lançamento de Alcântara, do qual atualmente menos de uma sexta parte foi efetivamente ocupada. O viés negativo a que nos referimos deriva essencialmente de uma falha de comunicação no preparo e na organização da nova fase que se abre após a aprovação do AST (Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, assinado em 2019 entre o Brasil e os Estados Unidos). 

Sim, abre-se uma nova fase após a aprovação do AST: a fase de planejar a efetivação das enormes potencialidades derivadas da transformação do atual Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) no Centro Espacial de Alcântara (CEA), um “espaço-porto de classe mundial”, que traga associado a ele efeitos de transbordamento que permitam inaugurar um novo ciclo de desenvolvimento no Estado, seja da logística e da infraestrutura – a começar de uma nova ferrovia e de um novo porto –, bem como de um polo de empresas de alta base tecnológica, que por sua vez exigirá recursos humanos maranhenses, que já começam a ser formados na Universidade Federal do Maranhão.

Não se trata de um sonho ou de uma utopia; centros de lançamento do mesmo nível pretendido para o CEA, mundo a fora, tais como Kourou (Guiana “francesa”), Taiuan (China), Baikonur (Usbequistão/Rússia) ou Cabo Canaveral (Estados Unidos) – todos de potencial inferior ao de Alcântara, dada sua excepcional condição geográfica -, transbordam desenvolvimento para o seu entorno geográfico. O CLA é uma exceção: desde o seu surgimento em meados dos anos 80, resume-se a uma instalação militar e não a um centro espacial, como os citados, dedicados a lançamentos de artefatos do amplo e bilionário mercado espacial de lançamento de satélites comerciais. 

Alcântara pode representar para o Maranhão o que São José dos Campos representou para o Vale do Paraíba, em São Paulo, que a partir da instalação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) na década de 50 do século passado, tornou-a uma região de intenso desenvolvimento industrial. Na verdade, Alcântara do século XXI pode representar aquilo que foi há cerca de 250 anos, por ocasião da Primeira Revolução Industrial, quando sua indústria têxtil a tornou uma das regiões de maior prosperidade no mundo. Hoje, em meio à emergência da Quarta Revolução Industrial – que possui nos sistemas espaciais parte essencial - novamente este papel de polo industrial baseado na inovação poderá ser destinado a Alcântara. 

Contudo, para que isto ocorra, é preciso acelerar o planejamento da realização deste imenso potencial. Ele “não cairá do céu”; exigirá estudos aprofundados e planejamento sistemático, que demandarão a mobilização da inteligência nacional, em especial junto às Universidades. 

Este planejamento passa por pelo menos três iniciativas, já em curso ou por serem deflagradas. 

A primeira é a elaboração do que podemos chamar de “plano de negócios” relacionado à efetivação de lançamentos comerciais no “novo” CEA. Para isso, estão sendo feitas modelagens e estudos relacionados ao mercado de lançamentos, bem como sendo recebidas e contactadas empresas de distintos países que se interessam em utilizar comercialmente as amplas vantagens da localização geográfica de Alcântara nesta nova fase. 

A segunda iniciativa nasce da oportunidade derivada da instalação do novo CEA como uma “mola propulsora” de desenvolvimento nacional e, especialmente, regional. Trata-se do desafio de planejar, por meio da realização de estudos multidisciplinares, a realização de uma série de potencialidades adormecidas em relação ao território do Maranhão. Adicionalmente, em buscar o aproveitamento de sua profunda hinterlândia – área de influência projetada ao interior do país – que poderá oferecer um mar ao Centro Oeste do país, por conta do prolongamento da Ferrovia Norte Sul e de sua conexão com outros modais, como o hidroviário e o tradicional rodoviário. Esse conjunto voltou a entrar no radar a partir deste fato novo que é a expectativa que se criou em torno da aprovação do AST. 

Esse desafio envolve aspectos logísticos e de sistemas intermodais de transportes (inclusive relacionados ao Porto, ao Aeroporto e ao acesso rodoviário e ferroviário a Alcântara); de escoamento do agronegócio, de combustíveis e de minérios; da realização das imensas potencialidades energéticas do MA; da criação de um polo de empresas de alta tecnologia (polo industrial-tecnológico) associada à formação de recursos humanos de alto nível; e de seus aspectos de segurança nacional, inclusive relacionado à organização da Segunda Esquadra da Marinha do Brasil e, em seu conjunto, de seus efeitos ligados à mobilização nacional. 

Por fim, uma terceira iniciativa refere-se ao desenvolvimento econômico e social de Alcântara, visando a elevação da qualidade de vida dos brasileiros que lá vivem. Falamos da elaboração do chamado PDI – Plano de Desenvolvimento Integrado de Alcântara, uma espécie de “plano diretor” ampliado que proporá uma série de iniciativas por parte de vários ministérios e agências federais, em questões que se estendem desde o turismo à organização do território, da organização de um distrito industrial à solução do problema fundiário, passando por diversos outros temas associados. Obviamente, é inconcebível que a discussão deste PDI ocorra tão somente nos refrigerados gabinetes de Brasília. Trata-se de um debate que necessariamente deverá envolver o governo do Estado e a prefeitura da Alcântara, os setores produtivos maranhenses e a população da cidade, inclusive aqueles que habitam a área destinada ao funcionamento do CEA. 

Estas três iniciativas representam uma segunda fase, inaugurada e possibilitada pela aprovação em 2019 do AST. Afinal, cabe compreender que a efetivação das potencialidades do CLA não se esgotou com a aprovação do AST. Ao contrário, este é apenas um primeiro passo; sem esta nova fase, o AST será apenas “um pedaço de papel”. Nesse sentido, e é disso que se trata, as três iniciativas acima citadas se complemntam e buscam traçar planejamento desta segunda etapa, visando uma terceira fase que é a materialização e a execução das amplas potencialidades relacionadas à constituição do CEA. 

Neste contexto é que se deve compreender a inoportuna publicação da Resolução no último dia 26. Nesse sentido, há uma premente necessidade de modificá-la, aperfeiçoando-a a uma visão mais ampla, tendo em vista um detalhamento de condições para o desenvolvimento econômico e social para Alcântara – numa região com um dos menores IDH do país. Como nunca isso se faz necessário; estruturar um moderno CEA mantendo tal “status quo”, em meio a tantas potencialidades que saltam à vista, seria uma postura lamentavelmente reacionária e de enorme insensibilidade para com os brasileiros que lá vivem. 

Assim, em especial, o PDI precisará equacionar a questão fundiária, que rigorosamente comparece como problema importante desde os primórdios da implementação do CLA em meados da década de 80. É este planejamento que deve ser desenvolvido para inaugurar linhas de ação visando sua superação – base para o destravamento das potencialidades do CEA. 

Este é um grande desafio nesta fase pós aprovação do AST: equacionar as demandas legítimas das famílias que vivem na área atribuída ao CEA com o interesse estratégico do país e do Maranhão de ter um Centro Espacial “de classe mundial” que transborde desenvolvimento para seu entorno geográfico. Para isso, estudar e planejar as ações, consultando amplamente os atores interessados e alinhando-os com os grandes interesses estratégicos do país e de seu desenvolvimento é o caminho. 


(*) Professor de Geopolítica da Escola Superior de Guerra (ESG) e professor convidado do Programa de Pós Graduação em Engenharia Aeroespacial da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Foi Chefe da Assessoria Especial de Planejamento do Ministério da Defesa. 





(**) Professor de Engenharia Elétrica, Engenharia Aeroespacial e Biotecnologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), ex-Pró Reitor de Pesquisa e Pós Graduação da UFMA, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo. As opiniões aqui apresentadas não necessariamente representam as das instituições mencionadas.





Fonte: Dos próprios autores.

quarta-feira, 18 de março de 2020

Governo vai pedir calamidade pública ao Congresso; contas podem fechar com rombo de R$ 200 bi


O Palácio do Planalto pedirá ao Congresso Nacional o reconhecimento do estado de calamidade pública para ampliar os gastos com o objetivo de enfrentar a pandemia do novo coronavírus. O governo Jair Bolsonaro, em nota, justificou que a medida garantirá recursos para a "proteção da saúde e empregos dos brasileiros" diante da perspectiva de queda de arrecadação. Se aprovada, a medida terá efeito até 31 de dezembro de 2020.

De acordo com um integrante da equipe econômica, o governo deve divulgar na próxima sexta-feira, 17, que fechará as contas com rombo de R$ 155 bilhões, acima da meta atual, que permite déficit de até R$ 124,1 bilhões. No entanto, essa previsão toma como base crescimento da economia de 2,1% em 2020 e preço do petróleo de US$ 52, mas eses números devem piorar. Como as projeções já estão defasadas, a equipe econômica vai ter liberdade para atualizar a previsão de déficit para o ano além da que vai estear no documento.

Estado apurou que será preciso que as contas fechem com rombo de até R$ 200 bilhões para dar conta da necessidade de ampliação de gastos para enfrentar a crise pelos cálculos atuais. Na prática, porém, com o estado de calamidade pública para todo o ano, o governo pode registrar qualquer valor de rombo, pois não precisa cumprir nenhuma meta.

Horas antes do anúncio do Palácio do Planalto, o Estado informou que o senador José Serra (PSDB-SP) se anteciparia e apresentaria decreto legislativo propondo que seja reconhecido o estado de calamidade pública no País por causa dos efeitos da pandemia. Com a divulgação de que fará isso, Bolsonaro evita dar o protagonismo da solução de mais recursos para enfrentar a crise ao Congresso.

O artigo 65 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), marco legal das contas públicas para União, Estados e municípios, permite a suspensão de metas fiscais na ocorrência de calamidade pública, incluindo a necessidade de bloqueios no Orçamento. Se não for aprovado, o governo teria que fazer um contingenciamento em torno de R$ 30 bilhões para cumprir a meta de R$ 124,1 bilhões. No caso da União, a calamidade precisa ser reconhecida pelo Congresso. As assembleias legislativas e câmaras de vereadores devem fazer o mesmo para Estados e municípios, respectivamente.

Novas medidas


Duas frentes novas de medidas estão sendo desenhadas: um benefício temporário de renda para os trabalhadores informais e a suspensão temporária dos contratos de trabalho para empresas em dificuldade. O trabalhador que tiver o contrato suspenso receberá seguro desemprego do governo. O foco é o setor de serviços, o mais afetado pela crise. Essa medida já foi adotada na crise financeira internacional de 2008 e deve custar cerca de R$ 15 bilhões.

O presidente Jair Bolsonaro informou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, está preparando um programa de auxílios aos trabalhadores informais. "Algo parecido com um voucher. Está faltando definir o montante e como é que você vai organizar esse pagamento", afirmou. O Estado apurou que, a depender do tempo em que o benefício ficar em vigor, o custo do programa pode ficar em torno de R$ 20 bilhões.

O governo ainda terá que administrar a perda de receita com a queda do petróleo e com o PIB mais fraco. Para cada 0,1 ponto porcentual de PIB menor, a receita diminui entre R$ 1,5 bilhões e R$ 2 bilhões. Relatório da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado apontou uma queda de R$ 17 bilhões de receitas da União relacionadas a royalties do petróleo.

Outros R$ 16 bilhões de receita com a privatização da Eletrobrás terão que ser retirados da previsão de arrecadação devido à dificuldade de aprovação de projeto de lei de privatização da estatal.

O governo também terá que administrar a redução dos dividendos dos bancos públicos e da Petrobrás, que terão lucro menor. Esse dinheiro iria reforçar o caixa da União.

Investimentos


Também está em discussão pela equipe do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, para tocar R$ 10 bilhões de obras paradas com injeção de recursos orçamentários. A expectativa é acelerar essas obras no período pós-pico de contaminação. Marinho já conversou sobre a medida com lideranças do Congresso.

Um integrante da equipe econômica disse ao Estado que o reconhecimento de calamidade pública dá mais liberdade para o governo administrar a necessidade de caixa, sem precisar mexer no teto de gasto (regra que limita o crescimento das despesas acima da inflação).

O presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou, em nota, que o envio do pedido de clamidade pública por causa da covid-19 é "uma medida importante para a flexibilização de mais recursos para o atendimento à nossa população". Segundo ele, o pedido terá "prioridade máxima de tramitação". "Reafirmamos a responsabilidade do Parlamento brasileiro na luta contra a covid-19", disse.

Para o diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, o governo precisa explicitar qual será o tamanho do rombo. "Não pode simplesmente deixar em aberto", afirmou. Para ele, o uso do reconhecimento de calamidade pública é "uma boa saída". "Mas qual será o peso das medidas? Quanto será o gasto?". Nas suas contas, as medidas anunciadas na segunda-feira, 16, pelo Ministério da Economia devem elevar os gastos em R$ 20 bilhões. "Vai ser muito mais que isso", disse Salto, lembrando que outras ações estão em análise. / COLABORARAM AMANDA PUPO E EMILLY BEHNKE

FONTE: Terra

terça-feira, 17 de março de 2020

#VoceNaoEPresidenteMais é uma hashtag que magoa por dentro Jair Bolsonaro


A hashtag #VoceNaoEPresidenteMais (Você Não é Mais Presidente) é a que mais magoou por dentro Jair Bolsonaro (sem partido) desde a posse, há um ano e três meses.
Coube a um homem haitiano dar um choque de realidade ao presidente da República, no domingo (15), após a participação de Bolsonaro na manifestação contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.
“Você está entendendo, eu estou falando brasileiro. Bolsonaro, acabou. Você está recebendo mensagem no seu celular. Todo mundo, todo brasileiro está recebendo mensagem no celular. Você não é presidente mais”, disse o haitiano em frente ao Palácio do Alvorada, diante de um incrédulo presidente que finge não entender o haitiano.
Veja o vídeo abaixo:

O discurso espontâneo do haitiano assustou os bolsominions que também estavam no local. “O que é isso?!”, grita uma mulher, apoiadora de Bolsonaro.
O haitiano erra somente o timing sobre o fim de Jair Bolsonaro. O presidente e seu governo acabaram no exato momento que ele abriu mão do poder (caneta) delegando-o ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que gere o orçamento juntamente com a velha mídia.

terça-feira, 10 de março de 2020

A receita dos times do Pará para se reconectar ao povo e encher os estádios

Wilson Rocha, torcedor do Paysandu, voltou ao estádio graças a projeto popular.JORGE LUIZ (PAYSANDU SC)
Por Breiler Pires

Juntos na Série C do Campeonato Brasileiro, Remo e Paysandu voltam a disputar a mesma divisão após 13 anos. Apesar da rivalidade, ambos demonstram sintonia fora dos gramados. Tradicionais, mas distantes dos investimentos milionários de elencos bancados pelos clubes da elite, os maiores times do Pará tentam mobilizar a massa de seus torcedores para reviver os bons tempos de evidência no futebol nacional. Lançando mão de planos populares e até ingressos gratuitos, a dupla quer restabelecer a conexão com a parcela mais pobre da torcida e fazer dos estádios cheios um diferencial competitivo em busca de conquistas.

No fim do ano passado, o Paysandu anunciou a criação do projeto Alegria do Povo, que, em parceria com o curso de serviço social da Universidade da Amazônia (Unama), selecionou torcedores para um programa de concessão de entradas gratuitas em jogos do clube. Após uma análise socioeconômica, assistentes priorizaram pessoas consideradas hipossuficientes, que não têm condições financeiras para se sustentar. Inicialmente, o projeto conta com 250 bicolores beneficiados pela cota de ingressos nas partidas como mandante.

Primeiro a se cadastrar no programa, Wilson dos Santos Rocha, 63, assistiu à estreia do Papão no Campeonato Paraense. Com salário de 200 reais por mês, ele não frequentava o estádio da Curuzu havia cinco anos. “Fiquei muito emocionado de ver meu time de perto outra vez. Não sobra dinheiro pra comprar ingresso e ajudar o clube, infelizmente, mas sempre que tiver a oportunidade de voltar, vou estar na arquibancada apoiando os jogadores”, diz Rocha, que ainda ganhou uma camisa oficial doada por um grupo de torcedores.

“Nosso clube acabou ficando elitizado nos últimos anos. Precisamos nos reconectar com a cultura popular”, afirma Ricardo Gluck Paul, presidente do Paysandu, ao detalhar a motivação para oferecer ingressos aos desfavorecidos. “Esse é o torcedor que queremos resgatar, porque sabemos de sua paixão incondicional pelo time, ganhando ou perdendo. Futebol é alegria do povo. E, por ser um clube de massa, o Paysandu tem obrigação de abraçar todas as classes sociais.”

Do outro lado, o Remo não ficou atrás. Em dezembro de 2018, a agremiação azulina reformulou seu plano de sócio-torcedor e incluiu a categoria Ouro Social, destinada a beneficiários de programas sociais como o Bolsa Família. Em apenas um mês, as 600 vagas da modalidade foram esgotadas. Nela, os torcedores pagam mensalidade de 30 reais e têm acesso garantido em todos os jogos. “Fizemos questão de não colocar nenhuma distinção na carteirinha de sócio”, conta o presidente Fábio Bentes. “Para cumprir nosso papel social é fundamental mostrar que todo torcedor tem importância.”

Mariana Moraes é sócia do Remo desde 2016
Além do plano de popularização, o clube remista também tem investido em ações para tornar o estádio mais atrativo às mulheres e fidelizar torcedoras. Paralelamente a campanhas de conscientização sobre assédio, foram disponibilizados itens de higiene específicos nos banheiros femininos e catracas exclusivas. “Aos poucos, as mulheres estão perdendo o medo de frequentar as arquibancadas”, diz Mariana Moraes, 23, ainda rouca de tanto torcer depois do jogo em que o Remo garantiu o título paraense. Moradora da periferia de Belém, a estudante que integra a torcida feminina Azulindas paga 60 reais por mês para poder ir a todas as partidas de seu time na cidade e se orgulha da atitude do clube em abrir portas aos torcedores mais pobres. “Todos devem ter oportunidade de ir ao estádio. Se eu morasse em São Paulo, por exemplo, não teria condições de ver jogos do Corinthians.”

Na contramão dos clubes do eixo Sul-Sudeste, o preço do ingresso praticado pela dupla “Repa”, como é conhecido o clássico paraense, ainda se encaixa no orçamento de boa parcela de seus torcedores. Enquanto o Corinthians, terceira bilheteria mais caro do país, cobra em média 50 reais na Arena, Remo e Paysandu se mantém estáveis na casa dos 20 reais. O valor acessível reflete em calor nas arquibancadas. Com aproximadamente 10.000 torcedores por partida, os grandes do Pará superam médias de público até mesmo de times da Série A, como Avaí, Botafogo, Chapecoense, CSA e Goiás. O foco na revitalização dos planos de sócio visa aumentar as cifras. Enquanto o Paysandu tem 5.500 pagantes ativos e planeja triplicar o número mobilizando sua base de 25.000 cadastrados, o Leão Azul saltou de 800 para 5.000 sócios em menos de seis meses.
“Para cumprir nosso papel social é fundamental mostrar que todo torcedor tem importância”, afirma Fábio Bentes, presidente do Remo

Para a final do Parazão, contra o Independente, o Remo levou mais de 27.000 pessoas ao Mangueirão. Empurrados pela torcida, azulinos e bicolores projetam boas campanhas na Série C e um clássico, previsto para a 9ª rodada, com lotação máxima no estádio, que tem capacidade para 40.000 torcedores. Diante do sucesso de adesão, os dois times também já trabalham na abertura de novos lotes de ingressos populares, convictos de que a incorporação de baixa renda na arquibancada resulta em alto desempenho no campo. “Para competir com times de outros Estados, nosso trunfo é o apoio maciço do torcedor”, afirma Bentes. “Vamos provar que, aproximá-lo do clube, não importa de onde venha vale a pena"

FONTE: El País

quarta-feira, 4 de março de 2020

terça-feira, 3 de março de 2020

Sarneyzistas e Bolsonaristas seguem apoiando Braide

Momento da aliança com o PSC (FotoblogJorgeAragão)
O nosso blog quando anunciou que o candidato Braide será e sempre foi apoiado pelos Sarneyzistas e agora reforçado pelos Bolsonaristas, vários internautas usaram a redes sociais, negando esses apoios e de forma truculenta usaram até de ameaças pessoais ao oficial do blog. Pois vejam a verdade chegando a tona, não iria custar e não terá como esconder na formalização de alianças.
Junto e misturado com o clã(revistacaras)
Hoje na dianteira das pesquisas para prefeito em São Luís, o deputado federal Braide (Podemos), além das alianças com o PSD e PMN, anunciou nesta segunda-feira (02), aliança com o PSC.
Misturado com os Bozos(blogdoronadsegundo)
O PSC hoje no Maranhão é comandado pelo deputado federal Aluísio Mendes uns dos maiores defensores e apoiadores do presidente da república (veja aqui). Oriundo da família Sarney, o deputado tem como missão política, fortalecer Bolsonaro e lutar pela retomada dos oligarcas ao poder do Maranhão através da candidatura do deputado Braide  (Podemos) em São Luís.
Veja as palavras de alegria do Braide:
Mimo para o Bozo(blogdolobão)
“Recebi hoje, com muita alegria, o apoio do PSC à nossa pré-candidatura a prefeito de São Luís. Agradeço a confiança do presidente estadual, deputado Aluísio Mendes, do presidente municipal, vereador Dr. Gutemberg, e dos pré-candidatos do partido. O nosso time se fortalece a cada dia. Bem-vindo, PSC! Vamos em frente”, destacou Braide.
Veja agora as palavras de determinação do deputado Aluísio:
Jovens reciclados do clã(maranhãodagente)
“Nós do PSC temos a convicção de que o Eduardo Braide é o melhor para São Luís. O nosso partido vai caminhar com ele, por acreditar em suas ideias e confiar em seus projetos. A nossa cidade precisa de alguém com essa força de trabalho”, destacou Mendes.
Ainda teremos muita movimentação dos partidos e grandes figuras da política, procurando a melhor candidatura para nossa São Luís.
E vamos tomar cuidado com os fascistas!