sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Sampaio pode ter Frontini e seu Sócio Torcedor terá mais vantagens

Atacante Frontini
Um namoro antigo do Sampaio pode virar casamento na próxima temporada. O experiente atacante Frontini, de 33 anos, com o contrato chegando ao fim no Botafogo-PB, já foi sondado pelo Tricolo...r e deverá chegar a um acerto com o time até a próxima semana. Caso chegue a um acerto, o jogador chegará com a missão de resolver o problema da carência de um centroavante no Tricolor maranhense.

Em 2014, Frontini defendeu o Botafogo-PB, marcando 13 gols em 25 jogos pela Série C, Campeonato Paraibano e Copa do Nordeste. Antes de chegar ao clube paraibano, o atacante se destacou no Vila Nova pela Série C de 2013, com oito gols em 15 jogos, e quatro gols em 14 jogos no Campeonato Carioca, onde defendeu o Volta Redonda.

O acerto com Frontini só é possível porque o Botafogo-PB decidiu não renovar o contrato com o jogador. No início de novembro o atacante já havia renovado aluguel e a matrícula dos filhos em João Pessoa, mas com a desistência da renovação, decidiu tomar novos rumos.

Além dos primeiros contatos da diretoria do Sampaio, Frontini também mantém contato com alguns jogadores do clube maranhense, fator que poderá facilitar o seu acerto. Ainda na Paraíba, aguardando o término do contrato com o Botafogo-PB, o atacante garante que chegará para resolver o problema do ataque do Sampaio.

- Eu vou para resolver. Porque se não resolver vão contratar outro.

Antes de realizar os contatos com Frontini, o Sampaio sondou o atacante Jheimy, que defendeu o Vila Nova na Série B, mas o jogador já havia acertado com o Ituano. Além de reforços, o Tricolor ainda busca o treinador para a temporada de 2015.

Programa Sócio Torcedor passará por reformulações:

 

 
O programa Sócio Torcedor do Sampaio Corrêa está sob nova direção e passando por intensas mudanças. A rede de empresas parceiras não para de crescer e já conta com: Lojas SampaioMania, Nutro...center, Valparaíso, Best Dry, Sórisos Clínicas Odontológicas, Barraca do Chef, Coife Odonto, Academia da Lagoa, MK3 Academia, Barbearia Rei Arthur e Mahogany.

Além disso, a sede do Sócio está sendo reformada para maior comodidade e conforto dos sócios torcedores e também para a implementação de uma loja SampaioMania no local. Também faz parte dos planos do Sampaio Corrêa a construção de um bar temático para a reunião de sócios torcedores nos jogos em que a Bolívia Querida jogar fora de casa.

As novidades não param por aí. O sistema de software do programa será modificado e modernizado e ficará muito mais simples ter controle sobre os sócios adimplentes ou inadimplentes. O Sampaio Corrêa também promete mais facilidade na resolução de problemas pela internet, a exemplo da possibilidade de impressão dos boletos.

E você? O que espera do Programa Sócio Torcedor em 2015? Qual o motivo de você ainda não ser sócio?
 

Professora evangélica chama criança de ‘preta do diabo’

Professora submeteu estudante
a um exorcismo durante a aula
A mãe de uma estudante de 8 anos está acusando uma professora evangélica de chamar sua filha de “preta do diabo", "endemoniada", "satanás", entre outros xingamentos de cunho religioso.

A professora é fiel da Igreja Universal de Deus, e o motivo do tratamento discriminatório seria o fato de a menina ser católica, segundo a mãe.

A escola fica em Porto Velho, capital de Rondônia. Ela se chama Padre Chiquinho.

De acordo com Boletim de Ocorrência que a mãe registrou na polícia, a professora faz proselitismo da Universal em sala de aula.

A estudante disse que teve de passar pelo constrangimento de ser submetida durante uma aula a um exorcismo, porque a professora falou que precisava tirar um demônio dela.

A mãe afirmou à polícia que procurou obter uma explicação da professora, que a recebeu com gritos e palavrões.

A professora evangélica teria dito que ia continuar sua pregação aos estudantes e que nada ia acontecer com ela.

Aparentemente, a direção da escola se posicionou a favor da professora, porque, para resolver o problema, apenas determinou que a estudante mudasse de classe.

Temendo novas perseguições à filha, a mãe resolveu tirá-la da escola.

A polícia está investigando o caso.

Fonte:
Blog do Paulopes

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Em protesto, vereadora Lucimara mostra a calcinha

 
A vereadora Lucimara Passos (PC do B) surpreendeu o plenário da Câmara de Aracaju, na manhã desta terça-feira (25), ao mostrar uma calcinha, durante discurso em protesto a recentes declarações do também vereador Agamenon Sobral (PP). Na semana passada, ao relatar o suposto caso de uma noiva que teria tentado se casar na igreja sem estar usando calcinha, o parlamentar afirmou que a mulher merecia levar uma surra. Hoje, em entrevista de rádio, ele voltou a se colocar favorável à violência. O ato de Lucimara, explicou ela, foi para protestar contra a atitude do vereador.
 
“Não é o uso da calcinha que define o caráter da mulher. A mulher não deve ser julgada pela vestimenta e muito menos por uma calcinha que veste, ou não. Trago uma calcinha no bolso e mostro agora aqui na tribuna. Será que serei julgada e condenada a uma surra por isso?”, questionou ela, erguendo uma calcinha.
 
Para Lucimara, Agamenon pratica um crime ao incitar a violência. “O vereador estimula a violência contra a mulher e faz isso usando a tribuna e a imprensa dizendo que a mulher merecia ser surrada. Ele comete um crime e ajuda a aumentar a estatística da violência contra a mulher. Não existe justificativa que dê direito de dizer que a mulher deveria ser surrada”, afirmou.
 
No discurso, a parlamentar lembrou que Agamenon chegou a denominar a suposta noiva de “vagabunda”. “Triste é saber que nós, enquanto legisladores, tivemos o desprazer de ouvir dentro desta Casa Legislativa, um vereador estimular a violência, como fez o vereador Agamenon na semana passada, quando utilizou o espaço da tribuna para rotular uma mulher de vagabunda e condená-la a uma surra por estar sem calcinha no seu casamento. Repetiu várias vezes que a mulher deveria ser surrada por ser ‘vagabunda’. Este foi um ato criminoso que merece punição”, criticou.
 
A vereadora cobrou da Mesa Diretora da Câmara que se posicione sobre o discurso de Agamenon. “Esta Casa fechou os olhos e tornou-se conivente com os crimes que o vereador comete utilizando a tribuna, ao não julgar os pedidos de quebra de decoro. Essa casa legislativa não pode proceder dessa maneira, com ato criminoso. Sei que já existe uma resposta ao pedido de quebra de decoro, mas a decisão nunca é proferida por questões políticas”, criticou.
 
Ao 247, a vereadora disse que Agamenon estava “meio apagadinho” da imprensa e resolveu c om este discurso chamar a atenção. “Ele resolveu aparecer brincando com um assunto muito sério para trazer os holofotes para ele. O vereador resolveu fazer isso próximo ao dia de combate à violência contra a mulher, mas consequência do ato dele é muito danosa”, alertou.
 
Fonte: Brasil 247

Imperdível !!! Tucano é piada pronta... a musiquinha é ótima...

Diretores e acionistas da Sabesp comemorando grandes lucros
 
Veja o vídeo da grande festa no link abaixo e logo em seguida matéria extraída do Blog do Saraiva.
 
 
À luz da falta de água no estado, as imagens são uma piada de mau gosto — uma schadenfreud com os paulistas. Num clima triunfal, vê-se um congraçamento bonito em grandes mesas com brindes generosos de champanhe. “Oh, happy days”, canta o hino gospel.

A abertura de
capital avolumou as receitas da companhia. De 2002 a 2012, as ações em Nova York registraram valorização de 601% e seu valor de mercado triplicou, passando de 6 bilhões para 17 bilhões de reais. Atualmente, a companhia vale 13 bilhões.

Hoje, o Sistema Cantareira voltou a bater um
recorde negativo, chegando a 3% de sua capacidade. A segunda cota do volume morto está sendo utilizada. Como avisamos no DCM, o prejuízo para a saúde causado pela presença de poluentes ainda é uma incógnita.

Não é a única incógnita nessa história. É de amplo conhecimento que a Sabesp e o governo Alckmin não alertaram os consumidores dos problemas. Até pouco depois das eleições, Alckmin insistia que não havia “racionamento”, numa negação malufística.

Não foi por falta de dinheiro que não foram feitas as obras necessárias desde 2004, quando se recomendou um aumento da
oferta hídrica para a região metropolitana de SP. Isso atenderia o aumento populacional e reduziria a dependência do Cantareira, segundo um inquérito civil instaurado para acompanhar a renovação da outorga.

Durante o oba oba nos EUA, a presidente Dilma Pena já tinha informações de que a situação não era das melhores. Desde então, ela já foi flagrada dizendo que não orientou a população a economizar por “orientação superior”, Alckmin foi passar o chapéu em Brasília, a falta d’água é uma realidade cotidiana — e em 2015 as perspectivas são as piores possíveis.

 Mas, naquele dia em
Nova York, eles nunca foram tão felizes.

 PS: o nosso projeto de
crowdfunding para uma série de reportagens e um documentário sobre a crise hídrica em São Paulo está no ar. Basta um clique.

Fonte: Blog do Saraiva

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A escolha ideológica de Flávio Dino.

Tatiana e Dica (in memorian), guerreiras
reconhecidas no governo Flávio Dino
Por Ed Wilson no seu blog
 
A formação do secretariado a partir de uma ampla coligação é feita pela composição de vários critérios.

Há os cargos de loteamento dos partidos, as vagas cota pessoal do gestor, as escolhas técnicas e os nomes da mais absoluta confiança do chefe do executivo, colocados em áreas estratégicas da administração.
 
Assim, o governador eleito Flávio Dino (PCdoB) vai formando sua equipe.

Entre os nomes do primeiro escalão, um é carregado de simbologias especiais, merecedoras de registro e aplausos.

Trata-se da engenheira de Pesca Tatiana Ferreira Pereira para a Secretaria da Juventude.

Militante do pólo Coroadinho, nascida e criada no meio popular, Tatiana enfrentou todas as dificuldades da vida, estudou, formou-se, fez pós-graduação e agora é Secretária de Estado.

Tatiana é filha de Raimunda Ferreira Pereira, carinhosamente tratada por “Dica” nos movimentos sociais. Tomada precocemente por uma doença que a vitimou, Dica era a verdadeira guerreira maranhense.

Sempre dedicada às lutas pela melhoria da qualidade de vida nas comunidades onde atuava, Dica foi uma das principais militantes da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão e figura de destaque na gloriosa rádio comunitária Conquista, do bairro Coroadinho.

Mãe e filha militaram juntas na rádio e em tantas lutas em defesa dos direitos da população pobre do Maranhão.

A escolha de Tatiana é a síntese de uma opção ideológica do governador Flávio Dino para um segmento fundamental no Maranhão – a juventude.

No secretariado heterogêneo, feito até por pressões do deputado federal Weverton Rocha (PDT), a indicação de Tatiana Pereira nos enche de orgulho.

Ela representa todos(as) os(as) maranhenses batalhadores, gente sem sobrenome de luxo nem parentes importantes, com poucas perspectivas de mobilidade social nos últimos 50 anos do mando oligárquico.

Tatiana carrega o legado da guerreira Dica. É uma honraria.

VEJA O PERFIL COMPLETO DE TATIANA FERREIRA PEREIRA

Tatiana Pereira é formada em Engenharia de Pesca (Uema) e tem pós-graduação em Engenharia Sanitária e Controle Ambiental. É mestranda em Sustentabilidade de Ecossistema pela UFMA. 

Impulsionada pela mãe, Raimunda Ferreira Pereira – defensora das causas sociais da área do Coroadinho, milita há 15 anos em movimentos sociais. Tatiana participou do grupo de base da Juventude Unida em Cristo da Comunidade do Bom Jesus (JUCBJ), auxiliou na criação da Rede Jovens do Nordeste e foi coordenadora do Núcleo Maranhão. 

Integrou a Associação de Difusão Comunitária e Popular, tendo participado da discussão da fundação da Rádio Comunitária Conquista – hoje faz parte da direção do veículo. Foi presidente do Diretório acadêmico do Curso Engenharia de Pesca. Ela fez parte da criação do Fórum Municipal da Juventude de São Luís e do Fórum Estadual de Juventude do Maranhão. 

Militante da União da Juventude Socialista (UJS). Atualmente, integra a Rede de Educadores Populares do Nordeste, é suplente do Conselho Estadual da Mulher. É militante também de movimentos de bairros, na luta por políticas públicas de educação, saúde e segurança no Pólo Coroadinho, da União Brasileira de Mulheres (UBM) e filiada ao PCdoB. 
 
Reproduzido do Blog do Ed Wilson

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Time pronto para entrar em campo: 1º escalão concluido!

 
Hoje, terça- feira (25/11), o governador eleito Flávio Dino, completou sua equipe de gestão que iniciará seus trabalhos no início de janeiro de 2015.
 
O nosso blog deseja sucesso, habilidade e vontade em atingir objetivos que venham melhorar a vida de todos os maranhenses.
 
 
Veja abaixo o time completo do 1º escalão em ordem alfabética:
 
Administração Penitenciária – Murilo Andrade
Administração Portuária (Emap) – Ted Lago
Agência de Defesa Agropecuária (Aged) – Fortunato Macedo
Agricultura – Márcio Honaiser
Agricultura Familiar – Adelmo Soares
Articulação Política e Assuntos Federativos – Márcio Jerry
Assessoria de Imprensa – Aline Louise
Casa Civil – Marcelo Tavares
Casa Militar – Major Everaldo Santana
Cerimonial – Telma Moura de Oliveira
Cidades – Flávia Alexandrina Coelho
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – Bira do Pindaré
Comandante do Corpo de Bombeiros – Cel. Roberto Pinto de Araújo
Comandante Geral da PMMA – Marco Antônio Alves da Silva
Comissão Central de Licitação – Paulo Guilherme Araújo
Comunicação – Robson Paz
Cultura – Ester Marques
Delegacia Geral – Augusto Barros
Desenvolvimento Social – Neto Evangelista
Detran – Antônio Nunes
Direitos Humanos – Francisco Gonçalves
Educação – Áurea Prazeres
Empresa de Transportes Urbanos – José Arthur Cabral
Esporte – Márcio Jardim
Fapema – Alex Oliveira Souza
Fazenda – Marcellus Ribeiro Alves
Funac – Elisângela Cardoso
Gestão e Previdência – Felipe Camarão
Igualdade Racial – Gerson Pinheiro
Indústria e Comércio – Simplício Araújo
Infraestrutura – Clayton Noleto
Inmeq – Geraldo Cunha Carvalho Jr.
Instituto de Colonização e Terra (Iterma) – Mauro Jorge
Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia (Iema) – Francisco Alberto Gonçalves
Jucema – Sergio Sombra
Juventude – Tatiana Pereira
Karla Trindade – Assessoria Especial
Meio Ambiente – Marcelo Coelho
Minas e Energia – José Reinaldo Tavares
Mulher – Laurinda Pinto
Planejamento – Cinthia Mota Lima
Procon – Duarte Filho
Procuradoria Geral do Estado – Rodrigo Maia
Representação do Governo em Brasília – Domingos Dutra
Saúde – Marcos Pacheco
Segurança Pública – Jefferson Portela
Subcomandante Geral da PMMA – Cel. Raimundo Nonato Santos Sá
Trabalho – Julião Amin
Transparência e Controle – Rodrigo Lago
Turismo – Delma Andrade

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O ninho caiu: Em depoimento à PF, Ricardo Pessoa diz que Aécio recebeu pelo menos R$ 2,5 mi

Aécio Neves conversa com seu afilhado político Pimenta da Veiga
E as máscaras não param de cair!

O que começou como um tsunami de denuncias contra o Governo Dilma, o PT e partidos aliados, agora se alastra e envolve também partidos de oposição.

De acordo com o site 'Conversa Afiada', do jornalista Paulo Henrique Amorim, o PSDB também recebeu doações de recursos para suas campanhas presidencial e estaduais, de empresas investigadas na 'Operação Lava Jato'.

O envolvimento direto dos tucanos foi revelado em depoimento de Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, à Policia Federal. De acordo com Pessoa, o ex-executivo do Itaú e responsável pela arrecadação de recursos nas campanhas presidenciais do PSDB em 2010 (com José Serra) e 2014 (com Aécio Neves), Sergio de Silva Freitas, teria recebido de um 'clube de empreiteiras', pelo menos R$ 6,6 milhões de reais, sendo que desse total, R$ 2,5 mi seguiram direto para o comitê presidencial de Aécio, outros R$ 4,1 mi foram divididos entre as campanhas a governador de Pimenta da Veiga (MG) e Geraldo Alckmin (SP), e mais R$ 400 mil direcionados a outros candidatos do partido. Esses teriam sido os valores declarados na prestação de contas à Justiça Eleitoral e são referentes à campanha eleitoral de 2014.

A maior parte dos recursos arrecadados nas campanhas presidencial e estaduais do PSDB, são oriundas de doações de bancos, empreiteiras e construtoras. Algumas delas, aliás, investigadas pela 'Lava Jato'.

Outro fato interessante e que considero importante ponderar, é sobre uma das maiores e mais cara obra da história recente de Minas Gerais, que foi licitada e iniciada na gestão de Aécio Neves governador. 

Trata-se da construção da 'Cidade Administrativa', obra orçada em R$ 1,7 bilhões, mas que já apresentou diversos problemas estruturais (como desnível provocado pelo afundamento dos prédios e queda de janelas). O que interessa não é a obra em si, mas o fato de ela ter sido tocada por empreiteiras hoje arroladas como envolvidas no escândalo da Petrobras, e serem elas também as mesmas doadoras de campanha do PSDB. Chega a ser uma relação de promiscuidade pública. 

Estranhamente, justo no momento em que os depoimentos e acordos de delação premiada dos investigados pela 'Operação Lava Jato' começaram a citar a oposição e especificamente o PSDB, o Senador e candidato derrotado Aécio Neves desapareceu misteriosamente da mídia.
 

Sim, somos comunistas

Socióloga Rita Coutinho
Rita Matos Coitinho *

As redes sociais e a internet livre têm servido como contraponto à hegemonia das grandes corporações midiáticas e como canais eficientes de propaganda e mobilização política, muito aproveitados pelas organizações de esquerda e movimentos sociais, historicamente à margem dos sistemas de comunicação.

E, como tudo tem muitos lados, também têm servido como ferramentas de auto-organização do que há de mais reacionário, preconceituoso, ou mesmo, lunático. Aqueles setores de opinião que existiam escondidos, intimidados, sem publicidade, no interior de algumas residências brasileiras, agora se encontram, trocam opiniões e rancores, organizam-se.

Atrás das telas de seus computadores e tablets, cidadãos considerados pacatos assumem seu lado violento, desvelam suas opiniões retrógradas e, pouco a pouco, começam também a ganhar coragem para sair às ruas. Dia desses fui vítima de um cidadão desses, que me abordou no trânsito com palavras de baixo calão motivado por um adesivo “Dilma coração valente” em meu carro. Cena que se repete, com mais ou menos recheios, Brasil afora.

Muito bem, e o que nós da esquerda esperávamos? Que a internet seria uma revolução informacional somente a nosso favor? Que a ascensão política de setores progressistas e populares no continente seria o nosso corolário a la Fukuyama, o final feliz da história? Que os jovens do movimento popular promoveriam escrachos em frente às casas e apartamentos de torturadores e isso não geraria sentimentos de rancor e desejos de revanche do lado de lá?

O que está acontecendo agora é o esperado. A mesma rede que nos ajuda a divulgar ideias organiza e divulga todos os matizes. É preciso superar a surpresa (não deveria ter sido surpreendente para ninguém) e organizar a batalha de ideias em outro patamar. As coisas estão ficando mais francas e o direito à fala é amplamente franqueado, diga-se a besteira que quiser. É claro que a direita tem vantagens, pois além das redes possui os grandes veículos de comunicação, que os abastecem de escândalos e boatos. E é claro que também isso não deveria nos surpreender. O que é surpreendente (ou nem tanto) é os três governos populares de Lula e Dilma não terem dado nenhum passo para rever os monopólios privados e realizar a regulação econômica do setor. O choro agora é livre, mas não resolverá nossos problemas. É preciso fazer o que não foi feito, apesar do novo congresso, ainda pior do que todos os outros.

E organizar a batalha de ideias em outro patamar requer, em minha modesta opinião, não aceitar recuos. Aos gritos de “vai pra Cuba” e “seu comunista”, não é aceitável que nos acovardemos com o já conhecido “veja bem, o PT não é comunista, o Brasil tem livre mercado, bancos privados etc.”. De fato o PT não é comunista e quem afirma tal absurdo só pode estar mal informado, delirante ou com má fé. Porém nós do PCdoB somos sim comunistas e estamos aqui para defender nossas ideias e não para tergiversar.

O debate está nas ruas. Então vamos discutir com o povo! Sim, somos comunistas. E por que somos? Porque o capitalismo promove as guerras de agressão e alimenta a indústria armamentista. Nós, comunistas, defendemos a paz em detrimento da guerra. Porque o capitalismo naturaliza a pobreza e a desigualdade com o discurso do mérito, quando na verdade a miséria, o desemprego e o desespero de milhões são a garantia dos lucros exorbitantes dos grandes capitalistas. Nós, comunistas, somos defensores de uma sociedade sem patrões e sem lucros, onde o trabalho e a produção são voltados para o bem-estar de toda a sociedade.

“Vocês, comunistas, são a favor de uma ditadura, a ditadura do proletariado!”. O Estado é um aparato de dominação. No capitalismo o Estado está a favor do sistema (mesmo que administrado por partidos de esquerda), garantindo a propriedade privada dos meios de produção e a regulação da economia e do mercado, quando necessário. A “ditadura do proletariado” nada mais é que o Estado gerido pela e para a classe trabalhadora. As formas que esse Estado deverá assumir são social e historicamente determinadas, não há um modelo a seguir.

“Mas Cuba é uma ditadura!”. Cuba não é uma ditadura. Cuba tem um sistema político diferente do nosso e profundamente democrático. Os membros do partido e das instâncias do poder de Estado passam pelo crivo popular em eleições estruturadas bairro a bairro, cidade a cidade, sem patrocínios e interferência de empresas e, por isso, sem o espetáculo midiático a que estamos acostumados. Em Cuba a saúde e a educação são universais, não há analfabetismo e o ensino superior é de livre acesso. Não há filas em hospitais e postos de saúde, não há mortes por falta de atendimento. Não há crianças dormindo na rua nem idosos desamparados. “Mas Cuba é muito pobre, os cubanos são miseráveis!”. Sim, Cuba é um país pobre. E o principal motivo é o bloqueio econômico promovido pelos EUA e condenado, ano após ano, por praticamente todos os países do mundo. Mas mesmo sendo pobre, presta a seus filhos e filhas os serviços essenciais à dignidade e ao crescimento humano. “Então você quer transformar o Brasil em uma nova Cuba?” O Brasil jamais será uma nova Cuba. Sob o socialismo, o Brasil será uma nação economicamente pujante e feliz, pois o bem- estar do povo estará sempre em primeiro lugar.

Defendemos a atual etapa progressista liderada pelo Partido dos Trabalhadores porque acreditamos que o desenvolvimento econômico, científico e tecnológico é fundamental à construção de uma grande nação. Não há socialismo que triunfe sem indústria, sem agricultura, sem energia e sem tecnologia. Não há povo que se firme e que desenvolva livremente sua cultura sendo alvo da exploração de outros. Por isso defendemos o programa de desenvolvimento em curso e desejamos que seja aprofundado. Defendemos a paz e acreditamos no multilateralismo como promotor das boas relações entre os Estados, por isso defendemos a política externa altiva e soberana dos governos Lula e Dilma. Não admitimos nenhum retrocesso em relação aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Não toleramos o desmonte do nosso parque industrial perpetrado pelas políticas fiscais neoliberais, pois que gera desemprego e dependência externa. Não aceitamos o desmonte e a humilhação das Forças Armadas realizado pelos governos tucanos, pois temos consciência de que um país com tantas riquezas precisa ter condições de dissuadir os inimigos externos.

Sim, somos comunistas. Defendemos o legado histórico da URSS e suas conquistas. Defendemos a brava Cuba socialista. Somos patriotas e afirmamos o direito dos povos à soberania e a autodeterminação. E estamos dispostos a lutar por isso, como tantos outros que nos antecederam. Pois, como dissera Olga Benário, lutamos pelo justo, pelo bom, pelo melhor do mundo.


*Mestra em sociologia, cientista social e doutoranda em geografia



Fonte: Site Vermelho

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Quem são os bandidos que batem em jornalistas e pedem o impeachment de Dilma

 
Acostumados a se esgueirar pela noite, sempre em bandos, em busca de homossexuais e negros andando desacompanhados (para cobrir de porradas, quem sabe matar), predadores neonazistas agora deram para exibir sua truculência à luz do dia.
 
Como participantes das manifestações que a direita paulistana vem promovendo para disseminar seus ideais golpistas, esses órfãos de Hitler parecem ter encontrado uma turma disposta a acolhê-los e legitimá-los, como se fossem apenas mais alguns entre os opositores do governo da presidente Dilma Rousseff, do PT, recém-eleita.
 
Seria apenas uma moçada jovem, careca e muitas vezes musculosa exercendo o sagrado direito democrático de manifestação e expressão.
 
Só que não.
 
Nas redes sociais, essa gente reúne-se em comunidades com nomes carregados de simbolismos de violência explícita, como Carecas do ABC, CCC (uma homenagem ao velho Comando de Caça aos Comunistas, organização paramilitar de direita que teve seu apogeu nos anos 1970), Frente Integralista Brasileira (uma contrafação de organização nazista), Confronto 72 (anti-semita e skinhead), além do Combate RAC (Rock Contra o Comunismo) e do Front 88 (a oitava letra do alfabeto é o H; HH dá “Heil, Hitler”, a saudação dos nazistas).
 
Trata-se de grupos que cultivam o ódio como definição existencial, como se viu no ato público realizado no sábado (15/11) pelo impeachment de Dilma.
 
Pois bastou a tais lobos encontrarem a repórter-fotográfica Marlene Bergamo, da “Folha de S.Paulo”, que registrava a manifestação tendo ao lado Marcelo Zelic, vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais-SP, para começarem a salivar.
 
Armados de socos ingleses, muitos carecas, vestidos com camisetas ilustradas com a bandeira de São Paulo, ou com os dizeres “Fora Dilma”, ou “Hate” (Ódio), ou “Proud” (Orgulho), acharam-se no direito de urrar nos ouvidos de quem desconfiavam ser “petralha”: “Comunistaaaaa!”, “Vai pra Cubaaaaaa!”
 
Como hienas excitadas, e sempre em bando, prometiam “limpar a rua desses malditos”. Logo um deles desferiu cusparada no rosto de Zelic. Outro estapeou Marlene quando viu que ela filmava a agressão.
 
Covardes.
 
É claro que a direita “fina” quer parecer distante dessa turma. Não pega bem aparecer ao lado de facínoras tatuados com o número 88, ou exibindo a Cruz de Ferro com a suástica, com que se condecoravam os militares alemães, durante o Terceiro Reich.
 
O candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), totalmente sem eixo, perspectiva e nem noção, achou de comparecer ao ato, mas sem subir nos carros de som.
 
Sua adesão, entretanto, foi comemorada pela malta. Que o tucano, agora, não alegue desconhecimento sobre quem seriam seus companheiros de passeata.
A última que essa gente patrocinou,no dia 1º de novembro, acabou nas portas do Comando Militar do Sudeste, o antigo Segundo Exército, no bairro do Paraíso, em São Paulo, implorando pela “Intervenção Militar Já”.
 
Foi, aliás, nas tristes instalações do Segundo Exército, em seu anexo mais soturno, o DOI-Codi, que o jornalista Vladimir Herzog foi assassinado em 1975, por bandidos anti-comunistas como esses que cuspiram no rosto do ativista e bateram na fotógrafa.
 
E o que dizer da paralisia da Polícia Militar diante das ameaças dos fascistas? Estaria inebriada com os gritos de “Viva a PM!”, entoados pela turba?
 
Todos se lembram quando, nas manifestações contra a Copa, a PM revistava mochilas e confiscava qualquer apetrecho “suspeito”, levando preso o seu proprietário.
 
Foi assim que um frasco contendo líquido amarronzado e cheirando chocolate, que depois a perícia provou ser Toddynho mesmo, custou quase dois meses de prisão a um manifestante.
 
No ato pelo impeachment da presidente Dilma, contudo, a polícia fez-se se de morta, enquanto rapazes com socos ingleses, canivetes e nunchakus (arma usada por praticantes de artes marciais) desfilavam impunemente, arrostando sua violência e arreganhando os dentes.
 
Na hora em que essa gente matar alguém, que pelo menos o senador Aloysio e o comando da PM não digam que foram pegos de surpresa. Seu silêncio e inação são cúmplices.
 
Fonte: Reproduzido do Blog da Laura Capriglione

sábado, 15 de novembro de 2014

"Cara de Pau" tucana: Das 9 empreiteiras alvo da Operação Lava Jato, seis financiaram Aécio Neves com 20 Milhões de reais

 
Enquanto o alto clero tucano em evento realizado pelo partido em São Paulo nesta sexta-feira (14) comemorava as prisões de executivos de empreiteiras, e o possível desgaste do governo Dilma; "Tem muita gente sem dormir em Brasília", afirmou senador Aécio Neves; colega Aloysio Nunes, que foi vice dele na campanha presidencial, usou o mesmo tom: "A casa caiu"; PSDB se vê imune neste escândalo; "Petrobras incorporou à sua história a marca perversa da corrupção", prosseguiu Aécio, em tom sério.
 
O que Aécio Neves e seus Correligionários (PSDB), não sabiam, por falta de assessoria de comunicação, ou por "cara de pau" mesmo, é que das 9 empreiteiras alvo da Operação Lava Jato, seis financiaram sua campanha para presidente, o valor gira em torno de 20 Milhões de reais.
 
São elas: Odebrecht, OAS, UTC, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa.


PSDB e Aécio Neves, o Brasil precisa de explicação, e agora?
 
Fonte: Jornal i9

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Fotos Inéditas: Sobrinho de padre revela fotos 'esquecidas' de Che Guevara

 
Fotos originais tiradas de Ernesto "Che" Guevara logo após a sua morte, na Bolívia, foram reveladas recentemente, quando se completa 47 anos de sua morte
 
Oito fotos originais tiradas de Ernesto "Che" Guevara logo após a sua morte foram reveladas recentemente, quando se completa quase meio século (47 anos) da morte do revolucionário sul-americano.Elas foram mantidas em uma casa de família na aldeia Castilistar, na província espanhola de Zaragoza.

Foi Luis Cuartero, missionário espanhol na Bolívia naquela época, que levou as fotos para a Espanha, poucos dias após a morte do guerrilheiro.

Depois de ter sido fuzilado no vilarejo boliviano de La Higuera, na Bolívia, o corpo de Che foi levado em um helicóptero para o hospital em Vallegrande.
Lá, Che foi exposto na lavanderia do hospital, para que os jornalistas e correspondentes estrangeiros pudessem se certificar de que o revolucionário latino-americano estava efetivamente morto.
Luis Cuartero/BBC
Foto colorida de "Che" Guevara logo após a sua morte

Veja todas as fotos inéditas aqui

"Tinha uma barba negra e rala, cabelos longos e crespos e a sombra de uma cicatriz em seu rosto" descreveu o jornalista britânico Richard Gott, que conhecera Che em vida e conseguiu identificar o corpo.

As fotos guardadas por Luis Cuartero são desses dois dias em que o corpo de Che ficou exposto no local.

"Meu tio chegou a Espanha de barco para casar meus pais entre o fim de outubro e o começo de novembro de 1967", lembra Imanol Arteaga, sobrinho de Cuartero, à BBC Mundo.

Che Guevara havia sido morto pelo Exército Boliviano alguns dias antes, em 9 de outubro de 1967. Ao chegar, o sacerdote contou à sua irmã que tinha dado as fotos a um jornalista francês.

Investigação

Luis Cuartero/BBC
Fotos originais tiradas de Ernesto "Che"
Guevara logo após a sua morte, na Bolívia
Arteaga disse que a sua família não tinha nenhuma simpatia especial por Che ou suas causas, e por isso as imagens acabaram esquecidas por décadas.

"Não demos muita importância", disse Arteaga.

Anos se passaram até que a morte do padre abalou emocionalmente o sobrinho que, pensando em seu tio, lembrou das fotos de Che que ele algumas vezes tinha ouvido falar em discussões familiares.

"Perguntei para minha tia se ela lembrava onde estavam", relata Arteaga, que é vereador em sua cidade natal.

Arteaga começou a fazer uma pesquisa para descobrir o paradeiro das fotos como uma homenagem ao seu tio.

Ele procurou na Internet e, com um fotógrafo do jornal local "El Heraldo de Aragón", consultou um especialista em fotografia.

Entre as fotografias, várias são do corpo de Che. Elas parecem ter sido tiradas em momentos diferentes.

Em algumas, ele aparece a jaqueta ainda no corpo sujo e em outras o corpo aparece limpo e parece posicionado para ser exposto.

Há também uma foto de Tamara Bunker, conhecida como Tânia, a companheira de Che na Bolívia.

Arteaga acredita que as fotos que conseguiu sejam de autoria de Marc Hutten, jornalista francês da Agence France Presse (AFP), que morreu em março de 2012.

Ele diz que as fotos têm diferentes texturas e que parece que umas foram feitas com filme colorido, mas foram reveladas em preto e branco.

O espanhol acredita que Hutten pediu a seu tio para tirar essas fotos caso algo acontecesse, já que sabia que ele retornaria a Espanha em breve.

Marc Hutten

Correspondente da AFP, Marc Hutten estava presente quando as autoridades bolivianas mostraram o cadáver de Che em Vallegrande.

Apesar de ser repórter, Hüttel também tirou fotos de Che nesse dia histórico.

Depois de negociar cinco das fotos que estavam com Arteaga, Eric Baradat, editor–chefe de fotografia da AFP contatado pela BBC, disse que essas não são as que a agência têm em arquivo.

Mas Baradat também explica que muitas das fotos que Hutten fez naquele dia foram perdidas.

No total, Hutten teria usado "quatro ou cinco filmes naquele dia", Baradat explica. Mas a agência de fotografia só mantém um deles.

O repórter enviou todas as fotos para a agência, mas por razões inexplicáveis, a AFP não publicou as fotos de Hutten por décadas.

"Elas estiveram aqui por muitos anos antes de serem distribuídas", explica Baradat.

"Distribuímos só em 2002", diz o editor-chefe da AFP. "Hutten tinha suas fotos em cores, enquanto na época fotógrafos profissionais quase sempre usavam o preto e branco."

Foram fotos coloridas de Che Guevara em que ele aparece com um ar de "mártir" que influenciaram o presidente dos Estados Unidos Barack Obama a decidir não mostrar o corpo de Bin Laden, segundo o que diz o jornal Financial Times no obituário de Hutten.

Arteaga, que diz que falava diariamente por telefone com seu tio, nunca perguntou sobre a origem e autoria de imagens de Che.

"Foi uma das conversas que ficaram faltando", diz ele, com tristeza.
 

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Intolerancia Religiosa: Pastores usam chefes do tráfico para acabar com terreiros

 
Recentemente, alguém jogou uma bomba dentro de um terreiro em Porto Alegre. Não foi um evento isolado. Ataques contra praticantes das religiões de matriz africana estão aumentando em todo país. Uma das situações mais graves acontece no Rio de Janeiro, onde, em muitas favelas, igrejas evangelizaram os chefes do tráfico e os pressionam a acabar com terreiros e outras manifestações da cultura afro-brasileira nessas comunidades. Um estudo da PUC-Rio e do Governo do Estado aponta a existência de 847 terreiros no Estado. Desse montante, 430 sofreram atos de discriminação e 132 já foram atacados por evangélicos.
 
Certa noite, eu estava em um baile funk, dentro de uma comunidade controlada pelo tráfico, cercado por pessoas bêbadas e chapadas. Em um determinado momento, a música parou para deixar um pastor evangélico subir no palco e liderar milhares de pessoas em uma oração. Eu pensei: se o candomblé é, como muitos evangélicos acreditam, “coisa do capeta”, por que eles deixam o funk rolar livremente nas comunidades controladas pelo tráfico evangelizado, com seus fuzis norte-americanos com os adesivos de “soldado do Cristo”? Por que o funk, com suas letras elogiando álcool e violações dos 10 mandamentos, com seu tamborzão, ritmo que traz elementos de candomblé, não só é tolerado como, às vezes, parece ser encorajado por certas figuras religiosas.
 
 
Procurando uma resposta para essa pergunta, parti para um terreiro que existe há mais de 50 anos na Baixada Fluminense a fim de falar com Adailto Moreira, antropólogo e um dos líderes do movimento contra a intolerância religiosa. Sentamos embaixo de uma árvore no quintal cercado de estátuas e imagens históricas da cultura ioruba, e ele começou falar.
 
“A intolerância tem uma base forte de racismo. A grande parte dos seguidores das religiões de matriz africana é de negros, mulheres, pobres, gays, lésbicas – ou seja, todo que a sociedade eugênica burguesa elitista neste país não gosta. E existem, de fato, pastores evangélicos convertendo atuais líderes do tráfico e os usando para expulsar os terreiros das comunidades. Tem muitos lugares hoje, como Maré e Jacarezinho, onde a pessoal nem pode usar um incensador. O Estado é completamente omisso. Eu trabalhei na pesquisa de PUC, e a maioria dos praticantes das religiões de matriz africana no Estado nos contou que passou por constrangimentos - a violência física, material e imaterial contra eles está aumentando. E não é só nos terreiros: o samba e o jongo também estão desaparecendo nas comunidades. Pouquíssimas comunidades ainda têm jongo. No interior do Estado, os quilombolas estão sendo todo evangelizados. Isso é tirar a alma deles, como fizeram com os índios no passado. É um projeto de colonização moderna.”

Leia também: Intolerância religiosa motiva ato de repúdio na Pedra de Xangô, em Cajazeiras X
 
“E o funk,” perguntei, “por que ele é tolerado? Será que, na cabeça dos pastores evangélicos, é mais fácil lidar com ele, porque ele pertence ao diabo enquanto o candomblé representa uma outra forma de interpretar o mundo, fora do conceito cristão do universo?”
 
 
“Funk não é uma religião, tem outro apelo cultural e político que as religiões de matriz africana não podem ter com o tráfico. E tem um grande projeto econômico atrás dessas ações de arrebanhar fiéis e de promover salvação. Milagres acontecem, mas tudo em uma organização econômica muito perversa.”
 
Parti para a Maré, conjunto de 16 comunidades com 130 mil habitantes, onde ouvi dizer que só sobrara um terreiro. Procurei Carlos, ex-traficante evangélico e líder comunitário, para ouvir uma outra opinião sobre o assunto. Após encontrá-lo na Favela Nova Holanda, ele me deu uma carona para a Praça do Forró do Parque União, onde há vários bares e restaurantes excelentes. Paramos ao lado de um córrego, e eu perguntei por que não tem mais terreiros na Maré. “Não acontece em todos os lugares, mas eu sei que tem algumas comunidades onde o tráfico realmente expulsou os terreiros”, ele falou, “como no Morro do Dendê. Vinte anos atrás, você via muitos chefes de tráfico usando guia, seguindo orixás - eles gostavam muito do Zé Pelintra. Mas chegou um tempo em que parece que não estava dando resultado. É tudo o mesmo Deus, certo? Oxalá é o mesmo Deus dos cristãos, mas acho que ficou mais simples para muita gente só rezar para um. Acho que, para os pobres, negros nas favelas, seguir a religião evangélica tem mais sentido hoje em dia, e o candomblé virou outra tradição negra que se elitizou - hoje em dia, é mais a classe média que curte.”
 
“E os bailes,” perguntei, “por que um evangélico vai deixar um baile acontecer, com tantas músicas que falam sobre temas como promiscuidade e violência?”
 
“O baile é uma tradição que vem de muitos anos atrás, antes da chegada da religião. E ele traz lucro para o tráfico, claro. Às vezes, durante o baile, eles tocam louvores, ou vem uma fala de cinco minutos de um pastor. Às vezes, o baile, o tráfico e a religião viram uma coisa só. Ninguém tira o espaço do outro.”
 
Se ninguém tirar o espaço do outro, entra a parceria econômica de funk, drogas e religião. Não pode dizer a mesma coisa para manifestações afro-brasileiras, como o candomblé, que existem há bastante tempo neste país, quando comparadas às igrejas evangélicas. Se o processo de conversão é uma coisa natural, por que se precisa de violência? Por que o Jardim Vale do Sol, terreiro em Duque de Caxias, foi atacado por evangélicos oito vezes? Será que, por causa de algumas pessoas, isso também faz parte de um projeto econômico???

Fonte: Vice Média

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Médicos boicotam laboratórios que doaram recursos a Dilma.

Médicos porra-loucas
Após o lançamento do programa Mais Médicos e a consequente chegada de médicos cubanos ao Brasil, a classe médica brasileira vem promovendo um show de horrores. Há menos de um mês, o portal IG fez uma denúncia estarrecedora:
 
A denúncia do IG espalhou-se como fogo e por certo fez ver a boa parte dos formadores de opinião o movimento nazista que se aglutinou em torno da candidatura Aécio Neves. Para entendimento dos fatos que serão narrados mais adiante, vale rever trecho daquela matéria.
 
Sobre a comunidade do Facebook “Dignidade Médica”, que propôs “holocausto” e “castrações químicas” contra eleitores do PT, sobretudo nordestinos, para que “não se reproduzam” tem como uma das organizadoras a senhora Patricia Sicchar, que se declara médica da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus em perfil da rede social.
 
Confira, abaixo, trecho de outra matéria do IG sob o título “Médica de grupo anti-PT minimiza holocausto a nordestinos: ‘é revolução do agir’”.
 
Como se vê, uma das médicas organizadoras do tal “holocausto” médico contra nordestinos eleitores do PT é servidora da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus, sob responsabilidade do prefeito tucano Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM), líder do PSDB no Senado de 2003 a 2010.
 
Agora, os médicos manuenses voltam à ribalta com um movimento que pretendem espalhar pelo país. Chegou ao Blog uma denúncia séria contra médicos daquela capital. E o pior: a denúncia sugere que abuso desses médicos contaria com a conivência dos hospitais em que trabalham.
 
O denunciante enviou ao Blog link de perfil no Facebook de um médico manuense chamado Lano Macedo, que se diz funcionário do Hospital Beneficente Português do Amazonas, que já se envolveu em polêmicas como desrespeitar a “Lei do acompanhante no parto”, conforme denúncia do médico psiquiatra Rogélio Casado.
 
O tal médico Lano Macedo lidera um movimento de médicos manauenses no Facebook que propõe que a classe médica – e, consequentemente, os hospitais onde aqueles médicos trabalham – boicotem os laboratórios que doaram recursos à campanha da presidente Dilma Rousseff.
 
A confissão dos médicos de que irão deixar de recomendar fabricantes de medicamentos sob razões político-partidárias e ideológicas é um escândalo. E se aquele laboratório tiver medicamento mais conveniente para os pacientes, seja em termos de preço, qualidade ou outro?
 
Após o episódio “holocausto e castração química”, produzido a partir de organização de médicos de Manaus como o tal Lano Macedo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu nota condenando os autores daquela barbaridade.
 
Resta saber o que o CFM tem a dizer sobre essa atitude de médicos de Manaus. E, aliás, deveria investigar – talvez até com participação do Ministério Público – se médicos de outras regiões também estão adotando uma conduta profissional inadequada não só por se misturar com os interesses político-partidários deles, mas por prejudicar seus pacientes.
 
Por fim, resta saber, também, que atitude o prefeito tucano Arthur Virgílio tomou contra a servidora pública Patricia Sicchar, que se declarou médica da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus e organizou o movimento propondo “castração química” de eleitores do PT.










Fonte: Brasil 24/7

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Porras- Loucas em ação: Grupo musical que apoiou Dilma é agredido em show

 
Confira o relato do grupo Bixiga70 sobre a agressão que o conjunto musical sofreu por repudiar em seu show as manifestações que pediam intervenção militar
 
NOTA DE ESCLARECIMENTO
 
Recentemente passamos por uma situação lastimável, que colocou em risco nossa integridade física e moral.
 
Situação que simboliza bem o momento que o país vive e achamos importante esclarecer os fatos publicamente para evitar ruídos e reafirmar nosso posicionamento que vai muito além da polarização partidária simplista, da forma como se coloca hoje.
 
Quem nos conhece, pessoalmente ou através de nossa música, sabe que nós somos da paz. Somos artistas e cidadãos.
 
Prezamos pela liberdade de expressão, pela igualdade entre as pessoas, pelos Direitos Humanos e isso está presente tanto na nossa música como em nossa vida, em nossa atitude, enquanto grupo que funciona horizontalmente, na base da coletividade, da parceria e da liberdade criativa.
 
O Brasil vive um momento muito delicado. Os ânimos estão à flor da pele e o resultado disso tem sido a polarização, o crescimento do ódio e dos ataques entre as partes.
 
Nós sempre fizemos questão de nos manifestar publicamente, em shows ou nas redes sociais, a respeito de opiniões que discutimos muito entre nós.
 
Foi assim no caso do Pinheirinho, da ocupação do Estelita, nas Manifestações de Junho, contra a xenofobia, a homofobia, o machismo, o preconceito…
 
Os exemplos são inúmeros, qualquer pessoa que já foi a um show nosso sabe disso.
 
No dia do ocorrido, não foi diferente. Manifestamos nossa opinião contrária a um ato que defendia a intervenção militar no Brasil que acontecia perto dali, no mesmo instante em que nos apresentávamos.
 
A reação imediata de parte do público foi “xingar o PT’’, dirigindo-se a nós com dedos em riste. Até aí, sem problemas.
 
Respeitamos opiniões diferentes da nossa e enquanto artistas estamos preparados tanto para os aplausos, quanto para as vaias.
 
Tentamos, em vão, explicar que a banda não tem qualquer ligação com partido, que falávamos como artistas e que iríamos tocar nossa última música — de um nordestino que nos inspira e nos orgulha, chamado Luiz Gonzaga.
 
Entre vaias, xingamentos e alguns aplausos, tocamos nossa última música. Alto.
Logo após o fim do show, vimos um rapaz agredindo uma garota que foi para a frente do palco após nossa fala, nos apoiar com sua dança e sua alegria.
 
O rapaz estava fora de si, inconformado com a situação, com o dedo médio na cara dela, empurrando e a ofendendo, aos berros.
 
Para além de qualquer questão partidária, enquanto homens, parceiros, maridos, pais e filhos, não admitimos qualquer tipo de violência contra as mulheres ou qualquer indivíduo.
 
Ao vermos a cena, e na falta de quem a protegesse, descemos do palco para garantir a segurança da garota.
 
Nesse momento, parte do público que nos xingava partiu pra cima. O tumulto estava formado e, diante da agressividade dos muitos que nos rodearam, nos defendemos como qualquer outro o faria em situação semelhante.
 
Não queremos nos vitimizar, nem nos tornar mártires de uma disputa política vazia e reducionista.
 
Fomos tragados por uma violência que está cada vez mais presente em São Paulo e no Brasil.
 
Nos sentimos na obrigação de alertar sobre os perigos desse movimento pois a desinformação e o discurso de ódio têm sido utilizados como ferramentas para que as pessoas se desentendam e não percebam sua situação real.
 
Esperamos que o ocorrido, por pior que tenha sido, reflita positivamente e que isso ajude, não na polarização de um discurso politico simplista, pautado pelo ódio, mas na evolução do diálogo que é tão importante nesse momento.
 
Muito obrigado pelo apoio e pelo carinho que temos recebido dos amigos e fãs.
 
Agradecemos aos que puderem compartilhar essa mensagem.
 
Bixiga 70
 
Fonte: Viomundo