quarta-feira, 30 de novembro de 2016

PEC 55 é aprovada com galerias vazias e sob repressão policial


O Senado aprovou nesta terça-feira (29), em primeiro turno, por 61 votos a favor e 14 contrários, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que prevê o congelamento dos investimentos públicos federais por 20 anos. Na Esplanada dos Ministérios, o protesto realizado por movimentos sociais contra a proposta do governo Michel Temer foi duramente reprimido pela Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal. A sessão plenária que antecedeu a votação não teve espectadores. O Parlamento fechou as portas para a sociedade.

A proposta, que institui o Novo Regime Fiscal, foi apresentada em junho pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e se for aprovada ainda este ano como pretende o governo, terá tramitado em tempo recorde no Congresso, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).

Os senadores da oposição utilizaram seu tempo de encaminhamento da votação para protestar contra a proibição de que manifestantes pudessem acompanhar os trabalhos no plenário.

“Parece-me que têm medo do povo. Vamos para o referendo, porque ninguém foi eleito com esse programa. Dilma não foi eleita com esse programa, muito menos Temer. Então, vamos para o referendo. Faça-se uma pesquisa isenta e vamos ver quem está a favor. Esse debate deveria se estender mais, devia não ter essa pressa toda”, disse a senadora Regina Sousa (PT-PI).


Para a senadora Vanessa Grazziotin(PCdoB), “aprovar uma medida como essa, que mantém intactos os gastos financeiros, ou seja, pagamento de juros e serviços da dívida pública, que consome a metade do Orçamento e cortando somente recursos para a aplicação em infraestrutura e programas sociais, é dessa forma que eles pensam que estão defendendo a população brasileira? Não!”

Adilson Araújo, presidente da CTB, afimou que “é lamentável que esse Congresso, mais venal da história do país, esteja a legislar contra a democracia, contra o Estado Democrático de Direito, e queira pôr fim a direitos sagrados da nossa tão sofrida classe trabalhadora. Eles pretendem congelar investimentos, querem promover um profundo retrocesso e assim desconstruir a nação”.


O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que este é um triste dia para o Brasil. “Sou testemunha da violência contra a manifestação, em sua maioria estudantes. O impeachment, a renúncia, a saída do Temer é necessária. Estamos vivendo um estado de exceção”, afirmou Freitas.

Violência e infiltração


O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) comentou no Facebook que com “extrema violência, gás e bombas, a Polícia Militar do DF massacrou estudantes que realizavam manifestação, em frente ao Congresso Nacional, contra a PEC 55. Militantes de extrema-direita estavam infiltrados na manifestação provocando quebra-quebra para causar tumulto e ação da polícia contra os estudantes”. 


O vídeo abaixo mostra o policial afirmando ao deputado Pepe Vargas (PT-RS) que tinha ordem do “comandante” para avançar:



O deputado relatou que uma mulher que protestava foi agredida. Já no chão, teve a cabeça chutada por um policial, provocando indignação dos manifestantes. Pimenta disse que parlamentares do PT chegaram ao local para negociar o fim do massacre, mas que as autoridades policiais “não aceitaram qualquer acordo, e continuaram avançando sobre a população”. “Os deputados e deputadas por diversas vezes tentaram fazer um cordão em frente aos policiais, em uma tentativa de proteger os manifestantes.”


Pimenta afirmou que tentou intervir de maneira reiterada, pedindo à Polícia o fim dos ataques, do gás e do lançamento de bombas, para que os parlamentares pudessem conversar com os estudantes. Mas, como afirmou um policial, a ordem era “atacar”. “Acredita-se que a ordem de ataque possa ter vindo do Palácio do Planalto, por meio do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, já que a operação que ocorreu nesta tarde em Brasília conteve muita violência, semelhante às ações da Polícia Militar de São Paulo, quando Moraes era secretário de Segurança de Geraldo Alckmin.”


A União Nacional dos Estudantes (UNE), uma das entidades organizadoras da manifestação, emitiu nota sobre a repressão policial. Diz a nota da entidade estudantil:


UNE repudia violência policial em Brasília

A União Nacional dos Estudantes afirma que a manifestação organizada pelos movimentos estudantis e sociais neste dia 29 de novembro em Brasília foi um ato pacifico, democrático e livre contra a PEC 55. Não incentivamos qualquer tipo de depredação do patrimônio público. O que nos assusta e nos deixa perplexos é a Polícia Militar do governador Rolemberg jogar bombas de efeito moral, gás de pimenta, cavalaria e balas de borracha contra a estudantes, alguns menores de idade, que protestam pacificamente. Esse é o reflexo de um governo autoritário, ilegítimo e que não tem um mínimo de senso de diálogo.

União Nacional dos Estudantes 

29 de novembro de 2016


Juca Kfouri: Como ser verdadeiramente solidário com a Chapecoense



1. que todos os times entrem em campo e joguem na última rodada do Brasileirão com os uniformes da Chape.


Seria bonito e tocante;



2. que os 19 clubes da Série A deem um de seus jogadores para a Chape, evidentemente alguém promissor e que esteja de acordo com a atitude.



Sob a supervisão de Tite, então, ficaria ainda melhor.



Além de bonito, seria eficaz, mais que gestos simbólicos, mas generosos de verdade.

Comandante Fidel Castro, presente!


Bolívar lançou uma estrela que junto a Martí brilhou e Fidel a dignificou para andar por estas terras.

Impossível não recordar estes versos, da Canção para a unidade latino-americana, no momento em que Fidel Castro se despede da vida. 

Neles o compositor Pablo Milanês colocou, com felicidade, na mesma linha histórica, três gigantes da luta pela liberdade em nossas terras: Bolivar, José Martí e Fidel Castro.

Tristeza e consternação - estas palavras indicam o sentimento provocado pelo fim de uma vida longa dedicada à construção de um mundo novo, de justiça, liberdade e igualdade.

A luta de Fidel Castro começou faz mais de meio século, quando era ainda estudante e se engajou na batalha que nunca abandonou. Aos 90 anos de idade, deixa a vida mantendo o mesmo empenho e ímpeto revolucionário que abraçou quando jovem.

Mesmo seus detratores são obrigados a reconhecer a importância da luta popular e libertadora que dirigiu desde a década de 1950, deixando um exemplo histórico a ser seguido pelos revolucionários. 

O jornal The New York Times, em sua edição deste sábado (26), por exemplo, diz ter sido “muito mais que a repressão e o medo” o que manteve Fidel Castro e a revolução no poder. Para multidões, reconhece o diário novaiorquino, ele foi “um herói revolucionário para a posteridade”, tendo sido talvez “o líder mais importante da América Latina desde as guerras da independência do início do século 19”.

Afastado do exercício do governo em 2008, Fidel Castro comandou uma transição vitoriosa do poder revolucionário em Cuba. Sua atuação, desde então, foi sobretudo ideológica, no combate ao imperialismo, em defesa da soberania nacional, da revolução em Cuba e no mundo, em busca de um mundo mais justo para todos, um mundo onde as mazelas do capitalismo sejam superadas.

Ele se afasta do cenário neste momento mas permanece em seu exemplo e suas ideias, que vencerão!

Comandante Fidel Castro, presente!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Conversa de Feira: ATENÇÃO: Golpe fracassa e a recessão se aprofunda....

Conversa de Feira: ATENÇÃO: Golpe fracassa e a recessão se aprofunda....: O golpe parlamentar de 2016, que começou a ser construído um dia após a vitória da presidente Dilma Rousseff nas eleições presidencia...

ATENÇÃO: Golpe fracassa e a recessão se aprofunda.


O golpe parlamentar de 2016, que começou a ser construído um dia após a vitória da presidente Dilma Rousseff nas eleições presidenciais de 2014, colocou a economia brasileira num buraco tão fundo, que produziu um resultado inédito: uma queda de mais de 10% do faturamento das empresas brasileiras de capital aberto, no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
É o que revela a manchete do Valor Econômico desta segunda-feira: "Receita das empresas cai e mostra crise permanente".
Esse desastre econômico, produzido pelas próprias elites brasileiras, que deram suporte ao golpe contra a presidente Dilma Rousseff, comprova que a estratégia se revelou um tiro no próprio pé, uma vez que o tombo das empresas é inédito.
A crise econômica brasileira passou por três etapas distintas. Um dia depois da derrota na disputa presidencial de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se aliou ao ex-deputado Eduardo Cunha e colocou em prática a política do "quanto pior, melhor", sabotando o ajuste fiscal proposto por Dilma e seu ministro Joaquim Levy e, mais grave ainda, pondo em discussão as chamadas pautas-bomba.
Quando Dilma foi afastada provisoriamente, no dia 12 de maio deste ano, Michel Temer e Henrique Meirelles entraram em cena, ampliando o déficit fiscal de R$ 70 milhões para R$ 172 bilhões. Ou seja: o governo decidiu engordar para depois emagrecer, concedendo aumentos e benesses a diversas categorias do funcionalismo. Era uma forma de sedimentar o apoio ao impeachment.
Depois de 31 de agosto, com a confirmação do golpe parlamentar no Senado, a agenda passou a ser meramente recessiva, com medidas como a PEC que congela gastos por vinte anos.
Resultado: os estados estão quebrados (o Rio de Janeiro é apenas o primeiro da fila), mais de 12 milhões de brasileiros estão desempregados e a receita das empresas brasileiras cai 10%, o que aprofundará ainda mais o rombo fiscal, a recessão e o desemprego. Além disso, os investimentos desapareceram, uma vez que, segundo o banco Goldman Sachs, metade dos projetos vinha de empresas atingidas pela Lava Jato, como as empreiteiras.
Decorridos mais de seis meses de governo Temer, o discurso da herança maldita não cola mais e a conta da destruição econômica do Brasil fatalmente chegará para que os lançaram o País nesse pesadelo.
FONTE: Brasil 247

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Governo de Temer: Ministro da Educação é um charlatão!

Temer e Mendonça, só peça rara!
O atual ministro da educação do governo golpista de Temer, Mendonça Filho que juntamente com o seu pai (já falecido) sempre mamaram nos cofres públicos, deu declaração que professor vive na regalia e agora vai sair através de pregão, quase 200 mil reais, só para ele lanchar dentro do avião da FAB.
Vejam as matérias desse feito abaixo:


É preciso enxugar regalias dos professores para equilibrar cofres de estados e municípios, diz governo federal

Desde que assumiu ilegitimamente a presidência da república, Michel Temer mira seus canhões no setor público do país. Não à toa, sua principal medida até aqui é a edição da PEC 241, que limita os gastos nessa área por 20 anos. Isto traz impactos muito negativos para o funcionalismo da União, estados e municípios, que poderá ficar com salários congelados por duas décadas.

Nessa linha de ataques ao setor público, o governo federal começa a fazer dobradinha com prefeitos e governadores no sentido de atingir ainda mais negativamente o pessoal do magistério. Segundo técnicos do MEC, redes estaduais e municipais de educação são gigantes demais e consomem muito dinheiro de estados e municípios. "É preciso enxugar, pois 12 estados cogitam declarar calamidade financeira", alardeiam no site da Agência Brasil.
Uma das principais saídas em discussão entre Temer e gestores de estados e municípios é o "enxugamento" de supostas regalias dos professores. "Eles têm férias de 45 dias, aposentadoria especial, descanso pedagógico, piso nacional e até lanche grátis". Que outro trabalhador possui tantas regalias? É preciso enxugar tudo isso ou o país continuará quebrado", dizem burocratas do MEC.
As representações dos educadores, no entanto, ponderam que o problema é outro. "Temer que enxugar o setor público para fazer caixa e manter com ainda mais privilégios meia dúzia de grandes empresários e banqueiros que financiaram o golpe de Estado no país", declara a professora Ana Beatriz, de Brasília.
Para combater mais arrocho, CUT e CNTE preparam uma greve geral em todo o Brasil. "Temer e aliados devem fazer enxugamento é nos lucros dos ricos que se acham donos do Brasil", alertam os sindicalistas.

Crise! Governo destina R$ 198 mil para Ministro da Educação lanchar em vôos da FAB






Ignorando a grave crise financeira pela qual passa o País, o Ministério da Educação (MEC) divulgou edital de licitação que prevê gastos de até R$ 198 mil por ano, exclusivamente para o ministro Mendonça Filho e sua equipe possam lanchar enquanto voam nos jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB).

"Esta contratação tem como objetivo possibilitar ao MEC viagens aéreas mais confortáveis e com recursos próprios quando da utilização em aeronaves, prover também alimentação e serviços de bordo às aeronaves que atendem ao Senhor Ministro da Educação", diz o edital, divulgado pela revista Época.

Mendonça Filho está na lista dos ministros que fizeram viagens não justificadas em aviões da FAB. O caso é alvo de inquérito civil do Ministério Público Federal. 

A licitação é na modalidade menor preço. Para chegar aos R$ 198 mil de referência, o MEC calcula até 198 viagens com dez pessoas, com custo estimado de R$ 100 por pessoa. O termo de referência prevê bandejas de frutas a R$ 119 e refeições a R$ 54, incluindo saladas caprese ou de macarrão), prato principal, que pode ser carne, frango ou até frutos do mar e sobremesas (pudim, musse e tortas). Há ainda itens específicos, como iogurte de ameixa e água tônica.

O pregão será no final deste mês.




domingo, 6 de novembro de 2016

Membros do MP soltam nota em favor das ocupações das escolas e universidades!


O Coletivo por um Ministério Público Transformador, entidade associativa composta por membros do Ministério Público, pautando-se nos primados da democracia e da cidadania, afirma seu apoio às recentes manifestações políticas dos estudantes brasileiros.

1. A ocupação dos espaços educacionais que vêm ocorrendo no país são formas de os estudantes se posicionarem frente às políticas públicas e alterações legislativas em debate, e que podem comprometer a qualidade da educação. Seus atos políticos devem ser entendidos, portanto, como exercício dos direitos fundamentais de liberdade de pensamento, de reunião e de manifestação assegurados pela Constituição da República de 1988, no artigo 5º, incisos IV, IX e XVI.

2. A tramitação da Reforma do Ensino Médio por meio da Medida Provisória nº 746/2016 e da Proposta de Emenda à Constituição 55 (antiga PEC 241), que estabelece, para os próximos 20 anos, teto de gastos públicos, inclusive para o setor da Educação, além de outras iniciativas legislativas com impacto na política educacional (planos de educação, leis sobre questões de gênero e Escola sem Partido, por exemplo), sem que haja um amplo debate com a sociedade, são motivos relevantes para que os jovens utilizem recursos de mobilização para serem ouvidos pelo Poder Público. Trata-se de garantir a eficácia da Lei Federal nº 12.852/2012 (Estatuto da Juventude), que estabelece aos jovens o direito público subjetivo de “participação social e política na formulação, execução e avaliação das políticas públicas de juventude”.

3. As ocupações dos espaços educacionais como reivindicação dessa participação são canais legítimos de expressão das inquietações dos estudantes, devendo ser garantida sua segurança, para que se desenvolvam de forma pacífica e pedagógica, com respeito às representações juvenis, associações, entidades estudantis, redes, coletivos e movimentos sociais, cuja legitimidade é expressamente reconhecida nos termos do artigo 5o daquele Estatuto.

4. O movimento de ocupação dos estabelecimentos educacionais, que se iniciou no Estado de São Paulo em 2015 e que vem se espalhando pelo País, atingindo agora vinte Estados e o Distrito Federal, revela o poder político e de organização dos jovens, resultado de uma educação que amplia a visão cidadã, a partir do debate e da informação. Não há dúvida de que há muito a avançar no que diz respeito à qualidade da educação no País, especialmente garantindo maiores oportunidades para as populações mais vulneráveis, razão pela qual não se pode admitir retrocesso nessa seara.

5. O Estatuto da Criança e do Adolescente ampara também o direito de crianças e adolescentes de ir, vir e estar em logradouros públicos e espaços públicos e comunitários, além dos direitos de opinião, expressão e participação na vida política do País (arts.15 e 16 da Lei 8.069/90), assim como diversos tratados internacionais recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro, notadamente a Convenção Internacional sobre direitos das Crianças da ONU.
6. Assim, o atual movimento de ocupação das escolas deve ser compreendido pela sociedade e pelo poder público na perspectiva de um legítimo exercício de direitos fundamentais outorgados pela ordem jurídica às crianças, adolescentes e jovens brasileiros, a serem assegurados com absoluta prioridade pela família, sociedade e Estado, conforme art.227 da Constituição da República.
7. A pretensão de enquadrar as ocupações como atos ilegais, que merecem repressão e ações judiciais de reintegração possessória, nega aos estudantes a possibilidade de reivindicação de seu espaço político de participação, nega suas vozes, seus espíritos e sua cidadania. É evidente que o movimento estudantil não tem por objetivo a tomada da posse de escolas, no sentindo patrimonial. O que a juventude brasileira revela é a necessidade de ocupar suas escolas como espaço de cidadania, de debate político, de consciência crítica e de manifestação de sua subjetividade individual e coletiva.

8. Cabe ao Ministério Público, como defensor do regime democrático, atuar para garantir que a desejada manifestação política de crianças, adolescentes e jovens se dê de forma pacífica, sem violação aos seus direitos, articulando para que haja espaços de diálogo entre os manifestantes e o Poder Público. Deve a instituição utilizar-se de mecanismos resolutivos para que esses os estudantes tenham voz e sejam escutados em suas demandas, interesses e necessidades.
9. Portanto, o Coletivo por um Ministério Público Transformador repudia a repressão às ocupações, com a retirada forçada dos estudantes por meio de aparato policial, notadamente com o uso ilegal de algemas, força excessiva e privação de direitos humanos básicos (corte de luz, água, alimentos, emprego de equipamentos sonoros, etc.), como tem sido amplamente noticiado pela mídia. Essas são práticas ilegais, que ignoram o legítimo exercício do direito de manifestação política dos estudantes e são, por conseguinte, incompatíveis com o Estado Democrático de Direito.

10. Por fim, convidamos os atores do sistema de justiça a promover uma atuação frente ao movimento de ocupação das escolas direcionada à mediação entre os interesses em conflito, estimulando e fomentando um espaço de diálogo entre os estudantes e o Poder Público, com o objetivo de viabilizar a pretensão de efetiva participação dos estudantes nas discussões políticas que afetam seus interesses neste grave momento de crise política e econômica vivenciado pela sociedade brasileira.

Brasília, 05 de novembro de 2016.

Temer e a “farra das passagens aéreas”

Por Altamiro Borges


Patrocinada pela mídia falsamente moralista, a escandalização da política segue nas alturas – o que ajuda a explicar o recorde de votos nulos e brancos nas eleições de outubro e também a vitória de tantos prefeitos e vereadores picaretas. O caso do momento é o da chamada “farra das passagens”, em que a reputação de inúmeros deputados federais é jogada na lata de lixo de forma sumária. O Ministério Público Federal apurou que 433 parlamentares repassaram os seus bilhetes aéreos para terceiros, o que é uma prática prevista no Legislativo. De imediato, a imprensa transformou a denúncia em um novo escândalo midiático, ajudando a satanizar ainda mais a política.

O curioso, porém, é que a mídia segue seletiva na sua indignação com o mau uso do dinheiro público. Entre os listados pelo MPF, encontra-se o Judas Michel Temer. Quando presidente da Câmara Federal, ele teria usado sua cota de passagens para uma viagem de turismo a Porto Seguro (BA), acompanhado de mulher, familiares e amigos. Se na lista constasse o nome de Dilma Rousseff, com certeza seria manchete dos jornalões e motivo de comentários hidrófobos na TV Globo. Como o usurpador assaltou o poder graças a um golpe midiático, o seu nome só apareceu discretamente no corpo das matérias e rapidamente sumiu do noticiário. Como dizem na internet, “não vem ao caso”!

Também participaram da chamada “farra das passagens aéreas” vários deputados que hoje ocupam postos de destaque no covil golpista. É o caso do “ético” Moreira Franco, homem de confiança de Michel Temer responsável pelo programa de “parcerias” com o setor privado. Ele hoje é o queridinho dos empresários que orquestraram e financiaram o “golpe dos corruptos” e, por isto, também foi blindado pela mídia. O único até agora que não foi poupado no novo escândalo patrocinado pela imprensa é o ex-deputado Ciro Gomes, um ácido crítico do Judas Michel Temer que desponta como potencial candidato da oposição em 2018.

De imediato, Ciro Gomes reagiu ao estilo. Disse que a acusação “é uma mentira, cabalmente esclarecida”. Lembrou que a própria companhia aérea citada na denúncia, a TAM, afirmou em 2009 que errou na cobrança das passagens aéreas dele e de sua mãe, Maria José Gomes, para um voo de São Paulo para Nova York. A empresa alegou ter inadvertidamente cobrado as passagens da mãe da cota do deputado. Mesmo assim, o seu nome foi o que ganhou maior destaque na imprensa. O “decorativo” Michel Temer foi poupado. Os seus ministros, também.


De fato, a mídia chapa-branca não dá ponto sem nó! Por razões políticas e mercenárias, ela segue com a sua acintosa partidarização.

FONTE: Blog do Miro

Empresa corrupta banca evento para Mouro,Lewandowisk e Cármen Lúcia em resort de luxo

Sérgio Moro, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski
 em evento no Arraial D’Ajuda Eco Resor
t (Imagem: Pragmatismo Político)
Uma empresa com extenso passivo judicial que inclui condenações por crimes ambientais, trabalhistas e fiscais patrocina um evento da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB) que reúne milhares de juízes em um resort cinco estrelas em Porto Seguro (BA), e será encerrado com um show da cantora Ivete Sangalo amanhã, sábado.
A Veracel Celulose é uma das patrocinadoras do VI Encontro Nacional de Juízes Estaduais (Enaje), realizado em um paradisíaco resort em Arraial d’Ajuda, distrito de Porto Seguro. O evento também é apoiado pela Caixa Econômica Federal e pela estatal baiana Bahiagás.
Arraial D’Ajuda Eco Resort fica na Ponta do Apaga Fogo e conta com um cais, praia privativa e uma piscina de 700 metros quadrados na beira do mar. A diária no resort custa R$ 605. A AMB não paga as passagens aéreas nem a hospedagem, mas negociou descontos para quem for participar do evento. Em alguns casos, tribunais pagarão diárias a magistrados que participarão do encontro.
Na programação oficial do evento, os destaques são a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),Cármen Lúcia, e o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato, que participará de um talk show com Gherardo Colombo, membro da Suprema Corte Italiana que atuou na Operação Mãos Limpas.
corrupta banca evento eneja juízes moro Lewandowski
O ministro Ricardo Lewandowski, também do Supremo, fez a abertura na noite de ontem.
Empresa dos grupos brasileiro Fibria e sueco-finlandês Stora Enso, a Veracel está instalada no Sul da Bahia, onde tem uma vasta área de plantio de eucalipto, uma planta industrial para produção de celulose e até um terminal marítimo. A companhia já foi condenada na primeira instância do Judiciário nas áreas ambiental, trabalhista e fiscal. A empresa recorre, mas já foi condenada em segunda instância em um processo que trata do não pagamento de IPTU ao município de Belmonte (BA), cidade que ocupa o número 4.198 no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios brasileiros, ficando entre os piores do país.
A empresa também move dezenas de ações, boa parte delas de reintegração de posse de parte de suas terras. No site do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), há o registro de 106 demandas judiciais que envolvem a empresa na primeira instância. A Veracel aparece 24 vezes como ré e em outras 19 oportunidades é alvo de execução fiscal. Há ainda quatro ações em que a empresa foi acionada como “requerido”. Nos demais 59 casos foi a empresa quem acionou a Justiça. Há ainda outros 11 registros de procedimentos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), 24 no Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), além de dois recursos da empresa no Supremo Tribunal Federal (STF).

Justificativas

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) disse que a Veracel e a Caixa patrocinam o evento com R$ 100 mil cada, enquanto que a Bahiagás repassou R$ 30 mil. A entidade diz ter “critérios rigorosos para a admissão de patrocínios aos seus eventos” e que os valores recebidos estão dentro de limites estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ressalta haver uma parceria com a Caixa há alguns anos e que os demais patrocinadores foram prospectados devido ao local da realização do evento deste ano. Afirma ainda que o apoio dado pelas empresas não interfere na independência da magistratura.
A AMB preza pela isenção e entende que não há nenhuma relação entre apoio financeiro ao evento e a independência da magistratura ao julgar empresas que estejam respondendo processos”, sustenta a entidade, por meio de nota.
A Veracel destacou que, como faz 25 anos em 2016, realiza uma campanha publicitária comemorativa e que o patrocínio ao evento dos juízes “foi considerado elegível e adequado à campanha”. Sem responder às perguntas sobre os processos, a empresa afirmou ainda que o apoio é uma forma de auxiliar a realização de eventos na região em que está instalada.
A Veracel Celulose tem relevância no PIB baiano e é uma das maiores empresas regionais em geração de emprego e renda, sendo este o entendimento que justifica o convite de parceria. Por parte da empresa, as contrapartidas de patrocínio esperadas são para a visibilidade da logomarca da empresa nas peças do evento abrigado sob o tema ética, independência e valorização da Magistratura”, diz trecho da nota enviada pela empresa.
Leia também:

A Caixa, por sua vez, afirmou que o patrocínio “tem como objetivo fortalecer o relacionamento negocial com o segmento, além de ser uma oportunidade para consolidar a imagem da Caixa junto ao público-alvo de interesse mercadológico”.