quarta-feira, 29 de abril de 2015

Governador Flávio Dino lança Jogos Escolares Maranhenses com participação recorde


Estudantes e atletas de todo o estado lotaram o Ginásio Castelinho para prestigiar, na tarde desta terça-feira (28), o lançamento da 43ª edição dos Jogos Escolares Maranhenses (JEMs), que neste ano bate o recorde de participação, envolvendo 50 mil estudantes de 1600 escolas do estado. A solenidade, presidida pelo governador Flávio Dino e que contou a com a presença de vários atletas maranhenses e do ex-jogador da seleção brasileira de futebol e maior ídolo do Flamengo, Arthur Antunes Coimbra, o Zico.

A convite da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Sedel), a participação de Zico selou a grandiosidade da competição maranhense, que neste ano alcança crescimento de 50% no número de adesões em relação ao ano passado, com 96 municípios inscritos na disputa que terá como tema “Esporte e Lazer para Todos”.

“Ao fazer este lançamento estamos demonstrando a importância que nós damos para a política pública do esporte, na medida em que incentivamos o esporte comunitário, o esporte educacional, os bons valores de cidadania e as boas práticas educacionais. O esporte também tem a dimensão do alto rendimento, precisamos descobrir novos talentos para integrar as seleções maranhense e brasileira”, destacou o governador.

O governador Flávio Dino ressaltou o exemplo de Zico como inspiração para os 50 mil estudantes que participarão dos Jogos, ao que o ídolo do futebol reforçou, relatando sua história de superação, dedicação e empenho.

“É um prazer estar aqui e torço realmente para que esses atletas que participarão desses jogos aproveitem a oportunidade. Talvez eles não tenham noção do que isso possa representar na vida deles no futuro, então devemos dar palavras de apoio e motivação, para que no futuro o Maranhão possa levar estes atletas com nível para as competições nacionais. Estão de parabéns o governador Flávio Dino e o secretário Márcio Jardim pela grandiosidade e importância da competição”, apontou o craque, que peregrina por todo o país, incentivando a realização de jogos estudantis como ferramenta de formação de novos talentos.

O titular da Sedel, Márcio Jardim, destacou o momento político que o Maranhão vive, de resgate do JEM’s como momento importante no calendário do esporte maranhense. “Estamos realizando o resgate do JEM’s, um JEM’s de integração e de participação popular”, defendeu o secretário, que vê no lançamento um momento de integração entre escolas, atletas e governo, sendo, também, um espaço de consolidação do significado dos jogos.

O prefeito Edivaldo Holanda Júnior elogiou a iniciativa do governo do Estado em fortalecer o JEM's. “São Luís também sedia este grande evento, que é um momento tradicional no calendário esportivo do estado e muito importante para juventude do Maranhão. O fomento à prática esportiva pelo governo do Estado é de grande valor na formação dos nossos jovens e no aperfeiçoamento das habilidades de nossos atletas”, disse.

Também participaram do evento, os esportistas maranhenses Iziane Castro, jogadora de basquete, o lutador, Rei Zulu, o nadador Frederico Castro, o corredor José Carlos – o Codó –, o enxadrista Rafael Leitão e os ex-jogadores de futebol Paulo César e Cléber Pereira. O vice-governador Carlos Brandão, o presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem) e prefeito de São José de Ribamar, Gil Cutrim, os deputados estaduais Sérgio Frota (PSDB), Rafael Leitoa (PDT) e Glalbert Cutrim (PRB), o diretor da escola Liceu Maranhense Deusivan Sampaio, vários secretário municipais de esporte, o jogador de handebol Alberto Jorge, que participará do JEM’s estiveram presentes na mesa de abertura do JEM’s 2015.

Como resultado da política do governo, que visa expandir suas ações para todo o Maranhão, os JEM’s 2015 alcançaram a maior adesão já registrada na história dos jogos, com 96 municípios participantes, grande aumento, quando comparado ao último ano, com 64 municípios participantes.

A competição de 2015 contará com a participação inédita de 23 municípios e 11 cidades que integram a lista das 30 cidades de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH): Afonso Cunha, Água Doce do Maranhão, Aldeias Altas, Amapá do Maranhão, Belágua, Cajari, Milagres do Maranhão, Pedro do Rosário, São João do Sóter, São Raimundo do Doca Bezerra e Serrano do Maranhão.

Cronograma

Os Jogos Escolares Maranhenses são compostos de quatro etapas (Municipal/Metropolitana, Regional, Estadual e Nacional) que comportam 22 modalidades disputadas nas categorias infantil (12 a 14 anos) e infanto (15 a 17 anos). A primeira etapa (Metropolitana) envolve apenas as instituições de ensino de São Luís, São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar e será iniciada no dia 2 de maio. Nesse mesmo período, cada município que aderiu aos JEM’s realiza seus jogos municipais.

A segunda etapa da competição corresponde à etapa Regional, que ocorrerá em seis cidades do Maranhão, no mês de julho: Passagem Franca, São Mateus do Maranhão, Imperatriz, Caxias, São Domingos do Maranhão e Pinheiro. Já a etapa Estadual, que acontece tradicionalmente em São Luís, será realizada entre os meses de agosto e setembro, e os vencedores dessa etapa seguem para os Jogos Escolares da Juventude (etapa nacional).

Fonte: SECOM/MA

domingo, 26 de abril de 2015

Cuba: governador de Nova York firma acordo para importar vacina contra câncer de pulmão

Cuomo, governador de Nova York, posa em carro durante
visita a Havana na segunda (20/04)

Em viagem a Havana, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, assinou um acordo para importar a vacina terapêutica contra câncer de pulmão criada por cientistas cubanos, como foi noticiado pelo jornal Granma nesta quarta-feira (22/04). A missão comercial encabeçada pelo político norte-americano também resultou em um acordo para a entrega de um software dedicado à indústria médica cubana.


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A parceria foi acordada entre o Centro de Imunologia Molecular de Cuba e o Instituto Roswell Park contra o Câncer de Nova York. O medicamento oferece a possibilidade de que o câncer de pulmão, mesmo em estado avançado, se converta em uma doença crônica controlável.

“Estamos muito emocionados de poder levar a vacina aos EUA e tratar os pacientes. Isso não teria sido possível sem esta missão comercial, que facilitou a assinatura do acordo”, afirmou a diretora do Instituto Roswell Park, Candance Johnson, que integra a missão.

A vacina CIMAVax-EGF foi desenvolvida pela ilha em 2011 após 15 anos de pesquisa e será o segundo medicamento da indústria farmacêutica cubana a entrar nos EUA. O primeiro foi o Hebertprot-P, contra úlceras por diabetes, licenciado há dois anos para o mercado norte-americano. Cuba comercializa 38 remédios para cerca de 40 países, o que representa uma importante fonte de divisas para a economia da ilha.
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Apenas Cuba e Peru têm a vacina registrada. Brasil, Argentina e Colômbia estão tramitando a inscrição. Reino Unido e Austrália desenvolvem exames clínicos. O medicamento tem direito a patente em qualquer lugar do mundo.
A missão também resultou na criação de um convênio entre a empresa nova-iorquina Infor, que desenvolve softwares para indústrias específicas.
De acordo com o conselheiro delegado da empresa Charles Phillips, a companhia “fará um intercâmbio com uma universidade do país para capacitar estudantes que possam manusear essas tecnologias”. Ele disse ainda ter se impressionado com o “nível e a experiência existente em Cuba na área da tecnologia da saúde”.
Fonte: Opera Mundi

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Direito ao livre aborto na Suécia: 40 anos de lutas e mitos derrubados


Texto de Fernanda Favaro*.

Muito se fala na Suécia como um exemplo de país onde o aborto é legalizado e tratado como deve ser – uma questão de respeito à liberdade e à saúde da mulher. O que pouco se sabe é que, por trás da legalização, que em 2015 completa 40 anos, há uma longa história de julgamentos morais, abortos clandestinos, mortes de mulheres e abandono de bebês que muito se assemelha ao cenário medieval que ainda vivemos no Brasil de hoje. Uma realidade que só se transformou após um longo e teimoso ativismo de feministas, militantes de direitos humanos e reprodutivos, políticos, jornalistas, estudantes de esquerda e classe médica.

1975. Maria descobre que está grávida e, depois de muita angústia e desespero, vividos em total solidão, decide abortar. Conversa com algumas amigas que sabem “o caminho das pedras”: uma clínica de aborto clandestino fora da cidade. Marcado o dia do procedimento, ela pega o trem para o interior sentindo-se uma criminosa fugitiva. Chegando ao local, percebe a inferioridade e insegurança da infraestrutura, mas se entrega à cirurgia entre o arrependimento, a angústia e a culpa. No mesmo dia, volta para casa, tem uma grave hemorragia e é encaminhada à emergência do hospital “legal”. Cercada por olhares julgadores da equipe médica, e pelo preconceito e rejeição da própria família, Maria morre. Fim.

2015. Maria descobre que está grávida e, depois de muito pensar e conversar com seu companheiro, decide abortar. Vai até a clínica de mulheres do hospital da cidade e é recebida pela equipe médica treinada e designada para trabalhar com a temática. Mas Maria ainda está insegura sobre sua decisão, pois se sente culpada e, por isso, pede a ajuda de um psicólogo. A consulta é marcada e o profissional a ajuda a expressar seus sentimentos e conflitos em torno da gravidez e do aborto, sem direcionar sua decisão. Maria sai da clínica e, passados alguns dias, marca o dia do procedimento. No dia, toma o remédio indicado pela clínica e espera o efeito em casa – poderia ficar na clínica, mas achou melhor estar com alguém de seu círculo afetivo. Feito o aborto, novas consultas para controle são marcadas. A ela, é oferecido também acompanhamento psicológico pós-aborto. Fim.

As duas histórias acima são fictícias, mas baseadas em fatos reais. Elas mostram dois momentos distintos da história recente da Suécia: o antes e o depois da legalização do aborto no país. A lei, que devolveu às mulheres suecas o direito de decidir sobre seus próprios corpos, completou 40 anos em janeiro, e foi comemorada como uma das conquistas de direitos humanos e igualdade mais importantes de todos os tempos no país. Até mesmo um grande festival de música, organizado pela tradicional organização de direitos sexuais e reprodutivos RSFU (Riksförbundet för sexuell upplysning), foi realizado para comemorar a data. Entre o público havia famílias inteiras com crianças pequenas.

Mas voltemos ao “antes” sueco, assustadoramente semelhante ao “hoje” brasileiro. Também por aqui, salvo em casos excepcionais como estupro, incesto e risco para a vida da mãe, o aborto era crime há 40 anos e, portanto, passível de tribunal. Essa situação levava ao cenário tão conhecido quanto previsível. Até a década de 1970, milhares de mulheres suecas morriam todos os anos em decorrência de procedimentos mal feitos em clínicas ilegais localizadas em pontos escondidos de Estocolmo e no interior, ou em suas próprias casas. Às que sobreviviam, mas tinham sua verdade revelada, o destino era o julgamento, moral e legal.

Em entrevista para a edição de janeiro da revista Situation Stockholm, a “Ocas” sueca, Marc Bygdeman, professor emérito em obstetrícia e ginecologia do Instituto Karolinska e ativista pelo direito ao aborto livre há 50 anos, conta mais detalhes deste tempo. “Existia uma lei de aborto extremamente restritiva, que aprovava somente cerca de 3 mil abortos legais por ano. Enquanto isso, eram registrados cerca de 15 mil abortos ilegais acompanhados de complicações e mortes. Se uma mulher quisesse solicitar aborto em Estocolmo, ela era obrigada a ir até clínica de saúde mental, que cuidava dos pedidos. Qual era a mensagem? Que uma mulher que desejasse abortar era doente mental?”, conta.

A restrição era tamanha que as mulheres suecas passaram a pagar por abortos em países onde o procedimento era legalizado, com destaque para a Polônia comunista. O mercado de abortos no estrangeiro, um verdadeiro escândalo para uma Suécia que se considerava liberal, veio a público em 1965. Em uma operação batizada de “Negócio da Polônia” (livre tradução), a polícia invadiu a casa e prendeu o ativista Hans Nestius, que ajudava mulheres a viajar para o país vizinho. Era o estopim de um intenso debate nacional em torno da legalização do aborto e encabeçado, na época, pelos jornais Expressen e Aftonbladet. Neste mesmo ano, pressionado pela opinião pública, intelectuais e setores da classe médica, o governo arquivou o processo contra Nestius e assumiu os trabalhos em torno de uma eventual liberalização da lei.

Motivados pelos ventos favoráveis demonstrados pela abertura do governo ao debate, estudantes, liberais, socialdemocratas, e o novo movimento organizado de mulheres liderado pelo chamadoGrupp 8 — coletivo feminista fundado em 1972 por oito suecas pioneiras — se uniram aos grupos que já vinham lutando pelo direito ao aborto desde a década de 1930: esquerda organizada, RFSU, médicos simpatizantes e intelectuais feministas da “antiga”. Como resultado, entre 1965 e 1974, fase mais intensa do movimento pró-aborto sueco, os diversos grupos realizaram centenas de debates, protestos reunindo milhares de pessoas, publicações em veículos simpatizantes da causa e incursões junto aos partidos com cadeiras no Parlamento. Os novos tempos mostravam que, definitivamente, não havia mais espaço para o questionamento do direito ao aborto. As mulheres exigiam mudanças, e não toleravam mais esperar.

Em primeiro de janeiro de 1975, a lei do “direito ao aborto livre” foi finalmente aprovada. De lá para cá, algumas mudanças foram incluídas na letra original, mas a base continua a mesma: durante o primeiro período da gravidez, ou seja, até a 18° semana, a mulher tem pleno direito de decidir sobre o aborto. Passado esse período, é o serviço social quem recomenda ou não a realização do aborto tardio a partir da análise de cada caso. Estes correspondem a apenas 1% do total de procedimentos – a maioria, 80%, acontece até a nona semana de gravidez (Socialstyrelsen, RFSU). Torun Carrfors, enfermeira, resume o espírito da lei: “Não é nenhum direito humano trabalhar no serviço de saúde da mulher, mas é um direito humano que ela possa decidir sobre seu próprio corpo” (Situation Stockholm, janeiro de 2015).

Para ter seu direito humano atendido no dias de hoje, basta que a mulher procure o serviço de saúde e manifeste seu desejo – como vimos na historinha da Maria de 2015. Lá, ela terá atendimento médico e psicológico e, caso decida pelo aborto, recebe o medicamento abortivo: duas pílulas que devem ser ingeridas em um período de 36 horas. A primeira é tomada no hospital, e a segunda, em casa, caso seja este o desejo da mulher. Para os casos que passaram das 18 semanas e obtiveram permissão das autoridades, o aborto é realizado de forma cirúrgica. Em qualquer momento do processo, seja via medicinal ou cirúrgica, toda mulher tem o direito a apoio psicológico já que, também por aqui, apesar de liberalizado, o aborto ainda é cercado de tabus, mitos e silêncios.

A recente história do aborto na Suécia mostra que a grande diferença entre as duas Marias do comeco do texto é a aceitação e acolhimento, na forma da lei, de uma verdade incoveniente: mulheres sempre abortaram e sempre abortarão, não importa o que a família, a igreja e o Estado digam ou façam. Se é assim, o que ganha um país democrático como o Brasil fechando os olhos para isso, ou limitando o debate ao campo moral e religioso? Resposta: apenas o vergonhoso título de um dos lugares do mundo onde mais se mata mulheres em decorrência de abortos ilegais. São um milhão de abortos clandestinos por ano resultando em cerca de 250 mil internações para tratamento de complicações em território nacional. A cada dois dias, uma brasileira morre por aborto inseguro, sendo esta a quinta maior causa de morte materna no país.

Também derruba um outro famoso mito propagado em fóruns conservadores e religiosos: a de que o aborto legalizado e protegido funcionaria como um incentivo ao aborto e uma ameaça aos nascimentos e à “família”. No entanto, a experiência sueca vem mostrando que a legalização não tornou suas mulheres “máquinas sádicas de aborto”, muito menos teve influência em sua decisão futura de ter filhos. Vejamos os números: desde quando os procedimentos passaram a ser oficialmente contabilizados, o país a mantém mais ou menos a mesma proporção de 18 a 21 abortos por mil habitantes – levemente acima da taxa de outros países europeus (Socialstyrelsen, RFSU). Quanto à taxa de nascimentos, o país registra uma estável cifra de cerca de 10 nascimentos por mil habitantes há mais de uma década, além de sucessiva progressão em sua taxa de crescimento demográfico – fato explicado, na realidade, pelas políticas de incentivo à natalidade e à imigração, sem qualquer relação direta com o aborto legal (Index Mundi). Logo, a legalização nada mais fez do que tirar o aborto da clandestinidade assassina e apoiar, com recursos médicos, humanos e científicos, o que já acontecia desde quando a primeiras mulheres suecas descobriram os primeiros métodos abortivos.

Por fim, os 40 anos do aborto legal na Suécia chamam a atenção para a absoluta importância do feminismo. A jornada de país que vergonhosamente exportava mulheres para o exterior para que pudessem abortar sem serem perseguidas, para país que acolhe plenamente este direito, é a jornada de décadas de “Marias” engajadas na luta por respeito e igualdade. Elas são a prova de que o feminismo e as feministas seguem sendo indispensáveis para o processo de evolução da humanidade. Sem suas lutas e duras conquistas, nunca haverá esperança para países que sonham com o carimbo de “desenvolvidos”. E esse recado serve como nunca para o Brasil deste 2015, onde ventos ultraconservadores vêm soprando assustadoramente forte desde as últimas eleições.

Referências

- Revista Situation Stockholm 209, janeiro de 2015. ”Fyrtio år av fritt val”, reportagem de Alexandra Sundqvist (Quarenta anos de livre escolha – livre tradução).

– Livro I det tysta: resor på Europas abortmarknad, de Anna Dahlquist (Em silêncio: as viagens para o mercado europeu de abortos – livre tradução).

Autora

*Fernanda Favaro é jornalista e mora na Suécia.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Como a indústria farmacêutica prejudica a sua vida

Por  Martha Rosenberg, Outras Palavras
 
Muito antes da internet e da publicidade direta ao consumidor, a profissão médica tentava tranquilizar as pessoas sobre suas preocupações de saúde. Claro, fadiga e dores de cabeça poderiam ser sintoma de um tumor cerebral; certo, tosse poderia ser um sintoma de câncer de pulmão. Mas a maioria dos médicos tentava atenuar o medo – ao invés de semeá-lo. Lembra do “tome duas aspirinas e me ligue pela manhã?”
 
Projetemos isso para os “guias de sintomas” online de hoje, testes para ver se você tem uma determinada doença e exortações para que vá a seu médico, mesmo que se sinta bem. Desde que a indústria farmacêutica descobriu que medo de doenças e até a hipocondria vendem drogas, as novas doenças, sintomas e riscos com que as pessoas precisam se preocupar parecem não ter fim.
 
Vender sintomas para pessoas sugestionáveis tem sido uma mina de ouro para as grandes transnacionais farmacêuticas desde que começaram a fazer propaganda diretamente ao consumidor, no final dos anos 1990. Graças a tal marketing, que na verdade “vende” doenças para construir a demanda, milhões de pessoas que já estiveram muito bem têm agora alergias de estação, Gerd (Doença do refluxo gastroesofágico), distúrbio de atenção, distúrbio de dor e outras “doenças”.
 
Não se trata de ignorar sofrimento legítimo. Mas para muita gente, a relação com os medicamentos prescritos é melhor expressa na camiseta que diz “Tomo aspirina para a dor de cabeça causada pelo Zyrtec, que uso contra a rinite alérgica que adquiri com o Relenza para a dor de estômago da Ritalina que eu tomo para o déficit de atenção causado pelo Scopoderm, que uso para o enjôo que me dá o Lomotil, que tomo para a diarréia causada pelo Xenical que tomo para perder o peso ganho com o Paxil que tomo para a ansiedade que me dá o Zocor, que uso para o colesterol alto, porque praticar exercício, boa dieta e tratamento quiroprático regularmente dão muito trabalho” (uma camiseta que nem pode ser vestida por gente que usa números pequenos…)
 
Eis algumas das estratégias que a indústria farmacêutica usa para manter o público comprando drogas:
 
1. Medo de envelhecer e perder o apetite sexual
 
As terapias de de reposição hormonal (TRH), que milhões de mulheres fizeram até cerca de dez anos atrás, eram oficialmente vendidas para acabar com as ondas de calor e manter os ossos fortes. Mas, extraoficialmente, era difundidas como um modo de manter-se jovem e sexy. Anúncios publicitários de terapia de reposição hormonal precoce diziam às mulheres que elas tinham “sobrevivido aos seus ovários” e não se mantinham à altura de seus maridos, que queriam mulheres com aparência mais jovem. Quando descobriu-se que TRH aumentava o risco de ataque do coração e câncer (“sentimos muito por isso”), as drogas para fortalecer os ossos assumiram o papel de portadoras mensagem da indústria farmacêutica (“não fique velha!”) para as mulheres. Agora a indústria está dizendo aos homens que eles também necessitam de terapia de reposição hormonal para sua “baixa testosterona” e para manter sua potência sexual. A TRH masculina não parece mais segura que a feminina.
 
2. Medo de sintomas que parecem benignos
 
Antigamente, pessoas com azia tomavam Eno, Alka Seltzer ou Sonrisal e juravam não comer muito. Não se preocupavam se tinham refluxo gastroesofágico (Gerd), estavam a caminho de um câncer do esôfago; nem tomavam inibidores de bomba de prótons para o resto de suas vidas. Da mesma forma, embora a depressão possa causar um sofrimento inimaginável, é também verdade que a tristeza ocasional – a dor causada por problemas no casamento, na família, no trabalho, pela situação financeira ou mesmo a perda de alguém amado – faz parte da vida. Mas o marketing das grandes farmacêuticas sugerem que você deveria ir correndo ao médico, no instante que sentir-se mal; e se pendurar em “pílulas da felicidade” por uma década ou mais. Claro que o grande sucesso da indústria ao produzir medo em torno de sintomas benignos está convencendo pais e professores de que crianças saudáveis e muito ativas estão sofrendo de ADHD (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade).
 
3. Medo de novas doenças
 
Quem se lembra da Síndrome do Atraso das Fases do Sono, ou da Síndrome das 24 Horas em dormir, diagnosticadas para pessoas que provavelmente não dormiam suficientemente? Doenças obscuras sobre as quais a indústria farmacêutica “aumenta o alerta” não são inventadas – mas elas são tão raras que não seriam jamais tratadas em publicidade, a menos que a indústria estivesse tentando criar “demanda” para medicamentos caros – inclusive porque não há exame de sangue ou de laboratório confirmando um diagnóstico. Há pouco, a AbbVie, uma empresa farmacêutica norte-americana, lançou duas campanhas, promovendo drogas de alto custo, para convencer pessoas com dor nas costas que eles tinham espondilite anquilosante; as pessoas com diarreia de que tinham insuficiência pancreática exócrina., replete de sites ajudando-as a discernir que têm a doença por seus sintomas. Será que as pessoas com sintomas ou doenças realmente precisam que a indústria farmacêutica lhes diga quando ir ao médico e o que elas têm?
 
4. Medo de que seus filhos não sejam normais
 
O ADHD (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) não é a única receita da indústria farmacêutica para medicalizar e monetizar a infância. As birras são agora chamadas “Transtornos de Humor”. Graças à “psicofarmacologia pediátrica”, as crianças estão cada vez mais diagnosticadas com transtorno desafiador opositivo (DDO), manias mistas, fobias sociais, distúrbios bipolares, transtornos de conduta, depressão e transtornos do “espectro”. Por que a indústria gosta de crianças? Crianças são pacientes submissos que farão o que seus pais, professores e médicos mandarem, diz o ex-promotor de vendas da indústria farmacêutica Gwen Olsen, autor de Confessions of an Rx Drug Pusher [Confissões de um Vendedor de Drogas]. Eles são os “tipos de paciente ideal porque representam prescrição contínua, obediente e longeva”. Em outras palavras, eles vão ser pacientes ao longo da vida e renovar o estoque de clientes para a indústria. Não é exagero. Além disso, além de consumirem drogas pesadas e desnecessárias, muita crianças apresentarão reações que exigirão mais drogas, para tratar dos efeitos colaterais.
 
 
5. Medo de que sua droga deixe de produzir efeitos
 
Desde que as grandes indústrias farmacêuticas descobriram que era fácil acrescentar mais drogas a uma droga original — seja para crianças ou pessoas com doenças mentais –, começou a era das drogas “agregadas” e das condições “resistentes a tratamento”. Seu remédio pode não funcionar, dizem novas campanhas do Alility ou Seroquel, porque você precisa de uma segunda droga para ativar a primeira e torná-la mais efetiva. A redefinição da depressão, para vender medicamentos, foi particularmente furtiva. Médicos financiados pela indústria reclassificaram a doença como uma condição para a vida toda, que requer uso permanente de drogas. E há mais! Quase sem evidência médica alguma, a depressão foi considerada “progressiva” — o que, é claro, ampliou seu potencial de produzir medo. “À medida em que o número de grandes episódios depressivos aumento, o risco de episódios subsequentes é previsível”, alertava um artigo denominado Neurobiology of Depression: Major Depressive Disorder as a Progressive Illness [Neurobiologia da Depressão: o Grande Distúrbio Depressivo como Doença Progressiva], publicado no site médico Medscape, e ladeado por anúncios do antidepressivo Pristiq.
 
6. Medo de doenças silenciosas
 
E se você não apresentar sintomas e estiver se sentindo bem? Isso não significa que você não sofre de condições silenciosas, que podem estar ameaçando sua saída sem que você saiba. Nenhuma pílula, na história, foi tão bem sucedida como a estatina Lipitor, com sua campanha de TV “Know Your Numbers” [Conheça seus Números] e o medo crescente de ataques cardíacos relacionados ao colesterol. Milhões de pessoas usam estatinas para proteger contra o medo de doenças cardíacas silenciosas, embora recentemente, em alguns estudos, o colesterol tenha sido excluído, como risco central de doença cardíaca (ainda bem que a patente do Lipitor expirou…). Também as campanhas da indústria farmacêutica que amedrontam as mulheres sobre perda silenciosa de ossos venderam drogas anti-oesteosporose como Fosamax, Boniva e Prolia, ao convencerem mulheres que algum dia, sem nenhum aviso, seus ossos em processo de enfraquecimento irão se partir. A previsão era verdadeira, com um pequeno detalhe: algumas das mulheres cujos ossos estalaram estavam usando drogas anti-osteosporose, cujos efeitos colaterais passaram a incluir fraturas!
 

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Um dia na vida do Perfeito Idiota Brasileiro

 
Algum tempo atrás escrevi sobre o PIB. O Perfeito Idiota Brasileiro.
 
Ele ia para o trabalho ouvindo a CBN e antes de dormir via o Jornal da Globo.
 
Nos intervalos, lia Merval, Reinaldo Azevedo e Villa. Tinha por ídolo Joaquim Barbosa.
 
E agora, nestes trepidantes dias de 2015, o que faz o nosso PIB?
 
Bem, as leituras se ampliaram, dada a oferta de colunistas dedicados a pessoas como ele.
 
Agora, pela manhã, a caminho do serviço, ele alterna a CBN com a Jovem Pan. Gosta de ouvir Sheherazade. Que sua mulher jamais saiba, mas às vezes tem sonhos eróticos com Sheherazade.
 
Aquela voz, aqueles cabelos. Será que ela faria um daqueles comentários durante o sexo?
 
Na Jovem Pan o PIB também aprecia os comentários de Marco Antônio Villa.
 
Um cabeça.
 
Numa entrevista com Haddad, Villa massacrou-o. Provou que o futuro pertence aos carros, e não às bicicletas.
 
Londres, Paris, Nova York, Copenhague, Amsterdã, todas elas estão na contramão da história. Investem em ciclovias.
 
“Villa poderia dar consultoria a elas”, pensou PIB depois de ouvir Villa enquadrar Haddad.
 
Também aumentou o número de gênios que ajudam PIB a formar sua opinião.
 
Ele agora sempre passa os olhos pelo blog de Constantino, da Veja.
 
A expressão “esquerda caviar” é uma inspiração divina, pensa PIB. Para ele, um sinal dos problemas atuais da humanidade é que o mundo dá atenção a economistas como Piketty e ignora sábios como Constantino.
 
PIB leu que Constantino, a bordo de uma bolsa-esposa, foi para Miami. “É a chance de os americanos descobrirem seu talento”, deduz PIB.
 
Rapidamente, prevê PIB, o livro de Constantino sobre a esquerda caviar será traduzido em inglês. Piketty será reduzido a nada, na comparação.
 
Caviar Left.
 
Com a publicação do livro, Constantino chamará a atenção da presidência americana. Poderá ser um conselheiro econômico da Casa Branca.
 
Por que não um Nobel?
 
Na verdade o Brasil já merecia um Nobel faz tempo por realizações literárias. Como os suecos puderam ignorar o livro de Ali Kamel que diz que não somos racistas?
 
E além do mais é um livro fininho …
 
O debate sobre o racismo contemporâneo foi reescrito ali. Os brancos é que são vítimas de preconceito no Brasil. Os brancos e os héteros.
 
Até quando vamos ter que suportar a ditadura gayzista?
 
Nas noites de segunda, Roda Viva é obrigatório. Augusto Nunes, o Brad Pitt de Taquaritinga, é maravilhoso.
 
Faz perguntas sensacionais. Perguntou a Lobão, por exemplo, o que ele achava da Dilma. Como alguém pode fazer uma pergunta tão profunda e tão surpreendente?
 
PIB ri também com os artigos de Augusto Nunes da Veja. Compartilha todos.
 
Finalmente alguém para falar das bebedeiras de Lula, pensou PIB.
 
Claro que, para falar naquele tom, Augusto Nunes tem que ser um homem que jamais passou do primeiro copo de cerveja.
 
Em Taquaritinga os pais devem ser muito rigorosos ao ensinar a seus filhos os males da bebida …
 
PIB ouviu falar também de um novo site, o Antagonista. O editor é tão modesto que, quando trabalhava na Veja, transformou uma edição especial sobre seu romance numa simples reportagem de meia dúzia de páginas.
 
Poderia ter colocado seu livro na primeira posição dos mais vendidos, mas preferiu pô-lo, singelamente, apenas entre os dez mais.
 
Tenho que lerO nome é brilhante. Antagonistas por causa de antas. O outro editor escreveu um livro sobre antas, e então uma coisa puxou a outra. Não ficou nenhuma ponta solta.
 
Todas as noites, uma passagem por Gentilli é obrigatória.
Nasceu para fazer rir.
 
PIB gostava, particularmente, da maneira como Gentilli lidou com um negro que reclamou de piadas racistas. Ofereceu bananas.
 
Como ele pode ter tanta inspiração?
 
O respeito de PIB pela Justiça brasileira cresceu ainda mais depois que um juiz considerou que não havia racismo nas bananas oferecidas por Gentilli.
 
Temos que acabar com a ditadura do politicamente correto.
 
Nas últimas semanas, a vida de PIB tem sido particularmente agitada. No dia 15 de março, vestiu a camisa da seleção e foi para a Paulista.
 
Um pouco de vaidade não faz mal a ninguém, e então PIB pintou o rosto de verde e amarelo.
 
Boas chances de chamar a atenção da imprensa. Só que não havia imprensa. Alguém falou que os jornalistas estavam com medo de apanhar, mas PIB não acreditou.
 
Viu vários filmes em que jornalistas cobriam guerra como se cobrissem concursos de receitas de pudim.
 
Herois.
 
Quis ser original na placa que carregaria. E então escreveu: “Fora Foro de São Paulo.” Não tinha a menor ideia sobre o que era o Foro de São Paulo, mas Constantino falava disso o tempo todo, e então sua frase era oportuna.
 
PIB cantou o hino na Paulista. Quer dizer, fez que cantou. Ninguém é perfeito, e PIB fazia tempo que esquecera a letra.
 
Voltou para casa cheio de amor pelo Brasil e pelos colunistas que o faziam ser quem era, um PIB.
 
Estava cansado à noite, mas ainda tinha pela frente as panelas. Jamais imaginara que bater panelas pudesse ser tão excitante.
 
Hmmm … o que é isso?
 
Isso era uma ereção cívica.
 
PIB, depois de muito tempo, solicitou a mulher à noite para algo além de um prato de comida.
 
Na cama, consumado o sexo, PIB se sentiu o rei do mundo. E gritou isso, não em português, que seria muito clichê, mas em inglês, como em Titanic.
 
Sua mulher não entendeu nada, mas fazia tempo que ela desistira de compreender o marido.
 
Nem banho ele foi tomar.
 
Dormiu direto, aquele sono límpido, majestoso, inviolável típico do Perfeito Idiota Brasileiro.
 
Fonte: Reproduzido do Blog Diário do Centro do Mundo

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Congresso nacional coloca direitos em xeque

Por Mú Adriano*
Um pouco mais de 100 dias de governo se passaram, às vezes parece que já se foi dois anos, com a turbulência política que o país vive, perdemos um pouco a noção de tempo, muitas noticias, muitos desencontros, e acima de tudo muita derrota no Congresso Nacional. Aqui que mora o perigo, fechadas as urnas em outubro e conferido o resultado se consolidou uma certeza, emergia o Congresso mais conservador desde 1964, e já podemos conferir seus primeiros sinais.
Na Câmara dos deputados ao se instalar a primeira sessão, com o objetivo de eleger a sua nova mesa diretora e o presidente da casa, o lado obscuro, fisiológico, veio à tona, impuseram uma derrota memorável ao governo, elegeram seu representante genuíno, Eduardo Cunha, que assume em nome da independência dos poderes, governando para os deputados do chamado “Baixo Clero”, mas, o fato de fundo é um compromisso com uma agenda conservadora, como se na sua figura fosse à materialização de todo esse aspecto conservador, a partir daí as coisas ficaram muito mais preocupantes.
Quero me focar em duas agendas, que estão em pauta na câmara que poderá ter consequências castratróficas para o nosso país. Voltou para a pauta com muita vontade de ser aprovado a PEC 171, que trata sobre a redução da maioridade penal. Esse projeto por coincidência do destino levou o número que o código penal classifica para estelionato, termo mais apropriado para definir o caráter desta afronta a juventude brasileira. O sistema penal brasileiro não dá conta do seu papel idealizado, que seria cumprir a função de reabilitar, sanar a divida com a sociedade e poder construir outra vida após o retorno do cidadão ao convívio da sociedade, entretanto, na pratica “a teoria é outra”! O sistema prisional serve como uma espécie de Faculdade do Crime, com desrespeito aos direitos humanos, enfim, cadeia não é solução. Para esse Congresso nacional parece ser o contrário, o que vale mesmo é a punição.
O segundo projeto, que afronta o Brasil em especial aos trabalhadores brasileiros, que é o PL 4330, trata sobres às terceirizações em todas as aéreas. Quando falo que afetará todos os trabalhadores, não é mera retórica, essa lei se aprovada em definitivo. poderá fazer com que todas as funções sejam terceirizadas, precariza as relações de trabalho e na prática rasga a CLT, coloca em xeque direitos trabalhistas, coquista histórica no Brasil.
Esses dois projetos cristalizam a essência conservadora do Congresso, e ameaçam direitos e, mais precisamente, a possibilidade de novas conquistas. O governo precisa ajudar nesse novo reequilíbrio, coesionar sua base de apoio no Congresso nacional, porque fazendo isso será dado um grande passo para repactuar com a base social que elegeu o projeto mais avançado nas eleições de outubro.
*Mú Adriano - Secretario Estadual de Formação do PCdoB/MA
Fonte: Site da UJS

terça-feira, 14 de abril de 2015

Parceria Governo e Prefeitura: 20 milhões de asfalto para oito bairros

O prefeito Edivaldo participou na manhã de sexta-feira (10) da apresentação das ações dos primeiros 100 dias do governo Flávio Dino. Durante a entrevista coletiva, o governador anunciou que nessa semana assinará o convênio de asfaltamento com a Prefeitura de São Luís. A ação articulada entre os governos estadual e municipal foi destaque no evento ocorrido no Palácio Henrique de La Rocque.
O prefeito Edivaldo salientou a importância da inclusão de São Luís no programa Mais Asfalto para a capital, que não teve nenhum convênio com a gestão estadual anterior. O objetivo do convênio é melhorar a qualidade da pavimentação em São Luís e a trafegabilidade nas pistas.
"Na semana que vem, assinaremos o convênio do programa Mais Asfalto. Serão cerca de 124 quilômetros de ruas asfaltadas e é recapeamento mesmo, requalificar as ruas e não tapa-buraco. Temos bairros importantes que serão contemplados, com centenas de ruas que receberão mais infraestrutura. É o início de uma parceria muito proveitosa para a capital", disse o prefeito.
O governador Flávio Dino apontou, durante a explanação das ações de Infraestrutura, o programa Mais Asfalto, que já levou asfaltamento para Imperatriz, Timon, Caxias, Barão de Grajaú, Aldeias Altas, Raposa, Tutóia e Paulino Neves. E justamente São Luís é a próxima beneficiada em convênio de aproximadamente R$ 20 milhões, que beneficiará oito bairros da capital.
"É um prazer poder ajudar a nossa capital que tanto sofreu perseguição. Os projetos são da Prefeitura e o aporte de recursos do governo com contrapartida da gestão municipal. Será um grande passo para a cidade". Os bairros serão anunciados no evento da próxima semana.
Edivaldo também destacou a passagem dos 100 dias do governo Flávio como marco das mudanças já acontecendo no Maranhão. "É um alegria participar do momento importante para o governador Flávio Dino nos 100 dias de governo. Ele fez uma ótima explanação do que aconteceu nestes primeiros 100 dias. Os maranhenses têm muita esperança e o governador já começa a fazer uma verdadeira transformação no nosso estado", afirmou o prefeito de São Luís.
Para o vice-governador, Carlos Brandão, esta é uma grande oportunidade para São Luís, que tem um acúmulo de problemas viários pelos anos em que o governo não realizou ações articuladas com a Prefeitura.
"O convênio vai melhorar a estrutura destes bairros e até os serviços nestes bairros, com um melhor transporte público e o trânsito. Nós sabemos a dificuldade que vivem as prefeituras e a Prefeitura de São Luís há muito tempo não tem apoio do governo do estado. Por tudo isso, houve uma degradação das ruas ao longo do tempo e por isso o governador assina este convênio e virão outros. Existe o compromisso do governador com a cidade de São Luís", reitera Brandão.
Com esta obra, a Prefeitura avança nas ações de mobilidade urbana ao mesmo tempo em que facilita o acesso da população dessas regiões a serviços urbanos, tais como limpeza urbana, segurança pública, saúde, transporte escolar, entre outros, proporcionando assim bem-estar e mais qualidade de vida à população.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Quem paga os blogueiros "limpos"?

(Ponto de ônibus na África do Sul durante o apartheid, regime racista apoiado
pelo grupo Naspers, sócio da editora Abril. Foto: Joanne Rathe/Boston Globe)
 
Por Cynara Moreira Menezes, no seu blog Socialista Morena
 
Há um mês, desde que anunciei a independência deste blog, tenho sido atacada sem trégua nas redes sociais por direitistas que me acusam de “receber dinheiro do governo” por conta de um convite que recebi para trabalhar na TV Brasil. Eu, jornalista reconhecida, com passagem pelos principais veículos de comunicação brasileiros, havia sido convidada para integrar a bancada de um programa de entrevistas –assim como acontece com vários jornalistas da revista Veja que atuam na TV Cultura, emissora estadual gerida pelo PSDB, mas isso eles não criticam. Por circunstâncias pessoais, tive que passar uma temporada em São Paulo e não foi possível que o contrato se concretizasse. Ou seja, nada recebi nem receberei da TV Brasil. Os difamadores (entre eles uma apresentadora de TV reacionária) responderão na Justiça pelas calúnias.
 
Vários colegas blogueiros que recebem publicidade governamental continuam, porém, a ser difamados pelos pitbulls que escrevem blogs de direita, como se todos os jornais, revistas e TVs do País não fizessem o mesmo. A comparação, inclusive, é absurda, porque enquanto a velha mídia recebe bilhões, os blogueiros de esquerda ficam com tostões (confira aqui). Mas eu queria chamar a atenção para um aspecto: será que os patrões dessa gente que acusa a esquerda de receber dinheiro em troca de opinião são melhores que o governo, qualquer um? Será que o dinheiro que eles embolsam todo mês é “mais limpinho”? Quem, afinal, paga os blogueiros de direita? Se eles acham que ideologia se vende, para quem eles vendem a sua?
 
Os patrões dos blogueiros “limpos” são:
 
– CÚMPLICES DA DITADURA MILITAR: absolutamente todos os meios de comunicação para quem esse povo trabalha apoiaram a ditadura militar no Brasil e na América do Sul. São, portanto, cúmplices das torturas, assassinatos, sequestros e desaparecimentos que ocorreram naquele período.
estadaogolpe

 LATIFUNDIÁRIOS: o grupo Bandeirantes, um dos mais reacionários do país, possui 16 fazendas apenas em São Paulo, segundo denunciou o deputado federal Dr. Rosinha em 2009. Em 1985, uma das fazendas dos donos da Band foi desapropriada pelo Incra, a primeira desapropriação feita em Minas Gerais para a reforma agrária. A emissora, aliás, presta homenagem em seu próprio nome aos bandeirantes, notórios assassinos de índios e antepassados da retrógrada elite paulistana.
 
 LIGADOS ÀS OLIGARQUIAS POLÍTICAS: afiliadas da Globo, Record, SBT e Band em vários Estados são de propriedade das oligarquias políticas que os blogueiros “limpos” dizem combater, como José Sarney, Fernando Collor, Jader Barbalho e Renan Calheiros.
 
 GENTE COM DINHEIRO ESCONDIDO NA SUÍÇA: os nomes dos proprietários da Folha de S.Paulo, da Globo e da Bandeirantes aparecem entre os brasileiros que possuem conta na Suíça. Isso não é crime? Talvez. Mas eu não tenho conta na Suíça, você tem?
 
– DEFENSORES DA CENSURA: ironicamente, João Jorge Saad, fundador da rede Bandeirantes, que volta e meia acusa o PT de ser “contra a liberdade de expressão”, declarou, em 1972, ser favorável à censura. “Deve e precisa existir, para a defesa da família, das instituições e do menor”, disse.
 
 LOBISTAS DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA: as empresas jornalísticas brasileiras não se envergonham de repercutir notícias do interesse da indústria farmacêutica como se fossem “descobertas científicas”. Graças à ajuda irresponsável da mídia, o Brasil se tornou o quinto maior consumidor de remédios do mundo. É o segundo maior consumidor, por exemplo, de Ritalina, uma droga para crianças questionada por educadores e psicólogos em vários países.
 
 APOIADORES DO APARTHEID: os sócios sul-africanos da Editora Abril, que edita a revista Veja, apoiaram o apartheid em seu país. O jornal Die Burger, do grupo Naspers, sócio da Abril, chegou a ser o porta-voz oficial do regime racista que durou 46 anos e que manteve preso por 30 anos o líder anti-apartheid Nelson Mandela. Em 2006, o grupo adquiriu 30% das ações da Abril.
 
 INVESTIGADOS POR FRAUDE FISCAL: a RBS, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul, está sendo investigada pela Polícia Federal na Operação Zelotes, que apura acusações de suborno a conselheiros da Receita para tentar anular débitos milionários de empresas com o fisco.
 
– ASSOCIADOS A CONTRAVENTORES: a revista Veja utilizou o bicheiro Carlinhos Cachoeira como fonte de várias reportagens, inclusive com gravações obtidas ilegalmente. “Ter um corrupto como informante não nos corrompe”, publicou o diretor de redação da revista. As relações entre a revista e o bicheiro chegaram a ser alvo de uma CPI.
 
 DISSEMINADORES DE IGNORÂNCIA: em vez de cumprir seu papel social de compartilhar cultura e conhecimento, a mídia brasileira, obcecada por arrancar o PT do poder, tem se notabilizado nos últimos anos por disseminar intolerância, preconceito e ignorância, por meio dos mesmos blogueiros raivosos que acusam a esquerda de receber dinheiro do governo.
 
Estou trilhando um caminho próprio de independência, contando apenas com as assinaturas e doações de meus leitores. Mas eu preferiria dez vezes ser paga pelo governo do que por patrões assim. Menos mal que já não preciso deles para sobreviver. Será que os blogueiros “limpos” podem dizer o mesmo?
 
Fonte: Reproduzido do Blog Socialista Morena